Desde a última postagem deste blog, houve a primeira resenha de 2016: o álbum de Eduardo Climachauska; o início de uma rubrica, “Bioclipes”, para apresentar simplesmente um pouco mais – para os não-brasileiros principalmente -, uma biografia curta baseada em um ou dois clips com uma qualidade sonora aceitável (Ana Cláudia Lomelino e Wilson das Neves abriram essa seção); uma galeria de fotos adicional (julho de 2014, vamos tentar nos atualizar o mais rápido possível !) e, infelizmente, um podcast que eu ainda não tive tempo de colocar on-line, a não ser que super-poderes tomem conta de mim...
Estes dias passados em Bruxelas, foram marcados pelo falecimento de David Bowie, que saiu de cena um pouco cedo demais ao meu gosto (69 anos), e que, só para nos deixar put...contrariar, lançou um álbum que ninguém mais estava esperando, “The Black Star”, sobretudo quando a gente foi um fã meio excessivo da obra do artista inglês, até “Scary Monsters” (1980). É isso mesmo, percorri até algumas capitais européias para procurar gravações ou edições raras, ou ainda álbuns piratas...
De “Let’s dance” (1983) para cá, o que Bowie produziu não despertou o meu interesse, fora “Outside” (1995) e, ao contrário da crítica em geral, o álbum “Hours” (1999). Mas isto me deu a oportunidade para tentar estudar porque este gênio não conseguiu mais chegar ao nível da sua obra dos seus primeiros verdadeiros 10 anos de criação.
E é aí que descobrimos que julgamos o artista através de um ângulo errado, como se fosse uma entidade. O próprio Bowie confessou, ele precisava de “Let’s dance”, meio fraco, por questões financeiras, e disse que a década de 80 tinha que ser esquecida com “Tonight” (1984), e “Never let me down” (1987), dois discos indigestos.
A partir de “Black tie white noise” (1993), tratava-se de outro artista, ou, simplesmente, um David Bowie sem maquiagem, mas sempre com a mente muito inquieta (a maioria das letras das canções se referem sempre ao niilismo de Nietzsche, ao esoterismo em geral, a noção do “nada” ou do “vazio”, a questão da morte e da loucura, e da busca de quem somos realmente, tudo isso baseado em livros que ele lia ou acontecimentos dificeis na vida dele).
Assim, escutei, deliberadamente, o resto da sua obra à partir deste álbum (“Black tie...”) e nem mesmo um minuto o que ele produziu entre 1970 e 80, para constatar que sua produção que vai até “The Blackstar” (2016), valia mais do que eu podia ter imaginado, sem atingir totalmente musicalmente, aquela década dos personagens criados por ele: Ziggy Stardust, Aladdinsane, Halloween Jack, The Thin White Duke, o período de Berlim (com Iggy Pop e Brian Eno), ou palhaço branco de “Scary Monsters”.
Mas mesmo se eu não estou aqui para dissertar sobre Bowie, foi graças a ele – enquanto tema de artigo, como prova -, que fui contrato como jornalista musical pelo Télémoustique nos anos 80...
E já que estávamos falando de clips, eu fui, particularmente, seduzido pela homenagem prestada por Lady Gaga no 58° Grammy’s awards, que, em 7 minutos, conseguiu mostrar a essência e a força criativa do Camaleão...Mas já é hora de partir, que outras maravilhas musicais me esperam (digamos que sou eu quem está à espera delas) no Brasil. Foi só um parêntese pessoal que queria compartilhar...




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