jeudi 30 septembre 2010

Sobrevoando 2010 : fevereiro.

« Stória, stória » de Mayra Andrade,
já lançado na Europa em 2009, chegou no Brasil este ano.

-texte français plus bas.
-texto português traduzido do francês (com vídeos diferentes)

Assim como para 2009, a resenha « Sobrevoando 2010 » se propõe a rever, de forma subjetiva, alguns álbuns significativos lançados mês a mês ao longo desse ano inteiro. Infelizmente, com alguns encontros musicais faltando, devido à indisponibilidade de certos cd´s no mercado.
Certos álbuns já foram resenhados nesse blog, cada um a seu tempo...

Como todo ano –por força do Carnaval- o mês de fevereiro anunciou-se muito calmo, mas nem por isso desprovido de algumas belas surpresas. Dentre elas « Tantas Marés », o novo álbum de inéditos de Edu Lobo que era aguardado desde «Meia noite », de 1995... Salvo que, de inéditas de fato, o grande compositor não nos apresenta mais do que quatro, na verdade –belas, com certeza- compostas com o onipresente Paulo César Pinheiro. O resto do disco é construído em torno de grandes clássicos criados junto com seu parceiro e amigo Chico Buarque (Ode aos ratos, A Historia de Lily Braun…) ; ou de antigas peças instrumentais que ganharam letras, ainda por Pinheiro (Dança do Corrupião, Perambulando). Será que Edu não teria em suas gavetas 12 inéditas para nos oferecer depois de 15 anos de ausência ? Ainda assim, ao escutar « Tantas marés », é possível constatar que trata-se de um disco soberbo, sustentado pelo piano magistral de Cristóvão Bastos, com um Edu Lobo em muito boa forma vocal.

Com « O Ano 1 » (capa no texto francês), Jorge Ailton constrói um dos melhores álbuns puramente pop do ano. Baixista de Paula Toller, Mart’nália, Lulu Santos e Sandra de Sá, Ailton se revela também muito bom cantor, além de compositor muito eficaz. A faixa título flerta com o som selvagem de um Leny Kravitz ; e outras, como Substantivo Feminino e, sobretudo, O Óbvio, são candidatas a tornarem-se excelentes hits radiofônicos.

Depois de João Donato, Emilio Santiago e Edu Lobo, este ano, é a vez de uma outra grande instituição da música popular brasileira lançar um álbum à altura de nossas expectativas. Os Cariocas (o grupo vocal mais antigo depois d´Os Demônios da Garoa) nos oferecem o excelente « Nossa alma canta », que se distingue das produções anteriores do grupo por contar com um repertório variado, mais original, e com uma produção particularmente bem cuidada. O quarteto revisita, dentre outros : Newton Mendonça, João Donato, Milton Nascimento, Tom Jobim, Eumir Deodato, Marcos Valle, Johnny Alf , e ainda Guinga.

Nas fileiras do samba carioca, Luiza Dionisio nos chega da Vila da Penha (Rio) como o grande e saudoso sambista Luiz Carlos da Vila (1949-2008), de quem ela retoma dois títulos em seu primeiro álbum : « Devoção » (capa no texto francês). A cantora nos conduz através de um repertório feito de sambas tradicionais e também de afrosambas, com títulos que não têm nada de óbvio. Essa escolha sofisticada de canções e a excelente produção, já valem, sem sombra de dúvida, o retorno a ela, mais até do que pela voz sem lá muito carisma dessa artista sincera.

Sinceridade é também o termo que melhor convém para o álbum do compositor e tocador de viola caipira Yassir Chediak.
Vindo de Minas Gerais, Yassir viaja entre os ritmos do Sertão e de outros lugares mais típicos do litoral baiano. O repertório, basicamente autoral, é sedutor ; porém, aqui também, a voz do artista não chega a nos entusiasmar.

Quando chegar a hora de apresentar a lista dos álbuns favoritos desse ano, o dilema que se colocará será o de saber se se deverá nela incluir « Stória, stória » (ver capa no texto francês), da jovem Mayra Andrade. Essa cantora soberba –em todos sentidos do termo !- nascida em Cuba, educada em Cabo Verde, e que vive atualmente em Paris, mantém laços estreitos com o meio musical brasileiro (lembrando aqui do mais recente disco de Mariana Aydar ou o último dvd da Mart’nália).
De fato, o álbum –produzido por Alê Siqueira- é uma das belas coisas ouvidas esse ano, por conta da suavidade de seu canto e dos ritmos mestiços que unem a África ao Brasil. « Stória, stória » é simplesmente cativante !

Viajando por entre a música popular e a música erudita ; por entre os repertórios de Bach, Debussy, Gabriel Fauré... e de Jobim, Ivan Lins e Ary Barroso, o duo Gilson Peranzzetta (piano) e Mauro Senise (saxofone, flauta) –que trabalha junto há 20 anos- convida a harpista Silvia Braga para « Melodia Sentimental », um álbum instrumental que é classificado na categoria de « third stream » (terceira via). Uma expressão criada pelo compositor americano Gunther Schuller para qualificar uma abordagem jazz da música clássica. Mas seja qual for o rótulo desse produto, se ele é a princípio um trabalho mais do que tudo afiado, ele vem a ser na verdade um álbum de perfeito riscado.

A seguir.

Survolant 2010 : février.

Edu Lobo, de retour après 15 ans d'absence.

(texto português em breve)

Comme pour 2009, la chronique « survolant 2010 » se propose de revoir, en tout subjectivité, les albums sortis mois par mois tout le long de l’année. Avec, hélas, quelques rendez-vous musicaux manqués dû à l’indisponibilité de certains cd’s sur le marché.
Certains albums ont déjà été chroniqués sur ce blog en leur temps…

Comme chaque année -Carnaval oblige- le mois de février s’annonça très calme, mais non sans quelques belles surprises.
Parmi celles-ci, « Tantas Marés », le nouvel album d’inédits d’Edu Lobo que l’on attendait depuis «Meia noite » de 1995... Sauf qu’en fait d’inédits, le grand compositeur ne nous en propose que quatre –superbes, certes- composées avec l’omniprésent Paulo César Pinheiro. Le reste de l’album est construit autour de grands classiques crées avec son complice Chico Buarque (Ode aos ratos, A História de Lily Braun…), ou d’anciens instrumentaux mis en paroles, toujours par Pinheiro (Dança do Corupião, Perambulando). Edu n’avait-il pas dans ses tiroirs 12 inédits à nous offrir après 15 ans d’absences ? En attendant « Tantas marés » est bien sûr un disque magnifique, porté par le piano magistral de Cristovão Bastos, et un Edu Lobo très en forme vocalement.

Avec « O Ano 1 » (photo ci-contre), Jorge Ailton commet un des meilleurs albums purement pop de l’année. Bassiste de Paula Toller, Mart’nália, Lulu Santos ou Sandra de Sá, Ailton se révèle aussi très bon chanteur et compositeur très efficace. La plage titulaire flirte avec le son sauvage d’un Leny Kravitz, et d’autres comme Substantivo feminino et surtout O Óbvio, sont candidats à devenir d’excellents hits radiophoniques.

Après João Donato, Emilio Santiago ou Edu Lobo, c’est au tour d’une autre grande institution de la musique populaire brésilienne de lancer un album à la hauteur de nos espérances. Os Cariocas (le plus ancien groupe vocal brésilien après Demônios da Garoa) propose l’excellent « Nossa alma canta », qui se distingue des productions précédentes du groupe par un répertoire varié, plus original et une production particulièrement soignée. Le quatuor revisite, entre autres, Newton Mendonça, João Donato, Milton Nascimento, Tom Jobim, Eumir Deodato, Marcos valle, Johnny Alf, ou encore Guinga.

Dans les rangs de la samba carioca, Luiza Dionisio nous arrive de Vila da Penha (RJ) comme le grand et regretté sambista Luiz Carlos da Vila (1949-2008) dont elle reprend deux titres sur son premier album « Devoção ». La chanteuse nous emmène dans un répertoire fait de sambas traditionnelles et d’afro sambas avec des titres qui n’ont rien d’évident. Ce choix recherché de chansons et l’excellente production valent sans aucun doute le détour, plus que la voix sans grand charisme de cette artiste sincère.

Sincérité est aussi le terme qui convient pour l’album "A viola e o mar" du compositeur et joueur de viola caipira, Yassir Chediak.
Venu du Minas Gerais, Yassir voyage entre les rythmes du Sertão et d’autres plus typique de la côte bahianaise. Le répertoire, principalement « autoral » est séduisant, mais ici aussi, la voix de l’artiste n’arrive pas à nous enthousiasmer.

Quand le temps sera venu de proposer la liste des albums favoris de cette année, le dilemme se posera de savoir s’il faudra y inclure « Stória, stória » de la jeune Mayra Andrade. Cette chanteuse superbe -dans tous les sens du terme !- née à Cuba, élevée au Cap Vert, et qui vit actuellement à Paris, entretient des liens étroits avec le milieux musical brésilien (on se souvient du dernier album de Mariana Aydar).
De fait, l’album –produit par Alê Siqueira- est l’une des plus belles choses entendues cette année, de par la suavité de son chant et les rythmes métissés qui unissent l’Afrique au Brésil. « Stória, stória », déjà sorti en Europe en 2009, est tout simplement envoûtant !

Voyageant entre la musique populaire et la musique érudite ; entre les répertoires de Bach, Debussy, Gabriel Fauré et de Jobim, Ivan Lins et Ary Barroso, le duo Gilson Peranzzetta (piano) et Mauro Senise (saxophone, flûte) -qui travaille ensemble depuis 20 ans- invite la harpiste Silvia Braga pour « Melodia Sentimental », un album instrumental que l’on classifie dans la catégorie « third stream » (troisième courant). Un terme créé par le compositeur américain Gunther Schuller pour qualifier une approche jazz de la musique classique. Mais quelle que soit l’étiquette, s’il est d’un abord plutôt pointu, il s’agit bien là d’un album d’une haute tenue.

À suivre…

mardi 28 septembre 2010

TROPICALIA 60 (part 2)




Eis aqui a lista das canções tocadas ao vivo no programa Tropicália, na Rádio Judaica, o dia 19/09. Pra escutar este programa, e outros mais antigos, cliquem AQUI.

Voici la liste des titres joués en direct dans le programme Tropicalia du 19/09, sur Radio Judaica.
Pour réécouter cette émission et d’autres plus anciennes, cliquez ICI

HERBERT LUCENA : « Cantador animado » (Herbert Lucena/ Valdir Santos)
SPOK FREVO ORKESTRA : « Aboio de um vaqueiro » (Jacinto Silva)
FIM DE FEIRA & WALMIR SILVA : « Dona Jurema » (Bruno lins/ Tonzinho)
LUIZ GONZAGA : « Retrato de um forro » (Luiz Ramalho/ Luiz Gonzaga)
PANTICO ROCHA & SILVÉRIO PESSOA : « Côco sabido » (Pantico Rocha/ Marcus Dias)
TOTONHO E OS CABRA : « Glaciais » (Totonho/ Toni Monteiro)
DEA TRANCOSO : « Passarinho pintadinho » (domínio público/ adapt : Déa Trancoso)
PAULO MOURA : « Estação Leopoldina » (Paulo Moura)
WANDA SÁ & ROBERTO MENESCAL : « Vagamente » (Roberto Menescal/ Ronaldo Bôscoli)
ANTONIO ZAMBUJO : « Guia » (Pierre Adrene/ Márcio Faraco)
MARGARETH MENEZES : « Febre » (Zeca Baleiro/ Lucia Santos)
LEILA PINHEIRO : « Índios » (Renato Russo)
CAPITAL INICIAL : « Depois da meia-noite » (Dinho Ouro Preto/ Pit Passarell)
MALLU MAGALHÃES : « Nem fé nem santo » (Mallu Magalhães)

samedi 25 septembre 2010

Sobrevoando 2010 : janeiro.

Letieres Leite e Orkestra Rumpilezz: detonador e grandioso.

-texte français plus bas.

-texto português traduzido do francês.


No final de novembro de 2009, eu me lancei num empreendimento perigoso, que consistia em sobrevoar de maneira bastante aplicada, mês a mês, os álbuns que haviam marcado o ano. Isso a partir do meu humilde ponto de vista. Uma iniciativa audaciosa (porém uma maratona exaustiva, já no final do ano) que me ocupou precisamente até o dia 31 de dezembro, data na qual eu liberei a cópia da lista dos meus favoritos.
Com um pouco mais de sagacidade (para não dizer preguiça), é de forma mais ligeira e com bem mais tempo que eu me relanço nesse joguinho que tem o mesmo objetivo : compartilhar com vocês as ondas que me fizeram vibrar em 2010.

O problema que se colocou –coisas da distância !- reside no fato de que os álbuns lançados em dezembro de 2009 chegaram às minhas mãos somente no início de 2010, deturpando um pouco a famosa lista em questão. No entanto, dentre essas produções, apenas o segundo álbum de Mallu Magalhães iria sem dúvida ter seu lugar entre os meus favoritos.
Sobre outros, ainda merecedores de serem citados, eu consideraria aqueles de Lulu Santos (« Singular »), Nicolas Krassik (« Odilê odila »), Sergio Santos (« Litoral e interior »), e o do percussionista Siri (« Ultrasom »).

Janeiro : os primeiros meses do ano são sempre relativamente calmos quanto a novos lançamentos. Contudo, « Só danço samba », de Emílio Santiago, e « Sambolero », de João Donato Trio, já figuram como excelente referência no que diz respeito aos artistas consagrados da MPB clássica. O mesmo vale para o álbum e o dvd de Dona Ivone Lara, « Canto de rainha », onde a grande figura feminina do samba convida ao palco Caetano Veloso, Gilberto Gil, Arlindo Cruz, Zeca Pagodinho e seu velho cúmplice : Délcio Carvalho.
Um outro álbum muito bonito desse mês marca o início das atividades da jovem cantora, compositora e guitarrista Antonia Adnet, com a graciosíssima « Discreta ». A faixa título que ela compõe com João Cavalcanti (Casuarina) é cantada junto com Roberta Sá, na qual Antonia é a violonista presente em cena.

Da onda alternativa de São Paulo surgiu Karina Buhr (vinda da cena Mangue de Recife) e o surpreendente « Eu menti pra você ». Indiscutivelmente, o álbum mais audacioso dentre aqueles de suas congêneres femininas. E, com uma sonoridade bastante semelhante, embora muito mais acessível, a dupla Letuce lança « Plano de fuga pra cima dos outros e de mim » ; um bom álbum de pop açucarado e nada pretencioso.
Mas é entre os álbuns instrumentais que se encontram belas surpresas como « Baião de domingo », do violonista Alexandre Gismonti (filho de Egberto), bem como o espantoso disco de Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz (foto do post), conjunto orquestral de Salvador da Bahia que alia jazz a ritmos afrobrasileiros baseados nos metais e nas percussões. Detonador e grandioso !

Outros álbuns escutados nesse mesmo mês de janeiro : « Show », de Ná Ozzetti ; e ainda « 4 Cabeça », quarteto que reúne Maurício Baia, Gabriel Moura, Rogê e Luis Carlinhos.

A seguir...

Survolant 2010 : janvier.

Emilio Santiago reste au sommet de son art
avec "So danço samba"


Fin novembre 2009, je m’étais lancé dans une entreprise périlleuse qui consistait à survoler de manière assez appliquée -mois après mois- les albums intéressants qui avait ponctué l’année. Ceci de mon humble point de vue. Une initiative audacieuse (mais un marathon éprouvant si près de la fin de l’année) qui m’avait occupé jusqu’au 31 décembre, date à laquelle j’avais rendu la copie de la liste de mes favoris.
Avec plus de sagesse (pour ne pas dire plus de paresse), c’est de manière plus légère et avec bien plus de temps que je me relance dans ce petit jeu qui aura le même objectif : partager les ondes qui m’auront fait vibrer en 2010.

Le problème qui s’était posé –distance oblige !- résidait dans le fait que les albums sortis en décembre 2009 étaient arrivés entre mes mains en janvier 2010, faussant un peu la fameuse liste en question. Mais parmi ces productions arrivés tardivement, seul le deuxième album de Mallu Magalhães y aurait sans doute trouvé sa place.
D’autres disques méritaient d’être mentionnés, comme ceux de Lulu Santos (« Singular »), Nicolas Krassik (« Odilê odila »), Sergio Santos (« Litoral e interior »), ou du percussionniste Siri (« Ultrasom »).

Janvier : les premiers mois de l’année sont toujours relativement calmes quant aux nouveaux lancements. Cependant, « Só danço samba » d’Emilio Santiago et « Sambolero » de João Donato Trio, posent déjà d’excellentes bases parmi les artistes consacrés de la MPB classiques. De même pour l’album et le dvd de Dona Ivone Lara, « Canto de rainha », ou la grande figure féminine de la samba invite sur scène Caetano Veloso, Gil, Arlindo Cruz, Zeca Pagodinho, ou son vieux complice Délcio Carvalho.

Un autre très bel album de ce mois est à mettre à l’actif de la jeune chanteuse, compositrice et guitariste Antonia Adnet, avec le très gracieux « Discreta ». La plage titulaire qu’elle compose avec João Cavalcanti (Casuarina) est chantée avec Roberta Sá dont Antonia est la guitariste attitrée sur scène.
De la vague alternative de São Paulo surgit Karina Buhr (venue du Mangue Beat) et le surprenant « Eu menti pra você ». Indiscutablement l’album le plus audacieux parmi ces congénères féminines. Et avec une sonorité assez voisine, quoique beaucoup plus accessible, le couple carioca de Letuce sort « Plano de fuga pra cima dos outros e de mim », bon album de pop sucré et pas prétentieux.

Mais c’est parmi les albums instrumentaux que l’on trouve de belles surprises avec « Baião de domingo » du guitariste Alexandre Gismonti (fils d’Egberto), ainsi que l’étonnant album de Letieres Leite e Orkestra Rumpilezz (pochette ci-contre), ensemble orchestral de Salvador de Bahia qui allie jazz et rythme afro brésiliens basé sur les cuivres et les percussions. Détonant et grandiose !

Autres albums entendus ce mois de janvier : « Show » de Ná Ozzetti, ou encore « 4 cabeças », quartete qui réunit Maurício Baia, Gabriel Moura, Rogê, et Luis Carlinhos.

Vidéos de Letieres Leite e Orkestra Rumpilezz et de Karina Buhr dans le texte portugais ci dessus.

à suivre…

vendredi 24 septembre 2010

TROPICALIA 60 (part 1)







Eis aqui a lista das canções tocadas ao vivo no programa Tropicália, na Rádio Judaica, o dia 19/09. Pra escutar este programa, e outros mais antigos, cliquem AQUI.

Voici la liste des titres joués en direct dans le programme Tropicalia du 19/09, sur Radio Judaica.
Pour réécouter cette émission et d’autres plus anciennes, cliquez ICI

CLUBE DO BALANCO : « Sensacional Brenda Ligia » (Marco Mattoli)
ANTONIA ADNET (c/ Roberta Sá) : « Discreta » (Antonia Adnet/ João Cavalcanti)
JOYCE : « Feminina » (Joyce)
DONA IVONE LARA (c/ Caetano Veloso) : « Força de imaginação » (Dona Ivone Lara/ Caetano Veloso)
WILSON DAS NEVES : « Outono chegou » (Wilson das Neves/ P.C. Pinheiro)
DJAVAN : « Treze de dezembro » (Luiz Gonzaga/ Zé Dantas)
ADONIRAN BARBOSA & ELIS REGINA : « Tiro o alvaro » (A. Barbosa/ Osvaldo Molles)
ADONIRAN BARBOSA : « Samba italiano » (A. Barbosa)
GIANA VISCARDI : « 4321 » (G. Viscardi/ M. Ruzitschka)
RODRIGO MARANHÃO : « Maria sem vergonha » (Rodrigo Maranhão)
LUÍSA MAITA : « Desalento » (Luísa Maita)
MOSKA : « Quantas vidas você tem » (Moska)
JORGE AILTON : « Substantivo feminino » (Jorge Ailton/ Mila Bartilotti)
NANDO REIS : « Dessa vez » (Nando Reis)

mardi 21 septembre 2010

TROPICALIA 59 (part 2)




Eis aqui a lista das canções tocadas ao vivo no programa Tropicália, na Rádio Judaica, o dia 13/09. Pra escutar este programa, e outros mais antigos, cliquem AQUI.

Voici la liste des titres joués en direct dans le programme Tropicalia du 13/09, sur Radio Judaica.
Pour réécouter cette émission et d’autres plus anciennes, cliquez ICI

PEDRO LUIS E A PAREDE & NEY MATOGROSSO : « A Ordem é samba » (Jackson do Pandeiro/ Severino Ramos)
EDU LOBO : « Dança do corrupião » (Edu Lobo/ Paulo César Pinheiro)
CHICO BUARQUE : « Caçada » (Chico Buarque)
CHICO SALLES : « O Bicho pega » (Bule Bule)
DORI CAYMMI : « Flauta, sanfona, viola » (Dori Caymmi/ Paulo César Pinheiro)
VITOR RAMIL : « Mango » (V. Ramil/ João Da Cunha Vargas)
MAURO AGUIAR : « Padode jazz sardinha’s club » (R. Lessa/ E. Neves/ M. Aguiar)
LUCIANA SOUZA : « Adeus America/ Eu quero um samba » (H. Barbosa/ G. Jacques/ J. De Almeida)
TULIPA : « Efêmera » (Gustavo Ruiz/ Tulipa Ruiz)
SILVIA MACHETE : « Manjar de reis » (Nelson Jacobina/ Jorge Mautner)
ADRIANA CALCANHOTTO : « Esquadros » (A. Calcanhotto)
LEGIÃO URBANA : « Monte castelo » (Renato Russo)
LIA SABUGOSA : « Olhe no céu » (Liô Mariz)
ROBERTA CAMPOS : « Varrendo a lua » (Roberta Campos)

dimanche 19 septembre 2010

Escutando hoje : Silvia Machete.


-texte français plus bas
-texto português traduzido do francês

Mas pra começar, umas desculpas…
Os fiéis seguidores desse blog não se deixarão enganar... A edição de três blocos seguidos do programa Tropicália –que abriram a nova temporada sob as ondas da Rádio Judaica- resultaram numa certa falta de fôlego da minha parte quanto a escrever novos posts... paciência... Deixa eu aterrisar !
Eu devo confessar a vocês que um retorno ao meu País, depois de dois meses passados no Brasil (eu ainda moro em Bruxelas, é bom lembrar...!) não se processa sem alguns efeitos colaterais, que vão para algo além do fuso horário.
Retornar a um mundo totalmente alheio ao assunto que esse blog supostamente se propõe a abordar não motiva muito a minha musa inspiradora. Mudança de clima, mudança de cultura, de estilo de vida, de animação, mudança de ritmo...
E além disso tudo, uma imersão intensa na seleção dos novos álbuns como disciplina básica para a eleboração das transmissões... Horas e horas de audições atentas para poder distinguir o que terá sido produzido de melhor em 2010, uma vez já se aproximando o final do ano.
E quer queiramos ou não, se por um lado o progresso tecnológico permite que tudo se faça de maneira mais rápida e mais compacta –infelizmente, no que diz respeito ao som- por outro, ainda não inventaram uma forma de comprimir o tempo de audição : até onde se tem notícia, um álbum de 60 minutos ainda dura 1 hora...
Mas chega desse estado de ânimo, e voltemos aos álbuns, comentando o retorno extravagente de Silvia Machete !

Silvia Machete no Tom Jazz (SP), junho 2010 (foto Daniel A.)

Com uma técnica vocal superior à da média da de suas colegas de geração ; um senso de composição inteligente –ligeira e consistente ao mesmo tempo- ; e uma presença cênica que a distingue do mainstream desde sua estréia, fica difícil dizer que Silvia Machete é uma representante fiel da nova onda pop carioca. Ela a sobrevoa, mais do que tudo...
Eu havia escutado seu primeiro álbum, « Bomb of love » (2006), bem antes de tê-la assistido num show, envolvida em seus números mesclando circo e humor ; e, de cara, o aspecto puramente musical já tinha me interessado. Naturalmente, vê-la apresentando-se com seu arsenal de acessórios -entre o trapézio e o bambolê- foi um divertimento garantido. Porém, repetir a dose deu ao espetáculo um sabor requentado.
Agora, a partir do concerto que eu assisti em junho último no Tom Jazz de São Paulo, Silvia passou a priorizar as composições, relegando os números cênicos a um segundo plano.

Com « Extravaganza », ela confirma seu talento e o consolida. Sem afirmar categoricamente que o álbum é melhor (ou menos bom !) do que « Bomb of love », ele parece no mínimo mais maduro e consistente do que o anterior, dentro de uma espécie de conceito pós tropicalista, como revelam claramente seu título e exuberante capa do disco. Esse último, no entanto, perdeu um pouco da ingenuidade e da espontaneidade de seu predecessor, e assim as bolhas do champagne evaporaram-se um pouco. Porém, mais do que nunca, Silvia Machete se distingue por um virtuosismo vocal natural, que talvez não encontre hoje algo equivalente dentro da cena pop brasileira, a não ser que na pessoa da jovem Tulipa Ruiz. E « Extravaganza » propõe um repertório sem falhas, dividido entre as próprias composições de Silvia (Vou na rua, Meu carnaval) e os muito bons Noite torta (Itamar Assumpção), Sábado e domingo (Domenico Lancellotti/ Alberto Continento), e ainda Manjar de reis (Jorge Mautner/ Nelson Jacobina).
Revigorante, e sobretudo imcomparável... Mais uma vez !

samedi 18 septembre 2010

En écoute aujourd'hui: Silvia Machete.

Mais d’abord des excuses… !
Les fidèles suiveurs de ce blog ne s’y tromperont pas…L’édition de trois épisodes en suivant de Tropicalia –qui ont ouvert la nouvelle saison sur Radio Judaica- traduit un manque de souffle quant à l’écriture de nouveaux textes….patience…Laissez-moi atterrir !
Je vous le confesse, un retour au pays après deux mois passés au Brésil (j’habite encore en Belgique, au cas où…) ne se fait pas sans quelques dommages collatéraux qui vont bien au-delà du décalage horaire.
Revenir dans un monde totalement étranger au sujet qu’est censé aborder ce blog n’est pas pour motiver ma muse inspiratrice. Changement de climat, changement de culture, de mode de vie, d’animation, changement de rythme…
Et puis, il y a surtout l’immersion intense dans les nouveaux albums ramenés, matière première pour l’élaboration de l’émission…Des heures d’auditions attentives pour pouvoir distinguer ce qui se sera fait de mieux, une fois la fin de l’année arrivée.
Et qu’on le veuille ou non, si le progrès correspond au fait de rendre tout plus rapide et plus compact –jusqu’au son, malheureusement- on n’est pas encore arrivé à compresser le temps, et jusqu’aux dernières nouvelles, un album de 60 minutes dure toujours 1 heure…
Mais assez d’état d’âme, et revenons aux albums avec le retour extravagant de Silvia Machete.

Silvia Machete au Tom Jazz (SP), mai 2010 (photo Daniel A.)

Avec une voix d’une technique supérieure à la moyenne de ses collègues de la même génération; un sens de la composition intelligente -légère et consistante à la fois- ; et une présence scénique qui l’a distinguée dès ses début, il est difficile de dire que Silvia Machete est une représentante fidèle de la nouvelle vague pop carioca. Elle la survole plutôt…
J’avais écouté son premier album « Bomb o love » (2006) bien avant de la voir en concert avec l’ensemble de ses numéros mêlant cirque et humour et, très vite, seul l’aspect purement musical m’avait intéressé. Bien sûr, la voir en représentation avec son arsenal d’accessoires -entre le trapèze et le hula hoop- était un divertissement garanti. Mais répéter la dose rendait le show quelque peu réchauffé.
Déjà, lors du concert que j’avais vu en mai dernier au Tom Jazz de São Paulo, Silvia avait priorisé les compositions, reléguant les numéros scéniques au second plan.

Avec « Extravaganza », elle confirme son talent et le consolide. Sans affirmer que l’album est meilleur (ou moins bon !) que « Bomb of love », il apparaît plus mûr et consistant, produit plus sérieusement aussi, dans une sorte de concept post-tropicaliste comme le révèle clairement le titre et la pochette luxuriante du disque. Ce dernier a peut-être juste perdu un peu de l’ingénuité et de la spontanéité de son prédécesseur, et les bulles de champagne se sont un peu évaporées. Mais plus que jamais, Silvia Machete se distingue par une virtuosité vocale naturelle, qui ne trouve peut-être son équivalent, sur la scène pop brésilienne, qu’en la personne de la jeune Tulipa Ruiz. Et « Extravaganza » propose un répertoire sans faille, divisé entre ses propres compositions (Vou na rua, Meu carnaval) et les très bons Noite torta (Itamar Assumpção), Sábado e domingo (Domenico Lancellotti/ Alberto Continento) ou encore Manjar de reis (Jorge Mautner/ Nelson Jacobina).
Réjouissant et surtout incomparable…Une fois de plus !

jeudi 16 septembre 2010

TROPICALIA 59 (part 1)

Martinho Da Vila, deux titres dans ce Tropicalia 59 (part 1)

Eis aqui a lista das canções tocadas ao vivo no programa Tropicália, na Rádio Judaica, o dia 13/09. Pra escutar este programa, e outros mais antigos, cliquem AQUI.

Voici la liste des titres joués en direct dans le programme Tropicalia du 13/09, sur Radio Judaica.
Pour réécouter cette émission et d’autres plus anciennes, cliquez ICI

JAIR OLIVEIRA : « 12° jogador » (Jair Oliveira)
MARTINHO DA VILA & MART’NÁLIA : « Rapaz folgado » (Noel Rosa)
MARTINHO DA VILA : « Filosofia da vida » (M. Da Vila/ M. Moreira/ F. Camacho)
Trilha « É com esse que eu vou » : « Com que roupa » (Noel Rosa)/ Sapato de pobre (Luíz Antônio/ J. Junior) / O orvalho vem caindo (Noel Rosa/ Kid Pepe)
MARIO ADNET (c/ Chico Adnet & Pedro Miranda) : « Fred Astaire no samba » (M. Adnet/ C. Adnet)
TERESA CRISTINA (c/ Marisa Monte) : « Beijo sem » (Adriana Calcanhotto)
MARIA BETHÂNIA : « Tua » (Adriana Calcanhotto)
JORGE BENJOR : « Ive Brussel » (Jorge Benjor)
VANESSA RANGEL : « Palpite » (Vanessa Rangel)
KARINA BUHR : « Eu menti pra você » (Karina Buhr)
RENATO GODÁ : « Black Jorge » (Renato Goda)
MOMBOJÓ : « Justamente » (V. Machado/ M. Machado/ S.Vieira/ Chiquinho/ Felipe S. / China)
CURUMIN : « Compacto » (L. Albuquerque)
BRUNO MORAIS : « A vontade » (Bruno Moraes/ Ivana Debértolis)

jeudi 9 septembre 2010

TROPICALIA 58 (part 2)

Pato Fu et leurs instruments jouet pour l'album "Musica de brinquedo"

Eis aqui a lista das canções tocadas ao vivo no programa Tropicália, na Rádio Judaica, o dia 06/09. Pra escutar este programa, e outros mais antigos, cliquem AQUI.

Voici la liste des titres joués en direct dans le programme Tropicalia du 06/09, sur Radio Judaica.
Pour réécouter cette émission et d’autres plus anciennes, cliquez ICI

MART’NÁLIA : « Cabide » (Ana Carolina)
MARINA DE LA RIVA : « Adivinha o quê » (Lulu Santos)
JORGE AILTON : « O Óbvio » (Jorge Ailton)
ARNALDO ANTUNES & EDGARD SCANDURA : « Trem das onze » (Adoniran Barbosa)
PATO FU : « Live and let die » (Paul & Linda Mc Cartney)
BANDA EDDIE : « Desequilíbrio » (Fabio Trummer)
HERMETO PASCOAL & ALINE MORENA : « Viola Caipira no choro » (Hermeto Pascoal)
ZECA BALEIRO : « A depender de mim » (Zeca Baleiro)
NINA BECKER : « Toc toc » (Rubinho Jacobina)
EMILIO SANTIAGO : « Influência do Jazz » (Carlos Lyra)
ANTONIO VILLEROY (c/ Maria Gadú) : « Recomeço » (A. Villeroy)
SECOS & MOLHADOS : « Fala » (João Ricardo/ Luli)
MARISA MONTE (c/ Ed Motta) : « Ainda lembro » (Marisa Monte/ Nando Reis)
IVETE SANGALO (c/ Marcelo Camelo) : « Teus olhos » (Marcelo Camelo)

mardi 7 septembre 2010

TROPICALIA 58 (part 1)

Silvia Machete, une des nouveautés de ce Tropicalia 58 (part 1)

Eis aqui a lista das canções tocadas ao vivo no programa Tropicália, na Rádio Judaica, o dia 06/09. Pra escutar este programa, e outros mais antigos, cliquem AQUI.

Voici la liste des titres joués en direct dans le programme Tropicalia du 06/09, sur Radio Judaica.
Pour réécouter cette émission et d’autres plus anciennes, cliquez ICI

ED MOTTA : « Que bom voltar » (Ed Motta/ Daniel Carlomagno)
FINO COLETIVO : « Velho dia » (Alvinho, Domenico & Ivor Lancellotti)
MOSKA : « Muito pouco » (Moska)
MARIA RITA : « Minha alma (a paz que eu não quero) » (O Rappa/ Marcelo Yuka)
TULIPA : « Às vezes » (Luiz Chagas)
LUISA MAITA : « Lero lero » (Luísa Maita)
SILVIA MACHETE : « Noite torta » (Itamar Assumpção)
CHICO SALLES : « Masculina » (Chico Salles/ Edu Krieger)
SOCORRO LIRA : « Meu pião » (Zé do Norte)
TATIANA PARRA : « Abrindo a porta » (Pedro Altério/ Pedro Viafóra)
ROBERTA SÁ & TRIO MADEIRA BRASIL : « Mandingo » (Roque Ferreira/ Pedro Luis)
MARCOS SACRAMENTO, SORAYA RAVENLE, LUIS FELIPE DE LIMA : « Tem que rebolar » (José Batista/ Magno de Oliveira)
ALCIONE : « Pinta de sabido » (Capoeira/ Rubens)
DJAVAN : « Disfarça e chora » (Cartola/ Dalmo Castello)

lundi 6 septembre 2010

Ivete Sangalo (who?) em Nova Iorque.

...just "one way" to Ivete Sangalo (foto divulg.)

-texte fançais plus bas.
-texto português traduzido do francês.


Nesse último sábado, 4 de setembro, Ivete Sangalo lotou o Madison Square Garden de Nova Iorque, e o Brasil pôde se orgulhar desse feito.
Somente então, e essa é sempre a mesma velha história (piada ?) do artista bajulado em seu próprio país : ele decide partir para conquistar o mundo.
Falando sério, agora... Quem ainda acredita que um artista brasileiro ou francês pode se impor para além de suas fronteiras sem trair sua própria língua... ?
Apenas os americanos, os canadenses e os ingleses são capazes de entregar para a Terra inteira qualquer tipo de subproduto, como Justin Bieber e Lady Gaga
E no que diz respeito à França, apenas Charles Aznavour foi bem sucedido (mas aquela era uma outra época) ao impor seu nome para além do « Hexágono », sob o rótulo de « O grande chansonnier francês ». Mas ele teve que, para essa finalidade, adaptar seu repertório à língua inglesa.
E o que dizer de Johnny Hallyday ?... Nem se fala, então ! No início desse ano, um jornalista d´O Globo, ao ter em mãos os dvd’s de Johnny e de Salvatore Adamo (esse último, um belgo-italiano), permitiu-se o seguinte comentário, curto porém significativo : « Curiosa essa mania que os franceses têm de se prender às antigas celebridades locais saídas dos anos 60, ainda inseridos nos clichês e no estilo da época ».

Mas e quando se trata dos artistas brasileiros... ? Caros leitores do Brasil, eu repito a vocês, uma vez mais... Somente se vocês encontrem por acaso, para além de suas fronteiras, um compatriota seu, ou um latino americano, ou até mesmo um português, confiram : ninguém jamais terá ouvido falar nos nomes de Roberto Carlos, Ana Carolina, Chitãozinho e Xororó, ou... de Ivete Sangalo. Esses mega stars são desconhecidos fora de seus países, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos ! Ninguém os conhece…unknown, inconnus, ilustres desconhecidos!!
No máximo Gilberto Gil, Caetano e Jorge Ben (nem mesmo Benjor) são os nomes em consonância com algo vagamente familiar.

E então, eis que Ivete Sangalo apresenta-se no mítico Madison Square. O início de um reconhecimento internacional ?
O New York Daily News registrou numa de suas recentes edições : « Ivete Sangalo é a maior estrela de quem ninguém ouviu falar ». E na fachada dessa célebre sala, podia se ver –ainda dentro da grande tradição do exagero americano- um cartaz de 30 metros por 10 mostrando a baiana, como uma guerreira pronta para conquistar « the big apple ». E para ser classificada, a valorosa Ivete, de « Beyoncé brasileira ».
De fato, a casa estava completamente lotada, com 15.000 pessoas ; o que, no entanto, não é em si uma grande façanha, com a grande colônia brasileira que habita em Nova Iorque. Sem contar a legião de fãs que veio economizando durante meses para pagar uma viagem para os Estados Unidos. Mas quantos americanos « de raiz » havia ali naquela sala ? Resposta provável : muito poucos !
A essa altura, certamente já estão retirando o cartaz... Para dar lugar ao de uma estrela venezuelana ?

Conquistando o Madison, dia 04 de setembro (foto Reuters)

Mas fiquem tranquilos, pois Ivete Sangalo não é tola nem megalomaníaca ; e na entrevista concedida antes do show, ela havia inclusive declarado que tratava-se de um presente que ela oferecia a seus fãs : o fato de poder dizer que ela viria a ser a pimeira brasileira a lotar o Madison. Missão cumprida.
Daí a imaginar que Ivete crê realmente que vai impor-se de maneira definitiva fora do Brasil com esse show, eu não acredto mesmo, e ela com certeza muito menos...
O show, que custou 5 milhões de dólares –segundo a produção- será uma excelente operação comercial. Ele foi captado por 17 câmeras, e será transmitido pelo canal brasileiro Multishow no dia 5 de dezembro, antes de ser lançado em dvd dois dias mais tarde. Esse produto –que vai se vender como pão quentinho para as festas de fim de ano- mostrará também a cantora cercada por Seu Jorge, Juanes, Diogo Torres e Nelly Furtado ; além de seus compatriotas Margareth Menezes e Netinho, convidados para o bis, depois de 3 horas de espetáculo. Um show aliás, muito elogiado na imprensa americana, este dia.
Na ansiedade de ver isso tudo pela Tv, uma coisa podemos afirmar : em matéria de mega espetáculo com alto orçamento, seguindo a linha de seu dvd gravado no Maracanã, Ivete Sangalo continua sem igual no Brasil.

dimanche 5 septembre 2010

Ivete Sangalo (who ?) à New York.

Ivete Sangalo en affiche à NY,
sur une hauteur de 30 mètres...(photo divulg.)
(texto português em breve)

Ce samedi 4 septembre, Ivete Sangalo a rempli le Madison Square Garden de New York, et le Brésil peut s’enorgueillir.
Seulement voilà, c’est toujours la bonne vieille histoire (blague ?) de l’artiste adulé dans son pays, et qui décide d’aller conquérir le monde.
Sérieusement…Qui croit encore qu’un artiste brésilien ou français peut s’imposer hors de ses frontières, sans trahir sa propre langue.
Seuls les Américains, les Canadiens ou les Anglais sont capables de livrer à la terre entière n’importe quel sous-produit aussi peu intéressant que Justin Bieber ou Lady Gaga
Et du côté de la France, seul Charles Aznavour a réussi (mais c’était une autre époque) à imposer son nom au-delà de l’Hexagone, sous l’étiquette du grand « chansonnier français ». Mais il a dû, à cette fin, adapter son répertoire à la langue anglaise.
Et Johnny Hallyday ?... N’y pensez même pas ! Au début de cette année, un journaliste du'O Globo ayant eu entre les mains les dvd’s de Johnny et de Salvatore Adamo (ce dernier belgo-italien) se permettait le commentaire court mais significatif : « Curieux cette manie qu’ont les Français de s’accrocher à des anciennes célébrités locales issues des années 60, encore encrées dans les clichés et le style de l’époque ».

Mais quant est-il des artistes brésiliens… ? Chers lecteurs du Brésil, je vous le répète une fois de plus…Sauf si vous rencontrez par hasard, hors de vos frontières, un compatriote, un latino américain, ou un Portugais, personne n’a jamais entendu les noms de Roberto Carlos, Ana Carolina, Chitãozinho e Xororó, ou d’Ivete Sangalo. Ces mégas stars sont inconnus hors de vos frontières, tant en Europe qu’aux Etats-Unis ! Personne ne les connaît…unknows, inconnus, desconhecidos!!
Tout au plus, Gilberto Gil, Caetano Veloso ou Jorge Ben (même pas Benjor) sont des noms à la consonance vaguement familière.

Et donc « quid » d’Ivete Sangalo qui s’est produite dans le mythique Madison Square...Le début d’une reconnaissance internationale ?
Le New York Daily News notait dans une de ses récentes éditions : « Ivete Sangalo est sans aucun doute la plus grande star brésilienne…dont vous n’avez jamais entendu parlé ». Et en face de la célèbre salle, se dressait -toujours dans la grande tradition de la démesure américaine- une affiche de 30 mètres sur 10 montrant la Bahianaise, telle une guerrière prête à conquérir « the big apple ». Et de qualifier la valeureuse Ivete de « Beyoncé brésilienne ».
Bien sûr la salle d’une contenance de 15.000 personnes était pleine, ce qui en soit n’est pas un exploit avec la grande colonie brésilienne que compte New York. Sans compter la légion des fans qui auront économisé depuis des mois pour se payer le voyage vers les States. Mais combien d’américains de pure souche y avait-il dans la salle ? Réponse attendue : très peu !
À l’heure qu’il est, on démonte sûrement déjà la grande affiche…Pour une star vénézuelienne ?

...durant le show de ce samedi 04 septembre
(photo Kena Betancour/ Reuters)


Mais qu’on se rassure, Ivete Sangalo n’est pas dupe ni mégalo, et en interview pré show, elle déclarait simplement qu’il s’agissait d’un grand cadeau offert à ses fans : celui de pouvoir dire qu’elle serait la première Brésilienne a avoir rempli le Madison. Mission accomplie.
De là à penser qu’Ivete croie vraiment s’imposer d’une manière définitive hors du Brésil -et des festivals d’été exotiques- je n’y crois pas, et elle non plus…
Le show qui aura coûté 5 millions de dollars –selon la production- sera une excellente opération commerciale. Il fut capté par 17 caméras, et sera retransmis sur le canal brésilien Multishow le 5 décembre prochain, avant de sortir en dvd deux jours plus tard. Ce produit -qui se vendra donc comme des petits pains pour les fêtes de fin d’année- montrera aussi la chanteuse entourée de Seu Jorge, Juanes, Diogo Torres, Nelly Furtado, plus ses compatriotes Margareth Menezes et Nettinho invités pour le rappel, après 3 heures de spectacle.
On a hâte de voir cela car, qu’on le veuille ou non, en matière de méga spectacle à gros budget comme son dvd gravé au Maracana, Ivete Sangalo reste sans égale au Brésil.

jeudi 2 septembre 2010

Mais encontros, e mais uma despedida…

...Tudo isso, e mais ainda, logo logo no Tropicalia...
...Tout ceci, et plus encore, bientôt dans Tropicalia...

-texte français/ texto português.

Encore un voyage –assez long, cette fois-ci- qui se termine tout doucement pour moi…
Mais tout porte à croire que l’espace entre les prochains se rapprochera de plus en plus !
Une déception…Celle d’avoir perdu beaucoup trop de shows pour des raisons diverses et variées…Une compensation, celle de reprendre le programme Tropicalia, en direct dès lundi prochain, avec une cinquantaine d’albums nouveaux, acquis ces dernières semaines…
Rendez vous bientôt sur les antennes de Radio Judaica Belgique (plus de détails, dans quelques jours ici), pour entendre des extraits de….

Mais uma viagem –bastante longa, essa, dessa vez- que termina agora, assim, tão docemente... Mas tudo leva a crer que as próximas acontecerão mais amiúde, cada vez mais !
Uma decepção, apenas... O fato de ter perdido muitos shows, demais mesmo, por razões diversas e variadas... Uma compensação : retomar o Programa Tropicália, a partir da próxima segunda feira, dia 6 de setembro, com quase uma centena de álbuns novos, adquiridos nessas últimas semanas...
Nos encontramos então sob as ondas da Radio Judaica Belgique (mais detalhes, dentro de alguns dias, aqui no blog), para ouvir algumas faixas de...

-Roberta Sá & Trio Madeira : « Quanto o canto é reza » (MP,B)
-Tatiana Parra : « Inteira » (Borandá)
-Soraya Ravenle, Marcos Sacramento, Luís Filipe de Lima : « Breque moderno » (Rob digital)
-Moska : « Muito » & « Pouco » (Biscoito Fino)
-Cibelle : « Las Vênus Resort Palace Hotel » (Crammed/ ST2)
-Silvia Machete : « Extravaganza » (Coqueiro verde)
-Banda Eddie : « Carnaval no inferno » (indép.)
-Carlos Pontual : « Inventa qualquer coisa » (indép.)
-Hermeto Pascoal & Aline Morena : « Bodas de latão » (Meister)
-Fino Coletivo : « Copacabana » (Oi musica)
-Pato Fu : « Musica de brinquedo » (Rotomusic)
-Dori Caymmi : « Mundo de dentro » (Musictaste)
-Carolina Lima : « Panamericana » (Sony)
-Luciana Souza : « Tide » (Universal)
-Zeca Baleiro : « Trilhas » & « Concertos » (Saravá discos)
-Erika Martins : « Curriculum » (descobertas)
-Mario Adnet : « O Samba vai » (Biscoito fino)
-Socorro Lira : « Lua bonita » (Tratore)
-Ilana Volcov : « Bangüe » (Tratore)
-António Zambujo : « Guia » (MP, B)
-Djavan : « Ária » (Biscoito fino)
-Nina Becker : « Azul » & « Vermelho » (Yb music)
-Mombojó : « Amigo do tempo » (Tratore)
-Alcione : « O Samba raro de Alcione » (Universal)
-Juliana Kehl : « J.K. » (indep.)
-Varios : « É com esse que eu vou » (Biscoito fino)
-Luísa Maita : « Lero lero » (Cumbancha discovery)
-Tulipa Ruiz : « Efêmera » (Yb music)
-Martinho da Vila : « Filosofia da vida » (MZA music)
-Emilio Santiago : « Só danço samba » (Universal)
-Delia Fisher : « Presente » (Dubas/ Universal)
-Varios : « Lembranças cariocas » (Biscoito fino)
-Joyce : « Feminina » (EMI)
-Varios : « Retrato de um Forró » (EMI)
-Varios : « De Sampa » (Biscoito fino)
-Luna Messina : « À Vontade » (indep.)
-Marcio Tucunduva : « Antimoderno » (Etanoise)
-Variedades contemporaneas (Sete sóis)
-Affonsinho : « Voz e viô » (Master disc)
-Cristiano Pinho : « Cortejo » (Ellemento)
-O Rappa : « Ao vivo » (Warner)
-Leila Pinheiro : « Meu segredo mais sincero » (Biscoito fino)
-Wilson das Neves : « Pra gente fazer mais um samba » (MP,B/ Universal)
-Marina de la Riva : « Ao vivo em São Paulo » (Universal)
-Margareth Menezes : « Naturalmente acústico » (MZA music)
-Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim : « The complete reprise recording » (Universal)
-Varios : « Chorinho do Brasil vol.2 » (5 cd’s) (Warner)

CE BLOG EST DÉDIÉ AUX CURIEUX QUI AIMERAIENT CONNAÎTRE L'ART ET LA MUSIQUE POPULAIRE BRÉSILIENNE. UNE OCCASION POUR LES FRANCOPHONES DE DÉCOUVRIR UN MONDE INCONNU OU IL EST DE MISE DE LAISSER SES PRÉJUGES AU VESTIAIRE.