mercredi 1 juillet 2009

Cargo de nuit…

Un animateur de radio, quelque part, seul dans la nuit...!

(texte français plus bas)

Cargueiro noturno...

É uma sensação muito inebriente essa de encontrar-se só diante dos equipamentos de controle de uma estação de rádio, no meio da noite, enquanto a cidade dorme, e quando não há viv´alma no prédio que abriga o estúdio. Uma espécie de sensação de ser o senhor do mundo, ou o capitão de um navio no qual o leme teria sido substituído por uma grande mesa de mixagem da qual eu nem conheço a utilidade da metade dos manches e dos sinais luminosos. Essa sensação de solidão – mas de plenitude – te dá a impressão de reinar sob as ondas hertizianas e através dos meandros da Internet.
Os estúdios da Rádio Judaica são grandes, novos em folha, e a iluminação tênue te faz mergulhar nessa atmosfera de mistério que se percebe em certos filmes policiais americanos, nos quais o personagem principal, com sua voz cavernosa, responde às almas aflitas que querem abrir-se em confidências. Nessas cenas, geralmente é o serial killer que, pelo telefone, usa a emissão noturna como um exutório, bem mais íntimo que um confessionário.
Bom... Nada assim tão romanceado no meu caso, mas esse clima « noir » intimista em particular era o que predominava nesse último Tropicália da temporada.
Na verdade, houve uma mudança de última hora, pois ocorreu um problema técnico que não permitiu que o programa se desenrolasse dentro de seu horário habitual, que é a partir das 21 :45 h (hora de Bruxelas), às segundas-feiras.
Foi então um tanto na emergência que eu consegui um horário improvisado nessa última terça, 30 de junho, exatamente à meia-noite. E assim fomos até às 4 da manhã ! Foi então, de qualquer forma, o dia do « Tropicália Night » !
Quatro horas de programa, uma duração fora do comum para uma transmissão que eu desejava que fosse vibrante, pelos meus 20 anos de convivência com as músicas do Brasil (vide os posts de 11 e de 13 de junho). Eu queria simplesmente pincelar de maneira bem sucinta certos momentos musicais que vieram – de uma forma ou de outra – a me envolver e alegrar ao longo dessas duas décadas. De fato, essa abordagem provou-se utópica : quanto mais eu tentava estabelecer uma programação perfeita, compacta, mais eu me afastava dela. Missão impossível. Meu ecletismo cujo sempre gostei de me vangloriar e colocar em destaque, transformou-se no meu maior inimigo (« a mente eclética, mais cedo ou mais tarde, vai levá-lo à loucura... » - já disse o grande sábio !). E eu decidi finalmente – para obter uma maior homogeneidade – sacrificar um bom número dessas pequenas lembranças musicais que seriam tantas quanto as madeleines de Proust.
Mas o resultado não foi menos sedutor, como vocês podem constatar mais abaixo.

A transmissão direta tira férias por dois meses, mas o show continua ! Como vocês já sabem, inúmeros episódios inéditos continuarão a ser editados em podcast, numa base semanal até a reprise do programa ao vivo na Rádio Judaica, na segunda-feira 31de agosto de 2009. E esse famoso « Tropicália Night 28 » (em quatro blocos) vai estar então disponível para vocês através do site PODOMATIC, e também através desse blog, ao longo de todas as férias européias. A festa da música tupiniqium tem que rolar de qualquer maneira !
Em tendo apetite, aqui abaixo, então, a lista das fatias servidas...





C’est une sensation très grisante que celle de se retrouver seul aux commandes d’une station de radio, en pleine nuit, tandis que la ville dort, et qu’il n’y a âme qui vive dans le bâtiment qui abrite le studio. Une sorte de sensation d’être le Maître du monde, ou le Capitaine d’un navire où la barre serait remplacer par une grande table de mixage dont je ne connais pas l’utilité de la majorité des manettes et des voyants lumineux. Cette sensation de solitude -mais de plénitude- vous donne l’impression de régner en souverain sur les ondes hertziennes et au travers des méandres d’internet. La moindre stupidité que je pourrais balancer serait relayer partout dans le monde où se trouve le plus basique des ordinateurs.

Les studios de Radio Judaica sont grands, flambant neuf, et la lumière tamisée vous plonge dans cette atmosphère de confidence que l’on voit parfois dans ces films policiers américains, où l’animateur à la voix caverneuse répond aux âmes égarées en souffrance qui se confient. Dans ces scénarios c’est souvent le sérial killer qui, par le biais du téléphone, prend l’émission nocturne pour un exutoire, bien plus intime qu’un confessionnal.
Bon…Rien d’aussi romanesque dans mon cas, mais ce climat feutré et particulier était bien celui de ce dernier Tropicália de la saison.
En vérité, il y avait eu un buzz de dernière minute, puisqu’un problème technique n’avait pas permis que le programme se déroule dans sa case horaire habituelle, c’est-à-dire le lundi à partir de 21h45 (heure de Bruxelles).
C’est donc un peu dans l’urgence que j’obtins une tranche improvisée ce mardi 30 juin, à minuit exactement…Et cela jusqu’à 4 heures du matin ! Ce fut donc en quelque sorte la Tropicália Night !
Quatre heures de programme, un timing inhabituel pour une émission que je voulais flamboyante pour mes 20 années de coexistence avec les musiques du Brésil (voir post du 11 et 13 juin). Je désirais juste survoler de manière très succincte quelques moments musicaux qui m’avaient - d’une manière ou d’une autre- envoûter ou exalter durant ces deux décennies. En fait, cette démarche relevait de l’utopie puisque, plus je tendais à vouloir établir la programmation parfaite, plus je m’en éloignais. Mon éclectisme dont j’aime à me vanter était devenu mon pire ennemi (« eclectic mind will soon or later drives you insane… » disait le grand sage !). Et je décidais finalement -pour tendre à une meilleure homogénéité- de sacrifier bon nombre de ces petits souvenirs musicaux qui étaient autant de madeleines de Proust.
Mais le résultat n’en fut pas moins séduisant comme vous pourrez le constater ci-dessous.



L’émission en direct prend congé pour deux mois, mais le show continue ! Comme vous le savez de nombreux épisodes inédits continueront à être édité à raison d’un par semaine, et ceci jusqu’à la reprise du programme, le lundi 31 août 2009. Et cette fameuse Tropicália Night (en quatre blocs) vous sera donc livré sur le site PODOMATIC et sur ce blog tout au long des vacances européennes.
En avant goût, voici donc la liste des morceaux diffusés…



TROPICALIA NIGHT, 30/ 06 : Festa da música tupiniquim...

BLOCO 1 :

-BETH CARVALHO : « Meu samba diz » (Sombra/ Sombrinha/ Adilson Vitor) -1989-

-LUIZ MELODIA & ELZA SOARES : « Fadas » (Luiz Melodia) -2002-
-PAULINHO DA VIOLA : « Coração leviano/ Argumento » ao vico (Paulinho da Viola) -1997-
-MARIA BETHÂNIA, GILBERTO GIL, CAETANO VELOSO : « Alguém me avisou » (Dona Ivonne Lara) -1980-
-FAROFA CARIOCA : « São Gonça » (Seu Jorge) -1997-
-MARIA RITA : « Cara valente » (Marcelo Camelo) -2003-
-ROSA PASSOS & IVAN LINS : « Abajur lila » (Rosa Passos/ Ivan Lins/ Fernando de Oliveira) -1996-
-JOÃO GILBERTO & MIÚCHA : « Izaura » (Herivelto Martins) -1973-
-VINICIUS & TOQUINHO : « Samba da volta » (Vinicius de Moraes/ Toquinho) -1973-
-SERGIO MENDES & BRAZIL 66 : « Like a lover » (Dori Caymmi/ N.Motta/ M.Bergman/ A.Bergman) -1968-
-CHICO BUARQUE : « Cantando no torro » (Chico Buarque) -1988-
-GILBERTO GIL : « Pop wu wei » (Gilberto Gil) -1997-
-CLARA NUNES : « Ijexá » (Edil Pacheco) -1983-




BLOCO 2 :

-GABRIEL O PENSADOR : « Festa da música » (Gabriel o Pensador/ Memê) -1997-

-PARALAMAS DO SUCESSO : « O Trem da juventude » (Herbert Vianna) -1998-
-MARINA LIMA : « Virgem » (Marina Lima/ Antonio Cícero) -1987-
-KID ABELHA : « Grand hotel » ao vivo (G.Israel/ P.Toller/ Lui Farias) -1994-
-ADRIANA CALCANHOTTO : « Esquadros » (A. Calcanhotto) -1992-
-GUILHERME ARANTES : « Meu mundo e nada mais » ao vivo (G.Arantes) -1990-
-DJAVAN : « Carnaval no Rio » (Djavan) -1987-
-LEILA PINHEIRO : « Pra iluminar » (Eduardo Gudin) -1988-
-CAETANO VELOSO : « Itapuã » (Caetano Veloso) -1991-
-BELLO VELLOSO & MARIA BETHÂNIA : « Brincando » (Alexandre Leão/ Mabel Velloso) -1994-
-JORGE BENJOR : « Amante amado» (Jorge Ben) -1978-




BLOCO 3 :

-FERNANDA ABREU : « Veneno da lata » (F.Abreu/ Will Mowatt/ H.Vianna) -1995-

-GAL COSTA : « Salvador não inerte/ Ladeira do Pelô » (Bobôco/ Beto Jamaica/ Betão) -1990-
-DANIELA MERCURY : « Batuque » (Rey Zulu/ G.Evangelista) -1992-
-BANDA MEL : « Prefixo do verão » (Beto Silva) -1992-
-ALCEU VALENÇA & ZIZI POSSI : « Tesoura do desejo » (Alceu Valença) -1992-
-NEY MATOGROSSO : « FM Rebeldia » (Alceu Valença) -1993-
-CHICO SCIENCE & NAÇÃO ZUMBI : « Rios, pontes e overdrives » (Chico Science/ Zero Quatro) -1994-
-LENINE : « Candeeiro encantado » (Lenine/ P.C.Pinheiro) -1997-
-ZECA BALEIRO : « Salão de beleza» (Zeca Baleiro) -1997-
-RITA RIBEIRO : « Missiva » (Zeca Baleiro) -1997-
-ANA CAROLINA : « Garganta » (Totonho Villeroy) -1999-
-DANIELA MERCURY : « O Mais belo dos belos/ O Charme da liberdade » (Guiguio/ V.Farias/ A.Poesia) -1992-




BLOCO 4 :

-TOM JOBIM : « Águas de março » (Antônio Carlos Jobim)
-1973-
-TOM JOBIM & EDU LOBO : « Pra dizer adeus » (Edu Lobo/ Capinam) -1981-
-NEY MATOGROSSO & RAFAEL RABELLO : « O Mundo é um moinho » (Cartola) -1990-
-ZÉ RENATO : « Porque estou aqui » (Zé Renato/ Arnaldo Antunes) -2000-
-PAULINHO MOSKA : « O Último dia » (Moska/ Billy Brandão) -1995-
-RITA LEE : « Menino bonito » (Rita Lee) -1974-
-NILA BRANCO : « Dessa vez » (Nando Reis) -2004-
-BARÃO VERMELHO : « Por você » (Frejat/ M. Barros/ M.Sta Cecilia) -1998-
-CÁSSIA ELLER : « Partners » (P.Ricardo/ P.Pagni/L.Schiavon) -1994
-LEGIÃO URBANA : « Tempo perdido » (Bonfá/ Russo/ Villa-Lobos) -1993-
-RENATO RUSSO : « La forza della vita » (P.Vellesi/ Dati) -1995-
-LOS HERMANOS : « Deixe o verão » (Rodrigo Amarante) -2003-



3 commentaires:

Segolène a dit…

Ce fut une formidable saison Daniel...On te supporte jusqu'au bout de la nuit!! (-:
Ségo

Cousin Hub a dit…

Que les dieux de la MPB (ou plutôt les maisons de disques!!) t'élèvent une statue! You deserve it!!

Schtrumpfão a dit…

Du rock à la samba, moi ton éclectisme, ça me va!! Até breve Dani!!

CE BLOG EST DÉDIÉ AUX CURIEUX QUI AIMERAIENT CONNAÎTRE L'ART ET LA MUSIQUE POPULAIRE BRÉSILIENNE. UNE OCCASION POUR LES FRANCOPHONES DE DÉCOUVRIR UN MONDE INCONNU OU IL EST DE MISE DE LAISSER SES PRÉJUGES AU VESTIAIRE.