mercredi 21 octobre 2009

21/10 : Exposition « Artur Pereira, esculturas ».

Artur Pereira (1920-2003)

(texte français, texto português traduzido do francês)

Les jours passent, les évènements s’enchaînent, et je n’arrive pas à mettre à jour le compte-rendu de ce voyage. Ce qui n’est peut-être pas plus mal, car certains sujets musicaux méritent plus qu’une simple mention dans cet agenda artistique. À São Paulo et Rio de Janeiro, j’eus l’occasion de rencontrer Fernanda Takai et John Ulhoa, Cris Aflalo, Vérônica Ferriani, Renato Godá ou encore Fernanda Cunha. Je garde précieusement le fruit de ces interviews pour un développement plus approfondi, lors de mon retour en Europe. L’hiver s’y installe, et j’aurais tout le loisir de m’y consacrer au chaud. Depuis Maria Gadú, il y eut aussi le concert de Paralamas do Sucesso du samedi 17 octobre au Vivo Rio, la vision du film « Herbert de Perto » (Herbert Vianna, justement leader de Paralamas), ou encore le show d’Ana Cañas à l’Espaço Tom Jobim, ce mardi 20 octobre. Tout ceci sera relaté en radio, et ici même, avec textes, photos, et tout, et tout… Mais là, je reviens d’une magnifique expo que j’attendais de voir depuis mon arrivée, et c’est l’occasion de partager des émotions un peu différentes. Ce blog s’intitule « Art et Musique Populaire » (pour des raisons déjà expliquées précédemment) et c’est le moment ou jamais de faire honneur à un grand plasticien du Minas Gerais, et plus exactement de Cachoeira do Brumado: Artur Pereira.

Jardin de l'instituto Moreira Salles, où se tient l'exposition "Artur Pereira, esculturas"

Artur Pereira (1920-2003) fait partie des grands sculpteurs sur bois de l’Art Populaire Brésilien du XXème siècle. À ses côtés, je citerais Geraldo Teles de Oliveira (GTO), Chico Tabibuia, Louco, Mestre Guarany, Nino, sans oublier la belle école du Piauí avec Expedito et Mestre Dezinho.
L’Instituto Moreira Salles dans le quartier de Gávea (RJ), lui rend hommage avec une belle exposition (gratuite !) qui -si elle n’est pas immense- nous propose une cinquantaine d’œuvres qui résument bien la quintessence de son art.
Si Artur Pereira est qualifié de créateur « populaire », c’est qu’il fut de ces artistes sans formation préalable, qui s’adonna totalement à son expression une fois la « retraite » arrivée, après une vie dédiée à de multiples métiers, principalement agricoles. Ceci vers la fin des années 60...

"Caçada" (la Chasse), année 70- Artur Pereira.

Le monde d’Artur Pereira est un bestiaire où les différents animaux -pas toujours définissables avec exactitude- s’articulent en colonnes, en groupes ou en scènes diverses, comme la crèche ou la chasse à l’ « onça » (félin). Car l’homme et la flore n’apparaissent que de manière très anecdotique.
La grandeur de l’univers artistique d’Artur Pereira, réside en sa quiétude et son universalité.
Les formes curvilignes qui caractérisent ses animaux en bois de cèdre -de petite ou grande taille- apportent une sensualité qui invite au toucher (ce que le gardien de l’exposition vous interdira !). Ces rondeurs, ainsi que l’aspect lisse et polit comme il travaille le bois, Artur Pereira la doit très certainement à la manipulation de la terre et de la céramique. De ses premières œuvres des années 70, de formats plus petits et plus minutieux, il passa dans les années 80, à des tailles plus imposantes et à un rendu plus expressif.
Les animaux du sculpteur ne font pas partie d’un univers « fantastiques », mais ils portent en eux une force, une quiétude et une personnalité qui ne les remettent pas non plus à un monde purement réaliste. Ces oeuvres portent la marque de son créateur, une caractéristique importante qui différencie par définition, l’artisan de l’artiste. Et Artur Pereira est bel et bien un artiste, et des meilleurs !
Si vous passer par Rio (à moins que vous y habitiez), entre le Pain de sucre et le Corcovado, allez voir son monde animalier…Il serait étonnant qu’il vous laisse insensible…
Jusqu’aux 6 décembre, à l’Instituto Moreira Salles, rua Marquês de Sao Vicente 476, Gávea.

Os dias vão passando, os acontecimentos se encadeando, e nem sempre consigo colocar em dia o « relatório » dessa viagem. O que talvez não seja na verdade um mau sinal, visto que determinados assuntos musicais merecem mais do que uma simples menção dentro dessa agenda artística.
Em São Paulo e no Rio de Janeiro, por exemplo, eu tive a oportunidade de encontrar Fernanda Takai e John Ulhoa, Cris Aflalo, Verônica Ferriani, Renato Godá ou ainda Fernanda Cunha. Eu guardo comigo o fruto dessas entrevistas para um desenvolvimento mais aprofundado, assim que eu retornar à Europa. O inverno por lá se anuncia, e eu terei então todo o tempo livre para me dedicar a escrever junto à lareira.
Depois de Maria Gadú, houve o show "Brasil afora" do Paralamas do Sucesso no sábado, 17 de outubro, no espaço Vivo Rio ; a exibição do filme « Herbert de Perto » (sobre Herbert Vianna, justamente o líder do Paralamas) ; e ainda o show de Ana Cañas no Espaço Tom Jobim, nessa terça última, 20 de outubro. Tudo isso será relatado pelo rádio, e por aqui mesmo, com direito a posts, fotos, e tudo, tudo mais, mesmo...
Mas agora, eu retorno de uma magnífica exposição que eu esperava ver desde a minha chegada, e essa é a ocasião de compartilhar emoções um pouco diferentes com vocês.
Esse blog intitula-se « Art et Musique Populaire » (pelas razões já explicadas anteriormente), e esse é o momento – agora ou nunca – de honrar a memória de um grande artista plástico de Minas Gerais, mais exatamente de Cachoeira do Brumado: Artur Pereira.

"Ave", anos 80-Artur Pereira.

Artur Pereira (1920-2003) fez parte dos grandes escultores embebidos na Arte Popular Brasileira do Século XX. Como seus pares, eu citaria Geraldo Teles de Oliveira (GTO), Chico Tabibuia, Louco, Mestre Guarany, Nhô Caboclo e Nino ; sem esquecer a também excelente escola do Piauí, com Expedito e Mestre Dezinho.
O Instituto Moreira Salles, no bairro da Gávea (Rio, RJ), presta a Artur Pereira uma homenagem através de uma bela exposição (gratuita !) que –mesmo não sendo imensa- nos propõe umas cinquenta obras que resumem bem a quintessência se sua arte.
Se Artur Pereira fez parte desses criadores classificados como « populares », foi por conta de tratar-se desses artistas sem formação acadêmica, que entregou-se totalmente à sua expressão a partir de sua aposentadoria formal (isso por volta do final dos anos 60) depois de uma vida dedicada a diversos trabalhos, como lenhador, carvoeiro, carpinteiro, quase sempre ligados ao trato com a madeira.
O mundo de Artur Pereira é uma fauna na qual os diferentes animais –que nem sempre têm uma definição clara- articulam-se em colunas, em grupos, ou em cenas diversas, como no presépio ou na caça à onça. Sendo que o homem e a flora em torno são apresentados de forma bastante anedótica.
A magnitude do universo artístico do artista reside em sua quietude e sua universalidade.
As formas curvelíneas que caracterizam seus animais talhados em madeira de cedro -de pequeno ou grande porte- adquirem uma sensualidade que dá vontade de tocar (o que o zelador da exposição vai impedí-los de fazer !). A habilidade na confecção dessas formas roliças, bem como o aspecto liso e polido que ele dá à madeira quando a trabalha, Artur Pereira deve ter certamente herdado da manipulação da terra e da cerâmica. De suas primeiras obras dos anos 70, de formatos menores e mais minuciosas, ele passa, ao longo dos anos 80, às dimensões mais imponentes e a uma apresentação mais expressiva.
Os animais do escultor não fazem parte propriamente de um « universo fantástico », mas eles trazem em si uma força, uma paz, e uma personalidade que também não os remetem a um mundo puramente realista. Essas obras carregam a marca de seu criador, uma característica importante que diferencia, por definição, o artesão do artista. E Artur Pereira faz realmente parte dos grandes escultores da arte brasileira do século XX, quer ela seja erudita ou popular.
Caso vocês passem pelo Rio (e mesmo que vocês já morem na cidade), entre o Pão de Açúcar e o Corcovado, vão conferir o mundo animal de Artur Pereira... Será de causar espanto se vocês passarem insensíveis por essa experiência...
Até dia 6 de dezembro, no Instituto Moreira Salles, à Rua Marquês de São Vicente, 476 / Gávea.

Aucun commentaire:

CE BLOG EST DÉDIÉ AUX CURIEUX QUI AIMERAIENT CONNAÎTRE L'ART ET LA MUSIQUE POPULAIRE BRÉSILIENNE. UNE OCCASION POUR LES FRANCOPHONES DE DÉCOUVRIR UN MONDE INCONNU OU IL EST DE MISE DE LAISSER SES PRÉJUGES AU VESTIAIRE.