mercredi 21 avril 2010

En écoute aujourd’hui : Edu Lobo.


(texte trançais, texto português traduzido do francês)

La sortie d’un nouvel album d’Edu Lobo est un événement aussi rare que précieux...Ou devrait-on dire, précieux parce qu’il est rare…
Depuis son premier album de 1965, « A Música de Edu Lobo por Edu Lobo », ce maître de la composition a distillé au compte-gouttes ce qu’on appelle les disques de carrière, c’est-à-dire ceux qui sont créés pour constituer une oeuvre en soi.
À côté de ceux-ci, il existe bien sûr ceux qui furent enregistrés pour divers projets de théâtre ou de ballet, et qui nous ont valu quelques pièces mémorables comme « O Grande circo mistico » (1983), « O Corsario do rei » (1985) ou « Cambaio » (2002), composés en collaboration avec son vieux collaborateur et ami, Chico Buarque.

Du « Grande circo mistico », il reprend ici Ciranda de bailarina, A Bela e a fera et A Historia de Lily Braun, et de « Cambaio », Ode aos ratos. Il les place stratégiquement en deuxième partie d’album, pour que dès le départ, nous soyons plongés dans un répertoire d’inédits (ou presque), qui constituent bien sûr tout l’intérêt de « Tantas Marés ». Et face à l’évidente beauté de ces nouvelles chansons, on se sent frustré qu’elles ne soient en vérité que quatre.
Mais ne boudons pas notre plaisir: Les douze titres forment une magnifique cohésion sous la production et les arrangements musicaux de Cristovão Bastos.
Et d’abord donc, ces nouvelles chansons composées avec l’infatigable poète Paulo César Pinheiro : Canção cigano, dont l’introduction au piano et la mélodie sonnent déjà comme un classique de l’artiste ; Primeira cantiga, un acalanto (berçeuse) dont le lyrisme est accentué par la participation spéciale de Monica Salmaso (Edu n’aurait pas pu faire un meilleur choix). Et enfin, Qualquer caminho, une valse lente, et la plage titulaire,Tantas Marés, dont la beauté mélodique n’a d’égal que les arrangements partagés entre le piano de Bastos –qui domine tout l’album- et les cordes toujours très justement dosées.
Dança do corrupião, qui ouvre le disque, et l’irrésistible chorinho Perambulando sont en réalité deux thèmes instrumentaux déjà existant et laissé ici entre les mains de Pinheiro, qui les transforme en de nouvelles chansons à part entière. Senhora do rio, quant à elle, figurait sur l’unique dvd de l’artiste, « Vento Bravo » (2007).
Mais si l’instrumentation -d’un magnifique classicisme- domine l’album, il serait injuste d’omettre la qualité vocale d’Edu Lobo (souvent considéré comme un chanteur moyen) particulièrement brillante sur cet album. Mixée très en avant, elle nous apparaît sûre et rassurante sur les ballade et tonique sur les plages plus rythmées, comme dans Angu de caroço, un frevo exhumé du répertoire des années 70, qui nous rappelle les origines nordestines de l’artiste. Des origines qui ont toujours inspiré sa musique, et qui le distinguaient déjà parmi les jeunes compositeurs post-Bossa nova des années 60.
Il ne se trouvera pas grand monde pour critiquer la dernière création d’Edu Lobo, Tantas Marés, alors raison de plus pour lui adresser cette unique plainte en forme de demande : celle d’être plus prolixe et audacieux dans les années à venir.. !

En vidéos (plus bas): "A Historia de Lily Braun" par Edu et Monica Salmaso, et "Ciranda de bailarina par Edu et Chico Buarque.


Escutando hoje : Edu Lobo.

O lançamento de um novo álbum de Edu Lobo é um acontecimento tão raro quanto precioso. Ou melhor dizendo : precioso uma vez que é raro...
Desde seu primeiro álbum, de 1965, « A Música de Edu Lobo por Edu Lobo », esse mestre da composição destilou a conta gotas o que a gente chama de discos « de carreira », ou seja, aqueles que são elaborados para ser uma obra em si.
Ao lado disso, existem naturalmente os álbuns que foram gravados para diversos projetos de teatro ou de balé, e que nos renderam algumas peças memoráveis como « O Grande circo místico » (1983), « O Corsário do rei » (1985), e « Cambaio » (2002), compostas em parceria com seu velho amigo, Chico Buarque.

Do « Grande circo místico », ele retoma aqui Ciranda da bailarina, A Bela e a fera, e A Historia de Lily Braun. De « Cambaio », temos Ode aos ratos numa versao que perde seu lado de embolada. Ele as coloca estrategicamente na segunda parte de « Tantas marés » para que, desde o inicio, nós possamos mergulhar num repertório inédito (ou quase), que constitui certamente o interesse maior do álbum. E face à evidente beleza dessas novas canções, nos sentimos um pouco frustrados pelo fato de que elas não somem na verdade mais do que quatro.
Mas não estraguemos nosso próprio prazer: os doze títulos resultam em magnífica coesão, sob a produção e os arranjos musicais de Cristóvão Bastos.

E para começar então, essas são as novas canções compostas pelo incansável poeta Paulo Cesar Pinheiro : Canção cigana, na qual a introdução ao piano e a melodia já soam como um clássico do artista ; Primeira cantiga, um acalanto no qual o lirismo é acentuado pela participação especial de Monica Salmaso (Edu não poderia ter feito aqui uma escolha melhor). E finalmente, Qualquer caminho, uma valsa lenta, além da faixa título Tantas Marés, nas quais a beleza melódica só encontra par nos arranjos compartilhados entre o piano de Bastos –que domina todo o álbum- e os acordes sempre precisamente dosados.
Dança do corrupião, que abre o disco, e o irresistível chorinho Perambulando, são na realidade dois temas instrumentais já existentes e trazidos aqui pelas mãos de Pinheiro, que os transforma em novas canções de forma integral. Senhora do rio, no que lhe diz respeito, ja figurava no único dvd do artista, « Vento Bravo » (2007).
Mas se a instrumentação –de um magnífico classicismo- domina o álbum, seria injusto omitir a qualidade vocal de Edu Lobo (frequentemente considerado um cantor mediano), particularmente brilhante nesse álbum. Mixada mais adiante, ela nos aparece segura e aconchegante nas baladas, e tônica nas faixas mais ritmadas, como em Angu de caroço : um frevo desencavado do repertório dos anos 70, que nos faz lembrar as origens nordestinas do artista. Origens essas que sempre inspiraram sua música, e que já o distinguiam entre os jovens compositores pós-Bossa Nova dos anos 60.
Dificilmente se achará agora alguém para criticar a mais recente criação de Edu Lobo, Tantas Marés, razão a mais então para endereçar aqui ao artista essa nossa única lamúria, em forma de pedido : a de que ele seja mais prolixo e audacioso nos anos por vir... !

P.S. : Para conferir a vida e a obra de Edu Lobo, basta acessar o site oficial do artista, produzido e mantido pela Tower Web, dos meus amigos, o jornalista Cal Gomes e seu irmão, o fotógrafo Marcoz Gomez.


Aucun commentaire:

CE BLOG EST DÉDIÉ AUX CURIEUX QUI AIMERAIENT CONNAÎTRE L'ART ET LA MUSIQUE POPULAIRE BRÉSILIENNE. UNE OCCASION POUR LES FRANCOPHONES DE DÉCOUVRIR UN MONDE INCONNU OU IL EST DE MISE DE LAISSER SES PRÉJUGES AU VESTIAIRE.