lundi 3 août 2009

En écoute aujourd’hui : Nando Reis


(texto português em baixo)

Mon périple sur les terres portugaises a pris fin, et je peux maintenant le confirmer avec certitude : rien de tel que d’avaler du kilomètre sur les routes et les autoroutes pour se concentrer sur la musique.
Parmi les galettes que j’avais avec moi, « Drês », le dernier Nando Reis sorti il y a à peine quelques semaines au Brésil .
Avec le temps, de hitmaker talentueux, Nando s’est mué en véritable concepteur d’album. Et avec Frejat, il est sans conteste le meilleur représentant d’un rock romantique à forte connotation biographique.
Depuis son album « A Letra A » (2003), le barbu rouquin n’est parvenu que rarement à réitérer l’efficacité des nombreux classiques qu’il avait écrit pour Cássia Eller (O Segundo sol, All star, Relicário…), mais aussi avec Marisa Monte (E.C.T., Ainda lembro), Skank (Resposta), et pour Cidade Negra (Onde você mora) ou Jota Quest (Do deu lado).
Mais en revanche, ses albums ont acquis en densité. Pour lui, la création ne réside plus à composer quelques titres imparables, mais bien de concevoir un album entier, monolyte, qui reflète une tranche de (sa) vie. Ainsi « Drês » succède donc à « Sim e não » (2006) et à « A Letra A » (2003) comme un journal intime. L’artiste lui-même considère que ce dernier-né ferme une trilogie. Et musicalement, Nando Reis reste en parfaite harmonie avec son univers : une musique rock folk adulte où prédominent les guitares acoustiques et électriques. Une évolution cependant : Nando Reis a atteint une grande maturité vocale. Il n’a jamais aussi bien chanté de sa vie ! D’interprète occasionnel avec Titãs (groupe dans lequel il officia de 1982 à 2002), il devient un chanteur de rock enragé -un des meilleurs dans ce domaine !- tandis qu’il gagne encore en sensibilité sur les ballades comme le single classique Ainda não passou. Tous les titres de « Drês » ne sont pas inoubliables, mais chacun y puisera selon sa propre sensibilité.
Hi, Dri !, Drês et l’excellent Mosaico abstrato sont des brulôts rocks du meilleur cru. On y retrouve toute l’énergie que le compositeur extériorise sur scène avec son groupe Os Infernais.

Autre beau moment de l’album, Livre como um deus, un titre pop sérieux qui termine dans une sorte d’apocalypse, et Pra você guardei o amor, un duo harmonieux avec Ana Canãs qui prouve que la jeune chanteuse de São Paulo possède un timbre plus qu’intéressant quand elle veut bien ne pas s’aventurer dans des improvisations incontrôlées (ce qu’elle ne peut cependant pas s’empêcher de faire à la fin de la chanson !). Le reste de l’album visite des titres plus faciles parfois proche du post-hippy (les relents Beatles évidents de Conta), mais l’ensemble n’en reste pas moins attachant, et -ce qui ne trompe pas- sonne extrêmement sincère



Escutando hoje : Nando Reis*

Meu périplo pelas terras portuguesas finalmente terminou, e eu posso agora afirmar com convicção : nada melhor do que encarar alguns kilômetros de estradas e auto-estradas para a gente se concentrar na música.
Entre os discos que eu tinha comigo : « Drês », o último de Nando Reis, que foi lançado há algumas semanas no Brasil.
Com o tempo, de talentoso compositor de « hits », Nando transformou-se num verdaderio « autor » de álbuns. E junto com Frejat, ele é, sem discussão, o melhor representante de um rock românico contendo uma forte conotação biográfica.
Desde seu álbum « A Letra A » (2003), o barbudo ruivo não chegou mais que raramente a reiterar a potência de numerosos clássicos que ele havia escrito para Cássia Eller (O Segundo sol, All star, Relicário…), mas também grandes composições feitas em parceria com Marisa Monte (E.C.T., Ainda lembro), Samuel Rosa (Resposta), ou para o Cidade Negra (Onde você mora) ou o Jota Quest (Do deu lado).
Mas em compensação, seus álbuns adquiriram densidade. Para ele, a criação não reside mais em compor alguns títulos infalíveis, mas sim em conceber um álbum inteiro, monolítico, que reflete uma fatia de (sua) vida. Dessa forma, « Drês » sucede então a « Sim e não » (2006) e a « A Letra A » (2003) como um diário íntimo. Assim, o próprio artista considera que esse último disco fecha uma trilogia. E musicalmente, Nando Reis continua em perfeita harmonia com seu universo : uma música rock « folk » adulta na qual predominam os violões acústicos e elétricos. Contudo, uma evolução marcante : Nando Reis atingiu uma grande maturidade vocal. Ele jamais cantou tão bem em toda a sua carreira! De intérprete ocasional junto com os Titãs (grupo do qual ele foi integrante de 1982 à 2002), Nando torna-se um cantor de rock furioso - um dos melhores nesse campo ! - enquanto que ganha ainda em sensibilidade nas suas baladas como o « single » Ainda não passou. Nem todos os títulos de « Drês » são exatamente inesquecíveis, mas cabe a cada um que escuta lançar mão de sua própria sensibilidade. Hi, Dri !, Drês, e o excelente Mosaico abstrato, são desses rocks pulsantes apimentados com o melhor dos temperos. É possível aí encontrar toda a energia que o compositor exterioriza em cena com seu grupo : Os Infernais.
Outro bom momento do disco, Livre como um deus, é uma música pop séria, que termina num tipo de apocalipse ; e Pra você guardei o amor, um duo harmonioso com Ana Canãs que comprova que a jovem cantora de São Paulo possui um timbre mais do que interessante quando decide deixar de se aventurar por improvisações incontroláveis (o que ela, no entanto, não se furta a fazer no final da canção !). O restante do álbum visita títulos mais fáceis, algo por vezes próximo ao pós-hippie (traços evidentes dos Beatles, em Conta), mas o conjunto da obra não fica por isso menos coeso ; e – o que não dá margem a dúvidas – soa extremamente sincero.

1 commentaire:

Anonyme a dit…

gostei do Post. Tuka

CE BLOG EST DÉDIÉ AUX CURIEUX QUI AIMERAIENT CONNAÎTRE L'ART ET LA MUSIQUE POPULAIRE BRÉSILIENNE. UNE OCCASION POUR LES FRANCOPHONES DE DÉCOUVRIR UN MONDE INCONNU OU IL EST DE MISE DE LAISSER SES PRÉJUGES AU VESTIAIRE.