mercredi 26 novembre 2008

Duas semanas de folga/ Deux semaines de congé…

Pedro Luis e a Parede, 21/11, Teatro Sesc Vila Mariana, Sao Paolo
(foto Daniel A)


Cher(e)s lecteurs privilégiés de ce blog (si, si !). Je m’octroie deux petites semaines de congé et je préfère ne pas bâcler mon journal de voyage tant il y a de choses à faire en si peu de temps à Rio et Sao Paulo. Je reviendrai à commenter mes errances musicales vers le 8 décembre, tandis qu’à cette même date, je reprendrai le programme Tropicalia, dédié à la MPB, sur Radio Judaica. Comme amuse-bouche, je vous offre deux clichés pris lors de deux shows haut de gamme auxquels j’ai pu assister cette semaine : Pedro Luis e a Parede (PLaP) et Maria Rita…D’autres photos suivront…A très bientôt.. !

Maria Rita, 23/11, Citybank Hall, Sao Paulo (foto Daniel A)

Caros leitores privilegiados deste blog (sim, sim !), durantes duas semanas estarei no Rio e Sao Paulo, e voltarei a escrever aqui depois do dia 8 de dezembro. Como petiscos, ofereço a vocés aqui dois clichés de shows de primeira ao quais pude assistir, fim de semana passada : Pedro Luis e a Parede e Maria Rita! Até breve !

lundi 17 novembre 2008

Tropicália 6, lundi 17 novembre, la ‘Playlist’…

Mariana Baltar dans Tropicalia 6 (photo Daniel A)

Générique : YAMANDU COSTA : « Lamentos do morro » (Garoto)

PAULA MORELEMBAUM : « O que vier eu traço » (Alvaide/ Zé Maria)
MARIA RITA :
« Novo amor » (Edu Krieger)

DAÚDE :
« Sozinhas de novo » (Celso Fonseca)

SEU JORGE :
« America do norte » (Seu Jorge/ Gabriel Moura/ Pretinho da Serrinha)

ANA CAROLINA : « Encostar na tua » (Ana Carolina)
ANGELA RôRô :
« Tola foi você » (Angela RôRô)

NEY MATOGROSSO & PLAP :
« A Ordem é Samba » (Jackson do Pandeiro)


MILTON NASCIMENTO & JOBIM TRIO : « Brigas nunca mais »
(A.C. Jobim/ Vinicius de Moraes)

JORGE BENJOR :
« O Homen do espaço » (Benjor)

CAETANO VELOSO :
« Fora da ordem » (Caetano Veloso)

GILBERTO GIL :
« De Onde vem o Baião » (Gilberto Gil)

IVAN LINS :
« Saindo de mim » (Ivan Lins/ Vitor Martins)

JOÃO BOSCO :
« Água, mãe água » (João Bosco)

DJAVAN :
« Flor de lis » (Djavan)


Enquanto isso na Lapa…
Pendant ce temps à Lapa…

TERESA CRISTINA E GRUPO SEMENTE: « Gema » (Caetano Veloso )
ANA COSTA :
« Olhos felizes » (Marina Lima & Antonio Cícero)

MARIANA BALTAR :
« Deixa comigo » (Assis Valente)

MARCOS SACRAMENTO : « Meu rádio e meu mulato » (Herivelto Martins)
MART’NÁLIA :
« Novos tempos » (Claudio Jorge)

SURURU NA RODA :
« Medley Chico Buarque » (Chico Buarque)



MARIANA BALTAR: "Pressentimento" (Elton Medeiros/ H.B. de Carvalho)

samedi 15 novembre 2008

Vamos casar !... Marions- nous les uns les autres!

Rita Lee em 1969 (foto site oficial da cantora)

Casamento é um passo importanta na vida ! Mais ainda no Brasil do que aqui na nossa velha Europa ocidental. E família também, para um belgo-armênio como eu, não é brincadeira, não ! Assim, eu não tinha como recusar o convite de uma parenta minha para comparecer ao seu casamento, que acontecerá em São Paulo, no próximo sábado, 22.
Já tirei do armário o meu único terno e minha gravata, que não uso desde meu último emprego formal... e isso já faz anos e anos...
Bem, não posso me queixar, pois também será um ótimo pretexto para tentar assistir a alguns shows programados para a capital paulistana, de 20 a 23 de novembro: Maria Rita, Pedro Luis e a Parede, Paula Morelembaum, Zeca Pagodinho e Daúde ( pensei até que essa última tinha sumido). Será que o dever familiar vai me liberar para alguns desses eventos... ? Vou ter que jogar certinho... Em seguida, para não perder a viagem, serão dez dias no Rio, a partir do dia 26, onde “me aguardam”, entre outros: Lenine, Ivan Lins, Ana Carolina, Angela RôRô, Bena Lobo e Mercedes Sousa; além da noite dos 8 anos da MPB FM (com Ney Matogrosso, Seu Jorge, Doces Cariocas e Silvia Machete). Aqui nesse blog será relatada mais uma vez essa minha andança musical, a partir agora dessa curta temporada.
Aguardando ansioso por mais essa viagem ao Brasil, antes de voar até seu clima aconchegante (espero !) no próximo dia 19, quarta-feira que vem, ainda farei mais um programa « Tropicália », na segunda agora, dia 17, às 18:30 h. - hora de Brasília. Acredito que vocês já sabem como acessar o programa, certo? Não? É só clicar no link à direita da sua tela.
Bem, já é hora para passar esse meu velho terno, que por sinal está com um aspecto bem “surrado” !
Até breve !

Show "Samba Meu" au Citybank Hall de Sao Paulo
du 20 au 23 novembre (photo divulgation)

Bon, être invité à une fête de mariage ne m’a jamais rempli d’une joie débordante. Mais si la cérémonie se déroule à São Paulo, Brasil, alors vous comprendrez que cela change furieusement la donne..! Soudainement, je me sens envahit par le sens du devoir familial -car il s’agit bien d’une parente- et il ne faut pas longtemps pour que mon ‘smooking’ poussièreux ne prenne sa place dans la valise. Le départ est prévu pour ce mercredi 19 novembre.
Le programme s’annonce ainsi: 5 jours à São Paulo, suivi de 10 autres à Rio de janeiro, histoire de profiter pleinement de ce déplacement toujours éprouvant. Est-ce que ce devoir familial me laissera le temps, dans la capital “paulistana”, de goûter à l’un ou l’autre show...rien n’est moins sûr...Car le destin ne m’a pas épargné au niveau des tentations...Rien que du 20 au 23 de ce mois, Maria Rita, Pedro Luis e a Parede, Zeca Pagodinho, Paula Maurelembaum, Daúde envahissent les scènes de la mégapole. Ceci dit Rio ne sera pas en reste puisque du 25 décembre au 5 décembre –dates de ma présence dans “la cidade maravilhosa”- sont déjà annoncés Lenine, Ivan Lins, Ângela RôRô, Ana Carolina et surtout la grande soirée anniversaire des 8 ans de la radio MPB FM, dans la grande salle ‘Vivo Rio’, où se produiront Ney Matogrosso, Seu Jorge, et le jeune groupe Doces Carioca avec entre autre l’artiste-performer Silvia Machete. De plus ce matin, à mon réveil, je reçois une invitation qui me vient de Bena Lobo pour le lancement de son dernier album au Théâtre Rival. Bref, du choix, je n’aurai que l’embarra, et je fais serment qu’ici, je vous rendai compte de mes errances musicales...D’avance, je ne sais dire à quoi j’assisterai...
En attendant ce lundi 17, il y aura encore deux heures délicieuses du programme Tropicália sur radio Judaica (90,2 FM), et si vous ne savez toujours pas comment y accéder sur le net, il suffit de cliquez sur la colonne de droite de cette page, et ceci à 21h30...Sur antenne ou ici même, je vous retrouve bientôt...abraços e até breve!

BENA E EDU LOBO: "Na Carreira" (Edu Lobo/ Chico Buarque)


mardi 11 novembre 2008

Tropicalia 5, lundi 10 novembre, la playlist…

"Dans mon île" par Caetano Veloso, artiste francophile par excellence
(photo Daniel A)


Générique : YAMANDU COSTA : « Lamentos » (Garoto)

Artistes brésiliens chantant en français :
Artistas brasileiros cantando em francés :

-OTTO :
« Changez tout » (Appolo/ Otto)

-CAETANO VELOSO :
« Dans mon île » (M.Pon/ H.Salvador)

-GILBERTO GIL : « La Renaissance africaine » (Gilberto Gil)
-SILVIA TELLES :
« Gardez moi pour toujours »- Por causa de vocé (A.C.Jobim/ Dolores Duran/ vers : Serge Rhode)

-OS MUTANTES :
« Le premier bonheur de jour » (Jean Renard/ Frank Gerald)

-MAYSA :
« Ne me quitte pas (Jacques Brel)

-JARDS MACALÉ :
« Ne me quitte pas » (Jacques Brel)

-NARA LEÃO :
«Funeral de um lavrador » -en français- (Chico Buarque)

-LOS HERMANOS :
« Cher Antoine » (Rodrigo Amarante)

-JOÃO GILBERTO : « Que reste-t-il de nos amours » (Charles Trenet/ Léon Chauliac)
-CECÍLIA LEITE & CHICO BUARQUE:
« Dis-moi comment » (A.C.Jobim/ Chico Buarque)

-CÁSSIA ELLER :
« Non, je ne regrette rien » (Michel Vaucaire/ Charles Dumont)

-CLARA MORENO :
« Les Cactus» (Jacques Dutronc)

- MARTINHO DA VILA : « La Bohème » -Boemia- (Jacques Plante/ Charles Aznavour)
-CHICO BUARQUE :
« Joanna Francesa » (Chico Buarque)

-SELMA REIS :
« Sem Fim » -Je t’aime-(Patrick Bruel/ vers : Sergio Natureza)

-CAPITAL INICIAL : « Sem cansar »- C’est comme ça- (C.Ringer/ F.Chichin/ vers : Dinho Ouro Preto et Alvin L.)
-ALCEU VALENÇA : « La Belle de jour » (Alceu Valença)

Virginia Rosa: pour une "samba à deux"? (photo Daniel A)

Elles (et il) chantent LOS HERMANOS

Elas (e ele) cantam LOS HERMANOS


-VIRGINIA ROSA :
« Samba a dois » (Marcelo Camelo)

-MARIA RITA : « Cara Valente » (Marcelo Camelo)
-MARIANA AYDAR : « Deixe o verão » (Rodrigo Amarante)
-NILA BRANCO :
« Sentimental » (Rodrigo Amarante)

-ROBERTA SÁ : « Casa pré fabricada » (Marcelo Camelo)
-ANNA LUISA :
« Um Par » (Rodrigo Amarante)

-NEY MATOGROSSO :
« Veja bem meu bem » (Marcelo Camelo)

-MARIA JOÃO :
« A Outra » (Marcelo Camelo)


Paulinho Moska: version voix et guitare de "Solidao" de Dolores Duran"
(photo Daniel A)

…et bien d’autres choses…
…e outras coisas…

-PAULINHO MOSKA :
« Solidão » (Dolores Duran)

-MILTON NASCIMENTO & JOBIM TRIO : « Chega de saudade » (A.C.Jobim/ Vinicius de Moraes)
-EDU LOBO & TOM JOBIM :
« Pra Dizer adeus » (Edu Lobo/ Torquato Neto)

-MARIA BETHÂNIA :
« Só me fez bem » (Edu Lobo/ Vinicius de Moraes)

-PAULA MORELENBAUM & MARCOS VALLE : « Ilusão à toa » (Johnny Alf)

Monique Kessous, melange de pop et de musique tzigane
(photo Daniel A)


-MONIQUE KESSOUS :
« Frevo meio envergonhado » (Monique Kessous)

-ADRIANA CALCANHOTTO : « Porto Alegre » (Péricles Cavalcanti)
-ARNALDO ANTUNES & MARISA MONTE : « Paradeiro » (Antunes/ Monte/ Brown)
-PITTY : « Admiravel chip novo » (Pitty)
-O RAPPA :
« Monstro Invisivel » (O Rappa)

-PEDRO LUIS E A PAREDE :
« Cabô » (Zé Renato/ Pedro Luis)

-LENINE : « A Mancha » (Lenine/ Lula Queiroga)
-BENA LOBO : « Imagem e semelhança » (Bena Lobo/ Kiko Continento/ Milton Nascimento)
-RITA RIBEIRO :
« Caminhos de sol » (Herman Torres/ Salgado Maranhão)

-ZIZI POSSI :
« Mais simples » (José Miguel Wisnik)

Fred Martins: la nouvelle pop brésilienne passera par lui
(photo Daniel A)


-FRED MARTINS :
« Tempo afora » (Fred Martins/ Marcelo Diniz)

-MARIANA BALTAR : « Pressentimento » (H.B. de Carvalho/ Elton Medeiros)
-MOYSEIS MARQUES & ELTON MEDEIROS:
« 14 Anos » (Paulinho de Viola)

-SIBA E A FULORESTA :
« Meu time » (Siba)

FRED MARTINS: présentation du dvd: "Tempo afora"

samedi 8 novembre 2008

Anna Luisa : girando em torno de ritmos brasileiros

Anna Luisa, mais uma "garota sangue bom" (foto Daniel A)

Eu ficava muito intrigado com essa garota do Leblon (RJ) completamente enlouquecida por ritmos nordestinos e percussões. O seu segundo disco, « Do Zero » (2006), estava repleto de sotaques regionais, derivados do maracatu, do baião, do xote e até da ciranda, e nada disso soava superficial. Com participações e apoio de Pedro Luis e Rodrigo Maranhão, entre outros, « Do Zero » foi uma das boas revelações do início do ano passado. Porém, Anna insistiu (muito !) em me dizer que esse disco era só uma base firme para construir « Girando », seu neném recém-nascido que acaba de ser lançado agora.
A gente se encontrou em agosto desse ano, e a cantora, simpática e muito animada, já me revelava os bastidores deste último disco, já muito bem recebido pela crítica em geral. O fato é que, na verdade, só pude escutar as faixas disponíveis na página da cantora no Myspace. O disco está a caminho da velha Europa…Assim me prometeu Anna Luisa… Mas antes de abordar « Girando », eu quis saber um pouco mais sobre o início de sua carreira profissional…

Daniel
: Me conta, Anna; sobre o seu primeiríssimo disco, « Novelas acústico » (2002): parece que você tente escondê-lo da sua discografia...

Anna Luisa : O primeiro? Ah, sim, mas na verdade não se tratava de um disco autoral. Foi uma primeira experiência, a partir de uma idéia do selo Deckdisc, reunindo temas de novelas que haviam feito sucesso, em formato acústico, porque isso estava um pouco na moda ... e o selo estava à procura de uma cantora. Eu passei num teste, algo parecido com um teste de elenco. Mas para mim, foi uma boa oportunidade. O projeto era bem aberto, e eu pude participar da escolha do repertório mais conveniente à minha voz. Pode-se dizer que foi mesmo o meu primeiro trabalho realmente profissional. Mas eu não o considero parte da minha discografia, porque de fato não havia muito de mim mesma nesse projeto.

D :
Mas isso te ajudou a ficar um pouco mais conhecida do público, não?


AL : Esse é um tipo de álbum de catálogo básico de um selo. A Deckdisc é conhecida por lançar diversas coletâneas, como por exemplo: “O Melhor do Forro”, “O Melhor do Samba”, esse tipo de coisa... É o tipo de disco sobre o qual não se trabalha muito o marketing; são colocados sobre as grandes bancadas das lojas, onde são fáceis de serem enxergados e manuseados. Eu também não queria ter meu nome associado artisticamente a esse tipo de produto de ocasião. É claro que eu não o renego; mas ao mesmo tempo, mesmo havendo qualidade nele sob certo aspecto, eu só o consideraria como parte da minha discografia se ele fosse mais pessoal... enfim, não é meu verdadeiro início de carreira.

D : De fato, eu conheci você através do seu álbum “Do Zero”, que já tem quase dois anos, e sei que você está em vias de lançar seu mais novo disco... Assim, sou todo ouvidos; como dizem os cariocas, manda aí...

AL :
(rsrs) Eu escolhi 12 títulos… Foi um trabalho de escutar, escutar... Existe tanto material de vários compositores, e há tantos artistas talentosos... É um trabalho de pesquisa constante, que é preciso ser feito, eu acho... Eu mal terminei, com muito esforço, esse disco – “Do Zero” – e já comecei a procurar por algumas coisas novas. Eu já pensava em canções para o próximo trabalho. Na realidade, sobre « Do Zero », eu o considero um campo de experimentações; creio mesmo que o primeiro disco de uma cantora é sempre uma experiência, que pode dar frutos, da mesma forma como poderá ser bem acolhida pelo público.

D : Eu o achei muito sucedido, bem acabado...

AL :
É verdade... Mas é acima de tudo um terreno sobre o qual pude colocar as fundações para construir um segundo disco. O que também poderia ser arriscado...
Uma boa acolhida do primeiro poderia causar uma grande expectativa sobre o segundo, e essa expectativa causar alguma frustração... Mas no meu caso, eu mesma senti uma evolução de um álbum para outro. Principalmente graças a meus shows. É por isso que a sonoridade de « Girando » me dá essa certeza de evolução. Ele mostra mais claramente que tipo de artista eu sou... Mostra o que eu posso fazer de melhor musicalmente... Dentro das minhas escolhas, eu mantive alguns compositores que já constam do primeiro disco, e eu mesma continuei compondo. Mas eu não tenho a pretensão de fazer um trabalho inteiramente autoral; e de qualquer maneira, também não tenho muitas canções em mente agora... Então eu não me obrigo a ser cem por cento autoral.

D :
Em “Do Zero”, praticamente a metade do repertório do álbum é da sua autoria...

AL : Em « Girando » só tem quatro canções da minha autoria... Eu fui muito seletiva... Nem tudo que eu compus me foi necessariamente satisfatório. Muitas vezes, quando eu componho uma canção, acabo sentindo que ela não foi feita para que eu mesma a interprete; mas ela pode, sim, servir à voz de uma outra intérprete.

Anna Luisa e Rodrigo Maranhao no Cinémathèque (RJ)
(foto DanielA)


D :
Com quais compositores você continuou trabalhando em “Girando”? ... Maranhão, Edu Krieger ? Eu já assisti a você lá, no espaço Cinémathèque, com eles ... foi muito bom, e divertido...


AL : Bom, meus colaboradores de sempre são o Emerson Mardhine… E eu compus uma nova música, Seu moço com o Edu e com um novo colaborador, que é o Rodrigo Vidal -Pedido ao tempo -, que foi quem inclusive produziu “Do Zero”, e agora “Girando”. Há também uma canção que é de minha única autoria, Bailarina do mar. Dentre as outras faixas, eu incluí um novo título do Rodrigo Maranhão, Baião digital. Esse é um dos artistas com quem eu tenho uma sintonia muito grande ! Você deve ter sentido isso ao longo do show... E o restante são mesmo muitas releituras, que como já te contei, são baseadas num trabalho de pesquisa constante... São aquelas canções que apelidamos de “lado B”, ou então algumas músicas bastante conhecidas à que damos uma roupagem nova.

Participaçao luxuosa do Edu Lobo em "No Cordao da saideira"

D : Tem também a “reprise” de um título de sucesso?


AL : …Na verdade, não… Tem uma música do Gilberto Gil que se chama Parabolicamará , que foi completamente “desconstruída”, a qual refizemos sob um ritmo mais sincopado ( ela canta ), completamente diferente do que ele havia feito na época. É uma abordagem diferente, que sempre ousamos fazer... E também gravei Edu Lobo... Ele me fez a gentileza de participar do álbum; ele divide a voz comigo numa de suas composições: No cordão da saideira, você conhece? É uma canção maravilhosa... ( Anna cantarola ... ). Foi um luxo... Muito envolvente, mesmo… Eu adoro a voz dele, mesmo que ele não se gabe dela... Deixa eu ver (...ela pára e pensa)... Tem uma canção de inteira autoria do Eugênio Dale, Tonta . Tem também um título de um compositor que é um dos meus amigos da roda de sarau, Antônio Dionísio. Ele é um mineiro que mora nos Estados Unidos, e que não é muito conhecido aqui…Ele compôs a única música em inglês do disco, que se chama Cold Kiss ; é um títuilo que soa um pouco tropicalista, e que cai bem no clima do álbum... Ela é mais lenta… Ela tem uma faceta bem “brasileira”. E, sim, olha só (...refletindo ainda)… Ah, sim, e tem alguma coisa dos Novos Baianos Pingos da chuva … Você conhece essa música?

D : Ih, agora você me pegou… !

AL :
Essa precisa ser pesquisada ! Essa é primeira que eu escolhi para o meu novo repertório... Eu adoro Baby Consuelo, uma grande intérprete, dona de uma swing incomparável. Ela se perdeu um pouco a nível musical, mas ela poderia ter feito uma carreira como a da Gal Costa... É uma das músicas dos Novos Baianos menos conhecidas, mas perfeitamente dentro do estilo deles. É uma carta que eu guardei na manga... Mas eu sabia que um dia com certeza eu iria gravá-la. Então, agora, espera aí... Foram três releituras, a música do Eugênio, mais quatro minhas... já são oito... ( tem uma “luz” ): Cachaça Mecânica , de Erasmo e Roberto Carlos !


D : Ah, sim ( eu canto ) ... ela foi reeditada em francês ... Para uma certa Marie Myriam ...


AL : (rs)… Fizemos com um novo arranjo… Fizemos como um samba moderno... Eu diria que ela tem um pouco a ver com Um Par , do Rodrigo Amarante, do meu segundo disco... dentro dessa mesma tendência, mas um pouco mais “encorpada”... Nós tivemos mais tempo, dessa vez, de utilizar os instrumentos que não tínhamos no primeiro disco. Para a abertura do álbum, foi escolhida Lágrima Negra, uma música inédita de uma amiga minha, Ana Clara. O Rodrigo Vidal acabou ouvindo um de seus demos, porque ela também esta iniciando sua carreira... Ela compõe…Achamos que essa canção também caberia bem no disco...

"Girando", lançamento oficial esse 12 de novembro.

D : Agora que você enumerou conscientemente as músicas, como você definiria “a cor” do seu álbum… ?

AL: Eu continuo com a minha paixão alucinada pelos ritmos brasileiros mais diversos, e eu adoro explorá-los... Tem o Baião, o Maracatu, o Xote... e tem o samba, com esse seu lado de raiz, com seus breques, mas não obrigatoriamente “quadrado”; e tudo isso revestido de um toque modernista... Ah ! Me lembro agora de outro título: Folguedo popular, que é um forró para o qual pedimos ao Nicolas Krassik para fazer o arranjo. Ele aderiu com o seu grupo, Os Cordestinos, para entrar com uma rabeca, um violino, um baixo acústico e as percussões... A música soa realmente muito autêntica, bem tradicional... Bem, não são exatamente a zabumba, o acordeon e o triângulo; não se trata de um trio nordestino... Mas pelo conjunto do disco em si, fica difícil definir um estilo específico... Eu fico à vontade para que os estilos se imponham por sim mesmos... porque também é muito pop... Eu o definiria como muito "brasileiro", simplesmente. Eu acredito convictamente que « Girando » é bem mais maduro; Eu chego a repassar as críticas na minha memória, para checar se elas estão sendo boas ou não... mas acabo concluindo que não devo dar tanta atenção a isso: estou satisfeita com o meu próprio resultado, e também muito orgulhosa pela minha escolha dos compositores.

D : E para falar das músicas do Nordeste, eu venho constatando algumas coisas, e gostaria de saber o que você pensa a respeito.... Eu tenho a impressão de que o Nordeste sempre veio em auxílio à MPB quando essa se empobreceu. E mesmo nesses últimos anos, não são poucos os artistas que vêm do Norte. E existem esses cariocas embalados por esses ritmos, como o Pedro Luis, o Edu Krieger ou o Rodrigo Maranhão… E até você mesma... Como você explica esse fenômeno de artistas cariocas que bebem das fontes nordestinas?

AL : É verdade, e você está certo; é assim mesmo que acontece... Não sei bem como. Geralmente me perguntam: “ De que estado você é? Bahia ou Pernambuco?

D : E você, no entanto, nem aparenta!

AL : Sim, eu sei (rs), e eu não sei se é por brincadeira, ou se acreditam mesmo que eu venha de lá. Mas enfim... Essas regiões são tão ricas, é impressionante... Você conhece o Nordeste, não é..? Você não acha que isso é culturalmente inacreditável? É um encantamento... eu não sei... Quando eu chego em Salvador ou Recife... Alguma coisa acontece... eu não sei explicar... De fato, eu sou um tipo mais europeu, mas deve haver alguma coisa afro dentro de mim... Eu adoro percussão, e já participei de inúmeros grupos de percussão dentro de oficinas de samba e de maracatu; e isso consolidou a minha paixão pelos ritmos. Também participei de uma oficina de danças populares, e me vi seduzida por esse universo... Do Pedro Luis eu já era a maior fã, e Lenine... esse é o meu guru! Sem dúvida foi ele quem me influenciou mais diretamente. Seus arranjos, com interferências eletrônicas, porém sem exageros, mesmo que no fundo ele seja fundamentalmente rock... E também tem o Gil, que sempre foi eclético, indo da Bossa ao forró, sem jamais perder sua identidade.

D : E são justamente as duas canções do Pedro Luis que me seduziram de imediato no seu segundo álbum: « Do Zero » e « Vale quando pesa »…


AL :
Ele me cedeu esses dois títulos inéditos... Mas em « Girando », eu não tive nem a oportunidade de gravar alguma coisa do Pedro... Eu recebo tantas coisas boas... E as má também! Enfim, eu recebo um monte de coisas! (rsrs). No disco tem também a participação especial do Quizomba, o Grupo do qual eu fazia parte, que é um “bloco de baile”. O Quizomba não tinha composições próprias como o Bangalafumenga... Eles tocavam o Jorge Benjor, o Tim Maia, o Rappa, o Lenine, e trabalham com peças ritmadas mais cabíveis mesmo para um bloco... E o objetivo era mesmo animar bailes. Eu fiquei três anos com eles, o que me proporcionou um leque de experiências.

D : Eu me perguntava como você estaria aceitando as críticas da imprensa...A gente fala as vezes da falta de personalidade das vozes das novas cantoras; até você foi criticada para esse fato...

AL : Sim, é verdade. Mas por outro lado, na crítica do show « Samba Social Clube », a imprensa foi muito positiva a meu respeito. Esse projeto reuniu artistas de todos os estilos, reunindo 35 canções. Algo parecido com o projeto « Casa de samba ». Foi dito que a minha apresentação foi uma das melhores daquele grupo, tanto quanto a do Lenine e a da Fernanda Abreu, quando eu reentrei em cena junto com A Nilze Carvalho e a Ana Costa… Quanto às críticas, a gente deve estar aberta a recebê-las. Sobre « Do Zero », eu diria que ali eu me lancei, o que acho correto; mas eu ainda não estava ali senhora absoluta de mim mesma.

D : ...Mas você não pára de depreciar esse disco, que eu pessoalmente considero bastante maduro..!!

AL : Você acha? Sem dúvida, eu sou muito exigente; eu sou um tipo de pessoa que busca melhorar constantemente. Se eu leio uma crítica negativa, eu logo me questiono: « Deve haver uma razão... ». Eu venho me aperfeiçoando, e continuo tendo aulas de canto; eu diria que eu venho mesmo melhorando a cada show, e é isso mesmo que eu estou buscando... Quanto à questão do timbre da voz, isso não me afeta muito; até porque existem outras opiniões a respeito, e essas opiniões variam de pessoa para outra.

D : É bem evidente que nos últimos anos, há um afloramento de novas cantoras, mais do que nunca, talvez... Será que o papel dessas novas intérpretes não será o de emprestar suas vozes a novos talentos masculinos, como já fizeram no passado Elis e Bethania para Ivan Lins, Milton, João Bosco… ?


AL :
Eu não acho que uma cantora deva gravar esse ou aquele artista porque ele está na moda. Eu gravo um compositor por amar a sua canção, sem dar atenção se aquilo é uma tendência ou não. Mas dentro dos novos talentos, há muitos de qualidade. Não acho que hoje existam mais cantoras surgindo do que antes. É preciso perceber que existem diferentes tipos de carreiras. Há aquelas que passarão suas vidas cantando nos bares da Lapa. Pessoas extremamente talentosas... Porque elas não atingem um patamar superior em suas carreiras é algo que eu não entendo bem... questão de oportunidade, sem dúvida, ou falta de meios... ou falta de carisma, de sorte... Enfim, não sei dizer... Há também essa prática de encontros regulares entre artistas para tocarem juntos, fazerem uma espécie de “jam session”, uma roda de sarau. Nos reunimos com Roberta Sá, Edu Krieger, Pedro Luis, o marido de Roberta... E mostramos as novidades uns aos outros. Esse processo de troca é muito natural.

D : É verdade que, de um ponto de vista europeu, parece que está surgindo mesmo um tipo de “nova onda” autoral carioca, mesmo com membros do Los Hermanos, como a banda + 2, com Domenico Kassin; Fino Coletivo; Doces Cariocas, com Alexia Bontempo; Pierre Aderne…

AL :
É engraçado mesmo; tem músicas que eu regravei que vêm desses “saraus” organizados por Pierre et Alexia. É engraçado mesmo, como todo mundo está interligado, de uma forma ou de outra...


D : Agora, lá no fundo, a gente pode dizer que você faz parte da “jeunesse dorée” do Rio? Você é capaz de viver da sua música?


AL : ( ela ri… ) Eu já fiz parte dessa juventude privilegiada do Rio, sim, mas hoje nem tanto. Não, eu não poderia viver da minha música. E eu ainda estou investindo nela... Mas seria possível... Você sabe... existem diversas maneiras de se construir uma carreira. É possível cantar regularmente três vezes por semana, em diversos lugares. Eu já cantei em hotéis, como o Meridien, durante uma certa época, e o cachê era razoável. Idem com o Quizomba; mas quando a gente começa uma carreira autoral, fica mais complicado. Nesses ambientes, ocorre a imposição de um repertório e de um estilo. Com o Quizomba, inclusive, era muito cansativo para a minha voz, e eu tinha medo de perdê-la.

ANNA LUISA (com Rodrigo Maranhao e Edu Krieger): "Bailarina do mar"
e "Cabra cega" (no Canecao)





mercredi 5 novembre 2008

Tropicalia 4 du 3/11 : la Playlist…

Fernanda Takai avec "Kobune", version japonaise d'"O Barquinho"
(photo Daniel A)


Mais uma vez apresentamos uma programação eclética, porém um pouco mais dedicada à Bossa Nova e à “Bossa jazz”, com os sempre atuais João Donato, Johnny Alf e Leny Andrade…
Neste Bloco, foram ao ar gravações originais, como por exemplo, aquela versão genial swingada de « Lobo Bobo », interpretada por Wilson Simonal; ou a primeira gravação do clássico « Samba de Verão », do Marcos Valle…
Destaque também, no segmento mais pop, para « Canção Áspera » pinçada do último e excelente disco “Estandarte”, do Skank…

Devido ao sucesso do programa “Tropicália”, na próxima segunda-feira serão 4 horas de “show brasileiro”, a partir das 17:30 h. (hora de Brasília). Teremos uma primeira hora especial com artistas “tupiniquins”, cantando em outros idiomas…Vai haver pérolas; vale a pena conferir ! Mas é surpresa... Até lá…

PS : para notícias frescas sobre esse blog querido, aconselho ao caro leitor que se torne assinante, o que não custa nada… mesmo.
É só observar na coluna à direita : « Subscribe »…
…Yes, you can !



Générique : YAMANDU COSTA : « Lamentos do morro » (Garoto)

LULU SANTOS : « Assim caminha a humanidade » (Lulu Santos)
MARINA LIMA :
« Á Francesa » (Claudio Zoli/ Antonio Cícero)

SKANK :
« Canção Áspera » (Samuel Rosa/ Chico Amaral)

CÁSSIA ELLER & BARÃO VERMELHO
: « Malandragem » (Cazuza/ Frejat)

JAY VAQUER : « Pode agradecer » (Jay Vaquer)
CHARLIE BROWN JR :
« Prohibida pra mim (Grazon ) » (Marcão/ Chorão/ Champignon/ Thiago/ Pelado)


BENA LOBO :
« Sábado » (Seu Jorge/ Bena Lobo/ Daniel Gonzaga/ Régis Faria)

FERNANDA ABREU :
« Brasileiro » (Teta Lando/ Fernanda Abreu)

GUILLERME ARANTES :
« Meu mundo e nada mais » (Guilherme Arantes)


LENY ANDRADE :
« Batida diferente » (Durval Ferreira/ Mauricio Heinhorn)

JOHNNY ALF & GAL COSTA :
« Ilusão à toa » (Johnny Alf)

PERY RIBEIRO :
« O Barquinho » (Roberto Menescal/ Ronaldo Boscoli)

FERNANDA TAKAI :
« Kobune » (O Barquino) (Menescal/ Boscoli)

MARCOS VALLE :
« Samba de verão » (Marcos Valle/ P.S. Valle)

JOÃO DONATO :
« Bananeira » (João Donato/ Gilberto Gil)

WILSON SIMONAL : « Lôbo bôbo » (Carlos Lyra/ Ronaldo Boscoli)
AQUARELA CARIOCA :
« Kashmir » (Bohnam/ Page/ Plant)

CHORA DAS 3 :
« Carinhoso » (Pinxinguinha/ João de Barro)


ORCHESTRA IMPERIAL :
« Não foi em vão » (Thalma de Freitas)

FINO COLETIVO :
« Boa Hora » (Alvinho Lancelotti/ Domenico Lancelotti)

MOINHO :
« Doida de varrer » (Ana Carolina/ Chacal)


GIANA VISCARDI :
« 4321 » (G.Viscardi/ Michael Ruzitschka)

MARIANA AYDAR :
« Na Gangorra » (Giana Viscardi/ Michael Ruzitschka)

VANIA ABREU : « A Minha alma… » (M.Yuka/ Falcão/ Xandão/ M.Lobato/ L.Farias)
CLARA NUNES : « Novo amor » (Chico Buarque)

RITA LEE :
« Esse tal de roque enrow » (Paulo Coelho/ Rita Lee)

LENINE : « É Doce morrer no mar » (Jorge Amado/ Dorival Caymmi)

samedi 1 novembre 2008

'Tropicalia 3' à la loupe…

La positive attitude de Luiz Melodia (photo Daniel A.)

En général, un animateur ‘bien comme il faut’ commencera toujours par vous dire qu’il sera « très heureux de vous retrouver pour un nouveau numéro de …». Je fais partie de ceux-là, mais je confesse que ce plaisir, très égoïstement, je me l’octroie en priorité. C’est en effet l’unique moment de la semaine, qu’après des heures d’écoutes, je me donne l’occasion d’apprécier les musiques choisies… avec un casque. C’est bête à dire, mais on ne se rend pas compte des innombrables petites ingéniosités qui se cachent dans un enregistrement et qui, souvent, passent inaperçues malgré des enceintes performantes. Bref, quand j’entame le ‘show’, seul dans le studio, les écouteurs sur les oreilles, j’entre en religion et en osmose avec les dieux de la MPB et je l’espère, en communion avec l’auditeur. Mais quittons ce vocabulaire mystique…

En 1996, Belô Velloso sortant son premier album parrainée par
Bethânia, Caetano et Adriana Calcanhotto.


Une autre satisfaction durant la préparation du programme : la redécouverte d’albums, non pas oubliés, mais un peu délaissés dans mon inconscient musical. Ainsi, pour ce troisième numéro de Tropicalia, ce fut une vraie délectation de réécouter le premier album de Belô Velloso (1996), nièce de Caetano et Maria Bethânia, tout comme le premier disque homonyme de Rita Ribeiro (1997), excellente artiste du Maranhão, déjà bien installé sur la scène brésilienne.
Mêmes retrouvailles avec les superbes « Inclinações musicais » (1981) de Geraldo Azevedo et « 7 desejos » (1992) de Alceu Valença, ces deux piliers de la musique nordestine qui avaient conquis le territoire national brésilien dès les années 70.
Dans ce premier bloc du programme, dédié plutôt aux artistes consacrés, je pus replonger également dans un des derniers grands disques de Caetano Veloso, « Estrangeiro », le premier album de l’artiste qui me soit tombé entre les mains en 1989, alors que je ne connaissais rien de lui. Dix ans auparavant, en 1979, Angela RôRô lançait son premier album homonyme, truffé de petits joyaux (dont ‘Amor, meu grande amor’), qui affirmait une compositrice au tempérament bien trempé. Avec ‘Cartomante’, j’ai voulu faire place à une de ces chansons en forme d’hymne exalté comme seul Ivan Lins sait les créer (ici au travers du trio vocal féminin Folia de 3). Et enfin -parce qu’on oublie souvent de le compter parmi les grands- il me tenait à cœur de passer un titre de Luiz Melodia (‘Paixão’), un artiste incontournable de la scène brésilienne depuis que Gal Costa avec ‘Perola Negra’ en 1971, et Maria Bethânia avec ‘Estação Holy estação’ en 1972, l’imposèrent comme un des compositeurs les plus doués de sa génération. A l’heure ou j’écris ces lignes, un « MTV Especial, Estação Melodia », vient d’ailleurs de sortir sur le marché.

Adriana Peixoto, premier album d'une étonnante maturité.

Durant ces 180 minutes de programme –exceptionnellement- je pus faire la part belle à de nombreuses nouveautés. D’abord celles de jeunes talents, comme Flavio Henrique que j’avais découvert récemment avec son album « Pássaro pêncil », emprunt d’une délicatesse mélodique proche des grands compositeurs de son Minas Gerães natal comme Milton Nascimento, Toninho Horta ou Flavio Venturini
. Pour le côté plus fun, j’ai fait place à Silvia Machete, la nouvelle sensation de Rio, qui, comme je l’ai dit maintes fois, vaut autant pour son timbre vocal affiné que pour ses numéros de cabaret que l’on pourra d’ailleurs découvrir dans le dvd « Eu nao sou nenhuma santa » qu’elle a lancé officiellement ce 30 octobre, au Théâtre Rival (RJ).
Toujours dans la catégorie ‘nouveautés/ jeunes talents’, j’ai craqué pour les premiers albums d’Aline Muniz, intelligemment commercial, et Adriana Peixoto qui fait preuve d’une maturité hérité d’une famille d’artistes illustres (Cauby Peixoto, Ciro Monteiro…).
Concernant les poids lourds, je venais enfin de recevoir les albums de :

- Lenine avec « Labiata », disque puissant, au climat sombre, mais trop peu original et élaboré mélodiquement.

- Zeca Pagodinho avec « Uma Prova de amor », loué par toute la critique mais bien trop lisse et consensuel à mon goût. Un disque de samba ‘de raiz’ se doit de sentir la bière et la sueur, ce qui ne semble pas être l’avis d’Universal music.


- Pedro Luis e a Parede avec « Ponto enredo », produit par Lenine, et qui sera indiscutablement une des belles ‘plaques’ de cette année.


- le groupe pop Skank avec le très bon « Estandarte », que je n’ai hélas pas eu le temps de programmer ce lundi. Sans faute pour le ‘Tropicalia 4’ !

Parmi les nouvelles belles surprises que j’avais déjà partagées dans les programmes précédants, ce fut un plaisir de découvrir d’autres titres des derniers albums de Mart’nália, Zeca Baleiro, Suely Mesquita, Chico Cesar, et Ed Motta. Ce dernier qui, avec « Chapter 9 », signera peut-être un des meilleurs albums brésiliens de 2008 …entièrement chanté en anglais !

Le superbe "7 desejos" (1992) d'Alceu Valença.

Après avoir passé en revue trois des nouvelles voix talentueuses de la MPB : Thais Gulin, Glaucia Nasser, et Anna Luisa (dont l’interview sera le prochain post), j’attaquais une partie exclusivement nordestine avec les déjà-cités Alceu Valença et Geraldo Azevedo, faisant un détour ensuite par la légende du ‘Mangue Beat’, Chico Science & Nação Zumbi, et son digne héritier, Totonho e Os Cabra, un sociétaire de l’émission !
Je fus également heureux de faire découvrir l’instrumentiste français très courtisé, Nicolas Krassik, et son groupe Cordestinos, virtuose tant du violon que du ‘rabeque’, son cousin régional du nord qui se joue à bout de bras avec un archet arqué.

Quand à Siba (ex-Mestre Ambrosio) e a Fuloresta, il nous fait découvrir la ‘ciranda’ et le ‘maracatu’ pur jus avec son album « Toda vez que eu dou um passo » (2007) et son monde musical fascinant qui lui a valu de nombreuses récompenses dans la catégorie un peu fourre-tout de musique régionale. Je terminais enfin le programme de ce lundi dernier avec trois grands mythes de la musique brésilienne : Tom Jobim (1927-1994), Dorival Caymmi (1914-2008) et Pixinguinha (1897-1973). Le premier avec ‘Eu sei que vou te amar’ (Tom –Vinicius de Moraes) dans la version de Rosa Passos, sans doute la des plus parfaite interprète actuel de la Bossa Nova ; Dorival avec l’ingénu ‘A Vizinha do lado’ par Bebeto Castilho, bassiste et flûtiste du légendaire groupe de bossa jazz Tamba Trio ; et Pixinguinha avec le classique du chorinho ‘Cochichando’ interprété par Gente Fina & Outras Coisas, groupe dans lequel officie justement Bebeto Castiho. A lundi, pour un nouveau voyage musical.. !
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En écoute (en haut à droite), Pedro Luis e a Parede et Skank.

"Dia Branco" (Geraldo Azevedo) par Simone


CE BLOG EST DÉDIÉ AUX CURIEUX QUI AIMERAIENT CONNAÎTRE L'ART ET LA MUSIQUE POPULAIRE BRÉSILIENNE. UNE OCCASION POUR LES FRANCOPHONES DE DÉCOUVRIR UN MONDE INCONNU OU IL EST DE MISE DE LAISSER SES PRÉJUGES AU VESTIAIRE.