vendredi 12 novembre 2010

Guinga no CCB de Lisboa.

Guinga no CCB, 10/11, Lisboa (foto Daniel A.)
-texte français plus bas

No bairro de Belém, entre o célebre Mosteiro dos Jerônimos e o Monumento dos Descobridores, situado às margens do Rio Tejo, encontramos o imponente Centro Cultural de Belém, que impressiona por seus pontos de fuga e suas linhas retas, e cujo rigor da forma é atenuado por um jogo de planos inclinados e pelo tom bege das pedras calcáreas.
Foi dentro desse CCB que se apresentou, nesse último dia 10 de novembro, o músico brasileiro Guinga, acompanhado por dois outros virtuoses que são Lula Galvão (violão) e o italiano Gabriele Mirabassi (clarineta), para o show intitulado « Casa de Vila ».
Uma bela surpresa sobre a qual eu tomei conhecimento em cima da hora nesse primeiro dia de trânsito pela capital portuguesa –mais bela do que nunca, nesse período pré natalino- antes de me lançar à fornalha sul americana, na próxima semana.

Patio do CCB (foto Daniel A.)

Na verdade, o concerto de Guinga representou um « pequeno grande » acontecimento em si. Bastante surpreendente, esse grande compositor e violonista, que já participou de inúmeros festivais para além de suas fronteiras, nunca havia, até então, tocado em Portugal. E sem qualquer demagogia, o artista, que é de uma natureza francamente tímida, evocou sua vinda até cá com emoção : « Eu já toquei no mundo inteiro, inclusive na Europa , particularmente na Itália ; e eu nunca senti o que estou sentindo agora... Eu visitei a cidade, e experimentei alguma coisa difícil de definir, mas que me fez compreender melhor meu próprio país., a minha cultura, de onde venho.. Por favor, me convidem mais vezes ! », disse ele dirigindo-se ao Senhor Mario Vilalva, o novo embaixador do Brasil em Lisboa, que acabava de assumir suas funções alguns dias antes do espetáculo. Um Embaixador muito à vontade, que não hesitou em subir ao palco para apresentar o músico, tal qual um organizador do evento. Cabe mencionar que a Embaixada, ela mesma, foi uma parte importante envolvida na organização do concerto. Daí um público em sua maioria mais austero (terno e gravata dominavam a platéia), esse que veio assistir à apresentação especial do artista que completava seus 60 anos, sendo que 30 dos quais dedicados à carreira.

Gabriele Mirabassi, 10/11, CCB Lisboa (foto Daniel A.)

Alternando as linhas melódicas com Lula Galvão e Gabriele Mirabassi, Guinga revisita seus dez álbuns studio (que se estemdem de 1991 a 2009) em uma quinzena de títulos dentre os quais não poderiam faltar Cheio de dedos, Catavento e girassol, Cine baronesa e Senhorinha ; esse último, um dos raros cantados pelo violonista.
Em resumo : foi uma « soirée chic » (e nada cara !) ; e com um concerto que, no Brasil, a gente classificaria como um « biscoito fino »

Pequeno lembrete : nascido no Rio de Janeiro em 1950, Guinga (cujo verdadeiro nome é Carlos Althier Lemos Escobar) já acompanhou artistas como Clara Nunes, Beth Carvalho, Alaide Costa, Cartola e João Nogueira.
Ele também já compôs para Elis Regina, Michel Legrand, Sérgio Mendes, Leila Pinheiro, Chico Buarque, Ivan Lins… E colaborou com autores do calibre de Paulo César Pinheiro, Aldir Blanc, Chico Buarque, Nei Lopes, Francisco Bosco, Mauro Aguiar... e muitos outros... Um currículo que dispensa maiores comentários

Aucun commentaire:

CE BLOG EST DÉDIÉ AUX CURIEUX QUI AIMERAIENT CONNAÎTRE L'ART ET LA MUSIQUE POPULAIRE BRÉSILIENNE. UNE OCCASION POUR LES FRANCOPHONES DE DÉCOUVRIR UN MONDE INCONNU OU IL EST DE MISE DE LAISSER SES PRÉJUGES AU VESTIAIRE.