lundi 31 janvier 2011

29/01 : Luísa Maita, Oi Futuro Ipanema.

Luísa Maita, Oi Futuro Ipanema, 29/01 (foto Daniel A.)

-texte français plus bas
-texto português traduzido do francês com outras fotos

Em 2009, Rodrigo Campos –músico que já havia acompanhado Arnaldo Antunes, Céu, Vanessa da Mata e Fabiana Cozza- surpreendeu o mundo musical brasileiro, com um ovni vindo de algum lugar : « São Mateus não é um lugar tão longe assim », um dos álbuns mais poéticos e pungentes lançados nesses últimos anos.
Uma poesia urbana, melancólica e narrativa –quase filmográfica- sobre os bairros da zona oeste de São Paulo, um dos berços do samba da cidade.
Mas não sendo ele mesmo um verdadeiro cantor, Rodrigo Campos deixou uma parte de seus títulos a cargo da voz de sua companheira, Luísa Maita, na época uma promessa feminina de quem esperávamos ainda o primeiro opus.

Tal acontecimento tomou forma em 2010, com « Lero Lero », um álbum igualmente consagrado por unanimidade como um dos melhores do ano passado, tanto no Brasil quanto pelas revistas estrangeiras especializadas.
Numa linha bem próxima à de Campos (o que fez com que alguns dissessem que « Lero Lero » seria uma espécie de segundo volume de « São Mateus… »), Luísa Maita mostra não somente uma interpretação sensível, mas também um talento de compositora incontestável, através da quase totalidade das canções (8 títulos dos 11 do disco). E é mesmo verdade que, em certos trechos, a ambientação que reina é de uma proximidade bem embaralhada com aquela do universo de Rodrigo Campos.

Eu já havia tido a oportunidade de assistir ao casal apresentando « São Mateus.. » em maio passado, numa antiga fábrica, a Casa das Caldeiras de São Paulo, um espaço bastante underground, muito acanhado para que se pudesse ter uma idéia melhor da presença cênica de Luísa.

Luísa Maita e Fernando Nunes, no transito noturno de Sampa (foto Daniel A.)

Foi então agora que aconteceu a oportunidade –na pequena sala da Oi Futuro Ipanema, nesse 29 de janeiro- de assistir a uma das numerosas revelações vindas de Sampa, que afirmaram-se durante o ano que passou.
Cercada por Érico Theobaldo (bateria e programações), Fernando Nunes (baixo) e Rafael Moraes (violão e efeitos), a cantora se apresentou em simbiose com sua música, envolta em delicadeza e mistério, movendo-se casualmente com elegância, à frente de projeções alternando ambientações psicodélicas e paisagens urbanas de São Paulo. Uma espécie de São Paulo imersa num transe, embriagada ; uma impressão acentuada pela voz hipnótica de Luísa (um mínimo dissonante nas notas cantadas mais alto), ou ainda pelos efeitos sonoros com os quais nos embalavam os três músicos em cena. Revisitando a integralidade de seu álbum –ao qual ela adiciona dois títulos dos paulistas Bruno Moraes e Junio Barreto- Luísa Maita consegue aquilo que eu no entanto receava um pouco... Cativar o público durante uma hora inteira e mais 20 minutes que compunham sua apresentação. Uma bela nota final para esse que foi o último show dessa viagem, no que me concerne...

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