jeudi 24 mars 2011

Um grupo anti-depressivo: Móveis Coloniais de Acaju


-texte français plus bas


Foi com algum atraso que eu entrei em contato com a música dessa banda de rapazes alegres reunidos sob o estranho nome de Móveis Coloniais de Acaju.
Passando por São Paulo em novembro último, eu encontrei o álbum “C-mpl-te”, cujos ecos favoráveis me convenceram a adquirí-lo.
Desnecessário dizer que a sedução foi imediata, antes mesmo do final da primeira audição!
Liberando uma energia particularmente contagiante, os 9 músicos de Brasília praticam uma música que faz a fusão – ou melhor, encadeam – do ska, do rock, do jazz, das músicas do leste europeu e do pop. De um ecletismo que eles utilizam a serviço de canções eficientes, com arranjos dinâmicos guiados pelos metais, além de letras bem humoradas e / ou inteligentes.

Daí, eu queria incluír esse álbum, na época, na minha lista de favoritos de 2010... Só que “C-mpl-te” já havia sido lançado no mercado no ano anterior.
Por outro lado, bem em evidência nas prateleiras da Livraria Cultura do Conjunto Nacional (SP), lá estava em destaque, o dvd “Ao vivo no Auditório Ibirapuera”, recentemente lançado em novembro de 2010.

Depois de observar esse dvd, fica claro que Móveis ganha uma outra dimensão em cena. Conduzido através do vocal por André Gonzáles, a banda parece composta de jovens estudantes que dançam e gesticulam como se festejassem o término de mais um ano letivo. Nada de qualquer look em particular; o único ponto em comum entre os músicos são pura e simplesmente a alegria e o prazer de tocar.
Um prazer que contagia um público visivelmente fiel, que dança ao longo do show, e que conhece de cor os títulos dos dois álbuns do grupo.
Mas por trás desses personagens saltitantes, existem sobretudo músicos tecnicamente afiados, que se adaptam a todos os estilos que se encontram por vezes no meio da mesma canção: podendo começar por um ska, antes que surja um break de jazz ou de música cigana, para então terminar em puro rock...
Uma proeza que requer uma coesão sem falhas entre os instrumentistas, exercitados através de milhares de horas de shows.

Móveis Coloniais de Acaju está longe de ser um grupo novo na cena brasileira.
Por trás desse nome surrealista, inspirado por uma falsa anedota histórica inventada pelos membros do grupo (A Revolta de Acaju de 1813!), encontramos então esses nativos de Brasília, que, a partir de 1998, foram se formando dentro dos clubes da capital federal, durante muitos anos, até o momento em que sentiram a necessidade de se profissionalizar; o que aconteceu em 2003, sob a batuta de Rafael Ramos (produtor, entre outros, de Los Hermanos, Ultraje a Rigor, Matanza, Cachorro Grande, Pitty...).
O álbum “Idem”, lançado em 2005 (6 títulos dele constam do dvd), e o lado festivo de seus shows, os distingue não somente sobre as cenas brasileiras; mas também na Europa, por onde eles excursionaram em 2008.
Paralelamente, o Móveis criou em Brasília o evento “Móveis convida”, festival que debuta em 2005, e que vê desfilar nomes de ponta do pop rock brasileiro, como Pato Fu e Los Hermanos.
E é em 2008 que eles começam a reunir as canções de seu excelente álbum “C-mpl-te”, que atesta que além de sua forte presença cênica, eles possuem um senso de composição elaborado, onde cada membro parece estar presente na criação de todas as canções.

Móveis Coloniais de Acaju se firma com mérito como um dos grupos mais revigorantes e interessantes da cena independente brasileira, tanto em disco quanto em cena... E sua música é para ser degustada... ou melhor dizendo... para ser devorada gulosamente, sem moderação...


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