Para a maioria dos artistas brasileiros que passam pela Europa durante nosso verão, Portugal representa quase sempre a porta de entrada para o Velho Continente. Aliás, muitos desses artistas chegam até outras cidades
lusitanas, mas não costumam ultrapassar as fronteiras portucalenses. É natural que Portugal, por suas raízes culturais mais peculiares, não seja representativo dos outros países da comunidade européia.
Então, sempre que posso, dou um pulinho até Lisboa ou à cidade d´O Porto, para checar nomes geralmente já consagrados. Este ano, inclusive, a agenda de shows começa bem recheada, com artistas de alto quilate, como Adriana Calcanhoto, Celso Fonseca, Djavan, Maria Rita, Asa da Águia, Milton Nacimento e Jobim Trio, ou ainda a Rita Lee. E isso é só o começo. Os ingressos para o ‘Pic-nic’ da Rita e para o show ‘Maré’ da Adriana ja estão na minha carteira.
Voltando à série de posts « Carta ao Rio 2008 », que iniciei em 15 de abril, contando minhas andanças pelas casas de shows da cidade maravilhosa, constatei que dessa vez poucos foram os nomes de grande repercussão, além do Milton. Mas foi muito bem assim. Afinal, tive a oportunidade de conferir, ao vivo, talentos que eu já havia « adivinhado » através dos discos.
Eu já conhecia bem, por exemplo, o Lui Coimbra, o Edu Krieger, ou o Tony Platão ; mas fui agradavelmente surpreendido pela Angela Evans, pelo projeto da
Fernanda Takai, e pela « soft bossa » da Marina Machado (ler os posts anteriores).
Ao mesmo tempo, pude verificar a reforma do Teatro Rival, no centro - que para mim perdeu um pouco da sua alma - ou descobrir novas casas como o « Conversa Fiada », na rua Vinucius de Moraes em Ipanema, além do « Lapa 40° ». Não escondo, no entanto, que ainda sinto uma grande saudade do antigo « People » quando era uma casa de show, e isso já faz tempo ; idem do « Ballroom Humaitá », que era bem mais democrático ; e também da « Mistura Fina », quando localizado na Lagoa Rodrigo de Freitas.
lusitanas, mas não costumam ultrapassar as fronteiras portucalenses. É natural que Portugal, por suas raízes culturais mais peculiares, não seja representativo dos outros países da comunidade européia.
Então, sempre que posso, dou um pulinho até Lisboa ou à cidade d´O Porto, para checar nomes geralmente já consagrados. Este ano, inclusive, a agenda de shows começa bem recheada, com artistas de alto quilate, como Adriana Calcanhoto, Celso Fonseca, Djavan, Maria Rita, Asa da Águia, Milton Nacimento e Jobim Trio, ou ainda a Rita Lee. E isso é só o começo. Os ingressos para o ‘Pic-nic’ da Rita e para o show ‘Maré’ da Adriana ja estão na minha carteira.
Voltando à série de posts « Carta ao Rio 2008 », que iniciei em 15 de abril, contando minhas andanças pelas casas de shows da cidade maravilhosa, constatei que dessa vez poucos foram os nomes de grande repercussão, além do Milton. Mas foi muito bem assim. Afinal, tive a oportunidade de conferir, ao vivo, talentos que eu já havia « adivinhado » através dos discos.
Eu já conhecia bem, por exemplo, o Lui Coimbra, o Edu Krieger, ou o Tony Platão ; mas fui agradavelmente surpreendido pela Angela Evans, pelo projeto da
Fernanda Takai, e pela « soft bossa » da Marina Machado (ler os posts anteriores).
Ao mesmo tempo, pude verificar a reforma do Teatro Rival, no centro - que para mim perdeu um pouco da sua alma - ou descobrir novas casas como o « Conversa Fiada », na rua Vinucius de Moraes em Ipanema, além do « Lapa 40° ». Não escondo, no entanto, que ainda sinto uma grande saudade do antigo « People » quando era uma casa de show, e isso já faz tempo ; idem do « Ballroom Humaitá », que era bem mais democrático ; e também da « Mistura Fina », quando localizado na Lagoa Rodrigo de Freitas.
Enfim, quando fui assistir aos shows do Milton e da Silvia Machete, fiquei um tanto intrigado ao perceber que não foram feitas grandes modificações no novo local do « Mistura » - agora no mesmo endereço do antigo « Jazzmania ». A bela vista sobre a Vieira Souto e a praia de Ipanema, a partir do Posto Seis, foi preservada ; enfim… quando a gente consegue com algum esforço limpar os vidros das grandes janelas. Só mesmo o palco mudou de lugar, mas ficou ainda pequeno demais para que a Silvia Machete se sentisse totalmente à vontade no seu show de lançamento de « Bomb of love », ao qual assisti no dia 26 de março. Entre o trapézio e o bambolê, o exíguo espaço não permitia que ela se expressasse bem, através de seu show mais performático. Mas prefiro reter na lembrança a forte personalidade da bela voz da cantora, assim como seu timbre cheio de docura e sensualidade. A divertida Silvia é capaz de espalhar seu bom humor através de suas apresentações em estilo circensce pela platéia, sem que isso não se torne um subterfúgio para esconder qualquer fraqueza vocal. Muito pelo contrário. E, ao final, retomando o mega sucesso da Cindy Lauper, ’Girls just wanna have fun’, a Silvia acertou em cheio na escolha de um título que realmente tem a cara dela. Foi a melhor e mais empolgante surpresa da minha viagem. (ler a resenha do disco no post ‘Contando estrelas’, do dia 13 de maio).
Quanto so show do Moska & Eduardo Neves, quase fui barrado no « Lapa 40° », porque tinha esquecido a minha carteira de identidade, que inclusive nunca levo comigo. Parece que não se entra assim, sem lenço e sem documento, num lugar onde se joga sinuca mais a sério. Foi bom saber que ainda tenho minha cara de menor de idade ! Bem, afinal, consegui entrar com meu próprio « jeitinho belgarioca », e pude conferir esse projeto « Moska no samba », que rolou todas as terças-feiras de abril e maio, com direito a convidados diferentes de vez eom quando. Na noite em que eu fui, era a vez da Mart’nália compartilhar o palco em duas ou três canções cuja a excelente ‘Acordando’.
Sempre mantive um bom relacionamento com o Paulinho, que já em 2004 tinha me contado sobre o projeto de gravar um disco de samba. O autor de ‘O Ultimo dia’não desistiu da idéia, e me confidenciou recetemente que, depois de um novo disco de carreira, voltará a estudar esse projeto. Engraçado e interessante, essa tendência ao longo desses últimos anos, de muitos artistas de peso desejarem voltar ao samba de raiz. Foi o caso da Zelia Duncan, da Maria Rita, do Luis Melodia, a Fernanda Abreu e muitos outros. Provavelmente alguns por razoes lovaveis, outros mais por efeito de moda ou em busca dum segundo fôlego. Mas no geral rendeu bons resultados.
Voltando a esse show animado - porém faltando um pouco de homogeneidade - o excelente saxofonista da banda do Zeca Pagodinho, Eduardo Neves, roubou a cena com sua maestria. Tocou por uma boa meia hora antes do Moska entrar. Paulinho cantou composições próprias condizentes com a ocasião, como ‘O Bilhete no fim’ e ‘Paixão e medo’, além de grandes clássicos do samba como ’A Flor e o espinho’ (Nelson Cavaquinho), ‘Rosa’ (Pixinguinha), e ’Foi um Rio …’ (Paulinho da Vilola). Ok, bem sei que ‘Rosa’ é mais uma valsa-chorinho ! O Moska se sentia bem à vontade, mas não conseguiu esquentar uma platéia pouco numerosa naquele dia. Também, o lugar e seu espaço, a meu ver, não ajudou muito. Teria que ter assistido em uma outra noite.
Quase no fim da minha viagem, tive então a chance de retornar àquele agora ascéptico Teatro Rival, para assistir à atuação do Pedro Mariano - dessa vez numa versão acústica, com baixo, violão e bateria, que caracteriza também o seu último disco de 2007 (com um teclado a mais). No palco, o cantor se sente em casa : brinca e seduz uma platéia feminina já conquistada, e prova que se firma como um dos melhores intépretes masculinos, tanto da MPB de vertente pop/soul quanto da tradicional. Ele debulhou seus sucessos de carreira (‘Tem dó’, Voz no ouvido’, ‘Tá tudo bem’, ‘Fazendo música, jogando bola’) e a maioria das canções do seu último disco ; esse último, para mim, o melhor da sua discografia, incluindo, evidentemente, o « Piano e Voz », feito em parceria com seu pai Cesar Camargo Mariano (2004). Pedro alternou os títulos atrás da bateria e à frente do palco para as melodias ; e, ao fim do espetáculo, me pareceu um tanto estático. O cantor correndo de lá pra cá em cena não atendeu ao público, que não deixava de pedir que ele dançasse. Sem resultado. Mas o roteiro dos seus 10 anos de carreira foi bem construído, e rendido graças também ao violão do Conrado Goes e do excelente baixista Leandro Matsumoto. Nesse show, bem percussivo, não faltou também, naturalmente, a homenagem à mãe : Elis.
Assim, finalmente, assisti a um show de boa qualidade, para fechar caprichosamente mais essa minha temporada musical no Rio. Como diz o Jô, « também adorei…. ».
11 commentaires:
Essa Silvia Machete parece um fenômeno, Daniel, nao a conhecia, valeu!!
Foi uma boa ideia usar enfim Youtube, cara, faltava mesmo!!
Ola Daniel!! Pequeno safado!! nao se se preferi a cançao ou o truque da "banana" da Silvia. Patricia K.
Daniel, ótimo esse youtube! O Pedro Camargo é um charme... e essa Silvia Machete é mesmo de circo, de cabaré, sei lá... e que voz!! Também a-do-rei!!! Bjs.
Olá, Dani. O Moska é uma graça... cada vez mais "menino" ; carioca demais, no melhor sentido. Inté.
Ola gente! Coitado de Paulinho...todo mundo parece seduzido pela arte da Silvia, se esquencendo dessa bela versao do Moska (<: Mas é verdade que ela é um fenômeno...convido vocés a ver mais cançoes dela no Youtube!! abraços à todos!
Silvia Machete estã cheia de sorpresas… Fique hyper sorprendida rs...mas porque não. Eu gostou muito da canção de Moska.
Beijos
Un grand merci pour votre travail véritablement instructif, je découvre à peine la MPB, Bossa Nova et autres classiques à la Chico Buarque ou Astrud Gilberto, et me voilà propulsé dans un monde de références incroyables. Votre extraordinaire travail me donne envie de poursuivre mon exploration dont je ne vois pas le bout, de la musique brésilienne sous toutes ses coutures. Bravo pour l'historique détaillé, c'est un régal pour les yeux. Je suis comme un gosse qui découvre un trésor. Et surtout, continuez à nous ravir.
Olá, Daniel!
Passei rápido pra te deixar um abraço e contar uma notícia que me deixou feliz e orgulhoso:
Meu pequeno studio de web foi convidado para criar e produzir o novo website de Edu Lobo!
Estamos felizes...
Finalmente uma boa notícia depois de alguns dias tristes.
Abração!
Bonjour Jonathan, merci pour votre commentaire! C'est sans aucun doute le meilleur encouragement que je pouvais recevoir. J'espère pouvoir prouver la richesse de la brésilienne qui, comme vous semblez l'avoir perçu, n'a pas fini de nous surprendre. Soyez toujours le bien venu ici.
Ola Calzao! que bom te ler, fazia tempo! E que boa noticia.!!O Edu fica um dos melhores melodistas da MPB ao lado do Tom, Chico Buarque ou Ivan Lins. Quem sabe, durante a proxima vez no Brasil, vai me apresentar a ele.
(Apesar do fato de ja ter tido o prazer de entrevista-lo)
Um abraço da Belgica...
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