mardi 31 août 2010

Escutando hoje : Tulipa Ruiz e Luísa Maita.

Tulipa Ruiz (foto divulgaçao)

-texte français plus bas, avec d’autres vidéos.
-texto português traduzido do francês, com outros vídeos.


Não há dúvida alguma de que a jovem cena cena musical de São Paulo –que pose ser chamada independente, alternativa ou antenada- vem se tornando o que há de mais criativo e excitante no Brasil, nesses últimos anos. Esse movimento muito ativo (que foi objeto de um bom artigo recapitulativo do jornalista Leonardo Lichote recentemente, no Segundo Caderno d´O Globo, no dia 9 de agosto passado) possui tanto aspectos quanto integrantes peculiares.
Esses artistas não são forçosamente originários de São Paulo mesmo ; mas vieram, isso sim, de todo o Brasil –principalmente do Nordeste- e instalaram-se na megalópole para lá trabalhar.
Não realmente presos a um estilo definido, o único elo que verdadeiramente os une é a prática de trabalharem muito em conjunto –tanto em cena quanto em seus respectivos álbuns- ; e também não hesitam, com frequência, em colaborar com seus colegas do Rio de Janeiro.

Por sinal, o som da jovem cantora e compositora Tulipa Ruiz, em seu primeiro álbum, « Efêmera », se aproxima bastante do pop ligeiro e ingênuo que caracteriza aquele das cariocas Silvia Machete e Nina Becker e de tudo aquilo que diz respeito ao universo musical da formação +2 (Domenico Lancellotti, Kassin, Moreno Veloso) e Do amor.
Para reforçar o que eu aqui mencionei no início, encontramos em « Efêmera », nos backing vocals, algumas cantoras que já estão mais à frente da cena em São Paulo, como : Mariana Aydar, Tiê, Céu, Anelis Assumpção e Juliana Kehl.
E provando que todo esse pequeno mundo criativo não hesita em dar uma ajudinha, podemos também ler nesse disco os nomes de Karina Buhr, Ná Ozzetti e Romulo Fróes, que ilustram com alguns desenhos –tulipas !- o encarte do cd.
Com sua voz aguda e melodiosa, Tulipa apresenta um repertório quase inteiramente autoral, constituído por pequenas pérolas pop como Pontual, Sushi e Às vezes, que demostram não somente uma originalidade efervescente, como também um senso melódico sofisticado.
Apenas alguns títulos mais dispensáveis na segunda parte do álbum não fazem de « Efêmera » um álbum perfeito... Mas ele não está longe disso, não…

Em « Lero lero », a cantora e compositora Luísa Maita mostra uma outra faceta da música paulistana atual, menos pop do que a de Tulipa Ruiz. Uma sonoridade mais delicada e sofisticada, que já caracterizava alguns álbuns soberbos em 2009, como o de Mariana Aydar («Peixes pássaros pessoas ») ; o de Céu (« Vagarosa ») ; e, naturalmente, o de Rodrigo Campos, com o muito justamente aclamado « São Mateus não é um lugar assim tão longe ».
Nesse último, encontramos inclusive Luísa –companheira de Rodrigo- nos vocais, em quatro títulos.
Essa tendência musical na qual se insere a artista aproxima-se de um certo samba melancólico, por sua instrumentação por vezes tingida de ritmos afro, e na qual prevalece uma grande sutileza em seus arranjos e harmonias. E se « São Mateus… » de Rodrigo Campos revelou-se de uma pungente poesia urbana, « Lero lero » pode se apresentar como uma sequência absolutamente bem sucedida. Luísa Maita assina oito das onze canções que parecem sair da mesma pena de Campos, que contribui aqui com os outros três títulos. O conjunto forma uma magnífica harmonia, e já faz desse álbum um dos meus favoritos desse ano de 2010.

1 commentaire:

Anonyme a dit…

Adorei a Luisa Maita, em especial.
Strong urban poetry, for sure!
Kisses,
Lady Jane.

CE BLOG EST DÉDIÉ AUX CURIEUX QUI AIMERAIENT CONNAÎTRE L'ART ET LA MUSIQUE POPULAIRE BRÉSILIENNE. UNE OCCASION POUR LES FRANCOPHONES DE DÉCOUVRIR UN MONDE INCONNU OU IL EST DE MISE DE LAISSER SES PRÉJUGES AU VESTIAIRE.