(texte français, texto português traduzido do francês)
Une chose m’avait marqué durant mon entretien avec Ivan Lins, l’année dernière...
S’il reste sans conteste un des artistes brésiliens qui possèdent une des plus grandes auras sur le plan international, j’ai senti qu’il n’en était pas moins profondément carioca. Son amour pour Rio transpirait de ses réflexions, tout autant que son affliction à constater les diverses plaies qui gangrènent sa ville.
Et donc, sur une année, on peut le voir jouer tant à l’affiche des plus grandes salles de concert du monde, que régulièrement dans des théâtres plus intimes du centre ville de Rio de Janeiro. Pour l’instant d’ailleurs, il se produit pour quelques dates avec son fils, Claudio Lins, dans le mythique Théâtre Rival du Cinélandia (RJ).
S’il reste sans conteste un des artistes brésiliens qui possèdent une des plus grandes auras sur le plan international, j’ai senti qu’il n’en était pas moins profondément carioca. Son amour pour Rio transpirait de ses réflexions, tout autant que son affliction à constater les diverses plaies qui gangrènent sa ville.
Et donc, sur une année, on peut le voir jouer tant à l’affiche des plus grandes salles de concert du monde, que régulièrement dans des théâtres plus intimes du centre ville de Rio de Janeiro. Pour l’instant d’ailleurs, il se produit pour quelques dates avec son fils, Claudio Lins, dans le mythique Théâtre Rival du Cinélandia (RJ).
Mais pour cet album en public, Ivan nous invite à sortir les smokings et robes de soirée. Cet enregistrement fut capté en juillet 2008 à Amsterdam où Ivan se produisit avec le Metropole Orchestra, mené à la baguette par Vince Mendoza. Ce big-band avait déjà réalisé divers projets avec des artistes aussi renommés qu’Andrea Bocelli, Charles Aznavour, Dione Warwick, Par Metheny ou Shirley Bassey.
Le compositeur brésilien revisite quelques-uns de ses standards et très vite, la crainte principale que nous pouvions avoir, s’évanoui. Pas d’arrangements pompeux ou grandiloquents qui pourraient rendre ce concert indigeste et ampoulé. Les 70 intégrants de l’orchestre nous plongent au carrefour de la pop et du jazz sans excès symphoniques. Les arrangements de Mendoza sont aérés et apportent des relectures intéressantes et vivantes aux compositions de Lins. Les moments instrumentaux et les solos -qu’ils soient de saxophones, de trompettes ou de guitares- n’allongent pas gratuitement le ‘timing’ habituel des chansons. On réécoute donc avec plaisirs quelques grands classiques comme Daquilo que eu sei, Começar de novo, Formigueiro ou Lua soberana ( toutes signées Ivan Lins/ Vitor Martins) –cette dernière enregistrée en 2006 lors d’un premier concert avec l’orchestre. D’autres chansons sont moins connues comme Arlequim desconhecido (Ivan Lins/ Vitor Martins/ Brock Patrick Walsch) ou É ouro em pó (Ivan Lins).
Le compositeur brésilien revisite quelques-uns de ses standards et très vite, la crainte principale que nous pouvions avoir, s’évanoui. Pas d’arrangements pompeux ou grandiloquents qui pourraient rendre ce concert indigeste et ampoulé. Les 70 intégrants de l’orchestre nous plongent au carrefour de la pop et du jazz sans excès symphoniques. Les arrangements de Mendoza sont aérés et apportent des relectures intéressantes et vivantes aux compositions de Lins. Les moments instrumentaux et les solos -qu’ils soient de saxophones, de trompettes ou de guitares- n’allongent pas gratuitement le ‘timing’ habituel des chansons. On réécoute donc avec plaisirs quelques grands classiques comme Daquilo que eu sei, Começar de novo, Formigueiro ou Lua soberana ( toutes signées Ivan Lins/ Vitor Martins) –cette dernière enregistrée en 2006 lors d’un premier concert avec l’orchestre. D’autres chansons sont moins connues comme Arlequim desconhecido (Ivan Lins/ Vitor Martins/ Brock Patrick Walsch) ou É ouro em pó (Ivan Lins).
À la lecture du livret du cd, pratiquement tous les musiciens semblent hollandais (il se pourrait qu’il y ait un belge caché dans le lot !), et c’est également des Pays Bas qu’est native la très bonne chanteuse Trinjntje Oosterhuis, qui interprète Let us be away (Lins/ Ronaldo Monteiro de Souza/ Carole King) et Art of survival (Ivan Lins/ Vitor Martins/ Brock Walsh). Une touche féminine qui donne un coup de fraîcheur à l’ensemble. Enfin seul O Fado, chanté par Paulo de Carvalho, est le seul titre n’appartenant pas au répertoire d’Ivan, mais bien à celui du célèbre fadiste portugais.
En résumé, nous voilà en présence d’un album de grande classe, dont on aurait juste espéré un équivalent en dvd.
*(Vidéos, en dessous du texte portugais)
En résumé, nous voilà en présence d’un album de grande classe, dont on aurait juste espéré un équivalent en dvd.
*(Vidéos, en dessous du texte portugais)
Escutando hoje : Ivan Lins & The Metropole Orchestra.
Uma coisa me marcou durante minha conversa com Ivan Lins, no ano passado. Se por um lado ele é, sem dúvida, um dos artistas brasileiros que contam com uma das maiores projeções no plano internacional, por outro eu senti que ele não deixou de ser menos profundamente carioca. Seu amor pelo Rio transpirava através de suas reflexões, inclusive as que demonstravam sua aflição ao constatar diversas feridas que gangrenam em sua cidade.
E então, ao longo de um ano, nós podemos vê-lo tocar tanto nas grandes salas de espetáculos do mundo quanto regularmente nos teatros mais intimistas do Centro da cidade do Rio de Janeiro. No momento, aliás, ele se apresenta por alguns dias com seu filho, Claudio Lins, no mítico Teatro Rival, na Cinelândia, que fica exatamente no Centro.
Mas para esse álbum ao vivo, Ivan nos convida a tirar do armário os smokings e os vestidos de gala. Essa gravação foi feita em julho de 2008 em Amsterdam, onde Ivan se apesentou com a Metropole Orchestra, regida por Vince Mendoza. Essa fabulosa « big band » já havia realizado diversos projetos com artistas também renomados como Andrea Bocelli, Charles Aznavour, Dione Warwick, Par Metheny ou Shirley Bassey.
O compositor brasileiro revisita aqui alguns de seus sucessos-padrão, e rapidamente o principal receio que poderíamos ter advindo desse fato evapora-se. Nada de arranjos pomposos ou grandiloquentes que poderiam tornar esse show indigesto e empolado.
Os 70 integrantes da orquestra nos fazem mergulhar numa confluência do pop e do jazz, sem excessos sinfônicos. Os arranjos de Mendoza são arejados e trazem consigo releituras interessantes e vivazes às composições de Lins. Os momentos instrumentais e os solos –principalmente dos saxofones, dos trompetes e das guitarras- não estendem gratuitamente o ‘timing’ habitual das canções. Reescutamos então com prazer alguns dos grandes clássicos como Daquilo que eu sei, Começar de novo, Formigueiro ou Lua soberana ( todas assinadas por Ivan Lins/ Vitor Martins) –sendo que esta última gravada em 2006, num primeiro concerto com a mesma orquestra. Há outras canções menos conhecidas, como Arlequim desconhecido (Ivan Lins/ Vitor Martins/ Brock Patrick Walsch) e É ouro em pó (Ivan Lins).
Na leitura do livreto do cd, percebemos pelos nomes que todos os músicos parecem holandeses (pode ser que exista ali um belga disfarçado no meio do grupo !) ; e é nativa também dos Países Baixos a ótima cantora Trinjntje Oosterhuis (foto acima), que interpreta Let us be away (Lins/ Ronaldo Monteiro de Souza/ Carole King) e Art of Survival (Ivan Lins/ Vitor Martins/ Brock Walsh). Um toque feminino que dá uma pitada adicional de charme e beleza ao conjunto. Enfim, só O Fado, cantado por Paulo de Carvalho, é o único título que não pertence ao repertório de Ivan, mas sim ao do célebre fadista português, aqui convidado.
Em resumo, nos vemos na presença de um álbum de grande classe, a partir do qual nos resta simplesmente esperar por um seu equivalente em dvd.
Vidéos amateurs du show/ Videos amadores do show...
Uma coisa me marcou durante minha conversa com Ivan Lins, no ano passado. Se por um lado ele é, sem dúvida, um dos artistas brasileiros que contam com uma das maiores projeções no plano internacional, por outro eu senti que ele não deixou de ser menos profundamente carioca. Seu amor pelo Rio transpirava através de suas reflexões, inclusive as que demonstravam sua aflição ao constatar diversas feridas que gangrenam em sua cidade.
E então, ao longo de um ano, nós podemos vê-lo tocar tanto nas grandes salas de espetáculos do mundo quanto regularmente nos teatros mais intimistas do Centro da cidade do Rio de Janeiro. No momento, aliás, ele se apresenta por alguns dias com seu filho, Claudio Lins, no mítico Teatro Rival, na Cinelândia, que fica exatamente no Centro.
Mas para esse álbum ao vivo, Ivan nos convida a tirar do armário os smokings e os vestidos de gala. Essa gravação foi feita em julho de 2008 em Amsterdam, onde Ivan se apesentou com a Metropole Orchestra, regida por Vince Mendoza. Essa fabulosa « big band » já havia realizado diversos projetos com artistas também renomados como Andrea Bocelli, Charles Aznavour, Dione Warwick, Par Metheny ou Shirley Bassey.
O compositor brasileiro revisita aqui alguns de seus sucessos-padrão, e rapidamente o principal receio que poderíamos ter advindo desse fato evapora-se. Nada de arranjos pomposos ou grandiloquentes que poderiam tornar esse show indigesto e empolado.
Os 70 integrantes da orquestra nos fazem mergulhar numa confluência do pop e do jazz, sem excessos sinfônicos. Os arranjos de Mendoza são arejados e trazem consigo releituras interessantes e vivazes às composições de Lins. Os momentos instrumentais e os solos –principalmente dos saxofones, dos trompetes e das guitarras- não estendem gratuitamente o ‘timing’ habitual das canções. Reescutamos então com prazer alguns dos grandes clássicos como Daquilo que eu sei, Começar de novo, Formigueiro ou Lua soberana ( todas assinadas por Ivan Lins/ Vitor Martins) –sendo que esta última gravada em 2006, num primeiro concerto com a mesma orquestra. Há outras canções menos conhecidas, como Arlequim desconhecido (Ivan Lins/ Vitor Martins/ Brock Patrick Walsch) e É ouro em pó (Ivan Lins).
Na leitura do livreto do cd, percebemos pelos nomes que todos os músicos parecem holandeses (pode ser que exista ali um belga disfarçado no meio do grupo !) ; e é nativa também dos Países Baixos a ótima cantora Trinjntje Oosterhuis (foto acima), que interpreta Let us be away (Lins/ Ronaldo Monteiro de Souza/ Carole King) e Art of Survival (Ivan Lins/ Vitor Martins/ Brock Walsh). Um toque feminino que dá uma pitada adicional de charme e beleza ao conjunto. Enfim, só O Fado, cantado por Paulo de Carvalho, é o único título que não pertence ao repertório de Ivan, mas sim ao do célebre fadista português, aqui convidado.
Em resumo, nos vemos na presença de um álbum de grande classe, a partir do qual nos resta simplesmente esperar por um seu equivalente em dvd.
Vidéos amateurs du show/ Videos amadores do show...
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