vendredi 4 février 2011

Les Pops : grupo cool e malicioso.

Rodrigo Bittencourt, Thiago Antunes, Daniel Lopes: Les Pops (foto divulg.)

-texte français plus bas -texto português traduzido do francês

Eu já aprendi a desconfiar quando a crítica alardeia unanimemente os elogios a um determinado álbum. Foi esse o caso com « Certas manhãs acordei de sonhos intranquilos », de Otto, em 2009 (que eu no entanto já aprendi a valorizar com o tempo), e agora com a atual devoção frente a « Feito pra acabar », de Marcelo Jeneci, que eu, com toda a boa vontade do mundo, ainda não cheguei a compreender ; mas enfim, questão de gosto, como qualquer consumidor de musica…
Daí em diante, foi com muita precaução que eu me aproximei de « Quero ser cool », do grupo carioca Les Pops, já considerado um dos grandes discos de 2011.
Na base desse julgamento, existe no entanto um elemento que a priori foi bastante favorável, antes mesmo da audição do disco : eu conheci muito bem o trabalho de Rodrigo Bittencourt –um dos três integrantes do grupo-, cujo segundo álbum, « Mordida », figurou na minha lista dos melhores álbuns de 2009. Logo em seguida, eu vim a encontrar pessoalmente o personagem, na ocasião para uma entrevista muito divertida.
Não querendo voltar para Bruxelas sem ouvir o cd, ainda indisponível para o público, o meio mais fácil foi entrar em contato com o artista (músico, mas também cineasta e escritor) para que ele me entregasse em mãos o objeto tão cobiçado. E assim foi feito, ao longo de uma entrevista informal, sem notas, no Shopping da Gávea, no Rio de Janeiro, dois dias antes da minha partida...

Bittencourt durante a entrevista de 2009,
com seu livro "Esmalte Vermelho" (foto Daniel A.)

Enfatizamos aqui que Les Pops não é « o grupo de Bittencourt », mas sim um verdadeiro trio no qual cada um de seus membros –Bittencourt, Daniel Lopes e Thiago Antunes- já possui uma carreira solo engrenada. Cada um na banda canta, compõe, e toca, e tem o seu papel dependendo da canção.

O nome do grupo, Les Pops, anuncia de antemão o espírito cáustico do trio, ironizando uma certa « multiculturalidade » de bom tom, que se reflete nos textos de certos títulos como o da faixa-título : « Quero ser cool ». Navegando entre o rock mordaz (Aluguel em Abbey Road, Esmalte, Delay, e o muito « Pedro Luis e a Parede » E la nave va ) e o pop mais ligeiro (Quero ser cool, A Canção e Salto agulha), Les Pops se distinguem não apenas pelos textos bem humorados ou perspicazes, mas também por uma sonoridade que integra, entre os instrumentos rock tradicionais, o acodeon, o acordeon, o ukulele o banjo, sendo esses últimos geralmente tocados por Thiago Antunes.
Então sim, de fato, « Quero ser cool » é mesmo um excelente disco, de modo algum pretencioso ; e que pela diversidade de seus ritmos, suas letras, e de suas alternâncias de vozes e de instrumentos, torna-se particularmente dinâmico, e não chega jamais a ser maçante ao longo das 11 faixas.
E podemos apostar que Les Pops estão em vias de se tornar o fenômeno cult da cena antenada pop-rock carioca (e além ?) desse início de decênio.

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