vendredi 24 avril 2009

En écoute aujourd’hui : Verônica Ferriani et Cris Aflalo.

Verônica Ferriani, jongle avec les styles (photo divulgation)

(texto português em baixo)

S’il vous prend la curiosité de taper « Verônica Ferriani » sur votre clavier en recherche Youtube, vous tomberez sur une trentaine de vidéos à visionner. C’est dire si cette jeune chanteuse de São Paulo à déjà du métier. Vous la verrez chantant Alguem me avisou de Dona Ivone Lara, filmée dans sa chambre par ses parents quand elle avait 9 ans, jusqu’à sa participation pour le programme « Som Brasil » consacré à l’œuvre de grand Ivan Lins. Pour ce programme, Verônica réussissait l’exploit de nous rendre attentifs à des titres mille fois rabachés comme Me deixe em paz, Dinorah, Dinorah, ou Cartomante. Un défi encore plus ardu que ces titres résonnent dans nos têtes aux travers des interprétations d’Elis Regina.

Cette analyse s’adapte parfaitement au premier album que la chanteuse vient de lancer début de cette année 2009. C’est avec crédibilité et brio qu’elle aborde les répertoire de maître comme Paulinho da Viola (avec le peu connu Perder ou ganhar) ou Assis Valente (1911-1958), passant donc de la samba au frêvo (Na volta da lateral), ou de la soul (Eu amo você de Cassiano et Silvio Rochael) à la Bossa jazz (If you want to be a lover). Dix titres qui acquièrent une uniformité grâce à la voix très rodée de Verônica, tantôt veloutée et jazzy, tantôt plus affirmée et incisive comme dans le guerrier Um sorriso nos labios (Gonzaguinha) ou le juvénile Com mais de trinta anos (Marcos e Paulo Sérgio Valle). L’excellent travail de Marcelo Maita au clavier contribue lui aussi au répertoire de l’album agréablement éclectique. Maintenant que l’on sait que Verônica Ferriani possède une faculté d’adaptation remarquable à différents styles, il n’y a plus qu’à espérer qu’elle se mette à la disposition de compositeurs moins connus à la recherche de talents comme le sien…Un projet avec Chico Saraiva et Mauro Aguiar est d’ailleurs en chantier et devrait sortir cette année. Mais d’ores et déjà, ce « Verônica Ferriani » est écouté et approuvé !

Cris Aflalo, du Céara à São Paulo (Photo Gal Oppido)

Dans un autre genre, le travail de Cris Aflalo prend un chemin inverse à celui de Verônica Ferriani.
En 2003, cette autre chanteuse de São Paulo lançait « Só Xerêm », son premier album dédié aux compositions de son grand père, Xerêm, de son vrai nom Pedro de Alcântara filho (1911-1982). Un disque délicieux qui nous plongeait aux racines de ce chanteur/ compositeur de Fortaleza (Céara, nordeste du Brésil). « Só Xerêm » avait connu un beau succès d’estime, et fut cette année-là cité parmi les meilleurs albums de musiques « régionales » (aie, ce mot… !). Très sincèrement, je pensais qu’une fois cet hommage accompli, Cris Aflalo se serait ranger de la scène. Que nenni ! Elle délaisse ses chaussures à cordelettes pour chausser des hauts talons et un ensemble très classe à l’image de la très élégante pochette et de son répertoire très soigné.

Celui-ci se divise entre des compositeurs appartenant à la scène de São Paulo -Carlos Careqa, Arnaldo Antunes, Paulo Tatit- ou d’autre plus connus comme Lula Queiroga (encore lui !), Caetano Veloso, Gilberto Gil, quoique ces derniers avec des titres assez recherchés…Mais Cris n’hésite pas à se lancer au milieux de ces tenors en imposant quatre compositions personnelles qui ne souffrent pas de la comparaison et ne détruise en rien l’homogénéité de « Quase tudo dá », sorti en février 2009. La voix gracieuse et affinée de la chanteuse survole les arrangements délicats dont s’occupe Luiz Waack, qui est aussi à la production. Il allie touches électroniques aux percussions et autres éléments acoustiques dont ses belles interventions aux différentes guitares. L’ensemble se révèle recherché, raffiné et léger ; moderne mais à la fois avec ce quelque chose d’ancestral qui caractérisait son premier travail. Très bel album, et bien belle chanteuse…

Quelques unes de la nouvelles scène de São Paulo: Cris Aflalo, Giana Viscardi et Verônica Ferriani
(avec Caê Rolfsen et Zé Renato)


P.S : Avec Cris Aflalo, Verônica Ferriani, Mariana Aydar, Fabiana Cozza, Giana Viscardi, Bruna Caram, Glaucia Nasser et j’en oublie, São Paulo semble un vivier très sérieux quant aux chanteuses d’aujourd’hui et de demain. Que les autres capitales brésiliennes se le disent !

Verônica Ferriani : « Verônica Ferriani » (Independente)
Cris Aflalo : « Só Xerêm » (2003-Tratore)
« Quase tudo dá » (Tratore)

(texto traduzido do francês, destinado aos leitores aprendizes)

Escutando hoje : Verônica Ferriani e Cris Aflalo

Se vocês tiverem a curiosidade de teclar Verônica Ferriani em seu PC, fazendo uma busca no Youtube, vão encontar uns trinta vídeos para apreciar. Pode-se dizer que essa jovem cantora de São Paulo já é do métier. Vocês a verão cantando Alguém me avisou, de Dona Ivone Lara, filmada em seu quarto por seus pais quando tinha 9 anos, até sua participaçao em 2007 no programa « Som Brasil », dedicado à obra do grande Ivan Lins. Nesse programa, Verônica até obteve bom êxito ao prender nossa atenção com títulos já ouvidos à exaustão, como Me deixe em paz, Dinorah, Dinorah, ou Cartomante. Um desafio ainda mais árduo pelo fato dessas canções ecoarem em nossas mentes através da voz de Elis Regina.
Essa análise se adapta perfeitamente ao primeiro álbum que a cantora acaba de lançar em fevereiro deste ano. É com credibilidade e brio que ela abraça um repertório de mestres como Paulinho da Viola (com a pouco conhecida Perder ou ganhar ) e Assis Valente (1911-1958), passando então do samba ao frevo (Na volta da lateral) ; ou do soul (Eu amo você, de Cassiano e Silvio Rochael) à Bossa jazz (If you want to be a lover). Dez títulos que adquirem uma uniformidade, graças à voz bem redonda de Verônica, às vezes aveludada e « jazzy », outras vezes mais firme e incisiva como na marcial Um sorriso nos lábios (Gonzaguinha) e a juvenil e ritmada Com mais de trinta anos (Marcos e Paulo Sérgio Valle). O excelente trabalho de Marcelo Maita nos teclados (rhodes e organ) contibui também para o som homogêneo desse álbum agradavelmente eclético. Agora que é sabido que Verônica Ferriani possui uma capacidade de adaptação impressionante a diferentes estilos, é so esperar que ela se coloque à disposiçao de novos compositores que buscam intérpretes talentosas como ela. Aliás, um projeto com Chico Saraiva e Mauro Aguiar já está em preparação para este ano ainda.
Mas por aqui e agora, é « Verônica Ferriani » a ouvida e aprovada !

Fazendo um outro gênero, o trabalho de Cris Aflalo toma um caminho inverso àquele de Verônica Ferriani. Em 2003, essa outra cantora de São Paulo lançou « Só Xerêm », seu primeiro álbum, obra dedicada exclusivamente às composições de seu avô, Xerêm, cujo verdadeiro nome é Pedro de Alcântara filho (1911-1982). Um disco delicioso, que nos fazia mergulhar às raízes desse cantor / compositor de Fortaleza (CE). « Só Xerêm » foi destacado na imprensa musical, e foi naquele ano citado entre os melhores álbuns « regionais » (ai, esse rótulo… !). Muito sinceramente, eu pensei que uma vez cumprida essa homenagem, Cris Aflalo se retiraria de cena. Que nada ! Ela tirou suas sandálias de couro para calçar saltos altos e vestiu roupas sociais de classe à altura de uma elegante caixa contendo um repertório muito bem caprichado. Nele enxergamos compositores da cena indie paulistana - Carlos Careqa, Arnaldo Antunes, Paulo Tatit - ou alguns outros mais conhecidos como Lula Queiroga (ainda ele !) Caetano Veloso, Gilberto Gil ; sendo que esses últimos com canções menos batidas (Um tom ou Língua do pê). Mas Cris não hesita em se lançar ao âmago de seus dons ao expor quatro composições pessoais que não comprometem em nada a homogeneidade de « Quase tudo dá », seu segundo álbum que saiu em fevereiro de 2009. A voz graciosa e afinada da cantora sobrevoa os arranjos delicados a cargo de Luiz Waack, bem com a produção. Ele alia toques eletrônicos às percussões e outros elementos acústicos, dentre os quais alumas belas intervenções de diferentes violões. O conjunto da obra nos parece renovado e refinado; contemporâneo, porém atrelado a qualquer coisa de ancestral que caracterizava seu primeiro trabalho. Um belo disco, de uma igualmente bela cantora...

P.S : Junto com Cris Aflalo, Verônica Ferriani, Maria Rita, Mariana Aydar, Fabiana Cozza, Giana Viscardi, Bruna Caram, Glaucia Nasser e algumas outras que eu possa esquecer, São Paulo parece hoje um viveiro bastante sério de jovens cantoras, tanto de hoje quanto de amanhã. Que as outras capitais basileiras que o digam !

Verônica Ferriani : « Verônica Ferriani » (Independente)
Cris Aflalo : « Só Xerêm » (2003-Tratore)
« Quase tudo dá » (Tratore)





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