En 1998, l’École de Samba de la Mangueira fête ses 70 années d’existence. Pour cette occasion, sa communauté décide de créer le Centre de Mémoire de l’Estação Primeira et recherche des fonds à cette fin. Pour le défilé, après Tom Jobim en 1992, et la fine équipe des bahianais –Gil, Caetano, Gal et Bethânia- en 1994, une autre star de la MPB, et mangueirense de confession, est mis à l’honneur : Chico Buarque de Hollanda. Il sera le thème choisi de la G.R.E.S. Estação Primeira da Mangueira pour 1998. Et en vue de récolter de quoi ériger le fameux Centre de Mémoire, c’est à nouveau Hermínio Bello de Carvalho qui prend l’initiative d’un album, « Chico Buarque de Mangueira », qui sera enregistré dans les derniers mois de 1997.
À cette époque, Chico s’apprête à lancer un nouvel album d’inédits, « As Cidades », cinq ans après « Paratodos » (1993), une des nombreuses œuvres majeures de sa carrière.
Comme pour Piano na Mangueira (Jobim/ Buarque) qui ouvrait l’album « No Tom da Mangueira » (repris ici par Jamelão, le chanteur officiel des samba- enredo de l’école depuis les années 50), « Chico Buarque de Mangueira » s’ouvre sur le bel inédit Chão de Esmeralda écrit par Chico et Hermínio Bello de Carvalho. Ce dernier conçoit l’album de manière un peu différente que « No Tom da Mangueira » (1992). Pas question ici d’exhumer les voix de ceux qui ont fait la gloire de la Mangueira par diverses astuces techniques. De même, il n’envisage pas d’élargir le cercle des invités au-delà du monde de la samba de tradition. Il sera conçu et confectionné par des Mangueirenses de pure souche, si l’on excepte la participation de deux Portelenses (intégrants de l’Ecole de Portela), João Nogueira (1941-2000) et Cristina Buarque (sœur du chanteur). Ces aimables interactions entre Écoles et Velhas Guardas (vieilles guardes) ont toujours existé car, s’il y a bien compétition sur l’Avenida Marquês de Sapucaí (Sambodrome), nous sommes avant tout dans le monde de la musique, et non du sport.
Après Chão de esmeralda, l’album offre cinq magnifiques pot pourris qui reprennent les classiques de la Mangueira composés par Cartola (1908-1980), Carlos Cachaça (1902-1999), Padeirinho (1927-1987), Nelson Cavaquinho (1910 1986), Nelson Sargento ou Geraldo Pereira (1918-1955), pour citer les principaux. Quant aux interprétations, elles sont laissées à Chico Buarque, bien sûr, mais aussi à Leci Brandão, Alcione, João Nogueira (1941-2000), Carlinhos Vergueiro, Nelson Sargento, Jamelão (1913-2008) et la Velha Guarda da Mangueira (les plus anciens intégrants de l’école). Le fait d’avoir laissé le répertoire aux mains de véritables sambistas donne une cohésion que n’avait pas « No Tom da Mangueira ». De même, la production et les arrangements apparaissent bien plus supérieurs. « Chico Buarque de Mangueira » dépasse le fait d’être un album historique comme celui en hommage à Tom Jobim. Il devient tout simplement un des meilleurs albums de samba de ces 20 dernières années.
Après les medleys, l’album se termine, entre autres, par le magnifique Divina dama de Cartola chanté par Chico Buarque, ou encore Estação derradeira que ce dernier avait composé pour l’album « Francisco » (1987). Une version interprétée par Alcione mais qui n’atteint cependant pas la force poignante et viscérale de l’original.
La samba-enredo « Chico Buarque da Mangueira » (qui n’est pas dans cet album) portera la G.R.E.S. Escola de Mangueira vers le titre de championne cet année-là.
En vidéos: Chao de esmeralda (Chico Buarque/ H.B. de Carvalho), et la samba-enredo Chico Buarque da Mangueira.
Après Chão de esmeralda, l’album offre cinq magnifiques pot pourris qui reprennent les classiques de la Mangueira composés par Cartola (1908-1980), Carlos Cachaça (1902-1999), Padeirinho (1927-1987), Nelson Cavaquinho (1910 1986), Nelson Sargento ou Geraldo Pereira (1918-1955), pour citer les principaux. Quant aux interprétations, elles sont laissées à Chico Buarque, bien sûr, mais aussi à Leci Brandão, Alcione, João Nogueira (1941-2000), Carlinhos Vergueiro, Nelson Sargento, Jamelão (1913-2008) et la Velha Guarda da Mangueira (les plus anciens intégrants de l’école). Le fait d’avoir laissé le répertoire aux mains de véritables sambistas donne une cohésion que n’avait pas « No Tom da Mangueira ». De même, la production et les arrangements apparaissent bien plus supérieurs. « Chico Buarque de Mangueira » dépasse le fait d’être un album historique comme celui en hommage à Tom Jobim. Il devient tout simplement un des meilleurs albums de samba de ces 20 dernières années.
Après les medleys, l’album se termine, entre autres, par le magnifique Divina dama de Cartola chanté par Chico Buarque, ou encore Estação derradeira que ce dernier avait composé pour l’album « Francisco » (1987). Une version interprétée par Alcione mais qui n’atteint cependant pas la force poignante et viscérale de l’original.
La samba-enredo « Chico Buarque da Mangueira » (qui n’est pas dans cet album) portera la G.R.E.S. Escola de Mangueira vers le titre de championne cet année-là.
En vidéos: Chao de esmeralda (Chico Buarque/ H.B. de Carvalho), et la samba-enredo Chico Buarque da Mangueira.
Lembrando hoje: “Chico Buarque de Mangueira” (II)
(texto português traduzido do francês, destinado a um público aprendiz)
Em 1998, a Escola de samba da Mangueira comemorou seus 70 anos de existência. Para essa ocasião, sua comunidade decidiu criar o seu Centro de Memória e buscar os recursos para essa finalidade. Para o desfile, depois de Tom Jobim em1992, e a fina equipe dos baianos - Gil, Caetano, Gal e Bethânia, em 1994, uma outra estrela da MPB, e mangueirense de coração, tem a honra de participar: Chico Buarque de Hollanda. Ele será o tema escolhido pela G.R.E.S. Estação Primeira da Mangueira para 1998. E afim de organizar o famoso Centro de Memória, é novamente Hermínio Bello de Carvalho que toma a iniciativa para a produção do álbum « Chico Buarque da Mangueira », que virá a ser gravado nos últimos meses de 1997.
Nessa época, Chico estava pronto para lançar um novo álbum de inéditas: « As Cidades », cinco anos depois de « Paratodos » (1993), uma das numerosas obras mais importantes de sua carreira.
Assim como para Piano na Mangueira que abria o álbum « No Tom da Mangueira » (reprisado aqui por Jamelão, o cantor oficial dos sambas-enredo da escola a partir dos anos 50), « Chico Buarque da Mangueira » tem a abertura sob o belo inédito Chão de esmeraldas escrito por Chico e Hermínio Bello de Carvalho. Esse último concebeu o álbum de maneira diferente que « No Tom da Mangueira » (1992). Não se considerava aqui exumar as vozes daqueles que fizeram a glória da Mangueira através das artimanhas tecnológicas. Da mesma forma, ele não visualizava aumentar o círculo de convidados em torno do mundo do samba de tradição. Ele será concebido e confeccionado pelos Mangueirenses da mais pura raiz, à exceção da participação de dois Portelenses (integrantes da escola da Portela): João Nogueira (1941-2000) e Cristina Buarque (irmã do cantor). Essas amáveis interações entre Escolas e Velhas Guardas sempre existiram na verdade, e se há competição é dentro da Avenida do Marquês de Sapucaí (Sambódromo), uma vez que estamos antes de tudo dentro do mundo da música, e não do esporte.
Depois de Chão de esmeralda, o álbum oferece cinco magníficos pout- pourris que representam os clássicos da Mangueira compostos por Cartola (1908-1980), Carlos Cachaça (1902-1999), Padeirinho (1907-1987), Nelson Cavaquinho (1910-1986), Nelson Sargento ou Geraldo Pereira (1918-1955), só para citar os principais. Quanto às interpretações, elas são deixadas a cargo de Chico Buarque, naturalmente, mas também a Leci Brandão, Alcione, João Nogueira (1941-2000), Carlinhos Vergueiro, Nelson Sargento, Jamelão (1913-2008) e a Velha Guarda da Mangueira (os mais antigos integrantes da escola). Deixou-se o repertório nas mãos dos verdadeiros sambistas, permitindo uma coesão que não existia em « No Tom da Mangueira ». Da mesma forma, a produção e os arranjos pareceram bem superiores. « Chico Buarque da Mangueira » extrapola o fato de ser um álbum histórico como aquele em homenagem a Tom Jobim. Ele vem a ser simplesmente um dos melhores álbuns de samba desses últimos 20 anos.
Depois dos medleys, o álbum termina, entre outros, com a magnífica Divina dama, de Cartola, cantada por Chico Buarque, e também Estação derradeira, que havia sido composta para o álbum « Francisco » (1987). Uma versão interpretada por Alcione, mas que não tem, no entanto, a força pulsante e visceral do original.
O samba-enredo « Chico Buarque da Mangueira » (que não consta desse álbum) levará a G.R.E.S. Escola de Mangueira ao título de campeã naquele ano.
(texto português traduzido do francês, destinado a um público aprendiz)
Em 1998, a Escola de samba da Mangueira comemorou seus 70 anos de existência. Para essa ocasião, sua comunidade decidiu criar o seu Centro de Memória e buscar os recursos para essa finalidade. Para o desfile, depois de Tom Jobim em1992, e a fina equipe dos baianos - Gil, Caetano, Gal e Bethânia, em 1994, uma outra estrela da MPB, e mangueirense de coração, tem a honra de participar: Chico Buarque de Hollanda. Ele será o tema escolhido pela G.R.E.S. Estação Primeira da Mangueira para 1998. E afim de organizar o famoso Centro de Memória, é novamente Hermínio Bello de Carvalho que toma a iniciativa para a produção do álbum « Chico Buarque da Mangueira », que virá a ser gravado nos últimos meses de 1997.
Nessa época, Chico estava pronto para lançar um novo álbum de inéditas: « As Cidades », cinco anos depois de « Paratodos » (1993), uma das numerosas obras mais importantes de sua carreira.
Assim como para Piano na Mangueira que abria o álbum « No Tom da Mangueira » (reprisado aqui por Jamelão, o cantor oficial dos sambas-enredo da escola a partir dos anos 50), « Chico Buarque da Mangueira » tem a abertura sob o belo inédito Chão de esmeraldas escrito por Chico e Hermínio Bello de Carvalho. Esse último concebeu o álbum de maneira diferente que « No Tom da Mangueira » (1992). Não se considerava aqui exumar as vozes daqueles que fizeram a glória da Mangueira através das artimanhas tecnológicas. Da mesma forma, ele não visualizava aumentar o círculo de convidados em torno do mundo do samba de tradição. Ele será concebido e confeccionado pelos Mangueirenses da mais pura raiz, à exceção da participação de dois Portelenses (integrantes da escola da Portela): João Nogueira (1941-2000) e Cristina Buarque (irmã do cantor). Essas amáveis interações entre Escolas e Velhas Guardas sempre existiram na verdade, e se há competição é dentro da Avenida do Marquês de Sapucaí (Sambódromo), uma vez que estamos antes de tudo dentro do mundo da música, e não do esporte.
Depois de Chão de esmeralda, o álbum oferece cinco magníficos pout- pourris que representam os clássicos da Mangueira compostos por Cartola (1908-1980), Carlos Cachaça (1902-1999), Padeirinho (1907-1987), Nelson Cavaquinho (1910-1986), Nelson Sargento ou Geraldo Pereira (1918-1955), só para citar os principais. Quanto às interpretações, elas são deixadas a cargo de Chico Buarque, naturalmente, mas também a Leci Brandão, Alcione, João Nogueira (1941-2000), Carlinhos Vergueiro, Nelson Sargento, Jamelão (1913-2008) e a Velha Guarda da Mangueira (os mais antigos integrantes da escola). Deixou-se o repertório nas mãos dos verdadeiros sambistas, permitindo uma coesão que não existia em « No Tom da Mangueira ». Da mesma forma, a produção e os arranjos pareceram bem superiores. « Chico Buarque da Mangueira » extrapola o fato de ser um álbum histórico como aquele em homenagem a Tom Jobim. Ele vem a ser simplesmente um dos melhores álbuns de samba desses últimos 20 anos.
Depois dos medleys, o álbum termina, entre outros, com a magnífica Divina dama, de Cartola, cantada por Chico Buarque, e também Estação derradeira, que havia sido composta para o álbum « Francisco » (1987). Uma versão interpretada por Alcione, mas que não tem, no entanto, a força pulsante e visceral do original.
O samba-enredo « Chico Buarque da Mangueira » (que não consta desse álbum) levará a G.R.E.S. Escola de Mangueira ao título de campeã naquele ano.
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