(texte français plus bas, texto português traduzido do francês)
Em seu espetáculo «Melhor assim » -como podemos verificar também em seu recente dvd de mesmo nome- Teresa Cristina começa seu show a partir de um exercício que pode se revelar arriscado, se não se está em grande forma vocal. Ela introduz, à capela, alguns versos de A voz de uma pessoa vitoriosa, de Caetano Veloso, e –nesse sábado, 17 de julho, no Teatro Rival- um pequeno resfriado parecia estar lhe causando alguns problemas em atingir certas notas. Mas sempre muito simples e natural, depois da primeira canção -Maria Joana, a pérola de Sidney Miller-, Teresa explica ao público que fará o máximo possível para debelar a gripe no dia seguinte. E na realidade, esse pequeno problema transformou-se rapidamente em anedota, uma vez que sua voz aqueceu-se de vez.
Ao relembrar as numerosas ocasiões que tive de assistir à cantora, eu me disse que, agora, eu estava frente a uma artista verdadeiramente na auge da sua arte.
Eu não gostaria de traçar um perfil psicanalítico barato de Teresa ; porém, ouso dizer que a partir da maternidade, ela tornou-se uma mulher completa a partir desse evento, o que transparece de maneira evidente através da artista. Ela adquiriu uma segurança tanto como intérprete quanto como compositora –um papel agora definitivamente assumido. Até mesmo visualmente, Teresa tornou-se uma mulher jubilosa, sorridente, que brinca com o público e que « interpreta », ou seja, « vive » as suas canções. O que não era o caso até alguns anos atrás.
Numa entrevista, em 2008, ela me havia dito que não se sentia ainda tecnicamente irrepreensível. Mas é essa voz aparentemente frágil, carregada de emoção (nos lembra Alaide Costa, menos exacerbada), que faz dela uma personalidade única dentre as cantoras de samba.
Quanto ao show, durante o qual eu não fiz anotações, ele me pareceu mais curto do que no dvd, mas foi suficiente para reviver, nessa bela noite musical, a maioria dos títulos do seu repertório, ao qual ela acrescentou Medo de amar... prestando assim uma dupla homenagem : a Vinicius de Moraes (1927-1980), e a Eliseth Cardoso (1920-1990), que completaria 90 anos.
Eu não gostaria de traçar um perfil psicanalítico barato de Teresa ; porém, ouso dizer que a partir da maternidade, ela tornou-se uma mulher completa a partir desse evento, o que transparece de maneira evidente através da artista. Ela adquiriu uma segurança tanto como intérprete quanto como compositora –um papel agora definitivamente assumido. Até mesmo visualmente, Teresa tornou-se uma mulher jubilosa, sorridente, que brinca com o público e que « interpreta », ou seja, « vive » as suas canções. O que não era o caso até alguns anos atrás.
Numa entrevista, em 2008, ela me havia dito que não se sentia ainda tecnicamente irrepreensível. Mas é essa voz aparentemente frágil, carregada de emoção (nos lembra Alaide Costa, menos exacerbada), que faz dela uma personalidade única dentre as cantoras de samba.
Quanto ao show, durante o qual eu não fiz anotações, ele me pareceu mais curto do que no dvd, mas foi suficiente para reviver, nessa bela noite musical, a maioria dos títulos do seu repertório, ao qual ela acrescentou Medo de amar... prestando assim uma dupla homenagem : a Vinicius de Moraes (1927-1980), e a Eliseth Cardoso (1920-1990), que completaria 90 anos.
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