lundi 31 janvier 2011

29/01 : Luísa Maita, Oi Futuro Ipanema.

Luísa Maita, Oi Futuro Ipanema, 29/01 (foto Daniel A.)

-texte français plus bas
-texto português traduzido do francês com outras fotos

Em 2009, Rodrigo Campos –músico que já havia acompanhado Arnaldo Antunes, Céu, Vanessa da Mata e Fabiana Cozza- surpreendeu o mundo musical brasileiro, com um ovni vindo de algum lugar : « São Mateus não é um lugar tão longe assim », um dos álbuns mais poéticos e pungentes lançados nesses últimos anos.
Uma poesia urbana, melancólica e narrativa –quase filmográfica- sobre os bairros da zona oeste de São Paulo, um dos berços do samba da cidade.
Mas não sendo ele mesmo um verdadeiro cantor, Rodrigo Campos deixou uma parte de seus títulos a cargo da voz de sua companheira, Luísa Maita, na época uma promessa feminina de quem esperávamos ainda o primeiro opus.

Tal acontecimento tomou forma em 2010, com « Lero Lero », um álbum igualmente consagrado por unanimidade como um dos melhores do ano passado, tanto no Brasil quanto pelas revistas estrangeiras especializadas.
Numa linha bem próxima à de Campos (o que fez com que alguns dissessem que « Lero Lero » seria uma espécie de segundo volume de « São Mateus… »), Luísa Maita mostra não somente uma interpretação sensível, mas também um talento de compositora incontestável, através da quase totalidade das canções (8 títulos dos 11 do disco). E é mesmo verdade que, em certos trechos, a ambientação que reina é de uma proximidade bem embaralhada com aquela do universo de Rodrigo Campos.

Eu já havia tido a oportunidade de assistir ao casal apresentando « São Mateus.. » em maio passado, numa antiga fábrica, a Casa das Caldeiras de São Paulo, um espaço bastante underground, muito acanhado para que se pudesse ter uma idéia melhor da presença cênica de Luísa.

Luísa Maita e Fernando Nunes, no transito noturno de Sampa (foto Daniel A.)

Foi então agora que aconteceu a oportunidade –na pequena sala da Oi Futuro Ipanema, nesse 29 de janeiro- de assistir a uma das numerosas revelações vindas de Sampa, que afirmaram-se durante o ano que passou.
Cercada por Érico Theobaldo (bateria e programações), Fernando Nunes (baixo) e Rafael Moraes (violão e efeitos), a cantora se apresentou em simbiose com sua música, envolta em delicadeza e mistério, movendo-se casualmente com elegância, à frente de projeções alternando ambientações psicodélicas e paisagens urbanas de São Paulo. Uma espécie de São Paulo imersa num transe, embriagada ; uma impressão acentuada pela voz hipnótica de Luísa (um mínimo dissonante nas notas cantadas mais alto), ou ainda pelos efeitos sonoros com os quais nos embalavam os três músicos em cena. Revisitando a integralidade de seu álbum –ao qual ela adiciona dois títulos dos paulistas Bruno Moraes e Junio Barreto- Luísa Maita consegue aquilo que eu no entanto receava um pouco... Cativar o público durante uma hora inteira e mais 20 minutes que compunham sua apresentação. Uma bela nota final para esse que foi o último show dessa viagem, no que me concerne...

dimanche 30 janvier 2011

29/01 : Luísa Maita, Oi Futuro Ipanema.

Luísa Maita, Oi Futuro Ipanema, 29/01 (photo Daniel A.)

-texto português em breve

En 2009, Rodrigo Campos –musicien qui avait déjà accompagné Arnaldo Antunes, Céu, Vanessa da Mata et Fabiana Cozza- surprenait le monde musical brésilien, avec un ovni venu de nulle part : « São Mateus não é um lugar tão longe assim », un des albums les plus poétiques et poignants, sortis ces dernières années. Une poésie urbaine, mélancolique et narrative -presque filmographique- sur le quartier de la zone ouest de Sao Paulo, un des berceaux de la samba de la ville.
N’étant pas, en lui-même, un véritable chanteur, Rodrigo Campos avait laissé une partie des titres dans la voix de sa compagne, Luísa Maita, alors une promesse féminine dont on attendait toujours le premier opus.

Ce fut chose faite en 2010 avec « Lero Lero », un album également unanimement consacré comme l’un des meilleurs de l’année écoulée, tant au Brésil que dans des revues spécialisées étrangères.
Dans une ligne très proche de Campos (ce qui fait dire à certain que « Lero Lero » est une sorte de deuxième volume de « São Mateus… »), Luísa Maita montre non seulement une interprétation sensible, mais aussi un talent de compositrice indéniable sur presque l’intégralité des chansons (8 titres sur les 11). Et il est vrai que sur certains morceaux, l’ambiance qui règne est d’une proximité confondante avec celle du monde de Rodrigo Campos.

J’avais eu l’occasion de voir le couple présenté « São Mateus.. » en mai dernier, dans l’ancienne fabrique Casa das Caldeiras de São Paulo, un endroit plutôt underground, trop exigu que pour donner une idée de la présence scénique de Luisa.

Luisa entre Fernando Nunes et Érico Theobaldo,
Oi Futuro Ipanema, 29/01 (photo Daniel A.)


Ce fut donc l’occasion –dans la petite salle du Oi Futuro Ipanema, ce 29 janvier- de voir l’une des nombreuses révélations venues de Sampa, qui se sont affirmées en 2010.
Entourée de Érico Theobaldo (batterie et programmations), Fernando Nunes (basse) e Rafael Moraes (guitare acoustique et effets), la chanteuse se présenta en symbiose avec sa musique, toute en délicatesse et mystère, se mouvant nonchalamment avec élégance, devant des projections alternant ambiances psychédéliques et vues urbaines de São Paulo… Une sorte de São Paulo noyée dans un état second, ivre, une impression accentuée par la voix hypnotique de Luísa (un rien dissonante sur les notes chantées plus fort) ou encore par les effets sonores que nous balançaient les trois musiciens. Revisitant l’entièreté de son album –auquel elle ajouta deux titres des paulistes Bruno Moraes et Junio Barreto- Luísa Maita réussit ce que je redoutais pourtant….Captiver le public durant l’heure et 20 minutes de sa représentation. Une belle note finale pour ce qui fut le dernier concert de ce voyage, en ce que me concerne…

vendredi 28 janvier 2011

TROPICALIA MPB 71 (part 1)




photo/ Foto: Rodrigo Bittencourt, dans Tropicalia 71 (part 1),
...en solo ou membre de Les Pops


Eis aqui a lista das canções tocadas ao vivo no programa Tropicália, na Rádio Judaica, o dia 30/01. Como foi indicado nos posts antérior, este episódio foi gravado no Rio de Janeiro no dia 31/01. Pra escutar este programa, e outros mais antigos, cliquem AQUI.

Voici la liste des titres joués en direct dans le programme Tropicalia du 30/01, sur Radio Judaica. Comme indiqué dans le post antérieur, cet épisode fut enregistré à Rio de Janeiro, le 31/01.
Pour réécouter cette émission et d’autres plus anciennes, cliquez ICI

ARÍCIA MESS : « Hora boa » (Arícia Mess/ Suely Mesquita)
JUCA NOVAES : « Quem viver vera » (Rafael Altério/ Juca Novaes)
MÓVEIS COLONIAIS DE ACAJU : « Lista de casamento » (Móveis Coloniais de Acaju)
CARLOS PONTUAL : « 4 horas da manha » (Carlos Pontual)
RODRIGO BITTENCOURT : « Ipanema Inn » (Rodrigo Bittencourt)
LES POPS : « E la nave va » (Rodrigo Bittencourt)
AUTORAMA : « Eu era pop » (Autorama)
TIHUANA : « Tropa de elite » (Roman/ Egypcio/ Leo/ PG/ Jonny/ Baia)
NEY MATOGROSSO : « Fala » (João Ricardo/ Luhli)
PATRICIA MARX & BRUNO E. : « Carnaval de ilusão » (Patricia Marx/ Bruno E./ Osvaldinho da cuíca)
MARCOS SACRAMENTO & SORAYA RAVENLE : « Tem que rebolar » (José Batista/ Magno de Oliveira)
NILZE CARVALHO : « Doces recordações » (D. Ivone Lara/ Délcio Carvalho)
ANDRÉ MEHMARI & HAMILTON DE HOLANDA : « Intocável » (Hermeto Pascoal)
NANA VASCONCELLOS : « Santa Maria » (Kituxi)
MÔNICA SALMASO & PAULO BELLINATI : « Canto de Ossanha » (Baden Powell/ Vinicius de Moraes)

26/01 : « Breque moderno », Marcos Sacramento e... Beatriz Faria, Teatro Rival.

Beatriz Faria e Marcos Sacramento, 26/01, Teatro Rival (foto Daniel A.)

-texte français plus bas

-texto português traduzido do francês, com outras fotos

A foto acima reúne Marcos Sacramento e Beatriz Faria –filha do grande Paulinho da Viola-, dois dos cantores e protagonistas do musical de Charles Möeller e Claudio Botelho, « É com esse que eu vou », em cartaz atualmente no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro... Salvo que… Salvo que esse duplo retrato foi tirado durante o show « Breque moderno », nessa última quarta feira, 26 de janeiro, no Teatro Rival, na mesma cidade. Uma foto que na verdade não deveria existir, uma vez que, no lugar de Beatriz, deveríamos ver Soraya Ravenle, outra grande atriz e cantora que, junto com Sacramento, apresenta seu espetáculo de sambas humorísticos, idealizado e arranjado por Luís Filipe de Lima, presente em cena no violão.
Na realidade, um acidente estúpido (como a maioria dos acidentes !) não pôde permitir a Soraya assumir seu lugar no palco ; e assim, em saudável espírito de coleguismo, a bela Beatriz veio estender sua mão forte à equipe para salvar o espetáculo daquela noite. Assinalemos que Soraya faz igualmente parte do casting de « É com esse eu vou », sobre o qual escreverei num próximo post... Isso explica aquilo...
Eu estou, dessa forma, impossibilitado de descrever para vocês o espetáculo original, uma vez que me foi comunicado no último minuto que o repertório teve que ser ligeiramente modificado.
O que importa é que a essência mesmo de « Breque moderno », concretizada num excelente álbum de mesmo nome que eu conheço bem, lançado em 2010, foi devidamente respeitada.
Inicialmente intitulado « Samba de breque e outras bossas », o espetáculo havia sido apresentado pela primeira vez em Brasília, em 2006.

Beatriz Faria, Sacramento e Luís Filipe de Lima, 26/01, Rival (foto Daniel A.)

Composto então de « sambas de breque » (sambas nos quais os ritmos se interrompem para dar lugar a uma tirada humorística) e de sambas choro, o show daquela noite foi de fato apoiado nos ombros de Marcos Sacramento, brilhante intérprete que se deleita ao interpretar essas pequenas peças humorísticas.
De quando em quando, essas canções, que se articulam em torno de um diálogo entre homem e mulher –sob a forma de duos/ duelos- sofrem a intervenção do próprio Luís Filipe Lima ; isso quando não é Sacramento que se atira a dois papéis ao mesmo tempo.
Além disso, naturalmente, em luxuosa contribuição, note-se a intervenção de Beatriz Faria, de cujos olhos maliciosos eu ainda não sou capaz de parar de me lembrar...

De qualquer forma, sendo o espetáculo original ou não, o bom humor e os excelentes artistas, sem falar dos músicos, não me deixaram qualquer sentimento de frustração em particular ; e até quem sabe, eu ainda terei a oportunidade de rever « Breque moderno » em seu formato normal, numa outra vez...

A título de informação, o excelente álbum possui algumas pequenas pérolas como « Tem que rebolar » (José Batista/ Magno de Oliveira), « Quem é? » (Custódio Mesquita e Joracy Camargo) e « Boneca de piche » (Ary Barroso e Luiz Iglésias). Bem como os inéditos « Disse-me-disse », de Bucy Moreira, e « Samba no Nepal », de Jota Canalha.

jeudi 27 janvier 2011

26/01 : « Breque moderno », Marcos Sacramento et …Beatriz Faria, Théâtre Rival.

Beatriz Faria et Marcos Sacramento,
Théâtre Rival, 26/01 (photo Daniel A.)

-texto português em breve

La photo ci-dessus réunit Marcos Sacramento et Beatriz Fariafille du grand Paulinho da Viola-, deux des chanteurs et protagonistes de la pièce musicale de Charles Möeller et Claudio Botelho, « É com esse que eu vou », qui se joue actuellement au Théâtre João Caetano de Rio de Janeiro…Sauf que…Sauf que ce double portrait fut tiré lors du show « Breque moderno », ce mercredi 26 janvier, au Théâtre Rival de la même ville. Une photo qui n’aurait jamais dû exister puisque, en lieu et place de Beatriz, on aurait dû voir Soraya Ravenle, autre actrice et chanteuse, qui avec Sacramento, présente ce spectacle de sambas humoristiques, idéalisé et arrangé par Luís Filipe de Lima, présent sur scène à la guitare.
En réalité, un stupide accident (comme la plupart des accidents !) ne pu permettre à Soraya de tenir sa place sur scène, et, en bonne collègue, le belle Beatriz est venue prêter main forte à l’équipe pour sauver le spectacle de ce soir-là. Signalons que Soraya fait également partie du casting de « É com esse eu vou », que je relaterai lors d’un prochain post…Ceci explique cela…
Je suis dès lors dans l’impossibilité de vous décrire le spectacle original, puisqu’il me fut confié qu’en dernière minute, le répertoire avait dû être en partie modifié.
Qu’importe, l’essence même de « Breque moderno », concrétisé dans un excellent album du même nom que je connaissais bien, sorti en 2010, avait été respecté.
Initialement intitulé « Samba de breque e outras bossas », le spectacle avait été présenté pour la première fois à Brasília en 2006.

Sacramento en duo avec Luís Filipe de Lima, Théâtre rival (photo Daniel A.)

Composé donc de « samba de breque » (samba dont le rythme s’interromp pour laisser place à une tirade humoristique) et de samba choro, le show de ce soir-là s’est appuyé sur les épaules de Marcos Sacramento, brillant interprète qui se régale à jouer ces petites pièces humoristiques.
De temps à autre, ces chansons qui s’articulent souvent autour d’un dialogue entre homme et femme -des duos/ duels- vit l’intervention de Luís Filipe de Lima lui-même, quand ce n’était pas Sacramento qui s’attaquait aux deux rôles.
Et puis bien sûr, en luxueux dépannage, l’intervention de Beatriz Faria, aux yeux malicieux dont je n’arrive toujours pas à me remettre...

Beatriz Faria, Théâtre Rival, 26/01 (photo Daniel A.)

Quoi qu’il en soit, spectacle originale ou pas, la bonne humeur et les excellentes prestations, sans parler des musiciens, ne me firent sentir aucun manque en particulier, et qui sait, j’aurais l’occasion de revoir « Breque moderno » dans sa formule normale une autre fois…

Pour informations, l’excellent album possède quelques petites perles comme "Tem que rebolar" (José Batista/ Magno de Oliveira), "Quem é?" (Custódio Mesquita e Joracy Camargo) et "Boneca de piche" (Ary Barroso e Luiz Iglésias). Ainsi que les inédits "Disse-me-disse", de Bucy Moreira, et "Samba no Nepal", de Jota Canalha.

25/01 : Rodrigo Santos, « Best Of Brock»…

Rodrigo Santos e Fernando Magalhães, 25/01, Arpoador (foto Daniel A.)

-texte français plus bas

Se ele não fosse implicado de maneira direta como ator desse movimento musical, Rodrigo Santos –acompanhado na ocasião por Fernando Magalhães (guitarra « muito elétrica ») e de Kadu Menezes (bateria) – seria o líder de um dos melhores grupos de covers de Brock. Ainda que esse termo limite-se aos anos 80, como expressão reduzida de « Brazilian Rock ».
Nessa última terça 25 de janeiro, no « Parque Garota de Ipanema », ele simplesmente nos presenteou com um « Best Of » de pop-rock brasileiro, incluindo naturalmente os clássicos do Barão Vermelho, do qual ele se tornou baixista a partir de 1992 ; Cazuza, Lobão (de quem ele foi músico no final dos anos 80), Kid Abelha (que ele acompanhou no mega sucesso que veio a ser o dvd Mtv acústico en 2002), Paralamas do Sucessso, Secos & Molhados, Hyldon, Lulu Santos, Skank, ... e ainda outros, com os quais ele colaborou.
O fato é que, durante o show, bem como no dvd a ser lançado em 2011, Rodrigo decidiu relatar seu percurso musical, seus numerosos encontros, e também falar sobre suas influências inglesas e americanas, como atesta seu terceiro álbum : « Waiting on a friend » (2010).
A partir de 2007, o baixista –aproveitando os afastamentos repetidos do Barão –decidiu iniciar uma carreira solo, e assim já contabiliza três discos em seus ativos... Um ritmo particularmente firme nessa fase do declínio do suporte físico « cd ».

A título de anedota eu busquei no fundo da memória do meu computador algumas fotos tiradas por mim em setembro de 2008, durante um pocket show de Rodrigo, no finado espaço da livraria « Letras & Expressões » de Ipanema, para o qual ele havia convidado um Paulinho Moska muito rock, além de Pepeu Gomes, o « guitar hero » n°1 do Brasil... E meus tímpanos se lembram do « combate » de solos épicos- e de alta voltagem- lançados sobre a mesma cena, com Pepeu e Fernando Magalhães…(Fim da anedota !)

...convidando Lucio Maia para "Waiting on a friend" (foto Daniel A.)

Rodrigo Santos não é o protótipo do baixista taciturno à la Bill Wyman. Ele seria mesmo sobretudo um animador de grandes platéias muito eficiente ; mais impressionante vocalmente no palco, onde ele trascende a si mesmo, do que nos álbuns em si. Em resumo, junte a essa habilidades de Rodrigo a guitarra contundente de Magalhães e a bateria vigorosamente martelante de Menezes, e não seria necessário muito mais do que esses três músicos experientes para se viver um momento de puro rock (quase exclusivamente) brasileiro.

mercredi 26 janvier 2011

25/01 : Rodrigo Santos, « Best Of Brock»…

Rodrigo Santos, 25/01, Arpoador (photo Daniel A.)

-texto português em breve

S’il n’était pas impliqué de manière directe en tant qu’acteur dans ce mouvement musical, Rodrigo Santos -accompagné pour l’occasion de Fernando Magalhães (guitare « très électrique ») et de Kadu Menezes (batterie) - serait le leader d’un des meilleurs groupes de covers du Brock. Encore que ce terme se limite aux années 80.
Ce mardi 25 janvier, dans le parc « Garota de Ipanema », il nous a tout simplement régalé d’un « Best Of » de pop-rock brésilien, incluant bien sûr des classiques du Barão Vermelho, dont il est le bassiste depuis 1992 ; de Cazuza, Lobão (dont il fut musicien fin des années 80), de Kid Abelha (qu’il accompagna lors du méga succès du dvd Mtv acústico en 2002), de Paralamas de Sucessso, Secos & Molhados, Tim Maia, Lulu Santos, Skank, …et d’autres encore, avec qui il a collaboré.
C’est que, durant ce concert comme dans le dvd à venir en 2011, Rodrigo a décidé de raconter son parcours musical, ses nombreuses rencontres, et ses influences anglaises et américaines, comme en atteste son troisième album, « Waiting on a friend » (2010).
Depuis 2007, Le bassiste –profitant des congés répétés du Barão - a décidé d’entamer une carrière solo, et compte déjà trois albums à son actif…Un rythme particulièrement soutenu en cette époque du déclin du support physique « cd ».

Pour l’anecdote, j’ai retrouvé au fond de la mémoire de mon ordinateur, quelques clichés tirés en septembre 2008, lors d’un pocket show de Rodrigo, dans le défunt « Letras & Expressoes » d’Ipanema, durant lequel il avait invité un Paulinho Moska très rock, et Pepeu Gomes, le guitar hero n°1 du Brésil…Et mes tympans se souviennent encore du « combat » de solo épique -et de haute voltige- que se sont livrés, sur la même scène, Pepeu et Fernando Magalhães…(Fin de l’anecdote !)

Rodrigo Santos et Fernando Magalhães, 25/01, Arpoador (photo Daniel A.)

Rodrigo Santos n’est pas le prototype du bassiste taciturne à la Bill Wyman. Ce serait même plutôt un animateur de foule très efficace, plus impressionnant vocalement sur scène, où il se transcende, que sur ses albums. Bref, ajoutez à cela la guitare cinglante de Magalhaes et la batterie martelant de Menezes, et il ne fallait pas plus que ces trois musiciens expérimentés pour vivre un moment de pur rock (presque uniquement) brésilien.

mardi 25 janvier 2011

TROPICALIA MPB 70 : BEST OF 2010 (part 2)




Ana Clara Horta ouvre ce Tropicalia 70 (part 2)- photo Daniel A.

Les meilleurs albums 2010 –part 2-
Os Melhores álbuns de 2010 –part 2-

Para lembrar...No Tropicalia MPB 70 (part 1): Ortinho, Tulipa, Karina Buhr, Antonia Adnet, Chico Pinheiro, Maquinado, Luiza Dionizio, Do amor, Socorro Lira, Gilberto Gil; Chico Salles, Paulo César Pinheiro, André Abujamra.

Eis aqui a lista das canções tocadas ao vivo no programa Tropicália, na Rádio Judaica, o dia 24/01. Como foi indicado nos posts antériores, este episódio foi gravado no Rio de Janeiro no dia 22/01.
Pra escutar este programa, e outros mais antigos, cliquem AQUI.

Voici la liste des titres joués en direct dans le programme Tropicalia du 24/01, sur Radio Judaica. Comme indiqué dans le post antérieur, cet épisode fut enregistré à Rio de Janeiro, le 22/01.
Pour réécouter cette émission et d’autres plus anciennes, cliquez ICI

ANA CLARA HORTA : « Primavera » (Ana Clara Horta/ Rodrigo Cascardo)
CARLINHOS BROWN (c/ Chico Buarque) : « Mãos denhas » (Carlinhos Brown)
TATIANA PARRA : « Depois » (Tatiana Parra/ Dani Gurgel)
LUÍSA MAITA : « Mire e veja » (Rodrigo Campos/ Morris Piccioto)
MOMBOJÓ : « Justamente » (Mombojo)
FINO COLETIVO : « A Coisa mais linda do mundo » (Alvinho Cabral)
JORGE AILTON : « O Ano 1 » (Jorge Ailton)
CAPITAL INICIAL : « Depois da meia noite » (Dinho Ouro Preto / Pit Passarell)
ROBERTA CAMPOS : « Felicidade » (Roberta Campos e Carolina Zocoli)
PAULINHO MOSKA : « Quantas vidas você tem » (Moska)
WANDA SÁ & ROBERTO MENESCAL : « Nós e o mar » (Roberto Menescal / Ronaldo Bôscoli)
ANTÔNIO VILLEROY (c/ Teresa Cristina) : « A Flor que eu te dei » (Antonio Villeroy)
MAURO AGUIAR : « Pagode Jazz Sardinha’s club » (Rodrigo Lessa / Eduardo Neves / Mauro Aguiar)
OS CARIOCAS : « Futuros amantes » (Chico Buarque)
DORI CAYMMI : « Sem poupar coração » (Dory Caymmi / Paulo Cesar Pinheiro)
JOÃO DONATO TRIO : « Ê menina » (João Donato/ Gutemberg Guarabira)

dimanche 23 janvier 2011

22/01 : Renato Godá, Oi Futuro Ipanema.

Renato Godá, Oi futuro Ipanema, 22/01 (foto Daniel A.)
-texte français plus bas
-texto português traduzido do francês, com outras fotos e videos

Meus amigos cariocas se perguntam o que é que eu venho fazer no Rio... Eu não vou à praia com este calor, e também não vou assistir aos ensaios das escolas de samba que se multiplicam pela cidade (o que me faz lembrar da sublime Ligia, de Jobim : « Não gosto de samba… nem gosto de sol »)
No lugar disso, os últimos posts apresentaram artistas ligados muito mais à nova cena pop ou rock alternativa, seja ela do Rio, de São Paulo, ou de Recife ... E de onde quer que seja ; por quê não... ?
É sem dúvida pelas razões citadas acima que não havia uma multidão, nesse 22 de janeiro último, para assistir ao show do paulistano Renato Godá, na bela pequena sala da Oi Futuro Ipanema, que apresenta durante esse mês de janeiro, uma série de shows intitulada Viva voz, consagrada a alguns novos nomes da MPB.

Aqueles que escutam a transmissão do Programa Tropicalia -ou que acompanham regularmente este blog- conhecem esse personagem singular que é Godá, que nos faz mergulhar no mundo soturno dos finais de noite, nos bairros quentes povoados por moças de modos vulgares e por marinheiros encharcados pelo álcool.
Renato canta também os amores desabusados das pessoas carentes...

Godá já nos havia pintado esse universo decadente, porém envolto por uma música esfumaçada, com acentos jazz, folk e gypsy, dominada por sua voz rouca acompanhada pelo banjo e pelo acordeon ; o que evoca algo de Leonard Cohen, Tom Waits e de Serge Gainsbourg. Eu acrescentaria ainda a figura do italiano Paolo Conte.
En 2010, o artista lançou « Canções para embalar marujos », um bom àlbum de 13 títulos, produzido por Plinio Profeta, gravado em dois dias em estúdio a fim de captar um som improvisado e mais vivo.
Mesmo que « Canções… » abuse um pouco da fórmula caricatural dos mesmos ritmos e dos mesmos assuntos abordados, nem por isso ele se torna menos irresistível... Mas como a gente me tinha avisado, toda a dimensão da música de Godá mostra seu maior valor em cena.
O simpático artista interpreta a fundo seu personagem de vagabundo sedutor, depravado ; armado de um sólido senso de humor.

Renato Godá, Oi futuro Ipanema, 22/01 (foto Daniel A.)

Renato mostra uma grande parte de seu segundo álbum, mais dois ou três títulos do primeiro, aos quais ele adiciona o oportuno Negro gato (Getúlio Cortes) e Jorge Maravilha (Leonel Paiva / Chico Buarque), cercado por excelentes músicos, particularmente brilhantes quando eles se lançam nos coros que que fazem lembrar os marujos bêbados que povoam os bares das beiras dos cais...

(Ps : para sair um pouco do superexplorado «Ne me quittes pas », com arranjos de todos os tipos já realizados por brasileiros, eu sugeriria a Godá que desse uma olhada em « Amsterdam », ainda do genial chansonnier belga Jacques Brel, que retrata exatamente esse mesmo universo... Eu tenho certeza de que ele será capaz de fazer algo a partir disso (David Bowie o fez muito bem, à sua maneira...)

22/01 : Renato Godá, Oi Futuro Ipanema.

Renato Godá, Oi Futuro Ipanema, 22/01, (photo Daniel A.)
-texto português em breve

Mes amis cariocas se demandent ce que je viens faire à Rio…Je ne vais pas à la plage, et je ne vais pas assister aux répétitions des écoles de samba qui se multiplient dans la ville (ce qui me rappelle le sublime Ligia de Jobim, « Não gosto de samba…nem gosto de sol », « Je n’aime pas la samba, ni le soleil »!).
En lieu et place, les derniers posts présentent des artistes liés d’avantage à la nouvelle scène pop ou rock alternative, qu’elle soit de Rio, São Paulo, ou de Recife ... Et pourquoi pas…
C’est sans doute pour les raisons précitées que ce n’était pas la grande foule, ce 22 janvier, pour assister au show du paulistano Renato Godá, dans la belle petite salle du Oi Futuro Ipanema, qui présente durant ce mois de janvier, une série de shows intitulée Viva voz, consacrée à quelques nouveaux noms de la MPB.

Ceux qui écoute l’émission Tropicalia -ou qui suivent régulièrement ce blog- connaissent ce personnage singulier qu’est Godá, qui nous plonge dans le monde glauque des fins de nuit, et des quartiers chauds peuplés de filles aux mœurs légères et de marins imbibés d’alcool.
Renato chante aussi les amours désabusés des gens en carence…

Godá nous avait peint ce monde décadent, mais attachant, dans un premier album de 7 titres en 2009, emballé dans une musique enfumée, aux accents jazz, folk et gypsy, dominé par sa voix rauque, le banjo, et l’accordéon, et qui se réclame de Leonard Cohen, Tom Waits ou de Serge Gainsbourg. J’ajouterais aussi l’Italien Paolo Conte.
En 2010, l’artiste lançait « Canções para embalar marujos », bon album de 13 titres produit par Plinio Profeta, enregistré en deux jours en studio pour capter un son improvisé et plus vivant.
Si « Canções… » abuse un peu de la formule caricatural des mêmes rythmes et des mêmes sujets traités, il n’en demeurait pas moins assez irrésistible…Et comme on me l’avait signalé très justement, toute la dimension de la musique de Godá prend sa valeur sur scène.
Le sympathique artiste joue à fond son personnage de vagabond séducteur, dépravé, armé d’un solide sens de l’humour.

Renato Godá, Oi Futuro Ipanema, 22/01 (photo Daniel A.)

Renato délivra une grande partie de son second album, deux ou trois titres du premier, auquel il ajouta l’opportun Negro gato (Getúlio Cortes) et Jorge Maravilha (Leonel Paiva / Chico Buarque), entouré de ses excellents musiciens particulièrement brillants quand ils se lance dans des choeurs qui rappellent les marins ivres qui peuples les bistrots aux bords des quais…

(Ps : pour changer un peu du surexploité «Ne me quittes pas » arrangé à toute les sauces par les brésiliens, je glisserais à Godá de jeter un œil sur « Amsterdam », toujours du génial chansonnier belge Jacques Brel, qui dépeint exactement le même monde…Je suis certain qu’il pourrait en faire quelque chose (David Bowie l’a bien fait à sa manière...)

samedi 22 janvier 2011

21/01 : « Parque Garota de Ipanema » : Mombojó.

Felipe S, Mombojó, Arpoador, 21/01 (foto Daniel A.)

-texte français plus bas

-texto português traduzido do francês com outras fotos e videos

Para 99% dos seres humanos que se dirigem todos os os dias aos seus locais de trabalho, o trajeto é um momento de solidão que não tem nada de alegre. Mas no que me diz respeito, eu gosto bastante de fazer a peregrinação « casa/ Arpoador », todos os finais de tarde do ano, particularmente durante esses dias de verão de Sol a pino que se instalaram no Rio de Janeiro.
Nessa última sexta feira, 21 de janeiro, foi então a quarta vez em uma semana que eu retornei ao « Parque Garota de Ipanema », para assistir, dessa vez, ao show do Mombojó, depois de já ter ido ver Zélia Duncan e Autoramas ; além de ter me deslocado em vão na terça feira dia 18, uma vez que Paulinho Moska teve sua apresentação cancelada em função das violentas chuvas que caíram naquele fim de tarde. Ele se apresentará em nova data, no próximo dia 10 de fevereiro...

Eu confesso que nessa sexta eu me vi diante de um dilema... No mesmo horário, nos Arcos da Lapa, estaria se apresentando a boa sambista de Minas Gerais, Aline Calixto, em companhia de Martinho da Vila, num outro concerto gratuito.
Nessas situações, o jeito é tentar colocar todos os elementos na balança... De um lado, uma forte vontade de ouvir um pouco de samba depois do rock do Autoramas (vide post anterior), além da certeza de ter mais leitores estrangeiros do blog interessados no ilustre Martinho… E a garantia de obter fotos bem mais interessantes, com a bela Aline Calixto, do que com os rapazes do Mombojó (e eu tenho certeza de que eles hão de me entender e desculpar), liderado por Felipe S, com seu look « nerd » pouco fotogênico...

Mas uma vez decidido, vamos a eles : O terceiro álbum do quinteto de Recife, « Amigo do tempo », foi um dos belos lançamentos do ano de 2010, e eu ainda não havia assistido ao grupo em cena.
Mombojó arrasta atrás de si uma legião de fãs que lotou o Parque bem antes da hora marcada para o show (19h)… Num ambiente quase de um mini festival de verão, onde a juventude presente parecia estar bastante influenciada pela maresia...
Sem sombra de dúvida, a idéia da estação Oi Fm de programar Mombojó na grade de shows « Verão Oi Fm », revelou-se excelente e audaciosa. Mas a música pop/ rock com uma forte tendência melancólica –até mesmo depressiva- que o grupo destilava, durante as canções que chegam facilmente a 5 minutes, não combinavam muito bem com a vista de cartão postal – e bossa nova- do local...
Na época, eu tive que ouvir varias vezes « Amigo do tempo » até que surgiu a real poesia do álbum, sob harmonias e melodias complexas e ricas. Foi então que, lá pela metade do espetáculo, uma parte dos banhistas curiosos deram as costas e foram embora, deixando a essência de seus fãs apreciarem os textos contemplativos do grupo, que todos que ali permaneceram sabiam de cor...
Mombojó pode ser escutado sem moderação : em disco, na internet, e nas salas mais adequadas, como por exemplo a Oi Futuro Ipanema, situada a algumas centenas de metros do Parque. É uma das bandas mais criativa da cena indie do Pernambuco, sem dúvida…

Mombojó, Parque Gorota de Ipanema; 21/ 10 (foto Daniel A.)

Notas biográficas : surgido em 2002 na cena musical de Recife, Mombojó ocupou muito rapidamente um lugar importante, tocando nos principais festivais de Pernambuco. Sua música, com arranjos sofisticados, mistura de rock e de música eletrônica mesclada a instrumentos mais tradicionais (cavaquinho, flauta, escaleta e trombone), foi objeto de numerosos elogios da crítica desde o lançamento de seu primeiro álbum, « Nada de novo », lançado em 2003. Editado mais tarde pelo selo Trama, de São Paulo, o grupo assina « Homen-espuma » (2006), que vem a lhe conferir uma visibilidade nacional.
Em 2007, Mombojó se viu abatido pelo destino com o falecimento de um de seus membros, Rafael Virgilio (flauta, trombone e guitarra), fato ao qual se sucedeu a saída de Marcello Campello, reduzindo o grupo a cinco elementos. Uma dupla perda que sem dúvida explica os textos melancólicos do terceiro álbum, « Amigo do tempo », lançado em junho de 2010…

21/01 : Parc « Garota de Ipanema » : Mombojó.

Felipe S, Mombojó, 21/01, Arpoador (photo Daniel A.)

-texto português em breve


Pour 99% des humains qui se rendent tous les jours sur leurs lieux de travail, le trajet est un moment de solitude qui n’a rien de réjouissant. Mais en ce qui me concerne, je veux bien faire le pèlerinage ‘maison/ Arpoador’ toutes les fins d’après midi de l’année, particulièrement durant ces jours d’été de plein soleil qui se sont installés sur Rio de Janeiro.
Ce vendredi 21 janvier, c’était dont la quatrième fois en une semaine que je rendais au Parc « Garota de Ipanema », pour assister au show de Mombojó, après y avoir déjà vu Zélia Duncan, Autoramas, et m’y être rendu en vain, le mardi 18 janvier, puisque Paulinho Moska avait annulé sa représentation, suite à de violentes pluies de fin d’après midi. Il s’y présentera à nouveau le 10 février…

J’avoue que ce vendredi, je me suis retrouvé devant un dilemme…Au même moment, aux Arcos da Lapa, se produisaient la bonne sambista du Minas Gerais, Aline Calixto, en compagnie de Martinho da Vila, pour un autre concert gratuit.
Dans ces situations, on essaye de mettre tous les éléments dans la balance…D’un côté, une forte envie d’entendre de la samba après le rock d’Autoramas (voir post précédent), la certitude d’avoir plus de lecteurs étrangers sur le blog en relation à l’illustre Martinho…Et la garantie d’avoir des photos plus accrocheuses avec la belle Aline plutôt qu’avec les garçons de Mombojó (je suis sûr qu’ils m’excuseront), emmené par Felipe S, au look « nerd » assez peu photogénique…

Mais voilà, le troisième album du quintette de Recife, « Amigo do tempo », fut l’une des belles sorties de l’année 2010, et je n’avais jamais vu encore le groupe sur scène.
Mombojó draine derrière lui une légion de fans qui avait rempli le parc bien avant l’heure annoncée du concert (19h)…Une ambiance de mini festival d’été où la jeunesse présente ne fumait pas que du saumon…
Sans aucun doute, l’idée de la station Oi Fm, de programmer Mombojó dans le cadre des concerts « Verão Oi Fm », se révélait excellente et audacieuse. Mais la musique pop/ rock à forte tendance atmosphérique -voire dépressive- que distille le groupe, durant des morceaux qui font rarement moins de 5 minutes, ne cadrait pas trop avec la vue carte postale –fun et bossa nova- du lieu…(si l'on fait abstraction du clip fun de Papapa, ci dessous)
Il m’avait fallu plusieurs écoutes avant que n’apparaisse la réelle poésie de l’album « Amigo do tempo », aux harmonies et mélodies complexes, et à la moitié du concert, une partie des plagistes curieux se faisait la malle, laissant l’important noyaux de fans apprécier les textes contemplatifs du groupe, qu’ils connaissaient par cœur…
Mombojó est à ecouter sans modération sur disque, sur le net, et dans des salles plus adéquates comme, par exemple, le Oi Futuro Ipanema, situés à quelques centaines de mètres du parc.

Le quintette Mombojó, Parc "Garota de Ipanema"; 21/01 (photo Daniel A.)

Notes biographiques : apparu en 2002 sur la scène musicale de Recife, Mombojó a très vite acquis une place importante, jouant dans les principaux festivals du Pernambuco. Leur musique aux arrangements sophistiqués, mélange de rock et d’électronique mêlé aux instruments plus traditionnels (cavaquinho, flûte, escaleta, trombonne) fut sujets de nombreux éloges de la critique lors de la sortie de leur premier album, « Nadadenovo », sorti en 2003. Signé ensuite par le label Trama de Sao Paulo, le groupe signa « Homen-espuma » (2006) qui leur donna une visibilité nationale.
En 2007, Mombojó se voit frappé par le destin avec le décès d’un de ses membres, Rafael Virgilio (flûte, trombonne, guitare), auquel succède le départ de Marcello Campello, réduisant le groupe à cinq unités. Une double perte qui explique sans aucun doute les textes mélancoliques du troisième album, « Amigo do tempo », sorti en juin 2010…

vendredi 21 janvier 2011

20/01, « Verão Oi FM », continuação: Autoramas.

Autoramas, Arpoador, 20/01 (foto Daniel A.)
-texte français plus bas
-tradução do texto francês com outras fotos

Uma vez que uma boa parte dos artistas das novas cenas de São Paulo e do Rio inspiram-se, cada um à sua maneira, na « Jovem Guarda » (Arnaldo Antunes, Andrea Dias, Marcelo Jeneci…) e em todos que constituíram o mundo musical dos anos 60 ; não há razão para que o trio carioca Autoramas não volte ainda um pouco mais atrás no tempo para fazer contato com a estética de « American Graffiti » (do filme de George Lucas, 1973 ) : a estética dos topetes "chuca-chuca" para os rapazes, dos óculos escuros, e dos rabos de cavalo complementando o visual dos vestidos bicolores e acinturados das meninas.
Mas a realidade musical do Autoramas pertece menos ao universo « rockabilly » do que a uma inteligente mistura de pop « garage band », de surf rock, e de punk americano. Nós aqui ficanos mais próximos do B’52, dos Ramones e dos Fleshtones, do que dos Stray Cats e do The Cramps.

Flávia Couri (baixo e backing vocal), Arpoador, 20/01 (foto Daniel A.)

O vigoroso e alegre trio se apresentou nesse último dia 20 de janeiro, às 19h, ainda dentro da grade de shows « Verão Oi Fm », no « Parque Garota de Ipanema », no Arpoador (vide o post sobre Zélia Duncan e Marcelo Jeneci). Um show sob um calor tórrido, que banhou os cariocas nesse dia de feriado em honra a São Sebastião, patrono da cidade do Rio de Janeiro.
Foi então entre a praia e o parque, a uma distância de não mais do que alguns passos, com a temperatura ainda calcinante, que o líder Gabriel Thomaz (voz e guitarra), Bacalhão (bateria), e a sexy Flávia Couri (baixo e backing vocal) introduziram seu repertório, bem próximo do « Mtv Apresenta Autoramas Desplugado »: cd e dvd lançados em 2009.
O grupo está longe de ser inexperiente (mesmo que Flávia tenha se juntado ao conjunto em 2008), uma vez que seu primeiro álbum, « Stress, depressão + síndrome de pânico » data de 1998. A este seguiram-se 3 outros álbuns, além de numerosas tournées pela América do Sul e pelos quatro cantos da Europa.
E se todos deixaram o Parque encharcados de suor, a música e o bom humor do grupo agiram como os elementos refrescantes do dia... No entanto, uma boa parte do público não se privou de dar um último mergulho naquele mar ali tão próximo... Afinal de contas, a noite estava só começando....

Vídeos no texto francês

jeudi 20 janvier 2011

20/01, « Verão Oi FM », suite : Autoramas.

Autoramas (Gabriel et Flavia), Arpoador, 20/01 (photo Daniel A.)

-texte português em breve


Déjà qu’une bonne partie des artistes des nouvelles scènes de São Paulo ou de Rio s’empare à leur manière de la « Jovem Guarda » (Arnaldo Antunes, Andrea Dias, Marcelo Jeneci…), ou de tout ce qui a constitué le monde musical des années 60 ; il n’y a pas de raison que le trio Autoramas ne remonte pas encore un peu dans le temps pour toucher à l’esthétisme d’ « American Graffiti » (du film de George Lucas ) : de la coiffure « banane » pour les garçons, des lunette noires, et des queues de cheval et des robes cintrées à pois chez les filles.
Mais la réalité musicale d’Autoramas appartient moins au rockabilly qu’à un habile mélange de pop « garage band », de surf rock, ou de punk américain. Nous sommes plus proche de B’52, des Ramones, ou The Fleshtones, que des Stray Cats ou The Cramps.

Flavia Couri à la basse, Arpoador, 20/01 (photo Daniel A.)

L’énergique et joyeux trio se produisait, ce 20 janvier à 19h, toujours dans le cadre des concerts « Verão Oi Fm », dans le parc « Garota de Ipanema » à l’Arpoador (voire le post sur Zélia Duncan et Marcelo Jeneci). Un show sous une chaleur torride qui aura baigné les cariocas pour cette journée de congé qui honorait São Sebastião, patron de la ville.
De la plage jusqu’au parc, il n’y a que quelques pas, et la température monta encore d’un cran, quand le leader Gabriel Thomaz (chant et guitare), Bacalhão (batterie), et la très sexy Flávia Couri (Basse et backing vocal) entamèrent leur répertoire proche du « Mtv Apresenta Autoramas Desplugado », cd et dvd sorti en 2009.
Le groupe est loin d’être novice (même si Flávia a rejoint le groupe en 2008) puisque leur premier album « Stress, depressão + síndrome de pânico » (pas besoin de traduction) date de 1998. Suivirent ensuite 3 autres albums et de nombreuses tournées en Amérique du Sud et dans les quatre coins de l’Europe.
Et si chacun quitta le parc trempé de sueur, la musique et la bonne humeur du groupe auront constitué les éléments rafraîchissants de la journée…Pour autant, une bonne partie du public ne s’est pas gênée pour faire un dernier plongeon dans la mer toute proche…Après tout, la soirée ne faisait que commencer…

mardi 18 janvier 2011

15/01 : Ney Matogrosso no Vivo Rio.

Ney Matogrosso, Vivo Rio, 15/01 (foto Daniel A.)
-texte français plus bas

Em entrevistas pré-shows, no âmbito da imprensa carioca, Ney Matogrosso já anunciou seu próximo álbum para o ano a seguir, centrado nos artistas classificados como « malditos » (Jards Macalé, Itamar Asumpção…). Ei-lo então ainda mergulhado por um tempo em sua tournée « Beijo Bandido », em seguida ao lançamento do dvd sob o mesmo título.
O infatigável camaleão já nos havia aplicado esse « golpe » anteriormente... Mal tendo terminado a tournée do extravagante e bastante rock « Inclassificáveis », ele iniciou paralelamente, começando em 2009, alguns espetáculos intimistas que vieram a se transformar no repertório do álbum « Beijo Bandido », lançado no mesmo ano...
Quase dois anos mais tarde, o repertório, que poderíamos classificar como « recital », não passou por mais do que pequenas modificações... Apenas alguns retoques (como a releitura de Fala, de seu grupo original Secos e Molhados -1973) e um cenario mais refinado, sóbrio ; isso incrementado por algumas projeções em vídeo que colocam em cena o próprio artista.
Ney retomou então sua tournée através do Vivo Rio, por três noites, de 13 a 15 de janeiro, antes de viajar pelo país.
Mesmo que nas mesmas entrevistas o artista tenha dito se sentir em casa no Rio de Janeiro… Ele não chegou a pegar todos os (maus ?) hábitos da cidade... Com ele, horário é horário ; assim sendo, o show previsto para as 22 horas começará na hora exata impressa no ingresso... Uma novidade para um espetáculo noturno... Ao menos para mim... E tanto pior para os retardatários e aqueles que haviam pedido suas cervejas às 21:55h…

Ney Matogrosso, Vivo Rio, 15/01 (foto Daniel A.)

Mas o profissionalismo de Ney vai para muito além de sua pontualidade, e depois de no entanto eu já ter assistido a inúmeros shows do artista, ainda continuo impressionado pelo envolvimento do cantor em cada nota emitida... Nenhuma delas fica descansando, e ele as interpreta sempre como se aquele se tratasse do último concerto de sua vida.
Com quase 70 anos, Ney Matogrosso canta melhor do que nunca ; ele sabe disso, e nos promete ainda muitas emoções discográficas e cênicas no porvir. E o mais excitante em se tratando dele, é justamente o fato de jamais sabermos realmente para onde ele nos levará da próxima vez...

Notas : em cena, Ney é acompanhado dos excelentes Leandro Braga (piano), Lui Coimbra (cello e violão), Alexandre Casado (violino e bandolim), e Felipe Roseno (percussão).
E do repertório inicial do álbum, que conta, dentre outras, com composições de Bororó, Vitor Ramil, Luiz Bonfá, Edu Lobo e Chico Buarque, Roberto Carlos e Erasmo Carlos, Herbert Vianna e Paula Toller, Herminio de Carvalho e Jacob do Bandolim, Vinicius de Moraes, Geraldo Azevedo, Cazuza… O show « Beijo bandido » acrescenta ao repertório mencionado acima : Incinero (Zé Paulo Becker/ Mauro Aguiar), Poema dos olhos da amada (Vinicius de Moraes/ Paulo Soledade), Tema de amor de Gabriela (Tom Jobim), e Fala (João Ricardo/ Lulhi).

lundi 17 janvier 2011

15/01 : Ney Matogrosso au Vivo Rio.

Ney Matogrosso, Vivo Rio, 15/01 (photo Daniel A.)
-português em breve

En interview pré-shows, dans la presse carioca, Ney Matogrosso annonçait déjà son prochain album pour l’année à venir, centré sur les artistes qualifiés de « maudits » (Jards Macalé, Itamar Asumpção…). Ceci alors qu’il reste encore immergé pour un temps dans sa tournée « Beijo Bandido », suite au lancement du dvd du même nom.
L’infatigable caméléon nous avait déjà fait le coup précédemment…À peine terminait-il la tournée de l’extravagant et plutôt rock « Inclassificáveis », qu’il initiait parallèlement, début 2009, quelques concerts intimistes qui deviendront le répertoire de l’album « Beijo Bandido », sorti la même année...
Presque deux ans plus tard, le répertoire, que l’on pourrait qualifier de « récital », n’a subit que peu de changement…Juste quelques retouches (comme la reprise de Fala de son groupe initial Secos e Molhados -1973) et un décor plus raffiné, sobre, agrémenté de quelques projections vidéos qui mettent en scène le propre artiste.
Ney reprenait donc sa tournée au Vivo Rio pour trois soir, du 13 au 15 janvier avant de voyager dans le pays.
Si dans les mêmes interviews, l’artiste dit se sentir à la maison à Rio de Janeiro…Il n’en a pas pris toutes les (mauvaises ?) habitudes…Avec lui, l’heure c’est l’heure, et le show prévu à 22 heures commença à l’heure écrite sur le ticket…Une première pour un concert en soirée…Du moins pour moi…Et tant pis pour les retardataires et ceux qui avaient commandé des bières à 21h55…

Ney, interprétation a fleur de peau (photo Daniel A.)

Mais le professionnalisme de Ney va bien au-delà de sa ponctualité, et après avoir vu pourtant de nombreux shows de l’artiste, je reste impressionné par l’implication du chanteur sur chaque note émise…Aucune d’entre elles n’a de répits, et l’interprète se livre toujours comme s’il s’agissait du dernier concert de sa vie.
À presque 70 ans, Ney Matogrosso chante mieux que jamais, il le sait, et il nous promet encore de nombreuse émotions discographiques et scéniques à venir. Et le plus excitant avec lui, c’est qu’on ne sait jamais vraiment ou il nous emmènera la prochaine fois…

Notes : sur scène Ney est entouré des excellents Leandro Braga (piano), Lui Coimbra (violoncelle et guitare), Alexandre Casado (violon et bandolim), et Felipe Roseno (percussion).
Et du répertoire initial de l’album, qui comporte, entre autres, des compositions de Bororó, Vitor Ramil, Luiz Bonfá, Edu Lobo et Chico Buarque, Roberto Carlos et Erasmo Carlos, Herbert Vianna et Paula Toller, Herminio de Carvalho et Jacob do Bandolin, Vinicius de Moraes, Geraldo Azevedo, Cazuza… le show « Beijo bandido » ajoute Incinero (Zé Paulo Becker/ Mauro Aguiar), Poema dos olhos da amada (Vinicius de Moraes/ Paulo Soledade), Tema de amor de Gabriela (Tom Jobim) et Fala (João Ricardo/ Lulhi).

dimanche 16 janvier 2011

Zélia Duncan e Marcelo Jeneci, « Parque Garota de Ipanema »

Zélia Duncan, Parque Gorota de Ipanema, 13/01 (foto Daniel A.)

-texte français plus bas

A operadora telefônica « Oi », que possui diversos espaços culturais que ostentam sua marca, dispõe também de uma estação de rádio (102,9 Fm) que é digna de interesse. Se a MPB FM (90,2 Fm) continua sendo a única estação carioca a divulgar exclusivamente a música popular brasileira, a Oi FM –que toca também um menu internacional- se mostra bem mais audaciosa, ao programar artistas distantes do « mainstream ». Enquanto estava escrevendo essas linhas -entre alguns artistas ingleses e americanos- eu pude ouvir Luisa Maita, Mombojó e Ortinho, que geralmente não passam nem por perto de outras estações maiores. Da mesma forma, nesses últimos tempos, a Oi Fm vem multiplicando os eventos sob sua placa, como aquela série de shows nas salas que a ela pertencem, como o espaço « Oi Casa Grande », no bairro do Leblon, que acolheu, na segunda feira passada, o show da nova coqueluche que é Marcelo Jeneci (com a participação especial de Marcelo Camelo e Tulipa Ruiz). E também existe a « Oi futuro Ipanema », sala relativamente nova, que se concentra sobre uma programação mais alternativa.

Zélia convidando Marcelo Jeneci (foto Daniel A.)

Na última quinta feira, 13 de janeiro, a mesma estação de rádio inaugurou ainda uma série de espetáculos dentro do « Parque Garota de Ipanema », situado ao lado das pedras do Arpoador.
Em meio a um cenário de cartão postal, com vista para a praia de Ipanema e para o morro Dois Irmãos, foi em torno das 19 h, frente a 300 pessoas saindo de um banho de mar, que se apresentaram em versão acústica uma Zélia Duncan muito em forma, num clima descontraído de por-do-sol. Como a cereja do bolo, o já mencionado Marcelo Jeneci a ela juntou-se com seu acordeon, para alguns títulos como Copo d’água, que faz parte de seu primeiro álbum solo « Feito pra acabar », aclamado pela crítica (o qual, depois de umas 50 audições, eu não consegui ainda compreender...)
Em uma hora, Zélia fez o tour por alguns de seus grandes sucessos (Catedral, Lá vou eu, Nos lençóis deste reggae, Boas razões, Tudo sobre você, Alma…), eclipsados voluntariamente por Enquanto durmo, que contém em seu refrão uma frase que faz referência às terríveis inundações que atingem a Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro nesse momento (« Espero a chuva cair, na minha casa… »). « Vamos pedir ao Sol que seque toda essa água », disse ela, ao introduzir O Segundo Sol, composição de Nando Reis.
A cantora de Niterói visitou igualmente o repertório de Rita Lee (Agora só falta você), e também do Legião Urbana (Quase sem querer e Boomerang blues)….
Além desse, mais, outros pequenos concertos estão ainda previstos para o mesmo local ; como Paulinho Moska, Tono, Mombojó, Autorama, e alguns mais... que serão aqui relatados...

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