dimanche 15 août 2010

Maria Rita, Tom Jazz de São Paulo.

Maria Rita, Tom Jazz, 09/08 (foto Daniel A.)

-texte français plus bas.
-texto português traduzido do francês, com outras fotos.


Conferir o show de Maria Rita no Tom Jazz –uma pequena sala paulista de 200 lugares- me fez lembrar da primeira vez em que assiti à cantora, em 2003, no finado clube Mistura Fina da Lagoa, no Rio de Janeiro.
Isso foi alguns dias antes do lançamento de seu primeiro álbum, e A Festa (Milton Nascimento) já tocava bastante nas rádios. Milton em pessoa estava em algum ponto da sala, como que para adubar aquela nova voz da MPB, que, ao longo de oito anos, percorreu o caminho necessário para tornar-se a única diva da nova geração, dentro da grande tradição da Música Popular Brasileira.
Ainda em 2003, foi o período de uma tempestade de entrevistas e artigos inevitáveis a propósito do « peso » da filiação da cantora : herdeira de seu ilustre pai, o pianista e arranjador César Camargo Mariano ; e sobretudo de sua mãe, Elis Regina (1945-1982), cuja semelhança, tanto vocal quanto gestual, Maria Rita não conseguia esconder.
Mas ela se impôs por si mesma, e em 2005 reafirmou seu talento com « Segundo », que, mais ainda do que no seu primeiro disco, deu visibilidade a compositores de sua geração como Rodrigo Maranhão, Edu Krieger, Fred Martins, e sobretudo Marcelo Camelo (Los Hermanos), sendo esse último, um autor recorrente em sua carreira... Um pouco como a própria Elis, que em sua época foi a porta voz de Ivan Lins, João Bosco, ou Milton Nascimento, entre outros.
Com « Samba meu » (título de uma composição de um outro talento carioca, Rodrigo Bittencourt) em 2007, Maria Rita dá à luz um excelente álbum, voltado principalmente para o samba –pois é !- e que expõe a cantora a um público mais amplo.
« Samba meu » (que contém 7 títulos do sambista Arlindo Cruz) ultrapassa a marca de 200.000 exemplares vendidos, e dá lugar a uma longa tournée, além de um dvd de mesmo nome.

Maria Rita, Tom Jazz, 06/08 (foto Daniel A.)

« Depois de ter viajado com a mega tournée « Samba meu » ao longo de dois anos e meio, eu queria descansar por uns 6 meses. Mas meu irmão João (Marcelo Bôscoli) me disse eu não teria nem duas semanas... e aqui estou eu! », conta a cantora na abertura do show assistido no Tom Jazz, no último dia 9 de agosto. De fato, Maria Rita decidiu fazer uma espécie de retorno às origens, a partir do mês de junho, através de uma longa série de segundas feiras (em agosto, setembro e ainda outubro), num formato intimista de trio jazz, para antes de qualquer coisa divertir a si mesma e interpretar canções que ela ama. E no final, o repertório revisita seus três álbuns, com direito a mais alguns títulos gravados com base em projetos de terceiros ; na verdade até mesmo peças nunca antes interpretadas pela cantora.
Ela abre o espetáculo com a soberba Conçeição dos coqueiros, de Lula Queiroga, para encadear sem pausa com Santana, de Junio Barreto. Mais à frente, ela interpreta Todo carnaval tem seu fim (ainda de Marcelo Camelo), daí encadeando com versões voluntariamente jazz de Só de você (Rita Lee/ Roberto de Carvalo) e A História de Lily Braun (Chico Buarque/ Edu Lobo).
Quer o espaço cênico seja de 25 ou 100 metros quadrados, ele pertence a Maria Rita de uma forma tal que nenhuma de suas colegas da mesma geração é capaz de dominar. De uma maestria vocal já de muito tempo irretocável, a paulistana hipnotiza seu público, e rever a estrela em tal circunstância só prova que seu talento dispensa artifícios de qualquer espécie...

Maria Rita se apresentará, ainda no Tom Jazz, nos dias 16, 23 e 30 de agosto, e ainda todas as segundas feiras de setembro e outubro de 2010. Ela será acompanhada por Tiago Costa (piano), Sylvinho Mazzucca (contrabaixo) e Cuca Teixeira (bateria).

1 commentaire:

Anonyme a dit…

Que fotos bonitas, Daniel ...
Ela está muito bem, a Maria Rita.
E vc. um ótimo fotógrafo!
Bjs.,
Lady Jane.

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