(texte français plus bas)
(texto português traduzido do post anterior em francês, com fotos diferentes)
Uma outra forma de apreender o espaço-tempo ; uma outra maneira de raciocinar ; por vezes outros valores ; e afinal, quase uma outra cultura... Para mim é cada vez mais evidente que São Paulo é mais do que uma outra cidade brasileira, diferente do Rio. É um outro país... Ou será talvez que o Rio me pareça mais exótico uma vez que São Paulo me faz lembrar as cidades que me são mais familiares ? Nova York, Paris, Buenos Aires, e até mesmo Lisboa, por determinados aspectos, remetem à mentalidade aqui reinante.
Ainda no Rio, no domingo 16 de maio, a visita às exposições « O Triunfo das Carrancas » e do pintor baiano José Pinto (1932-2008), no Centro Cultural dos Correios, me reintroduziu no universo fascinante dos grandes artistas populares brasileiros (eu voltarei a essas duas exposições mais à frente).
Foi a ocasião, então, uma vez chegando à capital paulista, de rever os acervos de alguns museus e galerias que divulgam essa arte mais essencial que o « establishment » conservador ainda se recusa um pouco a reconhecer... Embora... Nesses últimos anos, os colecionadores de arte contemporânea- geralmente mais curiosos e abertos por natureza- atiraram-se sobre as obras dos maiores artistas do gênero –pintores e escultores- e assim os preços desses trabalhos ascenderam de maneira fulgurante. Na realidade, a Arte Popular não tem nada de mais além da denominação « popular » em si...
Afinal de contas, percebe-se que são artistas que possuem uma biografia, uma obra, um currículo, e que –no que concerne aos pintores- frequentemente já trabalharam ao lado de artistas
« eruditos ».
Foi a ocasião, então, uma vez chegando à capital paulista, de rever os acervos de alguns museus e galerias que divulgam essa arte mais essencial que o « establishment » conservador ainda se recusa um pouco a reconhecer... Embora... Nesses últimos anos, os colecionadores de arte contemporânea- geralmente mais curiosos e abertos por natureza- atiraram-se sobre as obras dos maiores artistas do gênero –pintores e escultores- e assim os preços desses trabalhos ascenderam de maneira fulgurante. Na realidade, a Arte Popular não tem nada de mais além da denominação « popular » em si...
Afinal de contas, percebe-se que são artistas que possuem uma biografia, uma obra, um currículo, e que –no que concerne aos pintores- frequentemente já trabalharam ao lado de artistas
« eruditos ».
A programação musical de São Paulo, essa semana, não foi muito bem fornida. Sem dúvida em consequência da « ressaca » por conta do grande evento que foi a Virada Cultural que animou a capital no fim de semana passado, e que envolveu muitos artistas.
Contudo, foi possível ver alguns nomes bem específicos da cena paulistana em cartaz, como Vanessa Bumagny, Adriana Peixoto (sobrinha do grande Cauby), Fabianna Cozza, ou ainda Rodrigo Campos, que lançou um dos grandes discos de 2009 : « São Mateus não é um lugar assim tão longe ».
Rodrigo faz parte desses artistas de São Paulo que constituem uma geração particularmente inovadora e revigorante, que mescla as tradições brasileiras com uma sonoridade mais alternativa.
As cantoras Céu e Mariana Aydar foram as grandes revelações dessa vertente, no ano passado, que inclui outros músicos e produtores essenciais como Beto Villares, Fernando Catatau, Marcelo Jeneci, Romulo Fróes e Curumin ; bem como ainda outros...
Rodrigo Campos apresentou-se nessa quinta feira, 20 de maio, na Casa das Caldeiras, uma antiga usina que abrigava geradores de energia nos anos 20. Esse edifício –vestígio do poder econômico da família Matarazzo- foi tombado, e desde 1998 abriga alguns ateliers de artistas plásticos, além de ser palco para diversos eventos culturais.
Contudo, foi possível ver alguns nomes bem específicos da cena paulistana em cartaz, como Vanessa Bumagny, Adriana Peixoto (sobrinha do grande Cauby), Fabianna Cozza, ou ainda Rodrigo Campos, que lançou um dos grandes discos de 2009 : « São Mateus não é um lugar assim tão longe ».
Rodrigo faz parte desses artistas de São Paulo que constituem uma geração particularmente inovadora e revigorante, que mescla as tradições brasileiras com uma sonoridade mais alternativa.
As cantoras Céu e Mariana Aydar foram as grandes revelações dessa vertente, no ano passado, que inclui outros músicos e produtores essenciais como Beto Villares, Fernando Catatau, Marcelo Jeneci, Romulo Fróes e Curumin ; bem como ainda outros...
Rodrigo Campos apresentou-se nessa quinta feira, 20 de maio, na Casa das Caldeiras, uma antiga usina que abrigava geradores de energia nos anos 20. Esse edifício –vestígio do poder econômico da família Matarazzo- foi tombado, e desde 1998 abriga alguns ateliers de artistas plásticos, além de ser palco para diversos eventos culturais.
Frente a umas cinquenta pessoas, Rodrigo desfia todos os títulos de seu álbum, numa das pequenas salas que me fizeram lembrar os bares clandestinos e precários que abrigavam as noites « new wave » de Bruxelas...
Pouca luz (sinto muito pelas fotos !) e um som bastante mal mixado (faltava agudos) não fizeram justiça ao repertório poético do violonista e cavaquista, que contou com a presença frequente da cantora Luisa Maita.
E por falar em poesia, já nos primeiros arpejos que introduzem California azul (Rodrigo Campos), eu tive uma espécie de flash que me remeteu a certas composições melancólicas e introspectivas de Paulinho da Viola, como Pra um amor no Recife, e sobretudo, aqui nesse caso, Sinal Fechado (além de ser no mesmo tom nos vídeos abaixo!)… Eu deixo aos leitores julgar a pertinência dessa comparação...
Pouca luz (sinto muito pelas fotos !) e um som bastante mal mixado (faltava agudos) não fizeram justiça ao repertório poético do violonista e cavaquista, que contou com a presença frequente da cantora Luisa Maita.
E por falar em poesia, já nos primeiros arpejos que introduzem California azul (Rodrigo Campos), eu tive uma espécie de flash que me remeteu a certas composições melancólicas e introspectivas de Paulinho da Viola, como Pra um amor no Recife, e sobretudo, aqui nesse caso, Sinal Fechado (além de ser no mesmo tom nos vídeos abaixo!)… Eu deixo aos leitores julgar a pertinência dessa comparação...
3 commentaires:
Sim, Daniel, é mais do que melancólico, I would say. É sombrio esse tom! Maestros, mas espero que o disco de Rodrigo traga algo também alegre!
Kisses,
Lady Jane.
J'aime beaucoup ce peintre Daniel, peux tu en dire quelque chose? Merci..
Stéphane Olin
OI DANI, O RODRIGO EUM POETA DE SP MESMO!! ADOROOO, AS VEZES ME FAZ CHORAR...
Luciane
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