samedi 10 janvier 2009

La pop « haute couture » de Paula Toller.

Paula Toller: égérie chic de la pop brésilienne

(texto em português em baixo)*

Où étiez-vous et que faisiez-vous le 12 août de l’année dernière ?

Peu de chances que vous vous en souveniez, à moins que vous ayez été aimablement conviés à ma table pour honorer, comme il se doit, la date de mon anniversaire…Ou encore, que vous vous soyez rendus à un des deux concerts donnés simultanément ce jour-là dans la zona sul de Rio de Janeiro. Deux concerts qui allaient être immortalisés sur cd et dvd et qui furent ingénieusement mis sur le marché entre-temps pour les fêtes de fin d’année.
Ce 12 août donc, dans le quartier de Leblon dans la salle Oi Casa Grande, la très glamour Paula Toller enregistrait le show de la tournée « Nosso ». Et à 15 minutes de là, en taxi, Celso Fonseca jouait au Canecão de Botafogo, au milieu de quelques invités prestigieux dont Gilberto Gil, Ana Carolina ou Roberta Sà…
Quel dilemme si nous nous étions retrouvés dans la ville merveilleuse…
En fait, pas tant que ça, à en voir le résultat qui nous est livré en dvd.
Mais d’abord quelques mots sur ces deux artistes, et aujourd’hui Paula Toller
La chanteuse est une figure centrale de la mouvance pop/ rock qui balaya tout le Brésil au début des années 80. Les points névralgiques de cette nouvelle tendance se situaient à Brasilia avec des groupes comme Legião Urbana, Paralamas do Sucesso ou Capital Initial ; à São Paulo avec Titãs, Ira !, ou Ultraje á rigor ; ou enfin à Rio avec Barão Vermelho, Blitz, ou Kid Abelha qui animaient la ville et les ondes de radio Fluminence qui jouait les démos de cette génération de nouveaux groupes. Il en existait d’ailleurs des dizaines d’autres, mais je cite ici ceux qui ont perpétué une belle carrière.

Kid Abelha: Bruno Fortunato, Paula Toller et George Israël

En 1981, la blonde Paula (qui ne l’était pas à l’époque !), avec le bassiste Leoni, le guitariste George Israël, et par la suite Bruno Fortunato, allaient former le groupe Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, qui deviendra un peu plus tard tout simplement Kid Abelha. Une première démo –Distração- en 1982, un premier single Pintura Intíma produit par le rockeur devenu pop star, Lulu Santos, et le groupe s’envole déjà vers les hautes sphères du succès national grâce à son premier album (1984), « Seu espião ». Un disque qui comportera l’irrésistible « Como eu quero ».
En 1986, Leoni, également brillant compositeur, sort du groupe qui se présente alors comme un trio où chacun des protagonistes possède son rôle propre : Paula qui attire toute la lumière, l’exubérant George Israël qui s’occupe des arrangements et qui se partage entre la guitare et le saxophone, et Bruno Fortunato, le guitariste taiseux et taciturne : le musicien un peu dans l’ombre.
Le but ici n’est pas de faire l’historique du groupe, mais il faut savoir que Kid Abelha, dont la carrière est faite de quatorze albums en 25 ans, n’a jamais connu de période noire, a accumulé les hits, et demeure depuis longtemps le plus gros vendeurs d’albums de toute la pop brésilienne. Son dvd « MTV Acústico » réalisa l’exploit d’être vendu à plus d’un million d’exemplaires en 2002 et resta pour chaque année qui suivit une des meilleures ventes du marché jusqu’à aujourd’hui ! La pop de Kid Abelha est simple et efficace, de qualité, mais la personnalité de Paula Toller fait pour beaucoup dans le succès du groupe. Son image d’actrice blonde française classieuse (une Catherine Deneuve des années 60), sa beauté froide de papier glacé, ont fait de Paula Toller une icône sexy de la MPB. Sa voix, qui pourtant ne la range pas parmi les virtuoses, charme par un timbre tout personnel qui reflète parfaitement son apparence. Tout réside dans son interprétation qui ne se risquera jamais à l’improvisation, ni ne sortira des lignes préalablement tracées, mais qui possède un charme de par cette sorte de distanciation.
Sans vouloir mettre une fin au groupe, Paula décida de mener une vie artistique parallèle en 1998, avec un très bon premier album solo, suivi un peu moins de 10 ans plus tard, par « Sónós » (2007).
Cet album raisonnable, ainsi que le dvd/cd « Nosso » qui vient donc de sortir, furent encensés par la critique de manière assez exagérée. Comme si la chanteuse -qui est aussi devenue une icône gay- avait hypnotisé toute la gente masculine. Et c’est vrai que sa ligne de mannequin impressionne pour ses 46 ans.

L'entrée en scène de Paula Toller: un streap tease à l'envers...

Un excellent ami et lecteur assidu de ce blog, présent au concert du 12 août, m’avait fait part de son ennui durant le show. Un ennui que j’ai hélas retrouvé à la vision de « Nosso », le dvd.
Tout est esthétiquement parfait et étudié avec minutie, mais face à un parterre gagné à sa cause, la chanteuse n’arrive pas à imposer son charisme. Les chansons ne sortent pas des versions enregistrées, sa prestance sur scène paraît bien empruntée, et l’interaction avec le public est modérée. Seule, son entrée sur scène cinématographique, lorqu’elle chausse ses escarpins à haut talon, apporte un côté érotico ingénu qui s’évanouit par la suite. Et je préfère ne pas commenter la reprise de ces classiques de la samba que sont E O mundo não se acabou et 1800 colinas. Un univers qui n’est pas vraiment le sien.
Mais que l’on se rassure pour la belle, l’album et le dvd sont déjà des records de ventes poussés par le medley Sáude/ Só love, qui est martelé en radio…Voici cependant un bon moment du show...

*Eis aqui a tradução do texto destinado ao leitores francôfonos, ou seja que indica fatos que muitos dentre vocês, brasileiros, já sabem...

O pop “alta costura” de Paula Toller

Onde você estava e o que fazia em 12 de agosto do ano passado?
São poucas as chances de que você se lembre; a não ser que você tenha sido amavelmente convidado para sentar-se à minha mesa para comemorar o dia do meu aniversário, o que teria sido ótimo…Ou ainda, que tenha optado por um de dois shows que aconteceram simultaneamente na zona sul do Rio de Janeiro. Dois shows que foram imortalizados em cd e dvd, e ingenuamente lançados no mercado mais à frente, visando as festas de fim de ano.
Nesse 12 de agosto passado, então, na sala Oi Casa Grande, no bairro do Leblon, a glamurosa Paula Toller lançava o show da tournée “Nosso”. E a quinze minutos de táxi dali, no Canecão, em Botafogo, Celso Fonseca tocava, em meio a convidados de prestígio como Gilberto Gil, Ana Carolina e Roberta Sá
Que dilema se eu estivesse nesse dia na Cidade Maravilhosa...
Na verdade, até certo ponto, é possível avaliar o resultado através do material lançado em dvd.
Mas acima de qualquer chavão acerca desses dois artistas, e atualmente Paula Toller…
A cantora é uma figura central na mudança do pop / rock que sacudiu todo o Brasil no início dos anos 80.
Os pontos nevrálgicos dessa nova tendência concentravam-se em Brasília, onde nasceram grupos como Legião Urbana, Paralamas do Sucesso e Capital Inicial; em São Paulo, com os Titãs, o Ira !, e o Ultraje a Rigor; e enfim, no Rio, com Barão Vermelho, Blitz e Kid Abelha – animando a cidade através das ondas da Rádio Fluminense, que tocava os demos dessa nova geração de grupos. Existiam dezenas de outros, mas menciono aqui aqueles que perpetuaram uma carreira consistente.
A loura Paula (que nem era loura naquela época!), junto com o baixista Leoni, o guitarrista George Israël, e um pouco mais tarde, Bruno Fortunato, iriam então formar o grupo Kid Abelha e os Abóboras Selvagens em 1981, que viriam a denominar-se simplesmente Kid Abelha depois. Uma primeira demo – Distração; e em 1982 um primeiro single, “Pintura Íntima”, produzidos pelo roqueiro e futuro pop star Lulu Santos, levou o grupo mais para perto das altas esferas do sucesso nacional, conquistado através de de seu primeiro álbum – “Seu Espião” (1984). Um disco que contém a irresistível “Como eu quero”, entre outros. Em 1986, o Leoni, compositor brilhante e fornecedor de muitos sucessos do Kid, sai da banda que passa a apresentar-se como um trio, no qual cada protagonista desempenha seu próprio papel. Paula, que lança toda a sua luz; o exuberante George Israël, que se ocupa dos arranjos e que se divide entre a guitarra e o saxofone; e Bruno Fortunato, o guitarrista calado e taciturno: o músico um pouco na penumbra.
A questão aqui não é traçar o históico do grupo, mas é importante que se diga que o Kid Abelha, com uma carreira de 14 álbuns em 25 anos, jamais passou por uma fase difícil: produziu um montão de hits iresistiveis, e deve ser simplesmente o maior vendedor de discos de todo o pop brasileiro, se não me engano.
Seu dvd “MTV Acústico”, conseguiu o fenômeno de ter vendido mais de um milhão de cópias em 2002, e deixou para cada ano subsequente a marca de um dos melhores vendedores do mercado fonográfico até os dias de hoje! O pop do Kid Abelha é simples e eficiente, de qualidade, mas a personalidade de Paula Toller contribiu muito para o sucesso do grupo. Sua imagem de atriz loura francesa “classuda” (como Catherine Deneuve nos anos 60) e sua beleza fria de papel fitrificado, fizeram de Paula Toller um ícone sexy da MPB. Sua voz, que no entanto não a coloca no círculo das virtuoses, seduz por um timbre todo pessoal, que reflete perfeitamente sua aparência. Tudo reside em sua interpretação , que não se arriscará jamais à improvisação, nem tampouco sairá dos trilhos pré-traçados, mas que passa um charme exatamente por essa espécie de distanciamento.
Sem desejar o fim do grupo, Paula resolve desenvolver uma via artística paralela em 1998, com um primeiro álbum solo muito bom, e um segundo trabalho pouco menos de dez anos mais tarde, em 2007, “Só nós”
Esse álbum razoável, assim como o cd /dvd “Nosso”, que acaba então de sair, foram incensados pela crítica de maneira bastante exagerada. Como se a cantora – que também tornou-se um ícone gay – tivesse hipnotizado todo o público masculino. E é verdade, sem dúvida, que seu corpo impressiona, especialmente em se tratando de uma mulher de 46 anos.
Um grande amigo meu e leitor assíduo desse blog, que foi ao tal show do dia 12 de agosto, me fez compartilhar de seu tédio durante o espetáculo. Um tédio que eu já havia pressentido assitindo ao dvd “Nosso”. Tudo é esteticamente perfeito, e estudado milimetricamente; mas em vista de uma platéia já pré-conquistada, a cantora não chega nem a exibir seu carisma. As canções não fogem das versões gravadas, sua presença em cena parece um tanto morna, e a interação com o público é moderada. Só sua entrada em cena é cinematográfica, quando ela então calça seu scarpin de salto alto, instala um leve clima ingênuo-erothique que se dissipa em seguida. E eu prefiro nem comentar a reprise dos clássicos do samba como “E O mundo não se acabou” e “1800 colinas”. Um universo que não é verdadeiramente o dela. Mas podem ficar tranquilos pela bela Paula: o álbum e o dvd já são recordistas de vendas, puxados pelo mix Sáude / Só love, que toca no rádio sem parar...Eis aqui porém, um bom momento do show, e um clipe de 1991 da Paula com os meninos do Kid Abelha


PAULA TOLLER: "Derretendo satélites"
/ KID ABELHA: "Grand Hotel" (clip original)




1 commentaire:

Anonyme a dit…

Não entendo, sinceramente, esse "encantamento" em torno da Paula Toller. Pra mim é um mistério... Só mesmo os homens devem entender! Loura gelada... rs.

CE BLOG EST DÉDIÉ AUX CURIEUX QUI AIMERAIENT CONNAÎTRE L'ART ET LA MUSIQUE POPULAIRE BRÉSILIENNE. UNE OCCASION POUR LES FRANCOPHONES DE DÉCOUVRIR UN MONDE INCONNU OU IL EST DE MISE DE LAISSER SES PRÉJUGES AU VESTIAIRE.