samedi 22 août 2009

En écoute aujourd’hui : Fernanda Cunha*


(texte français...texto português traduzido do francês)

*À propos de Fernanda Cunha : Si l’on excepte son premier album « O Tempo e o lugar » (2002), Fernanda Cunha a toujours choisi un thème précis pour constituer le répertoire de ses disques. Pour « Dois corações » (2004), cette très bonne chanteuse de Juiz de Fora (Minas Gerais) avait axé son choix sur deux pianistes compositeurs d’exceptions : le grand Johnny Alf, toujours présenté comme un des pionniers de la bossa nova (même s’il est en réalité bien plus que cela) ; et Suely Costa –la tante de Fernanda- une des compositeurs féminines les plus brillantes et raffinées de la Musique Populaire Brésilienne.
Ensuite, pour son troisième album « Zingaro » (2007), la chanteuse avait entrepris le pari difficile -avec le guitariste Zé Carlos- d’adapter en version voix-guitare, la douzaine de chefs d’œuvres que le duo Tom Jobim/ Chico Buarque avait créé pour la postérité. La maman de Fernanda Cunha -Telma Costa (1953-1989)- avait elle-même accompagné Jobim et Vinicius de Moraes dans les années septante, avant d’être l’interprète du sublimissime Eu te amo (Jobim/ Chico Buarque) dans le duo que Chico avait enregistré sur son album Vida (1980).


Pour ce quatrième album « Brasil Canadá », le fil conducteur touche davantage à la vie personnelle de Fernanda Cunha qui nous dévoile son amour pour le grand pays du nord, où depuis 2005, elle se rend régulièrement. C’est par ailleurs en partie à Edmonton au Canada, que Fernanda a enregistré ce disque qui propose une interaction de son choix, d’artistes canadiens et brésiliens.
Dans le tumulte et la confusion de notre monde moderne, « Brasil Canadá » apparaît comme une de repos et de relaxation ! Dans un climat cool et intimiste, l’artiste s’entoure de Mike Lent (basse et production du disque), Ricardo Rito (piano), et Sandro Dominelli (batterie) pour une représentation de neuf titres dans une ambiance piano-bar. C’est du moins l’impression que l’on ressent. Le groupe alterne compositions brésiliennes avec celles de compositeurs canadiens. Parmi ceux-ci, l’inévitable Joni Mitchell dont Fernanda Cunha reprend le classique Dreamland de manière malicieuse. Mais s’il vous fallait une raison pour acquérir cet album, O Primeiro jornal de Suely Costa et Abel Silva et Pescador de Marcio Hallack valent déjà leur pesant de reais. Il s’agit là de deux petites perles superbes qu’il serait dommage de perdre. Parmi les chansons issues du répertoire canadien, le très bon Candy (Mack David/ Joan Whitney/ Alex C. Kramer) qui nous remet au temps du jazz des années 30, ou Pacing the cage, pas forcément facile mais réellement beau. La présence de Último desejo de Noel Rosa (avec Suely Costa au piano) semble par contre un peu hors contexte, et l’album termine en demi-teinte avec Some of these days (Shelton Brooks), toujours dans un climat de jazz intimiste ; et Amanheceu (R.Rito/ L.S.Henriques/ F.Cunha), qui nous ramène à la samba de salon.
Au final « Brasil Canadá » est un album qui s’apprécie avec le temps, comme tout œuvre qui démontre une certaine subtilité. Mais d’emblée, l’ambiance du disque vous apparaîtra séductrice.

En dessous du texto portugais, une vidéo de Fernanda Cunha avec Johnny Alf: "Luz eterna" (J.Alf), et "Eu te amo" (Jobim/ Buarque) par Tom Jobim, Chico Buarque et Telma Costa.
Pour entendre des extraits de "Brasil Canada", rendez-vous bientôt sur Tropicalia en direct, ou sur les futurs podcasts...

Fernanda Cunha avec Suely Costa et Johnny Alf...
à qui elle rendit hommage en 2004.


* Sobre Fernanda Cunha : À exceção de seu primeiro álbum, « O Tempo e o lugar » (2002), Fernanda Cunha sempre escolheu um tema específico para construir um repertório de seus discos. Para « Dois corações » (2004), essa excelente cantora de Juiz de Fora (Minas Gerais) focou sua escolha sobre dois pianistas-compositores excepcionais : o genial Johnny Alf, permanentemente apresentado como um dos pioneiros da bossa nova (mesmo que ele seja na verdade bem mais do que isso) ; e Suely Costa – tia de Fernanda – uma das compositoras femininas das mais brilhantes e refinadas da Música Popular Brasileira. Mais tarde, para seu terceiro álbum, « Zingaro » (2006), a cantora apostou no mais difícil – com o violonista Zé Carlos – ao adaptar à versão voz & violão, a dúzia de obras carro-chefes que a dupla Tom Jobim/ Chico Buarque havia criado para a posteridade. A mamãe de Fernanda Cunha, Telma Costa (1953-1989), já tinha ela mesma acompanhado Jobim e Vinicius de Moraes nos anos setenta, antes de tornar-se intérprete da sublimíssima Eu te amo (Jobim/ Chico Buarque), em dueto com o próprio Chico para o álbum deste último, "Vida" (1980).

Para seu quarto álbum, « Brasil Canadá », lançado agora em 2009, o fio condutor passa bem mais próximo à via pessoal de Fernanda Cunha, que nos revela seu amor pelo grande país do norte, onde desde 2005 ela se apresenta regularmente. Foi parcialmente no exterior – em Edmonton, no Canadá - que Fernanda gravou esse disco, que tem como proposta a interação dessa sua escolha por artistas canadenses e brasileiros
No meio do tumulto e da confusão do nosso mundo moderno, « Brasil Canadá » aparece como um reduto de descanso e de relaxamento ! Num clima « cool » e intimista, a artista se cerca de Mike Lent (baixo e produção do disco), Ricardo Rito (piano) e Sandro Dominelli (bateria), para uma apresentação de nove títulos numa ambientação piano-bar. É essa pelo menos a impressão que o trabalho passa. O grupo alterna composições brasileiras com as de compositores canadenses ; dentre esses, a inevitável Joni Mitchell, de quem Fernanda retoma o clássico Dreamland de maneira maliciosa. Mas se for preciso ao menos um par de razões para se adquirir esse álbum, O Primeiro jornal, de Suely Costa e Abel Silva, e de Pescador, de Marcio Hallack, o disco já vale seu peso em reais. Trata-se de duas pequenas pérolas soberbas, e seria uma pena perdê-las.
Entre as canções objeto do repertório canadense, a muito boa Candy (Mack David/ Joan Whitney/ Alex C. Kramer), que nos remete aos tempos do jazz dos anos 30, ou Pacing the cage, não necessariamente fácil... mas realmente bela. A presença de Último desejo, de Noel Rosa (com Suely Costa ao piano) soa aqui um tanto fora de contexto. E o álbum termina numa espécie de semitom, com Some of these days (Shelton Brooks) – ainda num clima de jazz intimista - e Amanheceu (R.Rito/ L.S.Henriques/ F.Cunha), que nos conduz ao samba de salão.
Finalmente, « Brasil Canadá » é um álbum que se aprecia com o tempo, como toda obra que demonstra uma certa sutileza. Mas de imediato, o clima do disco vai lhes parecer sedutor.


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