Sábado à noite...

Pedro Luis e A Parede (foto divulgaçao)

...todo mundo quer alguma coisa...e eu queria uma noite mais calma.Fui jantar com um famoso correspondente português da RTP no Brasil, João Pacheco, um jornalista que vive no Rio por enquanto. Ele cobre os grandes eventos da América do Sul. Foi muito bom discutir sobre política internacional, além de conversarmos sobre o Brasil e a sua economia. Compartilhamos também nossa visão bastante pessimista sobre a crise ecológica do planeta. Mas isso não nos impediu de falar também de futebol: ele, torcedor do Sporting de Lisboa; e eu, do Anderlecht, um time que antigamente (anos 70-80) fazia tremer os melhores da Europa. Ele não me perguntou nada a respeito de música, e nem sobre arte, e pude assim passar ao largo das minhas paixões. Afinal, é preciso diversificar de vez em quando. Tambén não tinha uma grande programação de shows para esse último fim de semana no Rio.

Vanessa da Matta era “o show” de sábado; mas, para mim, ela já perdeu o frescor do primeiro disco. Eu sempre a preferi, particularmente, como compositora do que como cantora. Poderia ter ido à Lapa para escutar o Gabriel Moura, ex-“Farofa Carioca”, sobrinho do grande Paulo Moura, que participa de várias canções do mais recente CD do Seu Jorge: “América Brasil” - que não teve a repercussão que merecia.Na semana passada mesmo, uma mexicana quase chorou na loja “Modern Sound”, em Copacabana, ao saber que seu mítico disco “Moro no Brasil” ( com o “Farofa” ) estava fora de catálogo.Voltando ao Gabriel,ex-farofa, eu não fui por causa da chuva e da preguiça...bom, ok....mais da preguiça...

Domingo também quis ficar mais quieto. Precisava aproveitar o dia para encontrar meus poucos - mas bons - amigos cariocas. Então apenas pincei algumas notícias que me chamaram mais a tenção: A volta, em maio, de “Pedro Luís e a Parede”, com um novo disco de carreira, desde “Zona de fronteira”(2001). Agora com produção do Lenine, para substituir o lamentavelmente falecido Tom Capone (1966-2004), com quem a banda costumava gravar. O disco promete ter parcerias do Pedro Luís com o Zé Renato, o Roque Ferreira e o Rodrigo Maranhão – esse, cujo primeiro disco, “Bordado” (2007), pode ser adquirido de olhos fechados.

Em 1997, um desses meus poucos amigos cariocas, o Tuka, sempre antenado, me levou ao extinto “Ballroom Humaitá” para ver o “Paredão do Pedro”. E foi uma verdadeira revelação. A banda tinha lançado “Astronauta tupy”, um dos grandes discos dos anos 90....

Urubu: obra prima que nao consta na caixa do Tom

"Emoçoes" é o perfume de amor.

Bom, gente, agora, falando sério: a grande notícia que pude ler, folheando alguns jornais, diz respeito, no dia 17 de abril, ao lançamento do perfume do Roberto Carlos – “Emoções”. Faço questão de descobrir quem foi o cara dotado de tamanha inspiração para criar um nome para o tal perfume. Então, mulheres de quarenta, a partir de 17 de abril, todas com o mesmo perfume!

Bom, o que mais... hum..., a volta (mais uma) dos B’52, o que me remete à época das rádios piratas de Bruxelas, (1978-80) quando fazia programas de New Wave para meu quarteirão. Quem não se lembra de “Planete clair” ou “Private Idaho”?!?

Essa nota é válida nesse blog pela participação dos brasileiros do “Cansei de Ser Sexy” (CSS), que se ofereceram para remixar o primeiro “single” da banda americana.

Para terminar, essa idéia estranha de lançar uma caixa do Tom com (somente) 5 CDs... Todos obras - primas, como “Caymmi visita Tom” (1965), “Matita Peré” (73), “Elis e Tom” (74), o excelente “Edu e Tom”(81) e a trilha sonora do filme “Garota de Ipanema”(1967) - esse último, apesar de quase inédito (fazia parte da caixa do Vinicius com 27 CDs, agora esgotada) poderia ter sido facilmente substituído por “Urubu”(75) ou por “Stone Flower”(70). Aliás, ainda não consigo entender por que nunca foi editada uma caixa luxuosíssima do “Mestre”. “Falta de interesse do público...”, me confidenciou um jornalista. Uma constatação chocante, incompreensível mesmo, para um estrangeiro. Essa lei do mercado...!

Quando sair esse post, já terei assistido ao show da Fernanda Takai, no Teatro Rival, homenageando a Nara Leão, com o disco “Onde brilhem os olhos seus”.

Uma pérola rara – será? - para coroar essa minha viagem.