(texte français plus bas...)
Mais uma sobre M.J. ?
Nosso mundo anda bem ! A prova disso são os 25 % do tempo que as atenas dos telejornais dedicam aos notíciários em sequência sobre o falecimento de Michael Jackson, desde 25 de junho ! A cada dia, é uma pequena novidade que surge, ou um pequeno escândalo a ser degustado (nham, nham !). É o caso de se dizer que não há de fato sobre a face da Terra mais que algumas poucas tragédias pelas quais as pessoas se interessem com tanto fervor, como quanto às consequências da morte do Rei do Pop (e cabe dizer : morto agora, mas depois de muito tempo do mesmo ocorrido em termos artísticos). Dá prazer constatar que vivemos num mundo que goza de tão boa saúde... Ou então, eu não entendi nada ?!?
Como todo mundo tem a sua história « jacksoniana », aqui temos uma que toca particularmente no tema desse blog - a MPB – e um se seus mais ilustres representantes : Ivan Lins.
Eu não sei se os brasileiros se dão verdadeiramente conta desse fato*, mas eles têm na pessoa de Ivan Lins um de seus compositores mais respeitados mundo afora ; junto, é claro, com Antonio Carlos Jobim (1927-1994) .
Ivan Lins, nascido no Rio em 1945, trabalhou e compôs para expoentes mundiais como Barbara Streisand, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Sting,Vanessa Williams, George Benson, Patty Austin, Diana Reeves, Manhattan Transfer, Toots Thielemans, Jane Monheit e uma série de outros. O próprio Miles Davis preparou-se para prestar uma homenagaem ao compositor e pianista brasileiro, elaborando um álbum a ser gravado em torno de suas composições. Mas a grande foice leva embora o genial trompetista em 1991, e por esse mesmo motivo, corta o projeto pela raiz.
Quanto a esse reconhecimento internacional, Ivan Lins o deve em parte a seu amigo Quincy Jones, que havia descoberto seu talento pelos idos de 1979.
Em 1980, Ivan lança o disco « Novo tempo », cuja faixa - título encanta o grande Quincy, que, na época, prepara o sucessor de « Off the Wall », de Michael Jackson.
Novo tempo se enquadra bem no tom dos hinos-exaltação contra a ditadura militar então instalada no Brasil, tema sobre o qual Ivan Lins tinha o hábito de compor já desde bastante tempo, com seu parceiro Vitor Martins.
Quincy Jones propôs-se a fazer uma versão em inglês para aquela que poderia ter vindo a ser uma das faixas do próximo álbum de Michael, um certo « Thriller »… A partir dali, as fontes de informação sugeririam duas histórias diferentes. A primeira diria que o fato de Ivan ser um artista com uma agenda superlotada não lhe deu tempo hábil para analisar essa solicitação (versão Wikipédia). A segunda (versão de um jornalista especializadíssimo no assunto, do jornal « O Globo ») afirma que Ivan Lins não teria aceito o contrato que os empresários de Michael pretendiam impor-lhe ; e que, em resumo, esse contrato deveria incluir a compra dos direitos sobre a canção.
Uma oportunidade perdida pelo artista brasileiro de entrar um pouco mais dentro da história da música ? Hum...
Tanto que, quando eu tive a oportunidade de jantar com Ivan, em agosto de 2008, numa whiskeria em Ipanema, o compositor me pareceu mais abalado pelo abortamento de seu projeto com Miles Davis do que pela ausência de seu nome na capa do álbum mais vendido de todos os tempos.
*Na revista Rolling Stone Brasil de outubro de 2008, os proeminentes especialistas musicais simplesmente omitiram a inclusão de seu nome na lista dos 100 artistas brasileiros mais importantes. Sem dúvida, eles se esqueceram de que ele fosse um deles...
Notre monde va bien ! Pour preuve, les 20 % du temps d’antennes que les journaux télévisés consacrent aux suites du décès de Michael Jackson depuis le 25 juin. À chaque jour son petit rebondissement ou son petit scandale croustillant (miam miam !). C’est dire qu’il n’y a vraiment que peu de malheurs sur cette terre pour que l’on s’intéresse avec tant de ferveur aux conséquences au décès du Roi de la pop (cela dit, mort depuis bien plus longtemps artistiquement). Ça fait plaisir de voir que nous vivons dans un monde en si bonne santé…Ou alors, je n’ai rien compris !?
Comme tout le monde y va de son anecdote « jacksonienne » en voici une qui touche plus particulièrement le sujet de ce blog –la MPB- et un de ses plus illustres représentants, Ivan Lins.
Je ne sais pas si les Brésiliens s’en rendent vraiment compte*, mais ils tiennent en la personne d’Ivan Lins un de leurs compositeurs les plus respectés à travers le monde, avec bien sûr Antonio Carlos Jobim (1927-1994) .
Ivan Lins, né à Rio en 1945, a travaillé et composé pour des pointures mondiales comme Barbara Streisand, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Sting, Vanessa Williams, George Benson, Patty Austin, Diana Reeves, Manhattan Transfer, Toots Thielemans, Jane Monheit et bien d’autres. Miles Davis lui-même s’apprêtait à rendre hommage au compositeur et pianiste brésilien en enregistrant un album construit autour de ses compositions. Mais la grande faucheuse emporta le génial trompettiste en 1991, et par là même, coupa ce projet à la racine.
Cette reconnaissance internationale, Ivan Lins la doit en partie à son ami Quincy Jones qui avait découvert son talent vers 1979.
En 1980, Il sort l’album « Novo tempo » dont la plage titulaire séduit le grand Quincy qui, à l’époque, prépare le succèsseur d’ « Off the Wall » de Michael Jackson.
Novo tempo se révèle bien dans le ton des hymnes-exaltations contre la dictature brésilienne qu’Ivan a l’habitude de composer depuis longtemps avec son complice Vitor Martins.
Quincy Jones se propose d’en faire une version en anglais pour ce qui pourrait être une des plages du prochain album de Michael, un certain « Thriller »… À partir de là, les sources proposent deux histoires différentes. La première étant qu’Ivan -artiste à l’agenda surbooké- n’eut pas le temps d’analyser cette requête (version Wikipédia). La seconde (version d’un journaliste brésilien spécialisé du Globo) affirmant qu’Ivan Lins n’accepta pas le contrat que les impresarios de Michael comptaient lui imposer et qui, en résumé, devait porté sur l’achat des droits de la chanson.
Une occasion perdue pour l’artiste brésilien d’entrer un peu plus dans l’histoire de la musique ?
Toujours est-il que –quand j’eu la chance de dîner avec lui en août 2008 dans une whiskeria d’Ipanema- Ivan semblait plus affecté par l’avortement de son projet avec Miles Davis, que par l’absence de son nom sur la pochette de l’album le plus vendu de tous les temps.
*Dans la revue Rolling Stones Brasil d’octobre 2008, les éminents spécialistes musicaux avaient tout simplement omis de l’inclure dans la liste des 100 artistes brésiliens les plus importants. Sans doute avaient-ils oublié qu’il était des leurs…
Mais uma sobre M.J. ?
Nosso mundo anda bem ! A prova disso são os 25 % do tempo que as atenas dos telejornais dedicam aos notíciários em sequência sobre o falecimento de Michael Jackson, desde 25 de junho ! A cada dia, é uma pequena novidade que surge, ou um pequeno escândalo a ser degustado (nham, nham !). É o caso de se dizer que não há de fato sobre a face da Terra mais que algumas poucas tragédias pelas quais as pessoas se interessem com tanto fervor, como quanto às consequências da morte do Rei do Pop (e cabe dizer : morto agora, mas depois de muito tempo do mesmo ocorrido em termos artísticos). Dá prazer constatar que vivemos num mundo que goza de tão boa saúde... Ou então, eu não entendi nada ?!?
Como todo mundo tem a sua história « jacksoniana », aqui temos uma que toca particularmente no tema desse blog - a MPB – e um se seus mais ilustres representantes : Ivan Lins.
Eu não sei se os brasileiros se dão verdadeiramente conta desse fato*, mas eles têm na pessoa de Ivan Lins um de seus compositores mais respeitados mundo afora ; junto, é claro, com Antonio Carlos Jobim (1927-1994) .
Ivan Lins, nascido no Rio em 1945, trabalhou e compôs para expoentes mundiais como Barbara Streisand, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Sting,Vanessa Williams, George Benson, Patty Austin, Diana Reeves, Manhattan Transfer, Toots Thielemans, Jane Monheit e uma série de outros. O próprio Miles Davis preparou-se para prestar uma homenagaem ao compositor e pianista brasileiro, elaborando um álbum a ser gravado em torno de suas composições. Mas a grande foice leva embora o genial trompetista em 1991, e por esse mesmo motivo, corta o projeto pela raiz.
Quanto a esse reconhecimento internacional, Ivan Lins o deve em parte a seu amigo Quincy Jones, que havia descoberto seu talento pelos idos de 1979.
Em 1980, Ivan lança o disco « Novo tempo », cuja faixa - título encanta o grande Quincy, que, na época, prepara o sucessor de « Off the Wall », de Michael Jackson.
Novo tempo se enquadra bem no tom dos hinos-exaltação contra a ditadura militar então instalada no Brasil, tema sobre o qual Ivan Lins tinha o hábito de compor já desde bastante tempo, com seu parceiro Vitor Martins.
Quincy Jones propôs-se a fazer uma versão em inglês para aquela que poderia ter vindo a ser uma das faixas do próximo álbum de Michael, um certo « Thriller »… A partir dali, as fontes de informação sugeririam duas histórias diferentes. A primeira diria que o fato de Ivan ser um artista com uma agenda superlotada não lhe deu tempo hábil para analisar essa solicitação (versão Wikipédia). A segunda (versão de um jornalista especializadíssimo no assunto, do jornal « O Globo ») afirma que Ivan Lins não teria aceito o contrato que os empresários de Michael pretendiam impor-lhe ; e que, em resumo, esse contrato deveria incluir a compra dos direitos sobre a canção.
Uma oportunidade perdida pelo artista brasileiro de entrar um pouco mais dentro da história da música ? Hum...
Tanto que, quando eu tive a oportunidade de jantar com Ivan, em agosto de 2008, numa whiskeria em Ipanema, o compositor me pareceu mais abalado pelo abortamento de seu projeto com Miles Davis do que pela ausência de seu nome na capa do álbum mais vendido de todos os tempos.
*Na revista Rolling Stone Brasil de outubro de 2008, os proeminentes especialistas musicais simplesmente omitiram a inclusão de seu nome na lista dos 100 artistas brasileiros mais importantes. Sem dúvida, eles se esqueceram de que ele fosse um deles...
Quincy Jones (ici avec Michael Jackson et Steven Spielberg, 1983),
aux confluents des carrières de stars mondiales.
aux confluents des carrières de stars mondiales.
Notre monde va bien ! Pour preuve, les 20 % du temps d’antennes que les journaux télévisés consacrent aux suites du décès de Michael Jackson depuis le 25 juin. À chaque jour son petit rebondissement ou son petit scandale croustillant (miam miam !). C’est dire qu’il n’y a vraiment que peu de malheurs sur cette terre pour que l’on s’intéresse avec tant de ferveur aux conséquences au décès du Roi de la pop (cela dit, mort depuis bien plus longtemps artistiquement). Ça fait plaisir de voir que nous vivons dans un monde en si bonne santé…Ou alors, je n’ai rien compris !?
Comme tout le monde y va de son anecdote « jacksonienne » en voici une qui touche plus particulièrement le sujet de ce blog –la MPB- et un de ses plus illustres représentants, Ivan Lins.
Je ne sais pas si les Brésiliens s’en rendent vraiment compte*, mais ils tiennent en la personne d’Ivan Lins un de leurs compositeurs les plus respectés à travers le monde, avec bien sûr Antonio Carlos Jobim (1927-1994) .
Ivan Lins, né à Rio en 1945, a travaillé et composé pour des pointures mondiales comme Barbara Streisand, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Sting, Vanessa Williams, George Benson, Patty Austin, Diana Reeves, Manhattan Transfer, Toots Thielemans, Jane Monheit et bien d’autres. Miles Davis lui-même s’apprêtait à rendre hommage au compositeur et pianiste brésilien en enregistrant un album construit autour de ses compositions. Mais la grande faucheuse emporta le génial trompettiste en 1991, et par là même, coupa ce projet à la racine.
Cette reconnaissance internationale, Ivan Lins la doit en partie à son ami Quincy Jones qui avait découvert son talent vers 1979.
En 1980, Il sort l’album « Novo tempo » dont la plage titulaire séduit le grand Quincy qui, à l’époque, prépare le succèsseur d’ « Off the Wall » de Michael Jackson.
Novo tempo se révèle bien dans le ton des hymnes-exaltations contre la dictature brésilienne qu’Ivan a l’habitude de composer depuis longtemps avec son complice Vitor Martins.
Quincy Jones se propose d’en faire une version en anglais pour ce qui pourrait être une des plages du prochain album de Michael, un certain « Thriller »… À partir de là, les sources proposent deux histoires différentes. La première étant qu’Ivan -artiste à l’agenda surbooké- n’eut pas le temps d’analyser cette requête (version Wikipédia). La seconde (version d’un journaliste brésilien spécialisé du Globo) affirmant qu’Ivan Lins n’accepta pas le contrat que les impresarios de Michael comptaient lui imposer et qui, en résumé, devait porté sur l’achat des droits de la chanson.
Une occasion perdue pour l’artiste brésilien d’entrer un peu plus dans l’histoire de la musique ?
Toujours est-il que –quand j’eu la chance de dîner avec lui en août 2008 dans une whiskeria d’Ipanema- Ivan semblait plus affecté par l’avortement de son projet avec Miles Davis, que par l’absence de son nom sur la pochette de l’album le plus vendu de tous les temps.
*Dans la revue Rolling Stones Brasil d’octobre 2008, les éminents spécialistes musicaux avaient tout simplement omis de l’inclure dans la liste des 100 artistes brésiliens les plus importants. Sans doute avaient-ils oublié qu’il était des leurs…
1 commentaire:
Bõa Tuka
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