jeudi 25 février 2010

En écoute aujourd’hui : Ludov et Numismata.

Ludov, emmené par la chanteuse Vanessa Krongold.

Au final, il m’aura encore manqué quelques disques bien côtés par la critique pour clore le dossier des productions 2009. Je pense à certains groupes de la scène indépendante comme Cidadão Instigado ou Ronei Jorge e os ladrões de bicicletas. Cependant, quelques belles surprises me sont encore arrivées par courrier, récemment, et comme la saison des nouvelles sorties ne prendra son rythme de croisières qu’à partir de cette période post carnaval, je me permets de rendre compte ici de quelques productions encore estampillées de l’année dernière.

Il a été écrit sur ce blog que le souffle de la modernité non gratuite nous est venu de São Paulo en 2009.
Deux albums que je reçois donc un peu tardivement ne font que confirmer ce constat : « Caligrafia » de Ludov, et « Chorume » de Numismata.
Trop rapidement, on aurait tendance à classifier ces groupes pauliste dans la catégorie pop/ rock alternatif, mais ce serait en réalité bien réducteur.

Ludov m’avait déjà beaucoup intéressé à l'écoute des deux premiers albums, « O Exercicio das pequenas coisas » (2005) et « Disco paralelo » (2007), et seul un problème indépendant de ma volonté me fit manqué le rendez-vous que le groupe m’avait donné dans un bar de São Paulo pour une interview (en réalité le manque de professionnalisme du manager d’une autre chanteuse, enfin bref…).

« Caligrafia » (2009), leur troisième album, confirme le talent du quatuor emmené par la très bonne chanteuse, Vanessa Krongold.
Sous des aspects de pop teenage, le groupe délivre des compositions efficaces et parfois surprenantes. Derrière celles-ci, on trouve les signatures de Mauro Motoki (voix et guitare) et Habacuque Lima (basse), auteurs des 12 titres de l’album (plus 7 que l’on trouve sur le web).
Notre voyage est une bossa pop délicieuse, Mecanismo ressemble à une toada portugaise, tandis que Magnética résonne d’une atmosphère presque médiévale. Ceci entre des chansons plus enlevées et accrocheuses comme Luta livre et Vinte por cento, qui ouvrent l’album.
Dans « Caligrafia », sous des dehors légers, Ludov produit sans nul doute une musique consistante et bien pensée.


Plus difficile encore à cerner (et très différent aussi), les six membres de Numismata brouillent les pistes tout au long de « Chorume » comme ils le faisaient déjà sur leur premier album « Brazilians on the moon » (2003).
Pour seul exemple, le passage de Tanta saudade (un pop rock assez classique) à Anhanguera (une samba légère) a de quoi déconcerter.
On pense bien sûr à Los Hermanos qui ne se gênait pas pour mélanger le rock avec divers rythmes latins et le bal musette, mais aussi à Romulo Fróes qui, dans son excellent double album « O Chão sem o chão » (2009), alternait la quintessence de la samba et du rock alternatif.
Todo o céu e essas pequenas coisas qui ouvre l’album, évoque Pink Floyd, tandis que plus loin, Viralatas nous plonge dans une ambiance jazz. La chanson A vida como ela é nous entraîne, quant à elle, dans un frevo échevelé entonné par Maria Alcina, invitée sur plusieurs titres par les membres du groupe.
Et a ce propos, nous avons affaire à six musiciens techniquement très affinés, qui démontrent une belle aisance quel que soit le style abordé. Mention spéciale aussi pour Prejuízo, une samba rock chantée par Luiz Melodia, autre guest de l’album.
« Chorume » est un disque étonnant, et surtout réjouissant, pointé à juste par plusieurs critiques spécialisés, comme l’une des bonnes plaques de l’année écoulée…
Plus bas, vidéos de Ludov: "Mécanismo" et Reprise"
Musiques de l'album "Chorume" de Numismata sur leur page MYSPACE

Numismata, seis musicos afinados (além de bem humorados!)

Escutando hoje : Ludov e Numismata.

No final das contas, eu deixei passar alguns discos bem cotados pela crítica ao concluir o dossiê das produções de 2009. Eu penso em certos grupos da cena independente, como Cidadão Instigado ou Ronei Jorge e os ladrões de bicicletas. No entanto, algumas belas surpresas ainda me chegaram pelo correio recentemente, e como a temporada de novos lançamentos não entrará em vôo de cruzeiro até um certo período pós carnaval, eu me permito dar conta aqui de algumas produções ainda com o rótulo do ano passado.

Já foi escrito nesse blog que o sopro da modernidade não gratuita nos veio de São Paulo em 2009.
Dois álbuns que eu recebi agora, um pouco tardiamente, vêm a confirmar essa constatação : « Caligrafia », do grupo Ludov , e « Chorume », do Numismata.
Rápido demais, tenderíamos a classificar esses grupos paulistas na categoria pop/ rock alternativo, mas isso na realidade seria algo bem reducionista.

Ludov já havia me chamado a atenção através de seus dois primeiros álbuns- « O Exercício das pequenas coisas » (2005) e « Disco paralelo » (2007)- mas por um problema alheio à minha vontade, tinha perdido um encontro com o grupo num bar de São Paulo para uma entrevista (na verdade, o problema foi causado pela falta de profissionalismo do agente de uma outra cantora, em resumo…).

« Caligrafia » (2009), o terceiro álbum da banda, confirma o talento do quarteto liderado pela excelente cantora Vanessa Krongold.
Sob contornos de pop « teenage », o grupo apresenta composições eficientes e por vezes surpreendentes. Por trás dessas últimas, encontramos as assinaturas de Mauro Motoki (voz e guitarra) e Habacuque Lima (baixo), autores de 12 títulos do álbum (mais 7 que podem ser encontrados na web).
Notre voyage é uma bossa pop deliciosa ; Mecanismo assemelha-se a uma toada portuguesa, assim como Magnética ressoa a partir de uma atmosfera quase medieval. Essas estão dentre as canções mais enlevadas e engajadoras, como Luta livre e Vinte por cento, que abrem o álbum.
Em « Caligrafia », sob numa roupagem leve, o Ludov produz sem sombra de dúvida uma música consistente e bem pensada.

Mais difícil ainda de se chegar a seu âmago (e também muito diferente), os seis membros do Numismata surpreendem faixas após faixas, ao longo de « Chorume » como assim o já fizeram em seu primeiro álbum « Brazilians on the moon » (2003).
A título de exemplo, a passagem de Tanta saudade (um pop rock bastante clássico) a Anhanguera (um samba ligeiro) tem algo de desconcertante.
Pensamos certamente em Los Hermanos, que não se incomodava em misturar o rock com diversos ritmos latinos ; mas também em Romulo Froes que, em seu excelente álbum duplo « O Chão sem o chão » (2009), alterna a quintessência do samba com o rock alternativo.
Todo o céu e essas pequenas coisas, que abre o álbum, evoca o Pink Floyd e, mais à frente no disco, Viralatas nos introduz numa ambiência jazz. A canção A vida como ela é nos leva a um frevo descabelado entoado por Maria Alcina, convidada pelos membros do grupo para vários títulos.
E a propósito, nos referimos aqui a seis músicos tecnicamente muito afinados, que demonstram uma boa desenvoltura qualquer que seja o estilo abordado. Menção especial também para Prejuízo, um samba rock cantado por Luiz Melodia, outro convidado do álbum.
« Chorume » é um disco surpreendente, e sobretudo revigorante, apontado com razão por vários críticos especializados como uma das boas placas do ano que passou...
(musicas do disco "Chorume" na página MYSPACE da banda)

mardi 23 février 2010

TROPICALIA 48 (part. 2)

Rodrigo Campos em destaque na segunda parte deste Tropicália 48
(foto Daniel A.)

Voici la liste des titres joués en direct dans le programme Tropicalia du 22/02, sur Radio Judaica.
Pour réécouter cette émission et d’autres plus anciennes, cliquez ICI
(Pour des raisons techniques, la première partie n’a pu être enregistrée)

Eis aqui a lista das canções tocadas ao vivo no programa Tropicália, na Rádio Judaica, o dia 22/02. Pra escutar este programa, e outros mais antigos, cliquem AQUI.
(Infelizmente, a primeira parte do programa, não pôde ser gravada por razões técnicas)

RODRIGO CAMPOS : « Brother José » (Rodrigo Campos/ Beto Villares)
SAMUEL ROSA : « Carango » (Carlos Imperial/ Nonato Buzar)
ZECA BALEIRO : « Alma não tem cor » (André Abujamra)
PEDRO ABRUNHOSA (c/ Lenine ) : « Diabo no corpo » (Pedro Abrunhosa)
DIOGO POCAS: « Saudades do Brasil no Portugal » (Vinicius de Moraes)
JOYCE : « Noites cariocas » (Jacob do Bandolim)
CRIS AFLALO : « Um tom » (Caetano Veloso)
NUMISMATA : « Viralatas » (A. Rabelo Filho/ Rubens Nogueira)
JUNIO BARRETO : « Santana » (Junio Barreto)
LUDOV : « Notre voyage » (Mauro Motoki)
IVETE SANGALO (c/ Marcelo Camelo) : « Teus olhos » (Marcelo Camelo)
BRUNA CARAM : « Cuide se bem » (Guilherme Arantes)
PEDRO MIRANDA : « Hello, my girl » (Silvio da Silva)
RODRIGO CAMPOS (c/ Luisa Maita) : « Mangue e fogo » (Rodrigo Campos)

Para todos fieis leitores deste blog ( e ouvintes do programa Tropicália), vale à pena informar que a muito boa cantora Cris Aflalo – que lançou o ótimo « Quase tudo dá » em 2009- cantará no Tom Jazz de São Paulo…Eis aqui o cartaz do evento...

mercredi 17 février 2010

En images aujourd’hui : Celso Fonseca.

Celso Fonseca, en version intimiste.

(texte français,
texto português traduzido do francês)

Celso Fonseca à toujours été fidèle à l’esthétisme musical de la Bossa Nova, légèrement teintée de pop. Mais plus qu’un simple propagateur de cette musique, si populaire hors du Brésil, il a le mérite d’avoir contribué à grossir le répertoire du genre par quelques compositions qui ne palissent pas face aux classiques composés par ses aînés. Bon compositeur, excellent guitariste, chanteur raisonnable, ce musicien qui a accompagné toute la crème de la MPB, lance son deuxième dvd moins de deux ans après « Celso Fonseca ao vivo ». Dans ce dernier, sorti en 2008, Fonseca avait choisi d’inviter du beau monde : Gilbero Gil –qu’il accompagna de nombreuses années- Roberta Sá et Ana Carolina. Mais le résultat s’était avéré fort tiède et, pour tout dire, assez décevant.
Pour ce « Voz e violão » (voix et guitare), son approche se veut plus intime, et au final, plus proche de la personnalité discrète et contenue de l’artiste.
Dans ce concert, enregistré dans le très agréable et cosy Estrela da Lapa à Rio, Celso choisit de faire la part belle aux reprises et de n’aborder ses propres compositions qu’à la fin du show, en enchaînant Febre, Sorte et Slow motion bossa nova, ces deux dernière écrites avec Ronaldo Bastos.
En réalité, en plus de sa six cordes, il agrémente l’instrumentation de légère touches électroniques à l’aide de pédales de programmations disposées à ses pieds. Mais rien qui ne dérange l’habillage acoustique de la représentation.
En résumé, « Celso Fonseca, voz e violao » est un dvd plaisant et agréable, idéal pour se reposer du tumulte du Carnaval…

Celso Fonseca : « Voz e violão » : Le répertoire choisit est plutôt éclectique. On passe de Gilberto Gil (Tempo rei), Rita Lee (Caso serio), Vinicius Cantuária (Lua e estrela), Lulu Santos (Tudo bem), Tom Jobim (Ela é carioca, Anos dourados) à Claudinho e Buchecha (Conquista) ou même Banda Eva (Beleza rara). Il se risque également au répertoire anglais avec les très courus The Foll on the hill des Beatles ou The more I see you (Harry Warren/ Marck Gordon).
Aucun invité ne le rejoint sur scène, mais ce ne sont pas les célébrités cariocas qui manquent, éparpillées dans le public.
Extra : le seul instrumental du répertoire, Consolação, de Baden Powell et Vinicius de Moraes.

Hoje em imagens : Celso Fonseca.

Celso Fonseca sempre foi fiel aos padrões estéticos da Bossa Nova, com leves matizes pop. Porém, mais do que um simples propagador dessa música tão popular fora do Brasil, ele tem o mérito de ter contribuído para ampliar o repertório do gênero através de algumas composições que não empalideceram em face dos clássicos compostos por seus mentores mais velhos.
Bom compositor, excelente guitarrista e cantor razoável, esse músico que acompanhou a nata da MPB, lança seu segundo dvd, menos de dois anos depois de « Celso Fonseca ao vivo ».
Nesse anterior, lançado em 2008, Fonseca havia optado por convidar algumas cabeças coroadas : Gilberto Gil –a quem ele acompanhou por muitos anos- Roberta Sá e Ana Carolina. Mas o resultado mostrou-se por demais morno, e, para resumir, decepcionante.
Para este « Voz e violão », sua abordagem se mostra mais intimista ; e afinal, mais próxima da personalidade discreta e contida do artista.
Nesse show, gravado no muito agradável e « cozy » Estrela da Lapa, no Rio, Celso escolheu fazer seu melhor papel através das releituras, abordando suas próprias composições apenas ao final da apresentação, encadeando Febre, Sorte e Slow motion bossa nova, sendo esses dois últimos títulos compostos em parceria com Ronaldo Bastos.
Na verdade, além de seu violão de seis cordas, ele incrementou a instruentação com ligeiros toques eletrônicos com o auxílio de pedais programáveis dispostos a seus pés. Mas nada que contrarie o perfil acústico do espetáculo.
Resumindo, « Celso Fonseca, voz e violão » é um dvd prazeroso e agradável, ideal para se descansar do tumulto do Carnaval…

Celso Fonseca : « Voz e violão » : O repertório escolhido é sobretudo eclético. Passamos de Gilberto Gil (Tempo rei), Rita Lee (Caso sério), Vinicius Cantuária (Lua e estrela), Lulu Santos (Tudo bem), Tom Jobim (Ela é carioca, Anos dourados) a Claudinho e Buchecha (Conquista) ; ou até mesmo a Banda Eva (Beleza rara). Ele se aventura igualmente ao repertório inglês, com os muito batidos The Foll on the hill, dos Beatles ; e The more I see you (Harry Warren/ Marck Gordon).
Nenhum convidado junta-se a Celso no palco, mas o que não falta são celebridades cariocas espalhadas pela platéia.
Extra : o único instrumental do repertório, Consolação, de Baden Powell e Vinicius de Moraes.

Vidéo: "Slow motion bossa nova" (Fonseca/ R.Bastos)

mardi 16 février 2010

Tropicalia 47 (part. 1 & 2)

Gilberto Gil et Caetano Veloso entourant Dona Ivone Lara

Voici la liste des titres joués en direct dans le programme Tropicalia du 15/02. Pour réécouter cette émission et d’autres plus anciennes, cliquez ICI

Eis aqui a lista das canções tocadas ao vivo no programa Tropicália, na Rádio Judaica, o dia 15/02. Pra escutar este programa, e outros mais antigos, cliquem AQUI.

Part 1.

FERNANDA ABREU : « Aquarela brasileira » (Silas de Oliveira)
MARCELO D2 : « Á procura da batida perfeita » (MD2/ D. Corcos/ L. Bonfá)
MARIA BETHÂNIA (c/ Gal Costa) : « Sonho meu » (Dona Ivone Lara/ Délcio Carvalho)
DONA IVONE LARA (Adryana Ribeiro) : « Acreditar » (Dona Ivone Lara/ Délcio Carvalho)
MARIA BETHÂNIA : (c/ Gil & Caetano) : « Alguém me avisou » (Dona Ivone Lara)
DONA IVONE LARA (c/ Caetano Veloso) : « Força da imaginação » (Dona Ivone Lara/ Caetano Veloso)
WALTER ALFAIATE : « Arroz e feijão » (Mauro Duarte/ Walter Alfaiate)
LULU SANTOS : « Procedimento » (Lulu Santos)
MALLU MAGALHÃES : « Versinho de número um » (Mallu Magalhães)
AMALIA RODRIGUES : « Uma Casa portuguesa » (R. Ferreira/ G. Mattos Sequeira/ A. Fonseca)
GERALDO AZEVEDO : « Casa brasileira » (G.Azevedo/ R.Rocha)
JOÃO DONATO TRIO : « Ê menina » (João Donato/ G. Guarabyra)
FERNANDA ABREU : « Rio 40° » (F. Abreu/ F. Fawcett/ Laufer)

Part. 2

ALCIONE : « Olerê camará » (Paulo Débitio/ Joel Menezes)
VANIA ABREU : « Imaculada oração » (Péri)
CLARA NUNES : « Menino velho » (Romildo/ Toninho)
MESTRE AMBROSIO : « Caninana » (Siba)
GUILHERME ARANTES : « Meu mundo e nada mais » (G. Arantes)
MARIA BETHÂNIA : « Brincar de viver » (G. Arantes/ J. Lucien)
SIMONE & ZELIA DUNCAN : « Cuide se bem » (Guilherme Arantes)
VANESSA DA MATA : « Um dia, um adeus » (Guilherme Arantes)
LUDOV : « Mecanismo » (Habacuque Lima/ Mauro Mokoti)
ALVIN L. : « Setembro » (Alvin L.)
KID ABELHA : « Grand’hotel » (G. Israel/ P. Toller/ Lui Farias)
JOHNNY ALF (c/ Emilio Santiago) : « Rapaz de bem » (Johnny Alf)
MARIO ADNET : « Chorojazz » (Mario Adnet)
ANNA LUISA (c/ Pedro Luis) : « Do zero » (Pedro Luis/ Seu Jorge)
FERNANDA ABREU : « É Hoje » (Didi/ Mestrinho)
MALLU MAGALHÃES : « My home is my man » ( M. Magalhães)

vendredi 12 février 2010

En images aujourd’hui : Dona Ivone Lara.


(texte français, texto português traduzido do francês)

À l’instar des artistes populaires de condition humble, Dona Ivone Lara a construit l’essentiel de son œuvre après une vie de dur labeur dédié - comme infirmière diplômée- aux personnes atteintes de déficiences mentales. La musique faisait d’ailleurs partie de ses armes thérapeutiques. Très jeune, elle apprend à jouer du cavaquinho et à 12 ans, elle compose déjà sa première samba, Tiê, avec laquelle elle ouvre le show de ce dvd « Canto da Rainha », enregistré au Canecão de Rio de Janeiro en 2009.
Adolescente, elle se retrouve aussi dans le cercle de certains amphitryons de la musique brésilienne comme Heitor Villa Lobos (1887-1959), Pinxinguinha (1897-1973) ou Donga (1890-1974).
En 1947, elle compose Nasci para sofrer, une samba sur laquelle défilera l’Ecole Prazer da Serrinha, qui deviendra la célèbre Escola de Samba Império Serrano.
Bien plus tard, en 1965, avec Silas de Oliveira et Bacalhau, elle composera Os Cinco Bailes da Historia do Rio, une samba-enredo qui portera Império Serrano à la quatrième place, cette année-là.
Elle devient, par ce fait, la première femme à intégrer le cercle très masculin des compositeurs de samba de Carnaval (« ala dos compositores »).
C’est à partir des années 70, alors que Dona Ivone Lara fête bientôt son demi-siècle, que sa carrière prend définitivement son envol. Elle se consacre entièrement à son art et son premier album, « Sambão 70 » , voit le jour à l’aube de cette décennie.
Le nom de Dona Ivone Lara me fut révélé (comme à beaucoup d’autres d’ailleurs) par le titre Sonho meu, qui était inclus sur l’album historique de Maria Bethânia, « Álibi », premier disque d’une interprète féminine à atteindre le million d’exemplaires vendus. Sonho Meu (duo de Bethânia avec Gal Costa), composé avec un de ses plus fidèles collaborateurs, Délcio Carvalho, gagna par ailleurs le prix Sharp de la meilleure chanson, cette année-là.
Par la suite, c’est sur un autre disque de Bethânia, "Talismã", que je découvris un autre grand classique, Alguém me avisou, dans une version anthologique chantée avec Gil et Caetano Veloso. Un titre qui figure au répertoire de n’importe quelle roda de samba qui se respecte.
Depuis cette époque, et jusqu’à ce premier dvd tardif pour cette grande dame de la samba de 89 ans, ce ne fut que succès, prix, et innombrables marques de reconnaissances par ses pairs. Une reconnaissance qui allait s’étendre par-delà les frontières du Brésil.

Le fait est que, comme le dit justement Paulão 7 cordas (dans les témoignages en extras ici) Dona Ivone Lara possède un sens sophistiqué de la mélodie qu’elle développe dans ses sambas, dont beaucoup sont enracinées dans les rythmes afro bahianais. D’autres grands classiques égrainés dans ce dvd en témoignent comme Mas quem te disse que eu te esqueço (c/ Hermínio B. de Carvalho), Alvorecer, Acreditar ou Sorriso de criança, ces trois dernières toujours composées avec Délcio Carvalho.
Ce dvd restera à jamais un document définitif qui immortalise un répertoire qui appartient au patrimoine musical du Brésil !

DONA IVONE LARA : « Canto da Rainha » : quelques grands noms du monde de la samba viennent rendre hommage à la Reine qui revisite sa carrière en 20 titres : Caetano Veloso, Gilberto Gil, Arlindo Cruz, Délcio Carvalho, Bruno Castro, Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Jorge Aragao et la Velha Guarda do Império Serrano.
Extras : Making of, et témoignages de Paulão 7 cordas, Túlio Feliciano, et la propre Dona Ivone Lara .

Dona Ivone Lara ensaiando com Caetano
pra o show "Canto da Rainha" (foto Marcos Serra Lima)

Imagens de hoje : Dona Ivone Lara.

A exemplo da maioria dos artistas populares de origem humilde, Dona Ivone Lara construiu o essencial de sua obra depois de uma vida de trabalho duro ; no seu caso, dedicado- como enfermeira diplomada- a tratar de pessoas portadoras de distúrbios mentais. A música, por sinal, era uma de suas armas terapêuticas. Muito jovem, ela aprende a tocar cavaquinho, e aos 12 anos já compõe seu primeiro samba, Tiê, com o qual ela abre o show desse dvd « Canto da Rainha », gravado no Canecão, no Rio de Janeiro, em 2009.
Adolescente, ela se flagra também no círculo de certos anfitriões da música brasileira, como Heitor Villa Lobos (1887-1959), Pinxinguinha (1897-1973) e Donga (1890-1974).
Em 1947, ela compõe Nasci para sofrer, um samba sob o qual desfila a Escola Prazer da Serrinha, que virá a se tornar a célebre Escola de Samba Império Serrano.
Bem mais tarde, em 1965, com Silas de Oliveira e Bacalhau, ela vem a compor Os Cinco Bailes da História do Rio, um samba-enredo que coloca a Império Serrano em quarto lugar naquele ano.
Ele se torna, por esse fato, a primeira mulher a integrar o círculo essencialmente masculino de compositores de samba de Carnaval (« ala dos compositores »).
É a partir dos anos 70, quando Dona Ivone Lara então festeja quase seu meio século, que sua carreira decola definitivamente. Ela se dedica inteiramente à sua arte e a seu primeiro álbum, « Sambão 70 », ao alvorecer daquela década.
O nome de Dona Ivone Lara me foi revelado (assim como para muitos outros) pelo título Sonho meu, que foi incluído no álbum histórico de Maria Bethânia, « Álibi », primeiro disco de uma intérprete feminina a atingir o milhão de exemplares vendidos. Sonho Meu (duo de Bethânia com Gal Costa), composto em parceria com um de seus mais fiéis colaboradores, Délcio Carvalho, ganha inclusive o prêmio Sharp de melhor canção naquele mesmo ano.
Mais tarde, foi num outro disco de Bethânia, « Talismã », que eu descobri outro grande clássico : Alguém me avisou, numa versão antológica cantada com Gilberto Gil e Caetano Veloso. Um título que figura no repertório de qualquer roda de samba que se dê ao respeito.
A partir daquela época, e até esse primeiro dvd, tardio para essa grande dama do samba de 89 ans, não lhe faltaram sucesso, prêmios, e incontáveis demonstrações de reconhecimento por seus pares. Um reconhecimento que veio a se estender para além das fronteiras do Brasil.

O fato é que, como diz com precisão Paulão 7 cordas (nos depoimentos dos extras aqui), Dona Ivone Lara possui um senso sofisticado da melodia que ela desenvolve em seus sambas, os quais são bastante enraizados nos ritmos afrobaianos. Há outros grandes clássicos muito propriamente colocados nesse dvd, como atestam Mas quem te disse que eu te esqueço (com Hermínio Bello de Carvalho), Alvorecer, Acreditar, e Sorriso de criança- sendo esses três últimos ainda compostos com Délcio Carvalho.
Esse dvd ficará para sempre como um documento definitivo, que imortaliza um repertório pertencente ao patrimônio musical do Brasil !

DONA IVONE LARA : « Canto da Rainha » : alguns grandes nomes do mundo do samba vêm prestar homenagem à Rainha, que revisita sua carreira através de 20 títulos : Caetano Veloso, Gilberto Gil, Arlindo Cruz, Délcio Carvalho, Bruno Castro, Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Jorge Aragão, e a Velha Guarda do Império Serrano.
Extras : Making of e depoimentos de Paulão 7 cordas, Túlio Feliciano, e da própria Dona Ivone Lara .

mardi 9 février 2010

TROPICALIA 46 (part.1 & 2)

Wilson Simoninha ouvre le programme Tropicalia 46.


Voici la liste des titres joués en direct dans le programme Tropicalia du 08/02. Pour réécouter cette émission et d’autres plus anciennes, cliquez ICI Eis aqui a lista das canções tocadas ao vivo no programa Tropicália, na Rádio Judaica, o dia 08/02. Pra escutar este programa, e outros mais antigos, cliquem AQUI.

Part. 1

WILSON SIMONINHA :
« Bebete Vambora » (Jorge Ben)

LIMUSINE NEGRA :
« Limusine negra » (Gil’Soul/ E.Branco/ Babo)

ZECA BALEIRO :
« Vô imbola » (Zeca Baleiro)

JACKSON DO PANDEIRO :
« O Canto da Ema » (A.Cavalcanti/ Ayres/ J. Vale)

JOÃO GILBERTO (c/ Miúcha) :
« Izaura » (Herivelto Martins)

CHICO PINHEIRO (c/ Luciana Alves) :
« Onde estiver » (Chico Pinheiro/ Luciana Alves)

ANA COSTA :
« Feitiço do tempo » (Alceu Maia/ Ricardo Brito)

LECY BRANDÃO : « E o mundo não se acabou » (Assis Valente)
LUCIA MENEZES :
« Uva de caminhão » (Assis Valente)

CAMILA COSTA :
« Carioca da gema » (Fernando Carvalho/ Ricardo Brito)

CHICO BUARQUE :
« Outros sonhos » (Chico Buarque)

ROMULO FRÓES :
« Por um dia e nada mais » (Romulo Fróes/ Clima)

OTTO :
« Bob » (Otto)

INSTITUTO :
« Na ladeira » (Rica Amabis/ Pupilo/ Rogerman)


Part. 2


KLEBI :
« Primeiro » (J.A.Almeida/ Klébi Nori)

ANA CAROLINA : « Armazem » (Ana Carolina)
RITA RIBEIRO (c/ Maria Bethânia) :
« Iansá » (Gil/ Caetano Veloso)

JUREMA :
« Batuque de canoa » (Marcos Vaz)

MOISÉS SANTANA :
« O Desejo » (M.Santana)

ILESSI :
« Julgamento » (Pedro Amorim/ P.C.Pinheiro)

GILBERTO GIL (c/ Maria Rita) :
« Amor até o fim » (Gilberto Gil)

FRANCIS HIME :
« Existe um céu » (Francis Hime/ Geraldo Carneiro)

LEO JAIME :
« Interlúdio » (Leo Jaime/ Alvin L.)

CLAUDIO LINS :
« DDD » (Claudio Lins)

ROSA EMÍLIA (c/ Olivia Byington) : « Clarão » (Olivia Byington/ Cacaso)
ED MOTTA :
« Piquenique » (Ed Motta/ Edna Motta)

ISABELA TAVIANI (c/ Tony Platão) : « Um vendaval » (Isabela Taviani)
KALEIDOSCÓPIO :
« Tem que valer » (Tchorta/ G.Boratto)/ S. Braga/ J.Lima)

ADRIANA CALCANHOTTO : « Maresia » (A.Cícero/ P.Machado)

dimanche 7 février 2010

En images aujourd’hui : Jay Vaquer.


(texte français, texto português traduzido do francês)

On imagine Jay Vaquer, alors jeune adolescent, fasciné par les clips qui firent l’âge d’or de MTV dans les années 80. De ceux qui propulsèrent vers le succès des groupes comme Visage, Spandau Ballet ou Duran Duran, ces jolis garçons propres e maquillés entourés de pin up sexy (remember Girls on films). On l’imagine tout aussi conquis par l’esthétisme érotico sadique d’"Orange mécanique" de Stanley Kubrick. Je me souviens d’avoir été assez impressionné par le film promotionnel de son single Pode agradecer (relationship) en 2003, qui, visuellement, me paraissait bien proche des Nouveaux Romantiques anglais.
Jay Vaquer adore les images et ses clips sont d’une rare sophistication pour ce qui se fait dans ce domaine au Brésil. L’entrée sur scène du chanteur -dans ce dvd « Alive from Brazil »- se fait d’ailleurs par le biais d’une projection d’images qui se transforment en une réalité physique devant le public.
Cela signifie-t-il que la musique de Jay (fils de la chanteuse Jane Duboc et du guitarite américain Jay Anthony Vaquer), n’a qu’une importance secondaire ? La critique musicale brésilienne n’en dit aucun mal… C’est pire…Elle n’en dit rien du tout !
Le fait que sa musique ne possède aucun élément qui pourrait le rattacher au Brésil y est sans doute pour quelque chose. Ses compositions pop/ rock s’apparentent davantage au rock américain FM, dont le son aseptisé pourrait rappeler des groupes comme Van Halen. Mais comme le montre le dvd, l’artiste possède un public dévolu à sa cause : des jeunes filles séduites par la belle gueule du chanteur, et des garçons fascinés par ce monde qui dévoile une certaine décadence chique.
En réalité, Jay Vaquer est avant tout un excellent interprète, et certains de ses textes relatent bien une réalité brésilienne pas toujours abordés par les paroliers de ce pays. Ainsi dans Cotidiano de um casal feliz, il narre la vie banale et affligeante d’un couple de la haute société carioca ou paulista.
Au niveau des chansons, le compositeur n’est jamais aussi à l’aise que sur les titres enlevés comme les hits Longe aqui, Pode agradecer ou A Falta que você me faz, tous sujet de vidéos clips admirablement réalisés.
Après quatre albums, sort donc ce « Alive in Brazil », dont on se demande si le titre en anglais ne serait pas une provocation face à la critique. Une manière de paraphraser Disseram que voltei americanizado (« Ils disent que je me suis américanisé »), que chantait, il y a bien longtemps, Carmen Miranda. Dans le cas de Jay, c’est plus qu’une certitude, c’est une attitude assumée.

JAY VAQUER : « Alive in Brazil » : show enregistré en 2009, qui revisite en 21 titres les 4 albums de l’artiste. Indiscutablement les hits sont les points culminants du show car, à l’instar des groupes anglais cités précédemment, son répertoire se révèle très irrégulier. Mais le spectacle, lui, est garanti.
Invités : Megh Stock sur Estrela de um ceu nublado.
Extra : rien de particulier si ce n’est la possibilité n’intervenir dans le show par un système interactif, qui permet de voir des morceaux de making of.
Il est dommage que le dvd n’offre aucun de ses clips, mais bon, il nous reste encore Youtube…Et ce blog bien sûr!


Hoje em imagens : Jay Vaquer

Imaginamos Jay Vaquer, então um jovem adolescente, fascinado pelos clips que levaram a MTV à sua época áurea, nos anos 80. Daqueles que se atiraram em direção ao sucesso como o de grupos do tipo Visage, Spandau Ballet e Duran Duran ; todos esses meninos bonitos, maquiados, eles mesmos devidamente cercados de sexy pin ups (recordem-se de Girls on film, do Duran Duran). O imaginamos também sendo conquistado pela estética sado-erótica de "A Laranja Mecânica", de Stanley Kubrick. Eu me lembro de ter ficado bastante impressionado com o filme promocional de seu single Pode agradecer (relationship) de 2003, que visulamente o posicionou em linha direta com os grupos ingleses da onda dos New Romantics.
Jay Vaquer adora as imagens, e seus clips são de uma rara sofisticação em relação ao que se faz nesse campo no Brasil. A entrada em cena do cantor –nesse dvd « Alive from Brazil »- se faz inclusive através de uma projeção de imagens que se transformam numa realidade física em frente ao público. Isso significaria que a música de Jay, filho da cantora Jane Duboc e do guitarrista americano Jay Anthony Vaquer, não viria a ter uma importância secundária ? A crítica musical brasileira não disse nada contra... É pior... Ela não disse nada, ou quase !
O fato é que sua música não possui qualquer elemento que possa remeter ao Brasil, e isso sem dúvida tem uma explicação. Suas composições pop/ rock se parecem mais com o rock americano FM, onde o som ascéptico poderia nos fazer lembrar de grupos como o Van Halen. Mas como mostra o dvd, o artista tem um público devotado à sua causa : as jovens adolescentes seduzidas pelo visual do cantor, e os rapazes fascinados por esse universo que descortina uma certa decadência chique.
Na realidade, Jay Vaquer é antes de tudo um excelente intérprete, e alguns de seus textos retratam bem uma realidade brasileira pouco antes abordada dessa forma pelos letristas desse país. Assim como em Cotidiano de um casal feliz, onde ele narra a vida banal e aflitiva de um casal da alta sociedade carioca ou paulista.
Ao nível das canções, o compositor também não chega a ficar à vontade para além dos títulos enlevados como os hits Longe aqui, Pode agradecer e A Falta que você me faz, muito eficazes, e todos objeto de videoclips admiravelmente bem realizados.
Depois de quatro álbuns, é lançado então esse « Alive in Brazil », a partir do qual nos perguntamos se esse título em inglês não seria uma provocação frente à crítica. Uma forma de parafrasear Disseram que voltei americanizada, cantada por Carmen Miranda. No caso de Jay, trata-se mais do que uma certeza ; é uma atitude assumida.

JAY VAQUER : « Alive in Brazil » : show gravado em 2009, que revisita através de 21 títulos, os 4 álbuns anteriores do artista. Indiscutivelmente os hits são os pontos culminantes do show, pois a exemplo dos grupos ingleses citados anteriormente, seu repertório se revela muito irregular. Mas quanto ao espetáculo, esse é garantido.
Convidados : Megh Stock com Estrela de um céu nublado.
Extra : nada de especial, a não ser a possibilidade de intervir no show através de um sistema interativo, que permite ver partes do making of.
Pena que o dvd não ofereça quaisquer de seus clips ; mas... Bom, ainda nos resta o Youtube...
E este blog, claro!


vendredi 5 février 2010

En images aujourd’hui : Rita Ribeiro.

Rita Ribeiro, tel qu'elle apparaît dans le show "Tecnomacumba"

(texte français, texto português traduzido do francês)

Le moins que l’on puisse dire, c’est que « Tecnomacumba » aura été le projet d’une décennie pour la chanteuse Rita Ribeiro. Pour ne pas dire le projet clé de sa carrière.
Ce concept germa dans la tête de cette artiste du Maranhão, alors que sa discographie comptait déjà les trois bons albums : « Rita Ribeiro » (1997), « Pérolas aos povos » (1999), et « Comigo » (2001).
Je connaissais très bien ces disques quand, en 2004, je pus assister à "Tecnomacumba" au Théâtre Rival de Rio de Janeiro. Un show que l’on peut trouvé maintenant –un peu tardivement- en dvd.
Le souvenir qui me reste en mémoire est celle d’un grand souffle intense. Le souffle d’une lumière incandescente et celui d’un son puissant auquel -je dois l’avouer- je ne m’attendais pas.
Le projet de « Tecnomacumba » consistait à réunir un répertoire centré sur les diverses manifestations du syncrétisme religieux afro-brésilien, et de lui insuffler une pulsion résolument moderne. En fait de Techno-Macumba, il serait plus juste de parler de Rock-macumba.
Comme l’explique très bien Rita Ribeiro dans le making of du dvd, sa volonté fut d’associer le tambour -instrument né de la nuit des temps- avec la modernité de la musique électronique, et ceci dans une transe finalement commune aux « rave parties » et aux manifestations du Candomblé …
En cela, le dvd ne rend que partiellement la force extrême du spectacle, mais il se justifie par l’aspect extrêmement visuel de la représentation.
Après trois ans de voyage avec ce show sur les scènes brésiliennes, Rita Ribeiro lança d’abord l’album enregistré en studio sur le label Biscoito Fino en 2006, et seulement maintenant, le projet se voit immortalisé en dvd .
Quoiqu’il en soit, outre un brillant moment musical, le show revêt, sous une lumière nouvelle, un caractère anthropologique social et culturel. Quand on peut joindre l’agréable à l’éducatif, on est comblé…

RITA RIBEIRO : « Tecnomacumba, a tempo e ao vivo » : un grand nombres d’Orixás sont invoqués (ou évoqués) dans ce répertoire capté au Vivo Rio le 3 juillet 2009: Xangô, Iansá, Oxalá, Oxum, Ogum, Iemanja, Oxossi, Exu... Certains prennent corps au travers quelques danseurs, fichés des attributs propres à chacun d’entre eux, mais tous sont présents dans les chansons empruntées aux répertoires de Jorge Benjor, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Zeca Baleiro (qui a toujours été aux côtés de la chanteuse comme producteur ou compositeur), Dorival Caymmi, Wilson Moreira, Nei Lopes et quelques autres, dont la chanteuse elle-même.

Invités: Maria Bethânia sur Iansá (Caetano Veloso/ Gilberto Gil)
Extras : Making of et témoignages de Ney Matogrosso, Alcione (autre célèbre « maranhense »), Bethânia
En titre bonus : Canto para Oxalá (Rita Ribeiro)

Rita Ribeiro, aqui durante o projeto
"Três meninas do Brasil" (foto Daniel A.)


Hoje em imagens : Rita Ribeiro.

O mínimo que se poderá dizer de « Tecnomacumba » é que terá sido o projeto de uma década da cantora Rita Ribeiro. Para não dizer que é o projeto-chave de sua carreira. Essa concepção começou a germinar na cabeça dessa artista do Maranhão quando sua discografia já contava os três bons álbuns : « Rita Ribeiro » (1997), « Pérolas aos povos » (1999), e « Comigo » (2001).
Eu já conhecia muito bem esses discos, quando em 2004, fui ao Teatro Rival do Rio de Janeiro para assistir a esse show, lançado somente agora em dvd.
A lembrança que me resta na memória é a de um sopro intenso. O sopro de uma luz incandescente e de um som poderoso que –devo confessar- eu não esperava testemunhar.
O projeto de « Tecnomacumba » consistiu em reunir um repertório centrado nas diversas manifestações do sincretismo religioso afro-brasileiro, e de nele introduzir uma energia inabalavelmente moderna. No caso de « Techno »-macumba, seria mais adequado falar em « Rock »-macumba.
Como explica muito bem Rita no making of do dvd, sua vontade era a de associar o tambor –instrumento nascido da noite dos tempos- com a modernidade da música eletrônica, num transe afinal comum às « raves » e às manifestações do Candomblé...
Assim sendo, o dvd não exprime mais do que apenas parcialmente a força extrema do show ao vivo, mas ele se justifica pela faceta extremamente visual da representação.
Depois de três anos viajando com « Tecnomacumba » pelos palcos brasileiros, Rita Ribeiro lançou em primeiro lugar o álbum gravado em estúdio pelo selo Biscoito Fino, em 2006, e somente agora o projeto se vê imortalizado em dvd.
Além do mais, paralelamente a um brilhante momento musical, o show reveste-se quase- sob um novo olhar- de um caráter antropológico social e cultural. Quando é possível juntar o agradável ao educativo, chegamos ao auge...

RITA RIBEIRO : « Tecnomacumba - a tempo e ao vivo ». Um grande número de Orixás é evocado (ou invocado?) nesse repertório captado na casa de espetáculos Vivo Rio, em 3 de julho de 2009: Xangô, Iansã, Oxalá, Oxum, Ogum, Iemanjá, Oxóssi, Exú... Alguns tomam corpo através de alguns dançarinos, marcados por atributos próprios a cada um deles, mas todos estão presentes nas canções tomadas emprestado dos repertórios de Jorge Benjor, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Zeca Baleiro (que esteve sempre ao lado da cantora, como produtor ou compositor), Dorival Caymmi, Wilson Moreira, Nei Lopes e os de alguns outros, inclusive o da própria cantora.

Convidada : Maria Bethânia, com Iansã (Caetano Veloso/ Gilberto Gil)
Extras : Making of e depoimentos de Ney Matogrosso, Alcione (outra célebre maranhense), Bethânia...
Como título-bônus : Canto para Oxalá (Rita Ribeiro)


mercredi 3 février 2010

Tropicalia 45 (part. 1 & 2)

CÁSSIA ELLER : destaque deste Tropicalia.

Voici la liste des titres joués en direct dans le programme Tropicalia du 01/02. Pour réécouter cette émission et d’autres plus anciennes, cliquez ICI


Eis aqui a lista das canções tocadas ao vivo no programa Tropicália, na Rádio Judaica, o dia 01/02. Pra escutar este programa, e outros mais antigos, cliquem AQUI.

PART. 2 : spécial CÁSSIA ELLER (1962-2000).

« Non, je ne regrette rien » (Michel Vaucaire/ Charles Dumont)
« Aquele grandão » (Mário Manga/ Leda Pasta)
« Por enquanto » (Renato Russo)
« Teu bem » (Paulo Barnabé)
« Malandragem » (Frejat/ Cazuza)
« Coronê Antonio Bento » (Luis Wanderley/ João do Vale)
« Billy Negão » (Cazuza/ Goffi/ Barros)
« Na Cadência do samba » (Ataulfo Alves/ Paulo Gesta)
« Vá morar com o diabo » (Riachão)
« Gatas extraordinárias » (Caetano Veloso)
« Relicário » (c/ Nando Reis) (Nando Reis)
« O Segundo sol » (Nando Reis)
« Nós » (Tião Carvalho)
« Luz del fuego » (c/ Rita Lee) (Rita Lee)
« Um branco, um xis, um zero » (Marisa Monte/ Arnaldo Antunes/ Pepeu Gomes)
« Partido alto » (Chico Buarque)

"Brasil em brasa" de Rogê, ouvre la première partir de Tropicalia 45.

Part. 1:

ROGÊ : « Brazil em brasa » (Rogê/ Arlindo Cruz/ G. Moura/ J. Joviniano)
PEDRO LUIS E A PAREDE (c/ Zeca Pagodinho) : « Ela tem a beleza que nunca sonhei » (Pedro Luis)
LENINE : « A Mancha » (Lenine/ Lula Queiroga)
ZECA BALEIRO : « Elas por elas » (Zeca Baleiro)
CHICO CÉSAR : « Girassol » (Chico César)
COMPANHIA ITINERANTE : « Samba do S » (Caio Figueiredo)
ALINE MUNIZ : « Não vacille » (Marco de Vita/ Aline Muniz)
SILVIA MACHETE : « Eu só quero saber de você » (Silvia Machete/ Cassava Nickens)
BOSSACUCANOVA, CARLOS LYRA & PEDRO LUIS : « Influênça do jazz » (Carlos Lyra)
CAROL SABOYA : « Águas passadas » (Mário Sève/ Chico César)
MART’NÁLIA : « Cabide » (Ana Carolina)
DORIVAL CAYMMI : « Acontece que sou baiano » (Dorival Caymmi)
CHICO BUARQUE : « Cantando no torro » (Chico Buarque)



CE BLOG EST DÉDIÉ AUX CURIEUX QUI AIMERAIENT CONNAÎTRE L'ART ET LA MUSIQUE POPULAIRE BRÉSILIENNE. UNE OCCASION POUR LES FRANCOPHONES DE DÉCOUVRIR UN MONDE INCONNU OU IL EST DE MISE DE LAISSER SES PRÉJUGES AU VESTIAIRE.