samedi 15 août 2009

En écoute aujourd’hui : Fernanda Porto.


(texte français, texto português traduzido do francês)

Fernanda Porto est cette multi instrumentiste, formée en piano et chant classique, qui avait causé la sensation en 2001 avec un des plus brillants albums drum’n’bass de l’époque. Il contenait Sambassim (Fernanda Porto/ Alba Carvalho) et sa reprise électronique inventive de Só tinha de ser com você (Tom Jobim/ Aloysio de Oliveira) que l’on retrouvaient sur toutes les compilations techno du genre. Et son succès avait largement outrepassé les frontières du Brésil. Elle était devenue un des fleurons du label Trama et la ‘chef de file’ de la scène électro de São Paulo. Sur ce premier album, elle était créditée de tous les instruments, programmations, ainsi que de toutes les compositions (excepté donc le titre de Jobim). Avant cela Fernanda avait déjà participé à de nombreuses musiques de films ou de documentaires.
En 2004, cette surdouée avait décidé de changer son fusil d’épaule en abordant un monde musicale plus acoustique sur « Giramundo ». Mais la réponse du public fut plus frileuse malgré la reprise ‘speedée’ de Roda viva de Chico Buarque, chanté en duo avec son auteur. Après un cd/dvd en public assez précoce dans sa carrière –et boudé par la critique-, Fernanda Porto décide donc de revenir cette année à ses premiers amours avec cet « Auto.retrato » survitaminé. Et à nouveau la presse spécialisé ne s’est pas gênée pour tirer à boulets rouges sous prétexte que le drum’n’bass n’est –en effet- plus vraiment tendance. Mais cela me paraît un peu court pour torpiller un album non dénué de qualités.

Si comme dans la plupart des cd’s à quatorze chansons, on peut déjà en supprimer quatre, les autres possèdent un réel potentiel mélodique, qu’elles soient dansantes ou non. Le problème, c’est qu’à vouloir réveiller les ‘dancefloors’, Fernanda arrive à un résultat où de bonnes compositions comme Conte-me tudo (F.Porto) sont noyées par un beat pas vraiment nécessaire. Un rythme qui sur la longueur lasse jusqu’au moment où arrivent en fin d’album Na bossa ou no samba (F.Porto) et Parece ser (Cristianne Neves/ Fernanda Porto), deux titres ou le talent de mélodiste de l’artiste peut enfin s’exprimer avec légèreté. N’empêche…Si les radios veulent bien tendre l’oreille, ils trouveront une bonne demi-douzaine de titres qui deviennent très vite efficaces sans beaucoup d’efforts. Dans la liste : Auto.retrato, Agora é minha vez, Eu preciso entender tudo isso (et la très bonne utilisation du piano de Cristianna Neves), Perdi o tom –digne succésseur de Sambassim-, et enfin Cidade sem fim un titre imparable qui pourrait évoqué une Gal Costa (période Gal Tropical) sous amphétamine. Tous signés de la musicienne. En résumé, si Fernanda Porto parvient à alléger ses arrangements pour davantage faire place à la composition, elle parviendra à mettre tout le monde d’accord. Et c’est ce qu’elle mérite amplement. En attendant, cet « Auto.retrato » est du pain béni pour les programmateurs de radio, et en tout cas, moi, je ne m’en priverai pas.




Escutando hoje: Fernanda Porto.


Fernanda Porto é essa multi-instrumentista, formada em piano e canto clássicos, que causou sensação em 2001 com um dos mais brilhantes álbuns Drum & bass da época. Ele continha Sambassim (Fernanda Porto/ Alba Carvalho) e uma versão eletônica inventiva de Só tinha de ser com você (Tom Jobim/ Aloysio de Oliveira) que podiam ser encontradas em todas as coletâneas techno do gênero. E seu sucesso ultrapassou largamente as fronteiras do Brasil. Fernanda veio a se tornar um dos orgulhos do selo Trama e o carro-chefe da cena electro de São Paulo.
Em seu primeiro álbum, ela deteve os créditos de todos os instrumentos e programações, bem como de todas as composições (exceto então o título de Jobim). Antes disso, Fernanda Porto já havia participado de algumas trilhas sonoras de filmes e documentários.
Em 2004, essa artista superdotada decidiu mudar seu foco, abordando um universo musical mais acústico em « Giramundo ». Mas a resposta do público foi mais fria, apesar da retomada « acelerada » de Roda viva, de Chico Buarque, cantada em dueto com seu autor.

Depois de um cd/dvd ao vivo bastante precoce em sua carreira – e desprezado pela crítica - Fernanda decide então retornar esse ano a seus primeiros amores com esse « Auto.retrato » supervitaminado. E novamente a imprensa especializada não acanhou-se em dar a ela uma nota vermelha, sob o pretexto de que o drum’n’bass não é - de fato – mais verdadeiramente uma tendência. Mas essa justificativa me parece um pouco simplista para torpedear um álbum no qual eu percebo boas qualidades.

Assim como na maioria dos cd’s contendo catorze canções, já podemos esquecer aqui quatro ; isso feito, as outras possuem um real potencial melódico, quer elas soem dançantes ou não.
O problema é que, ao querer ressuscitar os « dancefloors », Fernanda chega a um resultado no qual as boas composições como Conte-me tudo (F.Porto) ficam sufocadas por um « beat » desnecessário. Um ritmo que em sua extensão torna-se cansativo, até o momento do álbum em que enfim surgem Na bossa ou no samba (F.Porto) e Parece ser (Cristianne Neves/ Fernanda Porto), dentre os dez títulos onde o talento de melodista da artista pode finalmente ser expressado com suavidade.
Nada impede... Se as rádios de dispuserem a aguçar seus ouvidos, elas encontrarão uma boa meia dúzia de títulos que podem rapidamente se tornar eficazes sem maiores esforços. Dentro dessa lista : Auto.retrato, Agora é minha vez, Eu preciso entender tudo isso (com o excelentete uso do piano de Cristianna Neves), Perdi o tom – digno sucessor de Sambassim – e finalmente Cidade sem fim, um título indispensável, que poderia evocar uma Gal Costa (da fase Gal Tropical)... sob o efeito de anfetaminas. Todas de autoria da musicista.
Em resumo, se Fernanda Porto conseguir tornar seus arranjos mais leves para cada vez ceder mais espaço para a própria composição em si, ela será capaz de deixar todo mundo satisfeito. E é isso que ela merece amplamente. Olhando à frente, esse « Auto.retrato » é um trevo de quatro folhas para os programadores de rádio ; e, em todo caso, eu mesmo não me privarei dele em meu programa Tropicália ! (retomada da nova temporada no dia 31 de augosto !)


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