dimanche 18 avril 2010

En écoute aujourd’hui : Mariana Baltar.

Mariana Baltar, chanteuse élégante
de la scène carioca (photo Daniel A.)


(Texte français, texto português traduzido do francês)

Avec son style élégant de parisienne de la belle époque, Mariana Baltar avait à juste titre enthousiasmé la critique avec son premier album, sorti en 2006, « Uma dama também quer se divertir » (Une dame, aussi, veut se divertir). Elle démontrait une grande aisance dans un répertoire de sambas traditionnelles, légères et pétillantes, comme celles qui caractérisent l’univers des compositeurs Assis Valente, Ataulfo Alves, Herminio Bello de Carvalho ou encore Elton Medeiros.

Loin de vouloir répéter la même formule, son nouvel album (qui porte simplement son nom) ne joue pas la facilité et peut déconcerter. Un peu comme le deuxième album d’Ana Costa sorti l’année dernière, qui possédait la même structure.
Le disque s’ouvre d’abord sur des plages qui mettent en confiance l’auditeur, en variant les styles et les rythmes avec bonheur, avant d’aborder des compositions lentes aux mélodies plus hermétiques.
Mariana outrepasse dès le départ la samba avec Tia Eulália na xiba (Claúdio Jorge/ Nei Lopes), un jongo (genre bahianais) qui ouvre l’album, pour suivre ensuite avec le délicieux Maldita cancela (Delcio Carvalho/ Osório Peixoto) et le plus sérieux Sertão do vale (Zé Paulo Becker/ Mauro Aguiar) qui restent encrés sur les terres du Nordeste. On reste encore en terrain connu avec Teco Teco (Pereira da Costa/ Milton Villela) et Uva de caminhão (Assis Valente), deux sambas sautillantes dans lesquelles l’artiste excelle.
Mais dès Canções de menina (Thiago Amud/ Pedro Moraes), Mariana se met en danger en alignant 5 titres aux mélodies tortueuses. La chanteuse ne pense plus tant à se divertir qu’à chercher la sophistication en donnant carte blanche aux compositeurs de la jeune génération.
Plusieurs écoutes sont alors nécessaires pour entrer dans le cœur de l’album dominé par l’instrumentation propre au chorinho. Alors enfin, oui, la beauté de Quando a esquina bifurca (Thiago Amut) ou de Canção marinha (L.F. Alcofra/ Lenildo Gomes) apparaît.
Ces compositions plus complexes nous font cependant découvrir d’autres approches vocales de Mariana Baltar comme dans Sonambulo (Edu Kneip/ Mauro Aguiar), où la voix se fait plus feutrée et sobre, proche parfois de Nara Leão...
L’album reprend un peu de vivacité avec Tanto samba (J. Pinheiro/ P.C. Pinheiro) et Jongo do irmao café (Wilson Moreira/ Nei Lopes), mais pour une fois (et c’est bien la première fois que j’écris cela !), deux morceaux supplémentaires plus rythmés n’auraient pas été superflus.
En résumé, l’album reste d’un fort bon niveau, mais une meilleure distribution des plages, sur la longueur, n’aura pas été inutile pour séduire les auditeurs trop pressés…
Et puis de toutes façons, Mariana Baltar reste une des chanteuses les plus précieuses que Rio de Janeiro a vu éclore ces dernières années…

Escutando hoje : Mariana Baltar.

Com seu estilo elegante de parisiense da belle époque, Mariana Baltar entusiasmou – com justiça – a crítica, através de seu primeiro álbum, lançado em 2006 : « Uma dama também quer se divertir ». Ela demonstrou um grande desembaraço com um repertório de sambas tradicionias, ligeiros e efervescentes, como aqueles que caracterizam o universo dos compositores Assis Valente, Ataulfo Alves, Herminio Bello de Carvalho, ou ainda Elton Medeiros.

Longe de querer repetir a mesma fórmula, seu novo álbum (que traz simplesmente seu nome) não apela para o comodismo e pode até desconcertar. Um pouco como o segundo álbum de Ana Costa lançado no ano anterior, que possuía a mesma estrutura.
O disco se inicia com faixas que dão confiança ao ouvinte, ao variar os estilos e os ritmos com alegria, antes de abordar as composições lentas com melodias mais herméticas.
Mariana se supera logo no início com o samba Tia Eulália na xiba (Claúdio Jorge/ Nei Lopes) e um jongo que abre o álbum, para seguir posteriormente com o delicioso Maldita cancela (Delcio Carvalho/ Osório Peixoto), e o mais sério Sertão do vale (Zé Paulo Becker/ Mauro Aguiar), esses tingidos pelos tons de terra do Nordeste. Continuamos ainda em terreno conhecido com Teco Teco (Pereira da Costa/ Milton Villela) e Uva de caminhão (Assis Valente), dois famosos sambas leves através dos quais a artista se sobressai.
Mas a partir de Canções de menina (Thiago Amud/ Pedro Moraes), Mariana coloca-se em perigo ao alinhar 5 títulos com melodias tortuosas. A cantora não pensa mais tanto em se divertir, mas sim em buscar sofisticação ao dar carta branca aos compositores da mais nova geração.
Várias audições são então necessárias para penetrar no âmago do álbum dominado pela instrumentação própria ao chorinho. Então, enfim, sim... a beleza de Quando a esquina bifurca (Thiago Amut) ou de Canção marinha (L.F. Alcofra/ Lenildo Gomes) aparecem.
Essas composições mais complexas nos fazem contudo descobrir outras abordagens vocais de Mariana Baltar, como em Sonâmbulo (Edu Kneip/ Mauro Aguiar), onde a voz se faz mais aveludada e sóbria, parecida às vezes com a de Nara Leão...
O disco retoma um pouca da sua vivacidade com Tanto samba (J. Pinheiro/ P.C. Pinheiro) e Jongo do irmão café (Wilson Moreira/ Nei Lopes), quando por uma vez (e essa é a primeira vez que eu escrevo isso !) duas cançoes complementares mais ritmadas nao teriam sido inuteis…
Em resumo : o álbum é de muito bom nível, mas uma melhor distribuição das faixas, ao longo de sua extensão, teria sido bastante útil para seduzir os ouvintes mais apressados...
Mas, de qualquer maneira, Mariana Baltar continua sendo uma das cantoras mais preciosas que o Rio de Janeiro já viu desabrochar nesses últimos anos...

Videos: "Maldita cancela" (D. Carvalho/ O. Peixoto) e "Presentimentos" (H.B. de Carvalho/ E. Medeiros), essa do primeiro disco da cantora...

1 commentaire:

David a dit…

Eu gosto das músicas Mariana Baltar. todo sábado à noite eu me encontro com amigos para jantar em minha casa. enquanto espera para Delivery Vila Mariana, nós ouvir essa cantora maravilhosa. Espero ir a alguns de seu recital. Beijos

CE BLOG EST DÉDIÉ AUX CURIEUX QUI AIMERAIENT CONNAÎTRE L'ART ET LA MUSIQUE POPULAIRE BRÉSILIENNE. UNE OCCASION POUR LES FRANCOPHONES DE DÉCOUVRIR UN MONDE INCONNU OU IL EST DE MISE DE LAISSER SES PRÉJUGES AU VESTIAIRE.