Se o Alphonse de Lamartine (poeta francês, 1790-1869) já nos havia evocado o sentimento de desterro que assola nossa vida quando um único ser vem a nos faltar, à sua época ele nem poderia imaginar a devastação que poderia sobrevir a um homen desprovido de celular e –no meu caso- vários dias sem laptop...
Por questões técnicas, eu fui privado de uma parte da minha vida, o que me deixou a impressão de ter estado me movendo sem meu cérebro ; ou melhor : sem memória, para utilizar o termo tecnológico em informática mais adequado. Daí a falta de posts editados aqui no blog...
E assim, passaram-se então vários dias na capital paulista até que eu pudesse assistir a um show. Foram quase dez dias no tumulto da megalópole, até que, finalmente, no meio do tráfego ininterrupto e dos ruídos urbanos, me surgisse o oásis de sons cristalinos do « mundo de dentro » de Dori Caymmi, que se apresentou no novo e magnífico complexo do Sesc Belenzinho, inaugurado no início desse mês de dezembro. O « mundo de dentro » (título de seu último álbum) de um homem aparentemente introvertido, mas que porém, entre cada composição, dava provas de um delicioso humor meio frio, ou mais propriamente cínico, em relação a diveros assuntos musicais ou sobre atualidades diversas.
Por questões técnicas, eu fui privado de uma parte da minha vida, o que me deixou a impressão de ter estado me movendo sem meu cérebro ; ou melhor : sem memória, para utilizar o termo tecnológico em informática mais adequado. Daí a falta de posts editados aqui no blog...
E assim, passaram-se então vários dias na capital paulista até que eu pudesse assistir a um show. Foram quase dez dias no tumulto da megalópole, até que, finalmente, no meio do tráfego ininterrupto e dos ruídos urbanos, me surgisse o oásis de sons cristalinos do « mundo de dentro » de Dori Caymmi, que se apresentou no novo e magnífico complexo do Sesc Belenzinho, inaugurado no início desse mês de dezembro. O « mundo de dentro » (título de seu último álbum) de um homem aparentemente introvertido, mas que porém, entre cada composição, dava provas de um delicioso humor meio frio, ou mais propriamente cínico, em relação a diveros assuntos musicais ou sobre atualidades diversas.
Para compor uma bela complementariedade à sua voz cavernosa e profunda, Dory convidou o paulista Renato Braz, amigo seu de longa data e excelente intérprete, bem à vontade no seu registro agudo.
Revisitando seu magnífico « Mundo de dentro » –um dos melhores discos do ano, no que me concerne- Dory nos presenteia com uma lição de maestria harmônica, que nos faz relembrar o fato de que estamos na presença de um dos melodistas mais brilhantes da música popular brasileira, em todo e qualquer estilo.
Dividindo quase todo o show com Renato Braz, Caymmi abriu o mesmo, no entanto, sozinho, com um título inédito, em homenagem ao Rio de Janeiro, sua cidade do coração... bastante conturbada, nessas últimas semanas.
Se uma boa parte das composições conta com a assinatura de Paulo César Pinheiro (« eu vou em breve festejar 41 anos de parceria com ele ; e ele, 41 anos com todo mundo », ironizava Dori, evocando a enorme produção do poeta), o mesmo também se aplica à prática de resgatar os títulos-chave de sua carreira. Dentre esses, O Cantador, música que o fez visível aos ohos do mundo, composta para Elis Regina em função do famoso Festival da Canção de 1967, escrita em parceria com Nelson Motta, sobre quem ele também ironiza... « depois o Nelson Motta me trocou pelo Lulu Santos ».
Revisitando seu magnífico « Mundo de dentro » –um dos melhores discos do ano, no que me concerne- Dory nos presenteia com uma lição de maestria harmônica, que nos faz relembrar o fato de que estamos na presença de um dos melodistas mais brilhantes da música popular brasileira, em todo e qualquer estilo.
Dividindo quase todo o show com Renato Braz, Caymmi abriu o mesmo, no entanto, sozinho, com um título inédito, em homenagem ao Rio de Janeiro, sua cidade do coração... bastante conturbada, nessas últimas semanas.
Se uma boa parte das composições conta com a assinatura de Paulo César Pinheiro (« eu vou em breve festejar 41 anos de parceria com ele ; e ele, 41 anos com todo mundo », ironizava Dori, evocando a enorme produção do poeta), o mesmo também se aplica à prática de resgatar os títulos-chave de sua carreira. Dentre esses, O Cantador, música que o fez visível aos ohos do mundo, composta para Elis Regina em função do famoso Festival da Canção de 1967, escrita em parceria com Nelson Motta, sobre quem ele também ironiza... « depois o Nelson Motta me trocou pelo Lulu Santos ».
No final, o repertório tornou-se bem diferente daquele que Dori havia apresentado em abril último no Teatro Tom Jobim do Rio de Janeiro, dando espaço para Renato Braz em alguns títulos, solando com seu violão, o que causou especial frisson com uma soberba interpretação de Onde está você (Oscar Castro Neves/ Luvercy Fiorini), em homenagem à cantora Alaíde Costa, que completou no dia 8 desse mês seus 75 anos...
Vocês com certeza perceberam que a noite desse 9 de dezembro de 2010, no novo Sesc Belenzinho de São Paulo, foi de um altíssimo gabarito musical !
Vocês com certeza perceberam que a noite desse 9 de dezembro de 2010, no novo Sesc Belenzinho de São Paulo, foi de um altíssimo gabarito musical !
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