samedi 16 janvier 2010

En dvd aujourd’hui : Gilberto Gil.

Gilberto Gil et Bem Gil (photo Daniel A.)

En octobre dernier, j’avais eu la chance de voir Gilberto Gil à l’Espace Tom Jobim de Rio de Janeiro pour le show intitulé « Concerto de cordas ». Pour l’occasion, Gil s’était entouré de son fils Bem Gil à la guitare (et pandeiro), et du maître Jacques Morelenbaum au violoncelle. La magnifique prestation revisitait la carrière du bahianais, depuis son premier album « Louvação » de 1967 avec le titre Viramundo, jusqu’à son dernier « Banda larga cordel » (2008), dont il reprenait les chansons Não tenho medo da morte et La Renaissance Africaine.
Moins d’un mois auparavant, en septembre 2009, Gil avait enregistré au Teatro Bradesco (São Paulo), le contenu de ce dvd « Bandadois » : un show assez semblable, mais sans les services précieux de Jacques Morelenbaum.
Si l’on peut comprendre l’approche minimaliste de vouloir axer le show sur deux guitares (même si Gil se retrouve seul sur certains titres), on peut regretter l’absence des cordes plaintives et l’apport créatif du violoncelliste.
(Pour information, Gil vient d’ailleurs de reprendre la route pour divulguer « Bandadois »…avec Jacques Morelenbaum !)
Mais qu’importe. Le dvd est superbe, déjà rien que par la réalisation de Andrucha Waddington qui –comme le montre la pochette-, apporte une touche très artistique en baignant le concert sous des halos de lumières blanches qui nimbent les deux musiciens. L’esthétisme de ces tons froids se révèle d’une grande beauté, Gil et Bem étant eux-mêmes vêtus sobrement de bleu marine, tout comme José Gil, qui rejoint le duo familial sur Refavela et Babá Alapalá.
Dans ce même esprit classieux, Maria Rita -invitée pour Amor até o fim- est habillée d’une élégante robe de soirée crème, portant de longues boucles d’oreille, et coiffée d’un chignon plutôt austère.

Mais bon, on n’est pas ici pour chroniquer un défilé de mode…
Gil se présente dans une forme vocale retrouvée et, comme à son habitude, commente presque chaque titre, avec une aisance et une nonchalance charmeuse, qui n’est pas sans rappeler son vieux complice Caetano Veloso.

« Bandadois » : enregistré le 28 et 29 septembre 2009, au Théâtre Bradesco de São Paulo. Outre son répertoire construit autour de classiques et de morceaux que l’artiste n’a plus joués depuis longtemps (Babá Alapalá, A Raça humana, Banda um), il propose trois inédits : Quatro coisas, Pronto pra preto et Das duas, uma.
Invité : José Gil et Maria Rita, qui interprètent en duo Amor até o fim, que Gil avait composé pour Elis Regina en 1966.
Extra : Aulas de violão : Gil, dans un studio d’enregistrement avec Bem, décortique à la guitare la construction de cinq de ses compositions : Refazenda, Expresso 2222, Refavela, Banda Um et Esotérico.
Plus qu’une leçon pour guitaristes amateurs, il démontre que derrière des mélodies apparemment simples, il conçoit des harmonies judicieuses et recherchées. Un véritable processus de création passionnant, émaillé d’anecdotes. En tout cas, l’artiste se montre tel un professeur doué d’un vrai sens didactique, enthousiaste, et très patient (du genre : « je reprend pour que vous compreniez bien »). Très chouette !

Gil durante o show "Concerto de cordas" (foto Daniel A.)

Visto hoje : Gilberto Gil.


Em outubro passado, eu tive a oportunidade de assistir Gilberto Gil no Espaço Tom Jobim, no Rio de Janeiro, no show intitulado « Concerto de cordas ». Na ocasião, Gil cercou-se de seu filho Bem Gil ao violão (e pandeiro), e do mestre Jacques Morelenbaum ao violoncelo. A magnífica apresentação revisitava a carreira do baiano, a partir de seu primeiro álbum, « Louvação », de 1967, com o título Viramundo, até seu mais recente « Banda larga cordel » (2008), no qual ele retomava as canções Não tenho medo da morte e La Renaissance Africaine.
Menos de um mês antes, em setembro de 2009, Gil havia gravado no Teatro Bradesco, em São Paulo, o conteúdo desse dvd « Bandadois » : um show bastante semelhante, mas sem a presença preciosa de Morelenbaum.
Se por um lado é possível compreender a abordagem minimalista de Gil, ao querer centrar o show em dois violões (mesmo que ele se encontre só em certos títulos), por outro também podemos lamentar a ausência das cordas melancólicas e a contribuição criativa do violoncelista.
(A título de informação, Gil acaba, por sinal, de retomar a estrada para divulgar « Bandadois »… com Jacques Morelenbaum !)
Mas vamos ao que importa. O dvd é soberbo, já pela realização de Andrucha Waddington que –como mostra a capa-, traz um toque artístico caprichado ao banhar o concerto sob halos de luz branca que envolvem os dois músicos. A estética desses tons frios se revela de uma grande beleza, com Gil e Bem eles mesmos vestidos sobriamente de azul marinho, assim como José Gil, que vai de encontro ao duo familiar em Refavela e Babá Alapalá, no baixo. Dentro desse mesmo espírito classudo, Maria Rita –convidada para Amor até o fim- veste um elegante vestido de noite creme, usando longos brincos, e penteada com um coque bastante austero.
Bom, mas aqui não é lugar para comentar um desfile de moda...
Gil se apresenta numa forma vocal recuperada, e como de seu hábito, comenta quase todos os títulos, com naturalidade e uma malemolência charmosa, que não deixa de lembrar seu velho companheiro Caetano Veloso.

« Bandadois » : gravado em 28 e 29 de setembro de 2009, no Teatro Bradesco de São Paulo. Além de seu repertório construído em torno de clássicos e de músicas que o artista não tocava há muito tempo (Babá Alapalá, A Raça humana, Banda um), ele propõe três inéditas : Quatro coisas, Pronto pra preto e Das duas, uma.
Convidados : José Gil e Maria Rita, que interpreta em duo Amor até o fim, que Gil havia composto para Elis Regina em 1966.
Extra : Aulas de violão : Gil, dentro de um estúdio de gravação com Bem, dedilha no violão a construção de cinco de suas composições : Refazenda, Expresso 2222, Refavela, Banda Um e Esotérico.
Mais do que uma lição para violonistas amadores, ele demonstra que por trás de melodias aparentemente simples, ele concebe harmonias consistentes e complexas. Um verdadeiro processo de criação apaixonante, revestido de anedotas. Em todo caso, o artista se mostra assim um professor dotado de um legítimo senso didático ; entusiasmado e muito paciente (do tipo : « Bom, eu faço de novo para que vocês entendam bem »). Muito bacana !



Aucun commentaire:

CE BLOG EST DÉDIÉ AUX CURIEUX QUI AIMERAIENT CONNAÎTRE L'ART ET LA MUSIQUE POPULAIRE BRÉSILIENNE. UNE OCCASION POUR LES FRANCOPHONES DE DÉCOUVRIR UN MONDE INCONNU OU IL EST DE MISE DE LAISSER SES PRÉJUGES AU VESTIAIRE.