lundi 26 octobre 2009

Dernier week end à São Paulo : Rodrigo Campos, Tiê, Chico Saraiva et Nando Reis.

Rodrigo Campos: entre modernité et tradition (photo Daniel A.)

(Texte français, texto português traduzido do francês)

Est-ce qu’insidieusement, São Paulo et sa vie culturelle intense ne tenterait-elle pas de m’éloigner des plages cariocas sur lesquelles je ne m’allonge jamais ? Toujours est-il que ce dernier week-end passé dans les entrailles de la capitale pauliste se montra généreux en rencontres intéressantes.
Samedi 24 octobre, d’abord, avec la chanteuse « minimaliste » Tiê, dans le quartier de Perdizes ; dimanche 25, ensuite, avec Rodrigo Campos, dont je cherchais désespérément l’excellent album « São Mateus nao é um lugar assim tão longe », dans tout ce qui s’apparente à un magasin de disque. Dans un tel cas d’urgence, la meilleure option reste sans doute de se fournir chez l’artiste même, pour recevoir le Sacré Graal et, tant qu’à faire, de passer une fin d’après-midi très sympa en sa compagnie (dans le quartier de Pinheiros) à comprendre le ‘pourquoi’ de ce titre très cinématographique (« São Mateus est un endroit pas si éloigné que cela »).
Le matin de ce même dimanche 25, c’est un autre brillant compositeur et guitariste, Chico Saraiva, qui trouva le temps de me rencontrer quelques heures avant d’embarquer pour l’Europe pour une tournée qui passera par Paris, Londres et Portimão (Portugal). Et au risque de me répéter, toutes ces interviews trouveront échos sur ce blog, et principalement dans le programme Tropicália qui reprend du service le 2 novembre prochain….C’est pour bientôt !

Será que, insidiosamente, São Paulo e sua vida cultural intensa não deixarão de me seduzir a ponto de me afastar das praias cariocas, nas quais eu acabo raramente me refastelando ?
Fato é que esse último fim de semana passado nas entranhas da capital paulista mostrou-se generoso em encontros interessantes.
No sábado, 24 de outubro, para começar, com a cantora « minimalista » Tiê, no bairro de Perdizes ; em seguida, no domingo 25, com Rodrigo Campos, cujo excelente álbum eu procurei desesperadamente : « São Mateus não é um lugar assim tão longe » - em qualquer porta que pudesse parecer uma loja de discos. Num caso assim de urgência, a melhor opção que resta é sem dúvida abastecer-se diretamente a partir do próprio artista, num ato semelhante a receber em mãos o Santo Graal ; e, uma vez isso conseguido, passar um final de tarde simpático em sua companhia, no bairro de Pinheiros, compreendendo o porquê desse título tão « cinematográfico » que é.
Na manhã desse mesmo domingo, 25, é um outro brilhante compositor e guitarrista, Chico Saraiva, quem encontrou tempo para estar comigo por algumas horas antes de embarcar para a Europa, numa turnê que passará por Paris, Londres e Portimão (Portugal). E mesmo sob o risco de me repetir aqui e ali, todas essas entrevistas terão eco nesse blog, e principalmente dentro do programa Tropicália, que volta ao trabalho em 2 de novembro próximo... E sim, é isso mesmo : muito em breve !



Nando Reis au HBSC, Sao Paulo, 24/10 (photo Daniel A.)

Samedi soir, dans le but avoué de contracter ladite fièvre, et avec une vraie volonté de m’éclater la tête à coup de décibels, je trouvais mon compte en assistant au concert brûlant de Nando Reis et Os Infernais, qui revenaient jouer « à la maison », dans la salle survoltée du HSBC. Je connaissais la densité des concerts de Nando, mais la question restait de savoir si cette salle qui m’était inconnue n’allait pas compacter la sonorité, et nous la rendre dans une sorte de bouillie indigeste... Une crainte heureusement très vite balayée dès les premiers accords de Mosaico abstrato, une des meilleures plages du dernier album « Drês ».
Si la musique de l’ex-Titãs alterne sur ses albums, ballades à caractère intime, et morceaux plus enlevés, l’option rock domine résolument la prestation scénique, avec une efficacité redoutable. Pas le temps de souffler entre les riffs du guitariste Carlos Pontual et le martèlement sans concession de la batterie de Diogo Gameiro…Et Nando Reis de se livrer viscéralement jusqu’aux limites de la rupture vocale. Comme j’avais pu l’écrire pour la chronique de « Drês », le rouquin barbu chante mieux que jamais.

Comme prévu, le groupe présenta la plupart des titres du dernier cd ; les hits des sept albums solos précédents ; quelques souvenirs attendus de l’époque « titanesque » (O Mundo é bão Sebastião, Os Cegos do castelos, Não vou me adaptar d’Arnaldo Antunes) ; et les chansons qui gagnèrent la postérité aux travers des interprétations de Cássia Eller (All star, Relicário, O Segundo sol).
Pour le rappel, Nando modifia le répertoire du début de sa tournée en s’amusant à reprendre Venus des Schokin blue, The Pledge of love de The Joe Jeffrey group, Whisky à gogo de Roupa Nova, avant de terminer comme il se devait sur Marvin, méga succès de l’époque Titãs. Et comme après tout bon concert de genre, je restais à moitié sourd pour les 24 heures qui suivirent…
Plus bas, les vidéos de "Hi Dri" et de "Relicário," avec Cássia Eller.

Nando Reis...realinhando as orbitas dos planetas (!) (foto Daniel A.)

Domingo à noite, à beira de contrair uma febre, e com uma forte vontade de rachar minha cabeça a golpes de decibéis, eu fechei minha fatura assistindo ao show ardente de Nando Reis e Os Infernais, que voltaram a tocar « em casa », na sala supereletrizante do HSBC.
Eu conhecia a densidade dos shows de Nando, mas a questão recaía em saber se essa sala, que me era desconhecida, não teria compactado a sonoridade, a ponto de nos jogar num tipo de bolha sonora indigesta... Uma preocupação rapidamente descartada aos primeiros acordes de Mosaico abstato, uma das melhores faixas do último álbum, « Drês ».
Se a música do ex-Titã alterna, ao longo de seus álbuns, baladas de caráter íntimo com peças mais arrebatadas, a opção rock domina intrepidamente a apresentação cênica, com uma eficácia espantosa. Em tempo de recuperar o fôlego entre os « riffs » do guitarrista Carlos Pontual e o martelamento sem concessões da bateria de Diogo Gameiro... E Nando Reis atirando-se visceralmente aos limites de sua ruptura vocal. Como eu já escrevi para a crônica de « Drês », o ruivo barbudo hoje canta melhor do que nunca.
Como previsto, o grupo apresentou a maioria dos títulos do último álbum ; os hits dos sete álbuns precedentes ; algumas recordações já esperadas dos tempos « titânicos » (O Mundo é bão Sebastião, Os Cegos do castelos, Não vou me adaptar de Arnaldo Antunes) ; e as canções que ganharam a posteridade através das interpretações de Cássia Eller (All star, Relicário, O Segundo sol).
Para o bis, Nando modificou o repertório do início de sua tournée, divertindo-se ao retomar Venus, do Schoking blue ; The Pledge of love, do The Joe Jeffrey group ; Whisky à gogo, do Roupa Nova, antes de terminar como deveria, com Marvin, mega sucesso da época dos Titãs. Como depois de todo e qualquer bom show do gênero, eu fiquei meio surdo pelas vinte e quatro horas seguintes...


1 commentaire:

Monique Estevam a dit…

Yeeeeahhh.... He is the best!!!

CE BLOG EST DÉDIÉ AUX CURIEUX QUI AIMERAIENT CONNAÎTRE L'ART ET LA MUSIQUE POPULAIRE BRÉSILIENNE. UNE OCCASION POUR LES FRANCOPHONES DE DÉCOUVRIR UN MONDE INCONNU OU IL EST DE MISE DE LAISSER SES PRÉJUGES AU VESTIAIRE.