jeudi 4 mars 2010

En écoute aujourd’hui : João Donato


(texte français, texto português traduzido do francês)

Le talent des grands génies se traduit souvent par la simplicité, là où de nombreux artistes s’évertuent à vouloir faire dans la complexité. Mais sans doute faudrait-il parler d’apparente simplicité…
Comme Tom Jobim dans Samba de uma nota só (One note samba) ou Águas de março, João Donato propose souvent des séquences réduites de quelques notes ou de quelques accords, qui se déclinent soutenues par des harmonies riches, sans cesse en mouvement.

L’exemple d’Amazonas (Donato/ Lysias Ono) –qui ouvre l’album « Sambolero »- et des trois notes qui se succèdent sur un rythme de salsa, est symptomatique de cette façon de composer. Tout nous apparaît clair et limpide, et ses compositions –géniales- nous apparaissent comme des évidences…
Sur « Sambolero », João Donato s’entoure Luis Alves à la contrebasse et de Robertinho Silva à la batterie, deux musiciens qui l’accompagnent depuis bien des années. En conséquence, les trois musiciens se trouvent les yeux fermés tout au long des 12 titres, qui forment une sorte de Best Of du riche répertoire de Donato. Le fait qu’il puise dans ses compositions passées, est un fait régulier dans sa discographie. Mais sous cette forme de trio jazz, il prouve que dans cet habillage dépouillé et léger, ses compositions démontrent encore plus clairement en quoi elles sont irrésistibles.
« Sambolero » déroule avec brio toute la gamme des rythmes latins, de la bossa au merengue, en passant par la salsa, le tcha tcha tcha et le boléro, mêlée à des improvisations jazz, où aucune note n’est de trop.
L’album se ferme sur la seule plage chantée, Sambou sambou, un duo sympa avec Zeca Pagodinho, qui figurait déjà sur le dernier disque du sambista, « Uma prova de amor » de 2008.
"Sambolero" est un album définitif de João Donato…Mais comme chacun de ses albums, en fait.. !

Escutando hoje : João Donato

O talento dos grandes gênios se traduz muitas vezes através da simplicidade, exatamente onde numerosos artistas se esforçam por conta da vontade de fazer algo complexo. Mas sem dúvida faz-se necessário aqui falarmos da aparente simplicidade...
Como Tom Jobim em Samba de uma nota só ou Águas de março, João Donato propõe frequentemente sequências de poucas notas ou de alguns acordes, que se declinam sustentadas pelas ricas harmonias, sempre em movimento.

Como exemplo temos Amazonas (Donato/ Lysias Ono) –que abre o álbum « Sambolero »- na qual três notas se sucedem sob um ritmo de salsa, o que é sintomático dessa maneira de compor. Tudo nos parece claro e cristalino, e suas composições –geniais- revelam-se a nós como uma evidência...
Em « Sambolero », João Donato se cerca de Luis Alves no contrabaixo e de Robertinho Silva na bateria : dois músicos que o acompanham já faz alguns bons anos. Em consequência, os três músicos interagem perfeitamente, de olhos fechados, ao longo dos 12 títulos, que formam uma espécie de « Best Of » do rico repertório de Donato. Pescar composições mais antigas já é um fato usual em sua discografia. Porém, nesse formato de trio jazz, ele demonstra que em sua roupagem despojada e ligeira, suas composições demonstram ainda mais claramente o quanto são irresistíveis.
« Sambolero » desdobra com animação toda uma gama de ritmos latinos : da bossa ao merengue, passando pela salsa, pelo tcha tcha tcha e pelo bolero ; tudo isso mesclado a improvisações jazz, onde nenhuma nota é além da medida.
O álbum se encerra com a única faixa cantada, Sambou sambou, um dueto divertido com Zeca Pagodinho, que já figurava no disco anterior do sambista, « Uma prova de amor », de 2008.
"Sambolero" é um álbum definitivo de João Donato… Mas como cada um de seus álbuns assim o é, na verdade... !

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