vendredi 27 novembre 2009

Survolant 2009: avril/ abril...


(Textes français, texto português traduzido do francês)

Voir les posts précédents pour janvier, février et mars/ Vide os posts anteriores para janeiro, fevereiro e março.

AVRIL : Le marché du disque atteint enfin sa vitesse de croisière en ce mois d’avril qui voit la sortie de plusieurs très bons albums parmi les productions de cette année.
Parmi ceux-ci, « Peixes Pássaros Pessoas », le deuxième album de Mariana Aydar qui -au sortir de cette première décennie du nouveau millénaire- s’affirme comme l’une des artistes féminines les plus originales et consistantes. Le disque, dont l’épine dorsale est composée par le musicien, producteur et partenaire de Mariana, Duani, navigue entre sambas de tradition et autres rythmes purement brésiliens, habillés d’une sonorité définitivement contemporaine.
Dans un univers pas très éloigné, Rodrigo Campos lance le fascinant « São Mateus nao é um lugar assim tão longe », produit principalement par Beto Villares (voir l’album de Céu et Zélia Duncan plus loin dans l’année). L’ancien "cavaquiniste" de Fabiana Cozza nous fait découvrir un monde musical passionnant où la samba n’est qu’un point de départ vers des chemins rythmiques et mélodiques aux méandres inattendus. Ici aussi, tradition et modernité sont les maîtres mots. « São Mateus… » est gratifié de la note maximale dans toute la presse spécialisée, mais pour des raisons encore inexpliquées, il ne parvient pas encore à trouver une distribution qu’il mérite.
Toujours sous l’enseigne de rythmes purement brésiliens, mais mélangés cette fois ci à une forte pulsion rock, le troisième album de Lula Queiroga, « Tem juizo mas não usa » (pochette ci dessus), est un creuset de trouvailles sonores et mélodiques. L’ingénieux artiste du Pernambuco s’affirme comme très complémentaire à son compagnon de route, Lenine, moins puissant, certes, mais plus créatif.

Pour rester dans les albums sans concession, Caetano Veloso nous propose une suite heureuse à l’album « Cê » avec « Zii e zie », qui reste dans la même économie de recours instrumentaux (basse, guitare électrique, batterie) pour un son qui tend vers un rock alternatif et minimaliste. Trop verbeux et mélodiquement en perte d’inspiration pour certains, génial pour d’autres, force est de constater que Caetano reste néanmoins un artiste « vivant » sur la scène brésilienne.
Pour revenir à du plus classique, Nana Caymmi revient avec « Sem poupar coração », un album d’inédits que l’on attendait depuis « Desejos » de 2001. Et sans faire de bruit, la grande interprète nous offre tout simplement un album d’une désarmante beauté.

Comme tous les premiers de la classe, Vander Lee –comme Jorge Vercilo- énerve la critique spécialisée par sa facilité à composer des chansons immédiates à la limite du « trop populaire ». Pourtant le compositeur de Belo Horizonte (MG) ne tombe jamais dans le piège, et dans ce cinquième album « Faro », plus pop que ses prédécesseurs, il propose 12 compositions qui sont autant de (bons) hits potentiels.
L’album « Guanabara » de Fred Martins possède les défauts de ses qualités si l’on se réfère à un marché du disque où l’on a l’habitude de consommer de la musique fast food. Le compositeur cisèle des mélodies sophistiquées sur des harmonies recherchées que l’auditeur (ou le critique) impatient, ne prendra pas le temps de savourer. L’ensemble de l’album est un bel hommage à la Bossa Nova jusque dans les détails les plus méticuleux des arrangements.

Parmi les albums instrumentaux, on notera « Saudade do Cordão », du grand compositeur et guitariste Guinga qui revisite certaines de ses compositions -plus quelques inédits- avec le clarinettiste Paulo Sérgio Santos, qui mène toutes les lignes mélodiques. La sonorité tantôt plaintive tantôt sautillante et légère de la clarinette -qui se promène sur les chorinhos, valses, ou le côco- nous donne la nostalgie d’un Rio ancien. Ce très bel album possède son équivalent en dvd.
Très proche du « nonsens » anglais, l’excellente pochette (et les photos du livret !) du sixième album de Carlos Careqa, « Tudo que respira quer comer », reflète assez bien l’esprit gentiment déjanté de cet artiste de l’underground de São Paulo, qui ne se définit pas aisément. Carlos Careqa utilise très librement le funk, la samba, le baião ou le tcha tcha tcha, pour porter ses textes parfois acides, parfois réflectifs ou encore totalement surréalistes, dans la droite ligne d’Itamar Assumpção ou d’André Abujamra. Ce qui n’empêche pas que certains titres font preuve d’un beau lyrisme comme la très bonne plage titulaire, Isso passará ou 28 (Vinte e oito).

Le label Biscoito Fino édite « Dolores Duran entre amigos ». Il s’agit en fait d’enregistrements informels effectués dans les années 1950, de réunions entre amis au centre desquelles Dolores Duran (1930-1959) se promène dans un répertoire fait de classiques américains, français et brésiliens. Elle est accompagnée à la guitare par le jeune Baden Powell ou Billy Blanco. Ces documents précieux, de bonnes qualité, de cette importante chanteuse et compositrice de la musique brésilienne, méritaient de voir le jour.
Entre les nombreux dvd’s, la sortie du festif « MTV ao vivo » d’Arlindo Cruz, figure incontournable de la samba carioca arrivé à l’ apogée du succès populaire depuis son apport important à l’album « Samba meu » (2007) de Maria Rita.


Sobrevoando 2009 : abril…

ABRIL : O mercado do disco alcançou finalmente sua velocidade de cruzeiro nesse mês de abril, que observou o lançamento de muito bons álbuns dentre as produções desse ano.
Entre os quais, « Peixes Pássaros Pessoas », o segundo álbum de Mariana Aydar que, quase saindo dessa primeira década do novo milênio, se afirma como uma das artistas femininas mais originais e consistentes. O disco, cuja espinha dorsal é composta pelo músico, produtor e companheiro de Mariana, Duani, navega entre sambas de tradição e outros ritmos puramente brasileiros, vestidos de uma sonoridade definitivamente contemporânea.

Num universo assim não tão distante, Rodrigo Campos lança o fascinante « São Mateus não é um lugar assim tão longe », produzido principalmente por Beto Villares (vide os álbuns de Céu e Zélia Duncan, mais à frente ao longo do ano). O antigo cavaquinista de Fabiana Cozza nos faz descobrir um universo musical apaixonante, no qual o samba não é mais do que um ponto de partida próximo aos caminhos rítmicos e melódicos que passam por meandros inusitados. Também aqui, tradição e modernidade são as palavras de ordem. « Sao Mateus… » é agraciado com a nota máxima de toda a imprensa especializada, mas por razões ainda inexplicáveis, ele ainda não conseguiu obter a distribuição que merece.
Sempre sob a marca de ritmos puramente brasileiros, mas mesclados dessa vez a uma forte pulsação rock, o terceiro álbum de Lula Queiroga, « Tem juízo mas não usa » (foto acima), é uma fonte de descobertas sonoras e melódicas. O inventivo artista de Pernambuco afirma-se como bem complementar a seu companheiro de estrada, Lenine ; menos pulsante, certamente... porém mais criativo.
Para nos deter nos álbuns sem concessões, Caetano Veloso nos apresenta uma sequência mais inspirada ao álbum « Cê », com « Zii e zie », que se enquadra na mesma economia de recursos instrumentais (baixo, guitarra elétrica, bateria) para um som que tende a um rock alternativo e minimalista. Em meio a um excesso de verborragia, e melodicamente tido como pouco inspirado para alguns, e genial para outros, o fato é que constata-se que Caetano continua ainda assim um artista « pulsante » na cena brasileira.

Para chegar ao que há de mais clássico, Nana Caymmi retorna com « Sem poupar coração », um álbum de inéditos que seguiu-se a « Desejos », de 2001. E sem fazer alarde, a grande intérprete propôs simplesmente um álbum de uma pacificadora beleza.
Como todos os primeiros da classe, Vander Lee –como Jorge Vercilo- irrita a crítica especializada por sua facilidade em compor canções imediatamente no limite do brega. No entanto, o compositor de Belo Horizonte (MG) não cai jamais na armadilha nesse quinto álbum, « Faro », mais pop que seus predecessores, que contem 12 composições que são de qualquer forma (bons) hits potenciais.

O álbum « Guanabara », de Fred Martins, sofre os efeitos decorrentes de sua categoria, em se tratando de um mercado do disco no qual se fomenta o hábito de se consumir música fast food. O compositor cinzela melodias sofisticadas sob harmonias elaboradas, que o ouvinte (ou o crítico) impaciente não dedica o devido tempo para saborear. O conjunto do álbum é uma bela homenagem à Bossa Nova, até mesmo nos detalhes - os mais meticulosos - dos arranjos.
Dentre os álbuns instrumentais, faz-se notar « Saudade do Cordão », do grande compositor e guitarrista Guinga, que revisita algumas de suas composições –além daquelas inéditas- com o clarinetista Paulo Sérgio Santos, que conduz todas as linhas melódicas. A sonoridade ora dolorosa, ora saltitante e ligeira da clarineta –que passeia pelos chorinhos, valsas, ou pelo côco- nos dando assim uma certa nostalgia de um Rio antigo. Esse belíssimo álbum tem um equivalente em dvd.

Muito próximo do « nonsense » inglês, a humorística capa (e as fotos do livreto !) do sexto álbum de Carlos Careqa, « Tudo que respira quer comer », reflete muito bem o espírito agradavelmente fora dos padrões desse artista do underground de São Paulo, que não se define tão facilmente. Carlos Careqa utiliza muito livremente o funk, o samba, o baião, e o tcha tcha tcha, para sustentar seus textos às vezes ácidos, às vezes reflexivos, ou ainda totalmente surrealistas, dentro da linha de Itamar Assumpção ou de André Abujamra. O que não impede que certos títulos evidenciam uma boa dose de lirismo, como a muito boa faixa-título, Isso passará, e também 28 (Vinte e oito).
O selo Biscoito Fino edita « Dolores Duran entre amigos », com gravações de reuniões entre amigos em meio aos quais Dolores Duran (1930-1959) transita por um repertório formado por clássicos americanos, franceses e brasileiros. Ela se faz acompanhar pelo violão pelos ainda jovens Baden Powell e Billy Blanco. A boa qualidade desses documentos preciosos dessa cantora e compositora importante da música brasileira, mereciam mesmo vir um dia a público.
Entre os inúmeros dvd’s, o lançamento do festivo « MTV ao vivo », de Arlindo Cruz, figura indispensável do samba carioca, que atinge seu apogeu popular depois de sua importante contribuição ao àlbum « Samba meu » (2007), de Maria Rita.

A seguir / à suivre…

1 commentaire:

Unknown a dit…

Gostei de como vc está apresentando as capas dos cds, mas penso que eu poderia ser a capa de Abril, afinal é o meu aniversário, vc esqueceu de comentar.

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