jeudi 31 mars 2011

Tiê, « A Coruja e o coração », et les Nouveaux Paulistes.

Les "Nouveaux Paulistes": Dudu Tsuda, Tiê,
Tatá Aeroplano, Thiago Pethit et Tulipa.


-texto português em breve

On les appelle les « nouveaux paulistes », mais il s’agit d’un mal entendu.
C’est sous cette appellation que se sont réunis plusieurs fois en concert en 2010, les jeunes artistes Tiê, Thiago Pethit, Tulipa Ruiz, Dudu Tsuda, et Tatá Aeroplano, pour signifier leur amitié et leurs nombreuses collaborations.
À partir de là, il n’en fallait pas plus pour que la presse s’empare de cette appellation qui fait écho, bien sûr, aux Novos Baianos des années 70.
Mais la chanteuse Tiê, dans une récente interview, regrettait cette étiquette trompeuse.
Car s’il est vrai que la nouvelle génération de São Paulo focalise toutes les attentions, ces dernières années au Brésil, elle révèle des talents qui abordent des styles très différents.
Et les « novos paulistas » cités plus haut n’ont pas grand chose à voir, musicalement, avec d’autres artistes, plus proches d’une samba urbaines et introspective, comme Luisa Maita, Rodrigo Campos, Mariana Aydar, Romulo Froes ; ni même avec la musique hybride de Léo Cavalcanti, la tecnho pop de Karina Buhr, le retour à l’insouciance de la jovem guarda de Marcelo Jeneci, et d’autres jeunes musiciens du Nordeste venus grossir les rang de la scène alternative.
Sans parler des jeune chanteuses plus traditionnelles, mais pleine de talents, que sont Verônica Ferriani, Tatiana Parra ou Cris Aflalo. Et j’en oublie énormément…

Malgré leurs différences et leur personnalités propres, ils ont en commun le fait d’avoir utiliser tous les moyens qu’offre internet pour communiquer et travailler entre eux, et pour faire connaître leurs musiques à un public qui veut fuir la programmation « mainstram » des radios. Même s’ils commencent à s’y imposer de plus en plus…
Ils ont fréquenté aussi toutes les scènes branchées de la capitale pauliste comme le fameux Studio SP de la Rua Augusta.

Les Novos Paulistas sur scène.

Tiê
et ses camarades, jouent quant à eux, une musique cool et branchée, entre la pop, le folk, le jazz, et une sonorité qui fleure bon l’intimité des cabarets, dominé par le piano, la guitare acoustique, et le banjo.
L’utilisation de la langue française, ça et là, est un autre dénominateur commun, et leur son n’est pas étranger à une frange de la nouvelle scène française.

En 2009, Tiê sortait « Sweet jardim », bel album sur lequel on retrouvait déjà, comme sur le titre Cha verde, les noms de Thiago Pethit, Tulipa et Tata Aeroplano. Et sur « A Coruja e o coraçao », son deuxième, ce sont les compositions de Pethit (Mapa mundi) et de Tulipa (So sei dançar com voce) qui sont reprises de manière très réussie.
Si « Sweet jardim » possédait le charme des dimanche après midi pluvieux, Tiê eu la malice de ne pas répéter la dose sur « A coruja …». L’esprit de ce dernier reste le même, mais la chanteuse se donne plus de moyens à disposition. Et elle annonce la couleur avec A Varanda da Liz, qui interpelle par son introduction pop très immédiate. L’instrumentation est plus étoffée, les voix doublées ou triplées, et les rythmes plus variés.
Tiê passe donc l’examen, toujours difficile, du second album, car si le premier avait le charme des œuvres intimistes chuchotées, celui-ci possède la maturité nécessaire pour y joindre ce qui le rendra plus accessible.


mardi 29 mars 2011

TROPICALIA MPB 77 (part 1)




photo/ foto : Tiê avec deux titres de son album "A Coruja e o coração"


Eis aqui a lista das canções tocadas ao vivo no programa Tropicália Mpb, na Rádio Judaica Bruxelas (90,2 Fm), o dia 28/03.

Voici la liste des titres joués en direct dans le programme Tropicalia Mpb du 28/03, sur Radio Judaica Bruxelles (90,2 Fm).

MARINA LIMA : « Criança » (Marina Lima)
RITA LEE & ZÉLIA DUNCAN : « Pagu » (Rita Lee/ Zélia Duncan)
LÉO CAVALCANTI : « Inalcançável você » (Léo Cavalcanti)
FERNANDO SALEM & CAETANO VELOSO : « Rugas na péle do samba » (Fernando Salem)
KATIA B : « Segredo » (Suba/ Katia B)
TIÊ : « Piscar o olho » (Plínio Profeta/ Tiê/ Rita Wainer / Karina Zeviani)
THIAGO PETHIT : « Mapa mundi » (Thiago Pethit)
TIÊ (c/ Jorge Drexler) : « Perto e distante » (Plínio Profeta/ Tiê/ Rita Wainer/ Karina Zeviani)
TULIPA : « Só sei dançar com você » (Tulipa Ruiz)
RHAISSA BITTAR : « Pif-paf » (Daniel Galli)
GERALDO AZEVEDO & FERNANDA TAKAI : « Opara (São Francisco) » (Geraldo Azevedo / Clóvis Nunes)
TATIANA PARRA : « Abrindo a porta » (Pedro Altério/ Pedro Viáfora)
BETO GUEDES : « Amor de Indio » (Beto Guedes/ Ronaldo Bastos)
TONINHO HORTA : « Aqui, oh ! » (Toninho Horta/ Fernando Brant)

dimanche 27 mars 2011

TROPICALIA MPB 76 (part 2)





Eis aqui a lista das canções tocadas ao vivo no programa Tropicália, na Rádio Judaica Bruxelas (90,2 Fm), o dia 21/03. Pra escutar este programa, e outros mais antigos, cliquem AQUI.

Voici la liste des titres joués en direct dans le programme Tropicalia du 21/03, sur Radio Judaica Bruxelles (90,2 Fm). Pour réécouter cette émission et d’autres plus anciennes, cliquez ICI


TIÊ : « Na varanda da Liz » (Plínio Profeta/ João Cavalvanti/ Tiê)
THIAGO PETHIT : « Outra canção tristonha » (Thiago Pethit)

LÉO CAVALCANTI : « Ouvidos ao mistério » (Léo Cavalcanti)
ROMULO FRÕES : « Para fazer sucesso » (Guilherme Held/ Romulu Frões/ Nuno Ramos)
LUIZ GONZAGA: « Paraíba » (Luiz Gonzaga/ Humberto Teixeira)
ZÉ RAMALHO : « ABC do Sertão » (Luis Gonzaga/ Zé Dantas)
ZECA BALEIRO : « Pagode russo » (Luiz Gonzaga/ João Silva)
GONZAGUINHA : « Espere por mim morena » (Gonzaga Jr)
ADRIANA CALCANHOTTO : « Pode se remoer » (Adriana Calcanhotto)
THAÍS GULIN : « Garoto de aluguel (Taxi boy) » (Zé Ramalho)
EVELINE HECKER : « Tempo sem tempo » (José Miguel Wisnik/ Jorge Mautner)
DÉA TRANCOSO : « Pasarinho pintadinho » (domínio público/ Déa Trancoso)
LES POPS : « Esmalte » (Rodrigo Bittencourt)
GEORGE ISRAEL : « As Rosas não falam » (Cartola)
ANDRÉ ABUJAMRA & PAULINHO MOSKA : « O Mundo » (André Abujamra)
GILBERTO GIL & CAETANO VELOSO : « As coisas » (Gilberto Gil/ Arnaldo Antunes)

samedi 26 mars 2011

Escutando hoje: Adriana Calcanhotto.

Adriana Calcanhotto cercada por Davi Morais,
Domenico Lancellotti e Alberto Continento (fot divulg.)


-texte français plus bas

Quem poderia realmente acreditar por um só instante que Adriana Calcanhotto, uma das mais importantes artistas da cena musical brasileira desses últimos 20 anos, iria se moldar ao estetismo e aos códigos formais do samba?
Se bem que... A cantora de Porto Alegre sempre cultivou essa dupla imagem que nos revelou, às vezes uma artista intelectualizada, e às vezes uma cantora despreocupada como uma criança, quando imerge no mundo no qual ela se transforma em Adriana Partimpim; aquela que nos surpreende pelo refinamento de Esquadros, e aquela que nos apresenta um título « dancefloor » como Maresia; aquela que, enfim, resolve abandonar seus livros de poesia e seus tratados de filosofia para se perverter, beber e flertar nas noites da Lapa, como no título Beijo sem, incluído aqui e entregue em 2010 à interpretação de Teresa Cristina.
Um álbum de samba tradicional não seria de fato algo inconcebível, mas « O Micróbio do samba » é um pouco mais complexo do que isso...

Esse oitavo álbum da artista pertence a um universo mais intimista, e não forçosamente de leitura imediata, com frequência ainda bastante atrelado ao estilo original da compositora gaúcha.
E era uma farefa dificil dar sequência a « Maré », um dos grandes álbuns de 2008, quiçá o melhor de sua carreira.
Ao fazer samba, tal qual o concebemos em seu aspecto tradicional, seu disco só mostra realmente Você disse não lembrar como uma música que mais se aproxima do gênero.
Haja vista que, quando ela nos canta, em Tá na minha hora, seu desejo de juntar-se à Mangueira, ficamos musicalmente mais próximos de Justo Agora, sua composição incluída em « Cantada » (2002), do que de qualquer homenagem tradicional à Estação primeira.
Aqui encontramos a elegância e a sutileza dos sambas lentos em tom menor assemelhados às melhores composições de Paulinho da Viola, quando a cantora nos apresenta os belos Mais perfumado ou Vai saber ? (entregue, esse último, a Marisa Monte , em 2006) ; ou adentramos a atmosfera hipnótica dos afrosambas de Vinicius de Moraes, através de Eu vivo a sorrir, título carro chefe do álbum escolhido para o mercado português.

Com uma instrumentação minimalista centrada em torno das percussões de Domenico Lancellotti (com surdo e tamborim, mas nada de pandeiro !) que pontuam todo o álbum, e também do contrabaixo estertorante de Alberto Continento, Adriana Calcanhotto compartilha por vezes as cordas com Davi Morais, e exepcionalmente com Rodrigo Amarante, cujas notas aéreas da guitarra em Já reparô são igualmente pouco comuns ao mundo do samba, tanto quanto o piano quase impressionista que abre Aquele plano pra me esquecer.
Na realidade, é preciso ouvir o final do disco, com a já mencionada Você disse não lembrar, a marchinha Tão chic, e o frevo Deixa Gueixa, para nos aproximarmos de um clima mais festivo.
O samba de Adriana, filtrado por sua lente peculiar a um universo sutil e feminino, nos oferece então um belo álbum singular, apaixonante como a maioria das obras da artista...

Show da Adriana Calcanhotto, dia 6 e 7 de maio no Centro Cultural de bélem, Lisboa. Resenha do evento aqui, neste blog, e logo no site Tropicalia MPB...


En écoute aujourd’hui : Adriana Calcanhotto.

Autour d'Adriana Calcanhotto, Davi Morais,
Domenico Lancellotto et Alberto Continento (photo divulg.)


-Texto português em brève

Qui a cru un seul instant qu’Adriana Calcanhotto, une des artistes majeurs de la scène brésilienne de ces 20 dernières années, allait se conformer à l’esthétisme et aux codes formels de la samba?
Encore que…La chanteuse de Porto Alegre a toujours cultivé cette double image qui nous a révélé, parfois une artiste subtile et intellectualisante, parfois une chanteuse insouciante et délurée comme un enfant, dans le monde duquel elle s’immerge quand elle se transforme en Adriana Partimpim ; celle qui nous surprend par le raffinement d’Esquadros, et celle qui nous fait balance un titre « dancefloor » comme Maresia; celle enfin, qui abandonne ses livres de poésie et ses traités de philosophie pour s’encanailler, boire et flirter dans les nuits de Lapa, comme dans le titre Beijo sem, inclus ici et offert en 2010 à Teresa Cristina.
Un album de samba traditionnel, n’aurait donc pas été inconcevable, mais « O Micróbio do samba » est un peu plus complexe que cela…

Ce huitième album de l’artiste appartient à un monde intimiste, et pas forcement immédiat, souvent apparenté à la compositrice gaúcha.
Et il n’était pas facile pour Adriana de donner un suiveur de
« Maré » un des grands albums de 2008, et peut-être le meilleur de sa carrière.
En fait de samba, tel qu’on le conçoit dans son aspect traditionnel, il n’y a guère que Você disse não lembrar qui s’en rapproche.
Car quand elle nous chante, dans Tá na minha hora, son désir d’aller rejoindre la Mangueira, nous sommes musicalement plus proche de Justo Agora, sa composition incluse dans « Cantada » (2002), que de n’importe quelle Exaltação à la l’Estação primeira.

Nous sommes dans l’élégance et la subtilité des sambas lentes en mode mineur proche des meilleures compositions de Paulinho da Viola quand la chanteuse nous délivre les magnifiques Mais perfumado ou Vai saber ? (donnée, cette dernière, à Marisa Monte en 2006) ; ou encore dans l’ambiance hypnotique des afros sambas de Vinicius de Moraes avec Eu vivo a sorrir, titre locomotive de l’album choisi pour le marché portugais.

Avec une instrumentation minimaliste centrée autour des percussions de Domenico Lancellotti (le surdo, le tamborim, mais pas de pandeiro !) qui ponctuent tout l’album, et de la contrebasse ronflante d’Alberto Continento, Adriana Calcanhotto partage parfois les guitares acoustiques avec Davi Morais, et exceptionnellement, Rodrigo Amarante, dont les notes de guitares aériennes dans Já reparô, sont aussi peu commune au monde de la samba, que le piano presque impressionniste qui ouvre Aquele plano pra me esquecer.
En réalité, il faut attendre la fin de l’album avec la déjà citée Você disse não lembrar, la marchinha Tão chic, et le frevo Deixa Gueixa, pour se rapprocher musicalement d’une ambiance plus festive.
La Samba d'Adriana, passée par sa lentille son monde subtil et féminin, nous offre donc un bel album singulier, qui passionne, comme la plupart des œuvres de l’artiste…

jeudi 24 mars 2011

Um grupo anti-depressivo: Móveis Coloniais de Acaju


-texte français plus bas


Foi com algum atraso que eu entrei em contato com a música dessa banda de rapazes alegres reunidos sob o estranho nome de Móveis Coloniais de Acaju.
Passando por São Paulo em novembro último, eu encontrei o álbum “C-mpl-te”, cujos ecos favoráveis me convenceram a adquirí-lo.
Desnecessário dizer que a sedução foi imediata, antes mesmo do final da primeira audição!
Liberando uma energia particularmente contagiante, os 9 músicos de Brasília praticam uma música que faz a fusão – ou melhor, encadeam – do ska, do rock, do jazz, das músicas do leste europeu e do pop. De um ecletismo que eles utilizam a serviço de canções eficientes, com arranjos dinâmicos guiados pelos metais, além de letras bem humoradas e / ou inteligentes.

Daí, eu queria incluír esse álbum, na época, na minha lista de favoritos de 2010... Só que “C-mpl-te” já havia sido lançado no mercado no ano anterior.
Por outro lado, bem em evidência nas prateleiras da Livraria Cultura do Conjunto Nacional (SP), lá estava em destaque, o dvd “Ao vivo no Auditório Ibirapuera”, recentemente lançado em novembro de 2010.

Depois de observar esse dvd, fica claro que Móveis ganha uma outra dimensão em cena. Conduzido através do vocal por André Gonzáles, a banda parece composta de jovens estudantes que dançam e gesticulam como se festejassem o término de mais um ano letivo. Nada de qualquer look em particular; o único ponto em comum entre os músicos são pura e simplesmente a alegria e o prazer de tocar.
Um prazer que contagia um público visivelmente fiel, que dança ao longo do show, e que conhece de cor os títulos dos dois álbuns do grupo.
Mas por trás desses personagens saltitantes, existem sobretudo músicos tecnicamente afiados, que se adaptam a todos os estilos que se encontram por vezes no meio da mesma canção: podendo começar por um ska, antes que surja um break de jazz ou de música cigana, para então terminar em puro rock...
Uma proeza que requer uma coesão sem falhas entre os instrumentistas, exercitados através de milhares de horas de shows.

Móveis Coloniais de Acaju está longe de ser um grupo novo na cena brasileira.
Por trás desse nome surrealista, inspirado por uma falsa anedota histórica inventada pelos membros do grupo (A Revolta de Acaju de 1813!), encontramos então esses nativos de Brasília, que, a partir de 1998, foram se formando dentro dos clubes da capital federal, durante muitos anos, até o momento em que sentiram a necessidade de se profissionalizar; o que aconteceu em 2003, sob a batuta de Rafael Ramos (produtor, entre outros, de Los Hermanos, Ultraje a Rigor, Matanza, Cachorro Grande, Pitty...).
O álbum “Idem”, lançado em 2005 (6 títulos dele constam do dvd), e o lado festivo de seus shows, os distingue não somente sobre as cenas brasileiras; mas também na Europa, por onde eles excursionaram em 2008.
Paralelamente, o Móveis criou em Brasília o evento “Móveis convida”, festival que debuta em 2005, e que vê desfilar nomes de ponta do pop rock brasileiro, como Pato Fu e Los Hermanos.
E é em 2008 que eles começam a reunir as canções de seu excelente álbum “C-mpl-te”, que atesta que além de sua forte presença cênica, eles possuem um senso de composição elaborado, onde cada membro parece estar presente na criação de todas as canções.

Móveis Coloniais de Acaju se firma com mérito como um dos grupos mais revigorantes e interessantes da cena independente brasileira, tanto em disco quanto em cena... E sua música é para ser degustada... ou melhor dizendo... para ser devorada gulosamente, sem moderação...


mercredi 23 mars 2011

Un groupe anti dépresseur : Móveis Coloniais de Acaju.


-texto português em breve

C’est un peu sur le tard que je suis rentré en contact avec la musique de cette bande de joyeux lurons réunit sous le nom étrange de Móveis Coloniais de Acaju (Les meubles coloniaux en Acaju).
Passant à São Paulo en novembre dernier, j’avais trouvé l’album « C-mpl-te » (« Complete »), dont les échos favorables m’avaient poussé à l’acquérir.
Inutile de dire que la séduction fut immédiate, avant même la fin de la première audition !
Dégageant une énergie particulièrement contagieuse, les 9 musiciens de Brasilia pratiquent une musique qui fusionne -ou plutôt enchaîne- le ska, le rock, le jazz, les musiques de l’est de l’Europe, et la pop. Un éclectisme qu’ils utilisent au service de chansons efficaces, d’arrangements dynamiques emmenés par les cuivres, et de textes plutôt drôles et/ou intelligents. D’où l’envie d’inclure cet album, à l’époque, dans mes coups de cœur de 2010…Seulement voilà, « C-mpl-te » était sorti sur le marché l’année précédente.

Par contre, bien en évidence dans les étagères de la Livraria Cultura du Conjunto Nacional (SP), le dvd « Ao vivo no Auditorio Ibirapueira », était bel et bien fraichement sorti en novembre 2010.
Après avoir visionner celui-ci, il est clair que le Móveis prend une autre dimension sur scène.
Mené au vocal par André Gonzáles, la bande semble composée de jeunes étudiants qui dansent et gesticulent comme s’ils fêtaient la fin de l’année scolaire.
Pas de look particulier, le seul point commun des musiciens est tout simplement le fun et le plaisir de jouer. Un plaisir qui contamine un public visiblement fidèle, qui danse sans répit, et qui connaît par cœur les titres des deux albums du groupe.

Mais derrière ces personnages sautillants, il existe surtout des musiciens techniquement affûtés qui s’adaptent à tous les styles qui se retrouvent parfois au sein de la même chanson : on commence par un ska, avant que n’arrive un break de jazz ou de musique tzigane, pour finir par du rock pur…Une prouesse qui demande une cohésion sans faille entre les instrumentistes, rodés par des milliers d’heures de concerts.
Móveis Coloniais de Acaju est loin d’être un nouveau groupe sur la scène brésilienne.
Derrière ce nom surréaliste, inspiré d’une fausse anecdote historique loufoque inventée par les membres (la Révolte de l’acajou de 1813 !), on trouve donc des natifs de Brasilia, qui, à partir de 1998, se sont formés dans les clubs de la Capitale fédérale pendant plusieurs années, avant de ressentir le besoin de se professionnaliser en 2003, sous la houlette de Rafael Ramos (producteur, entre autres, de Los Hermanos, Ultraje a Rigor, Matanza, Cachorro Grande, Pitty… )
L’album « Idem » sortira en 2005 (6 titres de celui-ci sont inclus dans le dvd) et le côté festif de leurs shows les distinguera sur les scènes brésiliennes mais aussi en Europe, qu’ils excursionneront en 2008.
En parallèle, le Móveis crée à Brasilia, le « Móveis convida », festival qui débute en 2005, et qui verra défiler des pointures du pop rock brésilien comme Patu Fu et Los Hermanos.
Et c’est en 2008 qu’ils commencent à réunir les chansons de leur excellent second album « C-mpl-te », qui prouve qu’au delà de leur présence scénique, ils possèdent un sens de la composition élaborée, où chaque membre semble actif dans la création des chansons.

Móveis Colonias de Acaju s’affirme à juste titre comme un des groupes les plus rafraichissants et intéressants de la scène indépendante brésilienne, auquel il est difficile de résister, tant sur disque que sur scène …Et leur musique est à déguster..que dis-je…à avaler goulûment sans modération...

mardi 22 mars 2011

TROPICALIA 76 (part 1)




photo/ foto: Guinga.

Eis aqui a lista das canções tocadas ao vivo no programa Tropicália, na Rádio Judaica Bruxelas (90,2 Fm), o dia 21/03. Pra escutar este programa, e outros mais antigos, cliquem AQUI.

Voici la liste des titres joués en direct dans le programme Tropicalia du 21/03, sur Radio Judaica Bruxelles (90,2 Fm). Pour réécouter cette émission et d’autres plus anciennes, cliquez ICI

ALINE CALIXTO : « Enfeitiçado » (Affonsinho)
ANA COSTA (c/ Martinho Da Vila) : « Coisas simples » (Cláudio Jorge/ Elton Medeiros)
VERÔNICA FERRIANI : « Perder e ganhar » (Paulinho da Viola)
TUTTI BAE : « Boca de leão » (Filó Machado/ Judith de Souza)
VERÔNICA SABINO : « Agora » (Verônica Sabino)
GISELLA : « Azul de Passagem » (Flavio Henrique/ Márcio Borges)
JULIANA KEHL : « Ela não sabe sambar » (Juliana Kehl/ Dipa)
LETUCE : « Potência » (Letícia Novaes/ Lucas Vasconcellos)
JOÃO GILBERTO : « Falsa baiana » (Geraldo Pereira)
ANTONIO CARLOS JOBIM : « Sabia » (Chico Buarque/ Antonio Carlos Jobim)
ANTONIO CARLOS JOBIM : « Ligia » (Antonio Carlos Jobim)
FATIMA GUEDES : « O côco do côco » (Guinga/ Aldir Blanc)
GUINGA : « Cheio de dedos » (Guinga)
FATIMA GUEDES & GUINGA : « Destino bocaiuva » (Guinga/ Aldir Blanc)

dimanche 20 mars 2011

Website à vista!

-texte français plus bas

Os fiéis leitores desse blog adorado talvez já tenham percebido um ralentamento no ritmo dos textos editados, com exceção das playlists do programa de radio Tropicália Mpb.
Nenhum cansaço da minha parte –muito pelo contrário !- mas sim uma energia concentrada sobre um outro projeto em vias de conclusão: o site Tropicalia Mpb, brevemente online.

Antonio Carlos Miguel e Mônica Imbuzeiro, Lagoa Rodrigo de Freitas (RJ)

No dia 26 de janeiro passado, saiu no « Segundo Caderno » do jornal O Globo, uma meia página que o jornalista Antonio Carlos Miguel decidiu consagrar ao trabalho jornalístico que eu venho efetuando há muitos anos, a fim de compartilhar e de divulgar para os francófonos (mas também brasileiros), a minha paixão pelas músicas populares brasileiras.
Na ocasião dessa publicação, a grande modéstia que caracteriza os grandes Espíritos desse mundo ( !?), me fez evitar comentar o fato no blog... Mas agora, isso se faz necessário!

Bom, falando sério: o subtítulo da manchete do artigo sinalizava o nascimento eminente do site « Tropicalia Mpb », para o final de fevereiro.
Com um atraso compreensível para esse tipo de projeto, algo complexo, ele será lançado online, salvo algum imprevisto, dentro de duas semanas, no máximo.
Sem nada ainda a revelar a vocês, eu posso adiantar que trata-se de uma espécie de blog aperfeiçoado, que se pretende sobretudo ser mais legível, além de útil como ferramenta de pesquisa. Os textos em francês e em português serão claramente separados, assim como os programas de rádio do « Tropicalia Mpb » transformados em podcasts, e as galerias constituídas de fotos tiradas ao longo dos shows aos quais eu pude assistir facilmente acessíveis.
Eu gostaria então também, de passagem, de agradecer sinceramente, através desse pequeno post, ao Antonio Carlos, que inúmeras vezes deu eco ao meu trabalho; e, ainda com relação a esse artigo, à fotógrafa Mônica Imbuzeiro, que conseguiu a façanha de tirar uma foto muito favorável desse vosso humilde servo, que foi parado diversas vezes na rua no dia dessa publicação! Isso não durou mais do que 24 horas, naturalmente, mas foi uma experiência que meu ego saboreou com deleite… ! E de todas as formas, nós sabemos que, em nosso dia-a-dia, a verdadeira fama pertence aos grandes personagens –com « P » maiúsculo- dos reality shows!

Mas no aguardo do site... É ainda aqui que as coisas acontecem!!

Website en vue...!

Les fidèles lecteurs de ce blog adoré auront peut être remarqué un ralentissement du rythme des textes édités, si l’on excepte les playlists du programme radio "Tropicalia mpb".
Aucune lassitude de ma part -que du contraire !- mais bien une énergie concentré sur un autre projet en voie d’achèvement : le site Tropicalia Mpb, bientôt en ligne.

Antonio Carlos Miguel et Mônica Imbuzeiro, Lagoa de Freitas (RJ),
pour la scéance photos de l'article du Globo.


Le 26 janvier dernier, paraissait dans le « segundo caderno » (carnet culturel) du quotidien O Globo, une demi page que le journaliste Antonio Carlos Miguel avait décidé de consacrer au travail journalistique que j’effectue depuis plusieurs années en vue de partager et de divulguer ma passion pour les musiques populaires brésiliennes.
A l’époque, la modestie qui caractérise les grands Esprits de ce monde ( !), m’avait retenu de le signaler sur ce blog…Mais maintenant, il y a prescription !

Bon, plus sérieusement, le sous-titre de la manchette de l’article (voir ci-contre) signalait la naissance éminente du site « Tropicalia Mpb » pour la fin février.
Avec un retard raisonnable pour ce genre de projet complexe, il sera mis en ligne, sauf accident, dans deux semaines au plus tard.
Sans rien vous en dévoiler encore, il s’agit surtout d’une sorte de blog amélioré, qui se voudra plus lisible et utile en tant qu’ outil de recherche. Les textes français et portugais seront clairement séparés, ainsi que les programmes radios « Tropicalia Mpb » transformés en podcasts, et des galeries constituées de photos tirées lors des concerts auxquels j’ai pu assister.

Je voulais donc aussi, au passage et sans emphase, remercier par ce petit post, Antonio Carlos, qui a plusieurs fois fait échos à mon travail, et, par rapport à cette article, la photographe Mônica Imbuzeiro qui avait réussi l’exploit de tirer une photo avantageuse de votre humble serviteurs que l’on arrêta plusieurs fois en rue, le jour de la parution ! Cela ne dura que 24 heures, certes, mais ce fut une expérience que mon égo savoura avec délectation… ! Et de toutes les manières, nous le savons de nos jours, la vraie célébrité populaire appartient aux grands personnages –avec un grand « P »- des émissions de télé réalité !

Mais en attendant le site…C’est toujours ici que ça se passe !!

samedi 12 mars 2011

TROPICALIA 75 (part 2)






Pintura: "Carnaval no circo"- Elie Heil

Eis aqui a lista das canções tocadas ao vivo no programa Tropicália, na Rádio Judaica Bruxelas (90,2 Fm), o dia 07/03. Pra escutar este programa, e outros mais antigos, cliquem AQUI.

Voici la liste des titres joués en direct dans le programme Tropicalia du 07/03, sur Radio Judaica Bruxelles (90,2 Fm). Pour réécouter cette émission et d’autres plus anciennes, cliquez ICI

Especial Carnaval na canção –segunda parte-
Spécial Carnaval dans la chanson –deuxième partie-

IVETE SANGALO : « Verdadeiro Carnaval » (Davi Moraes/Quito Ribeiro/Pedro Baby/Betão Aguiar/Ciça Morais)
DJAVAN : « Carnaval no Rio » (Djavan)
CARLINHOS BROWN : « Trabalhador de Carnaval » (Carlinhos Brown)
ALCEU VALENÇA : « Carnaval na marim » (Alceu Valença)
JOHNNY ALF : « Coisas do Carnaval » (Ary Barroso)
PAULINHO DA VIOLA : « Sonho de um Carnaval » (Chico Buarque)
CAROL SABOYA : « Outros Carnavais » (Mário Sève/ Makeli Ka)
LUIZ MELODIA : « Quando o Carnaval chegou » (Ciro José)
MUNDO LIVRE S/A : « Carnaval na obra » (Fred 04/ Edu K/ Mundo Livre SA)
BANDA EDDIE : « Carnaval no inferno » (Fabio Trummer)
NAÇAO ZUMBI : « Carnaval » (Naçao Zumbi)
TONY GARRIDO : « Manhã de Carnaval » (Luis Bonfá/ Antônio Maria)
PAULINHO DA VIOLA : « O Carnaval acabou » (Paulinho da Viola)
MARIA CREUZA : « Marcha da quarta-feira de cinzas » (Carlos Lyra)

jeudi 10 mars 2011

Beija Flor e Roberto Carlos : emoções que viveram.

Um Rei em frente do Cristo (foto Marcos de Paula)

-texte français plus bas
-texto traduzido do francês (destinado à um público aprendiz)


Então, enfim... Terminou... « Acabou nosso carnaval », como assim cantava Carlos Lyra na canção Marcha da quarta-feira de cinzas.
O veredito é dado : com sua homenagem a Roberto Carlos, a Beija-Flor, escola de Nilópolis, foi anunciada a vitoriosa da edição 2011 dos desfiles das Escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro; ao mesmo tempo quebrando seu recorde de vitórias –sete no total- desde 1984.

A escolha do tema de grandes artistas da Música Popular Brasileira é habitual entre as escolas, prestando tanto homenagens póstumas (como a Nelson Cavaquinho, honrado esse ano pela Mangueira) quanto as homenagens prestadas a artistas bem vivos !
Nesse caso, eles participam de maneira espontânea do festa, aparecendo geralmente dentro de um carro que fecha o desfile. Tarata-se de um reconhecimento sem igual, que os faz viver um dos momentos dos mais emocionantes de suas carreiras.
Lembremo-nos da participação de Tom Jobim em 1992 pela Mangueira, e dos baianos Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Gal Costa, pela mesma escola, em 1994.
Sem esquecer Chico Buarque, que em 1998 levou a Mangueira ao título de campeã.
Roberto Carlos passa a fazer parte então dos nomes de artistas ligados à música que conseguiram compartilhar uma vitória no Grupo Especial com Chico Buarque, bem como também com Braguinha e Dorival Caymmi.

Chico Buarque desfilando pela Mangueira em 1998.

Na realidade, se a competição se realiza de fato entre as escolas na Avenida, ela reina também em todos os níveis no seio delas mesmas, bem antes do dia do desfile.
Existe a competição para impor a escolha do tema, bem como aquela para eleger o samba-enredo que conduzirá o desfile.
Roberto Carlos, uma vez como tema, já havia sido proposto aos dirigentes em 2010, quando o « rei » tinha completado seus cinquenta anos de carreira. Mas ele foi naquele ano preterido pelo grande arquiteto Oscar Niemeyer.
Roberto não perdeu nada por ter esperado um ano para viver aquele que ele considera como um dos grandes momentos de emoção de sua vida : « Eu já vivi grandes emoções na minha vida, mas aquela é tal que eu não encontro qualquer palavra para definir o que isso significa para mim », declarou ele, uma vez anunciado o resultado.
Com o samba « A Simplicidade de um Rei », a Beija Flor então desfilou sob as cores mais queridas de Roberto, o azul e o branco, para conquistar seu sétimo título.
No coração da mesma escola, encontramos um bom número de celebridades, como a apresentadora Hebe Camargo, a atriz Claudia Raia, o humorista Tom Cavalcante, o duo sertanejo Chitãozinho e Xororó, Wanderleia, Miéla, Fafá de Belém ; e, naturalmente, o velho amigo e parceiro de Roberto, Erasmo Carlos… Um Erasmo que, por seu lado, havia apresentado um samba para esse desfile (composto com Paulo Sergio Valle e Eduardo Lage), mas que foi precocemente eliminado pelo júri da Beija Flor, provocando um momento de certa tensão. Apesar da intervenção de Roberto Carlos, a decisão de rejeitar a canção mostrou-se inapelável.

Caetano e a Paraíso do Tuiuti, na madrugada de Quarta feira (foto divulg.)

Enfim, lembremos aos gringos neófitos e curiosos que, como no futebol, existem várias divisões de escolas de samba (e consequentemente vários desfiles). A mais prestigiada vem a ser o Grupo Especial, equivalente à primeira divisão.
Logo atrás, encontramos o Grupo de Acesso A (segunda divisão) e Grupo de Acesso B (terceira divisão), através das quais o campeão de cada uma pode ascender ao escalão superior.
Dessa forma, a escola Paraíso do Tuiuti, de São Cristovão, viu-se alçada ao Acesso A, graças à vitória obtida a partir da ajuda de Caetano Veloso, tema de seu samba-enredo : « O Mais doce bárbaro – Caetano Veloso ».
O baiano dedicou-se com entuiasmo a desfilar às primeiras horas da manhã dessa quarta-feira, 9 de março, num Sambódromo quase vazio, mas com o mesmo sorriso que ele ostentava em 1994, quando então ele desfilava pela prestigiadíssima Mangueira, do Grupo Especial. Prova de que, sendo preciso lá estar, o grande artista é também um bom ser humano, e sobretudo um homem festeiro... Salve Caetano… e, naturalmente, Salve Roberto Carlos e Beija Flor !

Beija Flor et Roberto Carlos: Pure émotion.

Un Roi devant le Christ...Roberto da Beija Flor! (photo divulg.)

-texto português em breve

Et voilà, c’est terminé…« Acabou nosso carnaval », comme le chantait Carlos Lyra dans sa chanson Marcha da quarta-feira de cinzas.
Le verdict est tombé : avec son hommage à Roberto Carlos, Beija Flor de Nilópolis, a remporté l’édition 2011 des défilés des Écoles de samba du Grupo Especial de Rio de Janeiro, décrochant du même coup, le record de victoire -sept au total- depuis 1984.

Le choix du thème des grands artistes de la Musique Populaire Brésilienne est régulier parmi les écoles, qu’il s’agisse d’hommage posthume (comme Nelson Cavaquinho, honoré cette année par la Mangueira) ou d’hommages rendus à des artistes toujours bien vivants.
Dans ce cas, ils participent de manière spontanée au défilé, apparaissant généralement sur un des chars qui ferment le cortège. Il s’agit pour eux d’une reconnaissance sans égale, qui leur fait vivre un des moments les plus émouvants de leurs carrières.
On se souviendra de la participation de Tom Jobim en 1992 pour la Mangueira, ou des bahianais Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia et Gal Costa, pour la même école, en 1994.
Sans oublier Chico Buarque qui, en 1998, mena la même Mangueira au titre de champion.
Roberto Carlos complète donc le nombre des artistes liés à la musique qui remportèrent le Grupo Especial avec Chico Buarque, donc, mais aussi Braguinha et Dorival Caymmi.

Chico Buarque champion avec la Mangueira en 1998.

En réalité, si la compétition se joue entre les écoles, sur l’Avenida, elle règne aussi à tous les niveaux au sein même de celles-ci, bien avant le jour J du défilé.
Il y a bataille pour imposer le choix du thème, comme celle pour gagner la samba-enredo qui portera le défilé.
Roberto Carlos, en tant que sujet, avait déjà été soumis aux décideurs de Beija Flor en 2010, alors que le « rei » fêtait ses cinquante années de carrière. Mais il lui fut préféré le grand architecte Oscar Niemeyer.
Roberto n’a donc rien perdu d’avoir attendu une année pour vivre ce qu’il considère comme un des grands moments d’émotion de sa vie : « J’ai déjà vécu de grandes émotions dans ma vie, mais celle-ci est telle que je ne trouve aucun mot pour définir ce que cela signifie pour moi », a-t-il déclaré, une fois le résultat annoncé.
Avec la samba « A Simplicidade de um Rei » (la simplicité d’un roi ), Beija Flor a donc paradé aux couleurs chères à Roberto, le bleu et le blanc, pour conquérir son septième titre.
Au sein de la même école, on trouvait bon nombre de célébrités comme la présentatrice Hebe Camargo, l’actrice Claudia Raia, l’humoriste Tom Cavalcante, le duo sertanejo Chitãozinho et Xororó, Miéle, Wanderleia, et bien sûr le vieil ami et complice de Roberto, Erasmo Carlos… Un Erasmo qui, par ailleurs, avait présenté une samba pour ce défilé (composé avec Paulo Sergio Valle et Eduardo Lage) qui fut précocement éliminé par le comité de Beija Flor, provoquant un moment de tension. Malgré l’intervention de Roberto Carlos, la décision d’écarter la chanson s’avéra sans appel.

Caetano Veloso, défilant pour Paraíso do Tuiuti,
ce 9 mars aux petites heures...
(photo divulg.)


Enfin, rappelons pour les gringos néophytes et curieux que, comme en football, il existe plusieurs divisions d’écoles de samba (et donc plusieurs défilés). La plus prestigieuse étant le Grupo Especial, équivalente à la division 1.
Derrière celle-ci, on trouve le groupe de l’Acesso A (division 2) et Acesso B (division 3), dont le champion peut accéder à l’échelon supérieur.
Ainsi cette année, l’école de Paraíso do Tuiuti de São Cristovão se voit propulser dans l’Acesso A, grâce à sa victoire acquise avec l’aide de Caetano Veloso, thème de leur samba-enredo « O Mais doce bárbaro – Caetano Veloso ».
Le bahianais s’est dévoué avec enthousiasme pour défiler aux petites heures du matin de ce mercredi 9 mars, dans un Sambadrome presque vide, mais avec le même sourire qu’il arborait en 1994, alors qu’il défilait pour la prestigieuse Mangueira du Grupo Especial. Preuve, s’il en fallait une, que le grand artiste est aussi un homme de cœur, et surtout un homme de fête…Salve Caetano…et, bien sûr, Salve Roberto Carlos et Beija Flor !

mercredi 9 mars 2011

TROPICALIA 75 (part 1)




"As Musas do Carnaval" - Marcos Anthony

Eis aqui a lista das canções tocadas ao vivo no programa Tropicália, na Rádio Judaica Bruxelas (90,2 Fm), o dia 07/03. Pra escutar este programa, e outros mais antigos, cliquem AQUI.

Voici la liste des titres joués en direct dans le programme Tropicalia du 07/03, sur Radio Judaica Bruxelles (90,2 Fm). Pour réécouter cette émission et d’autres plus anciennes, cliquez ICI.

Especial Carnaval na cançao –primeira parte-
Spécial Carnaval dans la chanson –première partie-

ANA COSTA : « Meu Carnaval » (Celso Fonseca/ Ronaldo Bastos)
PAULINHO DA VIOLA : « Meu Carnaval » (Elton Medeiros/ Cacaso)
DANIELA MERCURY & GILBERTO GIL : « Amor de Carnaval » (Gilberto Gil)
GILBERTO GIL : « Lamento de Carnaval » (Gilberto Gil)
SILVIA MACHETE : « Meu Carnaval » (Silvia Machete/ Márcio Pombo)
LÔ BORGES : « Carnaval de cor » (Lô Borges/ Márcio Borges)
MARINA LIMA : « Pássara (só eu nesse Carnaval) » (Marina Lima/ Fernando Vidal/ Ronaldo Bastos)
BELÔ VELLOSO : « Menos Carnaval » (Alvin L./ Cris Braun)
JORGE BEN : « Triste Carnaval » (Jorge Ben)
CHICO BUARQUE : « Quando o Carnaval chegar » (Chico Buarque)
LOS HERMANOS : « Todo Carnaval tem seu fim » ( Marcelo Camelo)
BARÃO VERMELHO : « Carnaval » (P. Pizziali/ Frejat/ Rachel)
ARNALDO ANTUNES : « Ninguém no Carnaval » (Liminha/ Arnaldo Antunes)

vendredi 4 mars 2011

TROPICALIA 74 (part 2)



photo/ foto: Zé Ramalho & Elba Ramalho

Eis aqui a lista das canções tocadas ao vivo no programa Tropicália, na Rádio Judaica Bruxelas (90,2 Fm), o dia 27/02. Pra escutar este programa, e outros mais antigos, cliquem AQUI.

Voici la liste des titres joués en direct dans le programme Tropicalia du 27/02, sur Radio Judaica Bruxelles (90,2 Fm). Pour réécouter cette émission et d’autres plus anciennes, cliquez ICI

JORGE BENJOR : « Bom dia boa tarde boa noite » (Jorge Ben)
LUA : « Uma ajuda » (Marcelo Yuka/ O Rappa)
WADO : « Tarja preta » (Wado/ Mathias Maxx)
LETICIA TUI : « Cordel » (Osvaldo G. Pereira/ Beto Valente)
DÉA TRANCOSO : « Passaro pintadinho » (Domínio público/ adapt. Déa Trancoso)
CAROL SABOYA : « Feito a mão » (Mário Sève/ Mauro Aguiar)
ANA CLARA HORTA : « Primaveira » (Ana Clara Horta/ Rodrigo Cascado)
ELBA RAMALHO : « Vila do sossêgo » (Zé Ramalho)
ZÉ RAMALHO : « Kryptônia » (Zé Ramalho)
CHICO CÉSAR & PAULINHO MOSKA : « Tambor » (Chico César)
RODRIGO SANTOS : « Trem bala » (Rodrigo Santos)
RENATO GODÁ : « Black Jorge » (Renato Godá)
ROBERTA CAMPOS : « Varrendo a lua » (Roberta Campos)
PATRICIA MELLODI : « Pérola » (Patricia Mellodi)

jeudi 3 mars 2011

Edgard Scandurra, fã de Serge Gainsbourg.

O "guitar hero" canhotto, Edgard Scandurra (foto Daniel A.)

-texte français plus bas


Enquanto que os « extras » contidos nos dvd’s musicais vinham se mostrando frequentemente mornos e padronizados (making ofs, entrevistas), por outro lado, parece que cada vez mais essa tendência vem se invertendo a ponto de tornar-se uma pauta mais interesssante do que o show em si.

É o caso de « Na cozinha com Scandurra », o bônus apresentado no dvd « Edgard Scandurra ao vivo », que nos mostra um dos mais importantes « guitar heros » da cena brasileira na cozinha de seu restaurante, « Le petit trou », preparando lagostins ao molho de manteiga para seus músicos, convidados daquela noite.
Sobre a preparação desse prato, que Edgard Scandurra nos explica meticulosamente tal qual num programa de culinária, alguns flashes pontuam a biografia do virtuose, que de 1977 até precisamente hoje, sempre manteve um papel importante na cena pop/ rock de São Paulo.
Mas o « porquê » desse post, reside mais sobre a curiosidade acerca do nome do restaurante, que homenageia Serge Gainsbourg (1928-1991), o super cult compositor e poeta francês, quando se relembra nesse 2 de março, na França, através de inúmeros programas especiais, os 20 anos de seu falecimento.

O restaurante « Le petit trou » (cujo nome foi inspirado pela canção Le Poinçonneur des Lilas - O bilheteiro da Estação de Lilas ) é decorado com numerosas fotos de Serge e de Jane Birkin, sua principal musa e companheira. Encontramos ali também trechos de letras de músicas escritas sobre quadros negros, como alguns versos de Aux armes etcaetera – Às Armas etc. – em frente ao qual Scandurra faz uma boa parte de seus depoimentos.

Serge Gainsbourg eJane Birkin, anos 70 (foto divulg.)

Mas o guitarrista não é um único fã perdido do artista no Brasil. Um grande número de jovens talentos da nova cena de São Paulo (a quem já chamam, conforme eu li, de « novos paulistas ») reclamam para si o uso do esteticismo musical de Gainsbourg.
De fato, muitos novas cantoras possuem esse pequeno traço de voz, como os « não-cantoras » pelos quais o compositor francês français era afeiçoado e para os quais ele veio a escrever : Jane Birkin, Françoise Hardy, Isabelle Adjani, Catherine Deneuve, Brigitte Bardot, e ainda para sua própria filha, com Jane Birkin : Charlotte.
A título de comparação, a paulistana Tié seria bastante representativa desse arquétipo « gainsbouriano ».
De seu lado, Renato Godá faz uso à vontade da imagem decadente do personagem Gainsbarre ; personagem provocador e depravado, criado –num espírito Doutor Jeckill-Mister Hide- pelo próprio Gainsbourg.
Uma influência e um reconhecimento bastante novos então, nascidos com o aparecimento dessa vova onda brasileira que não hesita em utilizar a língua francesa em suas canções (talvez até mesmo de maneira abusiva).
Inúmeros laços estão sendo criados entre a jovem cena paulista (porém também carioca) e a francesa. Basta visitar as páginas desses artistas no Facebook e no Myspace para que a gente possa se convencer disso.
Lembremo-nos nós mesmos também que, no início dos anos sessenta, Gainsbourg foi um dos primeiros chansonniers franceses a compor sobre ritmos latinos dançantes como a salsa, a rumba, o chachacha, e o merengue : ritmos particularmente apreciados por artistas como Nina Becker, Silvia Machete, Cibelle e Tulipa... Porém já colocado em evidência pelo trio « +2 » e Los Hermanos, no começo dos anos 2000.

De qualquer forma, para voltarmos aos talentos culinários de Edgar (que não está geralmente atrás do forno & fogão !), « Le petit trou » será certamente uma curiosodade a ser conferida numa próxima ida a São Paulo. E nesse caso, vai ser excepcionalmente feita para vocês uma crônica culinária aqui nesse blog...


CE BLOG EST DÉDIÉ AUX CURIEUX QUI AIMERAIENT CONNAÎTRE L'ART ET LA MUSIQUE POPULAIRE BRÉSILIENNE. UNE OCCASION POUR LES FRANCOPHONES DE DÉCOUVRIR UN MONDE INCONNU OU IL EST DE MISE DE LAISSER SES PRÉJUGES AU VESTIAIRE.