lundi 19 juillet 2010

« Melhor assim », Teresa Cristina no Teatro Rival.

Teresa Cristina, Teatro Rival, 17/07 (foto Daniel A.)

(texte français plus bas, texto português traduzido do francês)

Em seu espetáculo «Melhor assim » -como podemos verificar também em seu recente dvd de mesmo nome- Teresa Cristina começa seu show a partir de um exercício que pode se revelar arriscado, se não se está em grande forma vocal. Ela introduz, à capela, alguns versos de A voz de uma pessoa vitoriosa, de Caetano Veloso, e –nesse sábado, 17 de julho, no Teatro Rival- um pequeno resfriado parecia estar lhe causando alguns problemas em atingir certas notas. Mas sempre muito simples e natural, depois da primeira canção -Maria Joana, a pérola de Sidney Miller-, Teresa explica ao público que fará o máximo possível para debelar a gripe no dia seguinte. E na realidade, esse pequeno problema transformou-se rapidamente em anedota, uma vez que sua voz aqueceu-se de vez.

Teresa Cristina "vive" as suas canções (foto Daniel A.)

Ao relembrar as numerosas ocasiões que tive de assistir à cantora, eu me disse que, agora, eu estava frente a uma artista verdadeiramente na auge da sua arte.
Eu não gostaria de traçar um perfil psicanalítico barato de Teresa ; porém, ouso dizer que a partir da maternidade, ela tornou-se uma mulher completa a partir desse evento, o que transparece de maneira evidente através da artista. Ela adquiriu uma segurança tanto como intérprete quanto como compositora –um papel agora definitivamente assumido. Até mesmo visualmente, Teresa tornou-se uma mulher jubilosa, sorridente, que brinca com o público e que « interpreta », ou seja, « vive » as suas canções. O que não era o caso até alguns anos atrás.
Numa entrevista, em 2008, ela me havia dito que não se sentia ainda tecnicamente irrepreensível. Mas é essa voz aparentemente frágil, carregada de emoção (nos lembra Alaide Costa, menos exacerbada), que faz dela uma personalidade única dentre as cantoras de samba.
Quanto ao show, durante o qual eu não fiz anotações, ele me pareceu mais curto do que no dvd, mas foi suficiente para reviver, nessa bela noite musical, a maioria dos títulos do seu repertório, ao qual ela acrescentou Medo de amar... prestando assim uma dupla homenagem : a Vinicius de Moraes (1927-1980), e a Eliseth Cardoso (1920-1990), que completaria 90 anos.

Aucun commentaire:

CE BLOG EST DÉDIÉ AUX CURIEUX QUI AIMERAIENT CONNAÎTRE L'ART ET LA MUSIQUE POPULAIRE BRÉSILIENNE. UNE OCCASION POUR LES FRANCOPHONES DE DÉCOUVRIR UN MONDE INCONNU OU IL EST DE MISE DE LAISSER SES PRÉJUGES AU VESTIAIRE.