(texto português em baixo)
Déjà considéré comme un des albums de cette année, « Pelo sabor do gesto » possède les atouts nécessaires pour séduire tant le public traditionnel de Zélia Duncan que ceux qui cherchent à être surpris par la chanteuse. Et pour ces derniers, les premières plages de l’album apportent un ton nouveau, une musique pop acidulée et élégante, qui porte la marque du génial alchimiste du son moderne du Minas Geraes, John Ulhoa (Pato Fu, Fernanda Takai, Erika Machado..) - ici à la production avec Beto Villares.
En résultent les pétillants Boas razões (Alex Beaupain) en duo avec Fernanda Takai, Todos os verbos (Marcelo Jeneci/ Zélia Duncan) ou le tube très évident, Tudo sobre você (John Ulhoa/ Zélia Duncan).
Plus loin dans l’album, Zélia embraye vers une pop plus sérieuse et plus proche de ses débuts comme avec Ambição (Rita Lee) dont le refrain rappelle furieusement celui de Là vou eu (aussi de Rita Lee), un des premiers succès de la chanteuse en 1994. Dans la même veine, la très belle plage titulaire, Pelo sabor do gesto , version portugaise de As-tu déjà aimé, toujours d’Alex Beaupain, ou encore Aberto et Nem tudo (les deux de Edu Tedeschi et Zélia Duncan) qui rappellent aussi les premières heures musicales de l’artiste.
Mais comme depuis son album « Intimidade » (1996), Zélia ne cache pas ses affinités avec les compositeurs cérébraux de São Paulo comme Itamar Assumpção (1949-2003) avec le très caractéristique Duas namoradas (Itamar/ Alice Ruiz), ou encore Dante Ozzetti avec le léger et pertinent Se eu fosse (Dante/ Zélia).
Mettons encore en évidence la bonne reprise d’Os Dentes brancos do mundo -composition peu connue de Marcos Valle et P.S.Valle- et puis surtout Esporte fino confortável (Chico César/ Zélia Duncan), délicieuse plage en duo avec Chico César, plus proche du funk paulista que de l’univers du compositeur du Céara (état du Nordeste)
Au final, Zélia Duncan n’aura fait abstraction que de son inclinaison vers le monde de la samba, de plus en plus forte depuis son album « Eu me transformo em outras » de 2004.
« Pelo sabor do gesto » propose donc 14 titres au long desquelles on ne s’ennuie pas; et il se poserait comme un album presque sans faute, s’il n’y avait Telhados de Paris (Nei Lisboa) et Sinto encanto (Moska/ Zélia Duncan), titres qui ne sont pas vraiment à la hauteur du reste du répertoire.
Zélia Duncan reste donc une artiste incontournable de la scène MPB, trop méconnue en Europe, et sa production depuis les années 2000 reste de haute volée pour notre plus grand plaisir.
*À propos de Z.D : Zélia Duncan fait partie de cette talentueuse vague féminine de compositeurs-interprètes issue des années 90.
On a coutume de citer d’abord Marisa Monte, qui fut suivie par Adriana Calcanhotto, Zélia Duncan, Ana Carolina un peu plus tard, sans oublier Cássia Eller, cette dernière uniquement interprète. Ceci pour les principales…
Zélia se distingue par une voix incomparable dans les tessitures basses, chaude et suave, qui la range proche d’une Simone.
Son premier album « Zélia Duncan » en 1994 (il y avait bien eu un en 1990 sous le nom de Zélia Cristina) nous propose une musique pop/ folk qui s’enrichira peu à peu au contact des compositeurs de l’avant garde de São Paulo des années 80, et principalement d’Itamar Assupção (1949-2003). Comme d’autres compositeurs du monde pop (Moska, Fernanda Abreu), elle se laissera séduire par les sirènes de la samba et du chorinho à l’aube des années 2000. En résultera le magnifique « Eu me transformo em outras » en 2004. Elle compose régulièrement avec les sambistas féminines Mart’nália ou Ana Costa et participe à de nombreux projets comme le Samba Social Clube. Ce dernier album, « Pelo sabor do gesto » la ramène donc vers son univers pop dont elle est issue…
En attendant un clip officiel, Tudo sobre você en acoustique dans le programme Mais Você...
Escutando hoje : Zélia Duncan.
Sendo já considerado um dos melhores álbuns desse ano, « Pelo sabor do gesto » possui os trunfos necessários para seduzir tanto o público tradicional de Zélia Duncan quanto aqueles que esperam ser surpreendidos pela cantora. E para esses últimos, as primeiras faixas do álbum trazem uma tonalidade nova, uma música pop elegante acidulada que traz a marca do genial alquimista do som moderno de Minas Gerais : John Ulhoa (Pato Fu, Fernanda Takai, Erika Machado...) – presente aqui na produção, junto com Beto Villares.
O resultado são os bons Boas razões (Alex Beaupain) em dueto com a Fernanda Takai, Todos os verbos (Marcelo Jeneci/ Zélia Duncan) e o sucesso evidente Tudo sobre você (John Ulhoa/ Zélia Duncan).
Mais ao longo do álbum, Zélia engrena um pop mais sério e mais próximo de seu início de carreira, como Ambição (Rita Lee), cujo refrão faz lembrar aquele de Lá vou eu (também de Rita Lee), um dos primeiros sucessos da cantora, em 1994. Dentro desse mesmo filão, a belíssima faixa título Pelo sabor do gesto, versão em português de As-tu déjà aimé, também de Alex Beaupain, ou ainda Aberto e Nem tudo (as duas de Edu Tedeschi e Zélia Duncan), que fazem lembrar também os primórdios musicais da cantora de Niterói.
Mas, como desde seu disco « Intimidade » (1996), Zélia não deixa de mostrar sua afinidade com os compositores mais intelectuais de São Paulo, como Itamar Assumpção (1949-2003), com a característicamente cadenciada Duas namoradas (Itamar/ Alice Ruiz), ou ainda Dante Ozzetti, com a leve e pertinente Se eu fosse (Dante/ Zélia).
Coloquemos ainda em evidência a boa reedição da pouca conhecida Os dentes brancos do mundo do Marcos Valle e P.S.Valle e, além dessa, especialmente Esporte fino confortável (Chico César/ Zélia Duncan), deliciosa faixa em dueto com Chico César, mais perto do funk paulista do que do universo do compositor do Ceará.
Enfim, Zélia Duncan não se furta à sua inclinação pelo mundo do samba, cada vez mais forte principalmente depois de seu álbum « Eu me transformo em outras », de 2004.
« Pelo sabor do gesto » oferece então 14 títulos ao longo dos quais não se torna enfadonho, e se apresenta como um álbum quase sem falhas, se dele não constassem Telhados de Paris (Nei Lisboa), Sinto encanto (Moska/ Zélia Duncan), músicas que não me parecem à altura do resto do repertório.
Zélia Duncan permanece uma artista indispensável à cena da MPB, e sua produção -principalmente desde os anos 2000- continua mantendo um padrão muito alto, para o nosso maior prazer.
(P.S : em francês, coloquei umas frases para explicar melhor – e situar- a personalidade e a música da Zélia na cena da MPB moderna. Na verdade, a sua arte –tanto como seus discos- são poucos conhecidos e distribuidos na Europa. Daí a impotância do programa de rádio Tropicália (auto-propaganda !).
Sendo já considerado um dos melhores álbuns desse ano, « Pelo sabor do gesto » possui os trunfos necessários para seduzir tanto o público tradicional de Zélia Duncan quanto aqueles que esperam ser surpreendidos pela cantora. E para esses últimos, as primeiras faixas do álbum trazem uma tonalidade nova, uma música pop elegante acidulada que traz a marca do genial alquimista do som moderno de Minas Gerais : John Ulhoa (Pato Fu, Fernanda Takai, Erika Machado...) – presente aqui na produção, junto com Beto Villares.
O resultado são os bons Boas razões (Alex Beaupain) em dueto com a Fernanda Takai, Todos os verbos (Marcelo Jeneci/ Zélia Duncan) e o sucesso evidente Tudo sobre você (John Ulhoa/ Zélia Duncan).
Mais ao longo do álbum, Zélia engrena um pop mais sério e mais próximo de seu início de carreira, como Ambição (Rita Lee), cujo refrão faz lembrar aquele de Lá vou eu (também de Rita Lee), um dos primeiros sucessos da cantora, em 1994. Dentro desse mesmo filão, a belíssima faixa título Pelo sabor do gesto, versão em português de As-tu déjà aimé, também de Alex Beaupain, ou ainda Aberto e Nem tudo (as duas de Edu Tedeschi e Zélia Duncan), que fazem lembrar também os primórdios musicais da cantora de Niterói.
Mas, como desde seu disco « Intimidade » (1996), Zélia não deixa de mostrar sua afinidade com os compositores mais intelectuais de São Paulo, como Itamar Assumpção (1949-2003), com a característicamente cadenciada Duas namoradas (Itamar/ Alice Ruiz), ou ainda Dante Ozzetti, com a leve e pertinente Se eu fosse (Dante/ Zélia).
Coloquemos ainda em evidência a boa reedição da pouca conhecida Os dentes brancos do mundo do Marcos Valle e P.S.Valle e, além dessa, especialmente Esporte fino confortável (Chico César/ Zélia Duncan), deliciosa faixa em dueto com Chico César, mais perto do funk paulista do que do universo do compositor do Ceará.
Enfim, Zélia Duncan não se furta à sua inclinação pelo mundo do samba, cada vez mais forte principalmente depois de seu álbum « Eu me transformo em outras », de 2004.
« Pelo sabor do gesto » oferece então 14 títulos ao longo dos quais não se torna enfadonho, e se apresenta como um álbum quase sem falhas, se dele não constassem Telhados de Paris (Nei Lisboa), Sinto encanto (Moska/ Zélia Duncan), músicas que não me parecem à altura do resto do repertório.
Zélia Duncan permanece uma artista indispensável à cena da MPB, e sua produção -principalmente desde os anos 2000- continua mantendo um padrão muito alto, para o nosso maior prazer.
(P.S : em francês, coloquei umas frases para explicar melhor – e situar- a personalidade e a música da Zélia na cena da MPB moderna. Na verdade, a sua arte –tanto como seus discos- são poucos conhecidos e distribuidos na Europa. Daí a impotância do programa de rádio Tropicália (auto-propaganda !).
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