mardi 10 novembre 2009

Roberto Menescal : éternellement Bossa Nova.

Roberto Menescal, Theatro Rival (Rio), 22/10 (photo Daniel A.)

(texte français, texto português traduzido do francês, destinado aos leitores aprendizes)


« À force de vouloir chercher à tout prix ce qui se fait de mieux sur la nouvelle scène musicale –jusque dans les recoins les plus alternatifs- je finis par oublier mes classiques. Et donc la genèse de ma passion pour la musique brésilienne. C’est la réflexion qui vint à l’esprit en réécoutant avec bonheur le répertoire essentiel de Roberto Menescal….».
Ainsi avais-je entamé mon texte sur le show de Gilberto Gil, il y a peu, et comme promis, je reviens sur le show « Galeria Menescal » auquel je fus aimablement convié le 22 octobre dernier au Théâtre Rival (RJ).
Soyons lucides, si la Bossa Nova a toujours connu une certaine renommée en Europe, peu nombreux sont ceux qui parviennent à associer quelques noms à la fondation de ce mouvement musical révolutionnaire. Tout au plus, on vous citera João Gilberto, et avec beaucoup d’optimisme, Antônio Carlos Jobim. Les noms de Roberto Menescal, Carlos Lyra, Durval Ferreira ou Oscar Castro Neves, sont pour ainsi dire inconnus, même si tout le monde –ou presque- possède dans un coin de sa tête la mélodie d’O Barquinho (Menescal/ Bôscoli) ou de Maria Ninguém (Carlos Lyra), sans en connaître ni le titre ni ses auteurs. Je ne parle pas ici du Japon, terre dont j’ai arrêté de vouloir comprendre, depuis longtemps, la logique culturelle…
En revisitant son répertoire, le 22 octobre dernier, avec sa complice Wanda Sá et le jeune groupe vocal BeBossa, Roberto Menescal rappela à ceux qui ont la mémoire courte (comme moi, parfois...) qu’il avait été un acteur incontournable de la Bossa Nova. O Barquinho, Vagamente, Você, Telefone, Rio, Ah se eu pudesse, Errinho à tôa, sont autant de joyaux et de pierres que le compositeur apporta à l’édifice du mouvement.

Roberto Menescal fit partie de l’expedition glorieuse qui -dans des conditions héroïques - parvint à conquérir le public new yorkais lors du concert historique du Carnegie Hall, en novembre 1962. Avec lui, sur scène, on comptait des noms aussi prestigieux que Tom Jobim, Carlos Lyra, João Gilberto, Sergio Mendes, Sergio Ricardo, Agostinho dos Santos, Luís Bonfá, Chico Feitosa, et quelques autres. Un concert qui -même s’il ne fut pas d’une qualité exceptionnelle- imposa définitivement la Bossa Nova aux Etats-Unis.
Avant cela, dès 1958, Roberto Menescal avait créé avec Bebeto, Luis Carlos Vinhas, Henrique et João Mario, le Conjunto Menescal, qui accompagna d’autres légendes comme Sylvia Telles, Maysa, Dorival Caymmi ou Vinicius de Moraes.
Mais l’artiste ne se contenta pas de rester définitivement un musicien important qui avait fait l’histoire d’un des mouvements populaires musicaux les plus importants du XXe siècle. Il accompagna, en tant que directeur artistique de la firme Polygram, la carrière des grands noms qui formèrent la MPB traditionnelle. Il travailla ainsi sur les albums d’Elis Regina, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa, Maria Bethânia ou encore Jorge Ben(jor).
Toujours dans les années septante, il s’attela à la composition de nombreuses musiques de films, dont la plus connue reste sans doute celle de "Bye Bye Brasil" de Cacá Diegues, dont il composa la chanson-titre avec Chico Buarque en 1978.
En 1986, il laisse sa charge auprès de Polygram pour se dédier exclusivement à la musique.
Il accompagnera alors Nara Leão (1942-1989) dans ses dernières années, puis se joindra à Leila Pinheiro, Wanda Sá ou encore Cris Delanno dans de nombreux périples aux quatre coins de la planète, et principalement au Japon.
En 1997, il lance sa maison de disque "Albatroz", dont les productions sont essentiellement centrées sur son style de prédilection. Il y signera entre autres, les productions de Danilo Caymmi, Emilio Santiago, Leny Andrade, César Camargo Mariano, Marcos Valle, ou, récemment, la jeune Monique Kessous.
Quand je l’avais interviewé, en 2003, sa vivacité, son sens de l’humour, et son ouverture vers les tendances musicales actuelles, m’avaient particulièrement surpris. Une ouverture d’esprit qui –il faut bien l’avouer- n’était pas toujours partagée par les autres acteurs importants de la Bossa Nova que j’avais eu la chance de rencontrer.


Roberto Menescal et la frange féminine de BeBossa, Théâtre Rival, 22/10 (photo Daniel A.)

Le 22 octobre dernier, entouré de Wanda S
á et du jeune sextette vocal BeBossa (3 filles et 3 garçons) –qui apporte de nouvelles couleurs harmoniques au répertoire-, je me suis donc retrouvé devant ce même éternel jeune homme à l’œil qui frise, et qui nous donna en cadeau, ses bossas éternelles…Benção Bossa Nova…Benção Roberto Menescal…

Wanda Sá e Roberto Menescal,
"coroados" pelo grupo vocal BeBossa (f. divulg.)


« Com a finalidade de tenter encontrar a qualquer preço o que se tem feito de melhor na cena musical –até mesmo nos recantos mais alternativos- eu terminei por esquecer dos meus clássicos. E consequentemente a gênese da minha paixão pela música brasileira. Essa é a reflexão que me veio ao espírito ao reescutar com alegria o repertório essencial de Roberto Menescal…»

Foi assim que introduzi meu texto sobre o show de Gilberto Gil, faz pouco tempo, e como prometido, retorno agora ao show « Galeria Menescal », para o qual eu fui amavelmente convidado no dia 22 de outubro passado, no Teatro Rival (RJ).

Sejamos sinceros: se a Bossa Nova sempre gozou de um certo renome na Europa, poucos foram aqueles que vieram a associar determinados nomes à formação desse movimento musical revolucionário. No máximo, é citado João Gilberto, e, com algum otimismo, Antônio Carlos Jobim.
Os nomes de Roberto Menescal, Carlos Lyra, Durval Ferreira e Oscar Castro Neves são, por assim dizer, desconhecidos, mesmo que todo o mundo –ou quase- guarde num cantinho da memória a melodia d’O Barquinho (Menescal/ Bôscoli) ou de Maria Ninguém (Carlos Lyra), sem ao menos conhecer nem o nome das cançãoes nem o de seus autores. Eu não falo aqui do Japão, terra que desisto de entender, depois de muito tempo, sua lógica cultural...
Ao revisitar seu repertório, nesse mês de outubro citado, junto com sua parceira Wanda Sá e o jovem grupo vocal BeBossa, Roberto Menescal relembra àqueles que têm a memória curta (como eu, por vezes) que ele foi um ator inquestionável da Bossa Nova. O Barquinho, Vagamente, Você, Telefone, Rio, Ah se eu pudesse ou Errinho à tôa são alguns pilares e pedras preciosas que o compositor agregou ao movimento.
Roberto Menescal fez parte da expedição gloriosa que, dentro de condições heróicas, veio a conquistar o público novaiorquino no concerto histórico do Carnegie Hall, em novembro de 1962. Com ele em cena, contavam-se nomes tão prestigiados como os de Tom Jobim, Carlos Lyra, João Gilberto, Sergio Mendes, Sergio Ricardo, Agostinho dos Santos, Luís Bonfá, Chico Feitosa, e alguns outros.
Um show que, mesmo não tendo sido de uma qualidade excepcional, impôs definitivamente a marca da Bossa Nova aos Estados Unidos.
Antes disso, em 1958, Roberto Menescal havia criado, junto com Bebeto, Luis Carlos Vinhas, Henrique e João Mario, o Conjunto Menescal, que acompanhava outras lendas, como Sylvia Telles, Maysa, Dorival Caymmi e Vinicius de Moraes.
Mas o artista não se contentou em permanecer definitivamente como um músico importante que fez parte da história de um dos movimentos musicais populares mais importantes do século XX.
Ele veio a acompanhar, na função de diretor artístico da firma Polygram, a carreira de grandes nomes que viriam a formar a MPB tradicional. Ele trabalhou também nos álbuns de Elis Regina, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa, Maria Bethânia ou ainda Jorge Ben(jor).
Ao longo dos anos setenta, Menescal vem ater-se à composição de inúmeras músicas para trilhas sonoras de filmes, sendo a mais conhecida, sem dúvida, a canção título de Bye Bye Brasil, de Cacá Diegues, em parceria com Chico Buarque, em 1978.
En 1986, ele deixa seu cargo na Polygram para dedicar-se à música. Ele acompanhará então Nara Leão (1942-1989) em seus últimos anos de vida, e em seguida virá juntar-se a Leila Pinheiro, Wanda Sá ou ainda Cris Delanno, em incontáveis périplos pelos quatro cantos do mundo - principalmente ao Japão.
En 1997, ele lança sua gravadora « Albatroz », cujas produções são essencialmente centradas no estilo de sua predileção.
Ele virá a batizar, entre outras, as produções de Danilo Caymmi, Emilio Santiago, Leny Andrade, César Camargo Mariano, Marcos Valle, e, recentemente, a jovem Monique Kessous.
Quando eu o entrevistei, em 2003, sua vivacidade, seu senso de humor, e sua abertura com relação às tendências musicais atuais me deixaram particularmente surpreso. Uma abertura de espírito que –é bom que se reconheça- nunca foi muito compartilhada pelos outros personagens da Bossa Nova que eu tive a oportunidade de conhecer pessoalmente.
Nesse dia 22 de outubro último, cercado por Wanda Sá e do jovem sexteto vocal BeBossa (3 moças e 3 rapazes) –que traz novas cores harmônicas-, eu me vi então de volta no tempo, diante daquele mesmo eternamente jovem artista cujos olhos brilham, e que nos presenteia com suas igualemnte eternas bossas... A sua benção, Bossa Nova…
A sua benção, Roberto Menescal

3 commentaires:

Jack a dit…

Salut Daniel, les bossas de Menescal et Carlos Lyra sont des classiques au même titres que celles de Jobim...un grand Monsieur!!

Ségo a dit…

Aller à Rio sans entendre de la Bossa...de la vraie...ce serait un non sens!! :D

Anonyme a dit…

SALUT DANIEL

coment va tu? j avais espéré te revoir a Rio en septembre mais personne que je connais ne t y a vu a cette epoque
amots ce sera pour une prochaine
abracos
Manu
ps: je suis a bxl en ce moment
ederyckel@aol.com

CE BLOG EST DÉDIÉ AUX CURIEUX QUI AIMERAIENT CONNAÎTRE L'ART ET LA MUSIQUE POPULAIRE BRÉSILIENNE. UNE OCCASION POUR LES FRANCOPHONES DE DÉCOUVRIR UN MONDE INCONNU OU IL EST DE MISE DE LAISSER SES PRÉJUGES AU VESTIAIRE.