(texte français, texto português traduzido do francês)
Comme d’habitude chaque année, la récolte du mois de juin fut abondante. Voici quelques albums qui ont attiré l’attention de mon oreille d’amateurs, sans être exhaustif, bien sûr…
Aline Calixto, jeune chanteuse de 28 ans déjà sous l’aile protectrice de Warner music, s’engouffre dans la brèche ouverte par Roberta Sá, en abordant une samba élégante au charme parfois ancien. Ce premier album séduisant, produit par Leandro Sapucahy, visite principalement des compositeurs du Minas Gerais (Affonsinho, Santão, Renegado) et de Rio de Janeiro (Edu Krieger. Mauro Diniz, Arlindo Cruz). Sur la dernière plage de l’album, Uma só voz (Edu Krieger), elle reçoit la bénédiction de Monarco, Walter Alfaiate, Wilson Moreira et Nelson Sargento.
Dans un style musical assez semblable, qui prône une samba plus mélodique, Moyseis Marques lance « Fases do coração », un très bon second album qui confirme les qualités d’interprète mais aussi d’auteur de cette figure masculine –pour changer des nombreuses chanteuses- qui s’est épanouie dans le quartier de Lapa (RJ).

Parmi les projets qui auront rendu hommage à Carmen Miranda (1909-1955) pour le cinquantenaire de sa naissance, « Balangandãs » de Ná Ozzetti (voir photo ci-dessus) s’impose de loin comme le plus réussi. La chanteuse de São Paulo ne s’aventure pas dans l’interprétation caricaturale. C’est armée de son talent personnel que Ná revisite avec des arrangement simples, modernes et parfois audacieux, le répertoire de celle qui fut l’image du Brésil à l’étranger, à partir des années 1930.
Changement de cap musical avec « Drês », le sixième album studio de Nando Reis. Un disque folk/rock puissant produit par Nando et Carlos Pontual dont la guitare rageuse domine toute la sonorité du disque. Avec Mosaico abstato et Hi, Dri, l’album de l’ex-Titãs, possède les meilleurs morceaux purement rock de l’année.

Erasmo Carlos est avec Raul Seixas et Rita Lee une des trois grandes icônes du rock brésilien. Mais des trois, Erasmo fut le premier ! En intitulant son dernier album « Rock’n’roll », l’artiste ne trompe personne. Entre rock, folk et country, l’album semble tout droit sorti d’un studio de Memphis. En cela la production de Liminha est irréprochable, et l’on rentre de plain-pied –avec santiag et blouson de cuir- dès les premiers accords de Jogo sujo (Erasmo Carlos). Hélas –avec tout le respect du à l’icône- la qualité moyenne de compositions, sur la longueur, modère un peu l’enthousiasme.
Séduite par la bande originale du film français « les chansons d’amour » (2007) de Cristophe Honoré, Zélia Duncan en retire deux compositions d’Alex Beaupin : As-tu déjà aimé? et De bonnes raisons. As-tu déjà aimé? devient « Pelo sabor do gesto » qui donne le titre à l’excellent album de la chanteuse de Niteroí (son huitième), produit par deux des producteurs les plus en vue du moment, Beto Villares (Céu, Rodrigo Campos) et John Ulhoa (Pato Fu, Fernanda Takai, Erika Machado).
Zélia revient brillamment à la pop de ses débuts, mais elle l’adapte à son temps par un habillage plus éthéré, contemporain et truffé de trouvailles sonores colorées.

« Pode entrar » est le dernier cd/dvd d’Ivete Sangalo. L’énergique bahianaise s’entoure d’un casting d’invités de luxe venus de divers horizons musicals : Maria Bethânia, Marcelo Camelo, Lulu Santos, Carlinhos Brown ou Saulo Fernandes. Quelques titres se distinguent comme Teus olhos (Marcelo Camelo), mais l’ensemble des 17 chansons (pfff !) végètent encore dans une grande banalité.
On attend toujours un bon répertoire à la hauteur du talent d’interprète d’Ivetinha.

« Pétala por pétala », deuxième album pour Vanessa Bumagny, après le bon « De papel » sorti en 2003. Produite par Zeca Baleiro, Vanessa participe seule ou en collaboration à toutes les compositions. Un album zen et aérien. On regrettera un peu trop d’effet reverb sur la voix de la chanteuse, qui n’en a pas vraiment besoin pour démontrer ses qualités vocales. Des qualités que Luiza Possi (oui, oui, la fille de Zizi Possi) possède aussi, indéniablement. Mais la jeune chanteuse, comme Ivete Sangalo, n’arrive toujours pas à se former un répertoire convainquant dans « Bon ventos sembre chegam ». Les bons vents doivent encore arriver…
Claudia Telles (oui, oui, la fille de Silvia Telles), nous offre un bel album de bossa classique, de sa voix acidulée. La plage titulaire « Quem sabe você » est signée Roberto Menescal et Ronaldo Bôscoli, mais on trouve aussi les noms de Carlos Lyra, Roberto Carlos, Edu Lobo, Vinicius de Moraes, Johnny Alf ou Rosa Passos.
Comme Vanessa Bumagny, on avait un peu perdu de vue Fernanda Porto, une des figures de proue de la scène électronique de São Paulo des années 2000. Elle revient avec « Auto.retrato », dans la même veine musicale. Ludique, mais pas essentiel.
Claudia Telles (oui, oui, la fille de Silvia Telles), nous offre un bel album de bossa classique, de sa voix acidulée. La plage titulaire « Quem sabe você » est signée Roberto Menescal et Ronaldo Bôscoli, mais on trouve aussi les noms de Carlos Lyra, Roberto Carlos, Edu Lobo, Vinicius de Moraes, Johnny Alf ou Rosa Passos.
Comme Vanessa Bumagny, on avait un peu perdu de vue Fernanda Porto, une des figures de proue de la scène électronique de São Paulo des années 2000. Elle revient avec « Auto.retrato », dans la même veine musicale. Ludique, mais pas essentiel.
Sobrevoando 2009 : junho…
Como de hábito a cada ano, a safra do mês de junho foi abundante. Abaixo alguns álbuns que desviaram a atenção de meus ouvidos dos amadores, sem que isso tenha sido exaustivo, naturalmente...
Com relação ao Samba, aqueles de quem me aproximei...
Aline Calixto, jovem cantora de 28 anos, já sob as asas protetoras da Warner music, esgueira-se pela brecha aberta por Roberta Sá, ao abordar um samba elegante com um charme às vezes antigo. Esse primeiro bom disco, produzido por Leandro Sapucahy, visita principalmente os compositores de Minas Gerais (Affonsinho, Santão, Renegado) e do Rio de Janeiro (Edu Krieger, Mauro Diniz, Arlindo Cruz). Na última faixa do álbum, Uma só voz (Edu Krieger), ela recebe as bênçãos de Monarco, Walter Alfaiate, Wilson Moreira e Nelson Sargento.
Com relação ao Samba, aqueles de quem me aproximei...
Aline Calixto, jovem cantora de 28 anos, já sob as asas protetoras da Warner music, esgueira-se pela brecha aberta por Roberta Sá, ao abordar um samba elegante com um charme às vezes antigo. Esse primeiro bom disco, produzido por Leandro Sapucahy, visita principalmente os compositores de Minas Gerais (Affonsinho, Santão, Renegado) e do Rio de Janeiro (Edu Krieger, Mauro Diniz, Arlindo Cruz). Na última faixa do álbum, Uma só voz (Edu Krieger), ela recebe as bênçãos de Monarco, Walter Alfaiate, Wilson Moreira e Nelson Sargento.

Já um pouco mais aguerrido, o excelente cantor Marcos Sacramento cerca-se de três instrumentistas de primeira categoria para « Na cabeça », que surpreende nessa fórmula acústica audaciosa : uma voz e três violões. Luis F. Alcofra, Zé Paulo Becker e Rogério Caetano se revezam nos arranjos para esse repertório em parte constituído por composições dos quatro integrantes do disco. Mas lança mão também de composições de Noel Rosa, Chico Buarque e Paulo Padilha.
Dentre os projetos que prestaram homenagem a Carmen Miranda (1909-1955) pelo cinquentenário de seu nascimento, « Balangandãs », de Ná Ozzetti (foto no texto francês), se impõe de longe como o melhor. A cantora de São Paulo não se aventura à interpretação caricatural. É munida de seu talento pessoal que Ná revisita com arranjos simples, modernos e por vezes audaciosos, o repertório daquela que foi a imagem do Brasil no estrangeiro, a partir da década de 30.

E por falar em Titãs, o grupo de São Paulo, que existe desde 1982, lança « Sacos plásticos », bastante mal aceito pela crítica especializada brasileira. O quinteto utiliza sempre as mesmas fórmulas musicais, entre rock/punk e baladas comerciais, uma vez que as letras possuem sempre o mesmo tipo de estrutura... Mas enfim, mesmo assim, eu gosto, e vou continuar gostando !
.jpg)
Seduzida pela trilha sonora original do filme francês « Les chansons d’amour » (2007), de Cristophe Honoré, Zélia Duncan retira dele duas composições de Alex Beaupin : As-tu déjà aimé? e De bonnes raisons.
As-tu déjà aimé vem a ser « Pelo sabor do gesto » (foto acima), que dá o título ao excelente álbum da cantora de Niteroí (seu oitavo), produzido por dois dos produtores mais visados no momento : Beto Villares (Céu, Rodrigo Campos) e John Ulhoa (Pato Fu, Fernanda Takai, Erika Machado). Zélia retorna brilhantemente ao pop de suas origens, mas ela o adapta a seu tempo, através de uma roupagem mais etérea, contemporânea e recheada de achados sonoros coloridos.
Fernanda Cunha lança « Brasil Canadá », um álbum na ambiência bossa jazz, composto por nove títulos pinçados de um repertório tanto brasileiro quanto canadense. O conceito é um pouco estranho, mas a bela voz de Fernanda -qui lembra a de Elis Regina em suas interpretações mais sóbrias- chega a unificar um repertório a priori desconexo. Pescador (Marcio Hallack) e O primeiro jornal (Suely Costa/ Abel Silva) fazem parte das mais belas composições ouvidas esse ano.
As-tu déjà aimé vem a ser « Pelo sabor do gesto » (foto acima), que dá o título ao excelente álbum da cantora de Niteroí (seu oitavo), produzido por dois dos produtores mais visados no momento : Beto Villares (Céu, Rodrigo Campos) e John Ulhoa (Pato Fu, Fernanda Takai, Erika Machado). Zélia retorna brilhantemente ao pop de suas origens, mas ela o adapta a seu tempo, através de uma roupagem mais etérea, contemporânea e recheada de achados sonoros coloridos.
Fernanda Cunha lança « Brasil Canadá », um álbum na ambiência bossa jazz, composto por nove títulos pinçados de um repertório tanto brasileiro quanto canadense. O conceito é um pouco estranho, mas a bela voz de Fernanda -qui lembra a de Elis Regina em suas interpretações mais sóbrias- chega a unificar um repertório a priori desconexo. Pescador (Marcio Hallack) e O primeiro jornal (Suely Costa/ Abel Silva) fazem parte das mais belas composições ouvidas esse ano.

Ainda esperamos um bom repertório à altura do talento de intérprete de Ivetinha.
E ainda, algumas notas notas revistas no meu diário de classe...
« Pétala por pétala », segundo álbum por Vanessa Bumagny, depois do bom « De papel », lançado em 2003. Produzido por Zeca Baleiro, nele Vanessa participa sozinha ou em parceria em todas as composições. Um àlbum zen e aéreo. Uma pena o excesso de efeitos de reverberação sobre a voz da cantora, que nem precisava deles para demonstrar suas qualidades vocais.

Claudia Telles (sim, sim, a filha de Silvia Telles), nos oferece um belo álbum de bossa clássica, com sua voz acidulada. A faixa título « Quem sabe você » é assinada por Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli, mas encontramos ainda no disco os nomes de Carlos Lyra, Roberto Carlos, Edu Lobo, Vinicius de Moraes, Johnny Alf e Rosa Passos.
Como Vanessa Bumagny, perdemos um pouco de vista Fernanda Porto, uma da figuras de proa da cena eletrônica de São Paulo dos anos 2000. Ela retorna com « Auto retrato », dentro de sua mesma veia musical. Lúdica, mas não essencial.
1 commentaire:
Daniel, sobre os Titãs, você não está só. "Deixe que digam, que pensem, que falem"... continuaremos gostando...
Enregistrer un commentaire