samedi 2 avril 2011

Tiê, « A coruja e o coração », e os « novos paulistas ».

Dudu Tsuda, Tiê, Tatá Aeroplano,Thiago Pethit e Tulipa Ruiz

-texte français plus bas.

Eles são chamados de « novos paulistas », mas trata-se de um mal entendido.
Foi sob essa denominação que se reuniram diversas vezes em cena em 2010 os jovens artistas Tiê, Thiago Pethit, Tulipa Ruiz, Dudu Tsuda, e Tatá Aeroplano, para demonstrar sua amizade e suas numerosas colaborações mútuas.
A partir de então, não foi preciso mais nada para que a imprensa criasse uma categoria definitiva, que faz eco, naturalmente, aos Novos Baianos dos anos 70.
E a cantora Tiê, numa entrevista recente, lamentou esse rótulo equivocado.

Mesmo sendo verdade que a nova geração de São Paulo seja foco das atenções por sua riqueza criativa nesses últimos anos no Brasil, ela revela talentos que apresentam estilos muito diferentes. E os « novos paulistas » citados mais acima, não têm grande coisa a ver, musicalmente, com outros artistas mais próximos de um samba urbano e introspectivo, como Luisa Maita, Rodrigo Campos, Mariana Aydar e Romulo Froes; e nem mesmo da música híbrida de Léo Cavalcanti, da thecno pop de Karina Buhr, do « revival » do espírito da jovem guarda de Marcelo Jeneci ; bem como da de outros jovens musicistas vindos de outros estados (principalmente do Nordeste) para engrossar as fileiras da cena alternativa.

Sem falar das jovens cantoras mais tradicionais, porém plenas de talento como Verônica Ferriani, Tatiana Parra ou Cris Aflalo.
E tem outras tendências ainda, como os herdeiros da vangarda de São Paulo dos anos 80.

Os Novos paulistas ao vivo.

A despeito de suas personalidades próprias, eles têm em comum o fato de terem utilizado todos os recursos que a internet oferece para se comunicar e trabalhar entre si, e dar a conhecer sua música a um público que quer fugir das programações "mainstream" das rádios. Mesmo que eles já comecem a se impor cada vez mais...

Eles frequentam também todos os espaços "cult" da capital paulista, como o famoso Studio SP de la Rua Augusta.
Tiê e seus companheiros, quanto a eles mesmos, fazem um tipo de música "cool" e antenada, algo entre o pop, o folk, o jazz; com uma sonoridade que cheira bem à intimidade dos cabarés, dominada pelo piano, pela guitarra acústica e pelo banjo.
A utilização da língua francesa, aqui e ali, é um outro denominador comum, e seu som não é estranho a uma ponta da nova cena francesa.

En 2009, Tiê lançou « Sweet jardim », belo álbum no qual já encontramos, com o título Chá verde, os nomes de Thiago Pethit, Tulipa Ruiz, e Tatá Aeroplano. E em « A coruja e o coração », seu segundo álbum, são as composições de Pethit (Mapa mundi) e de Tulipa (Só sei dançar com você) que são retomadas de maneira muito bem sucedida.
Se « Sweet jardim » possuía o charme dos domingos à tarde chuvosos, Tiê teve a malícia de não repetir a dose em « A coruja …». O espírito desse último continua o mesmo, mas a cantora se coloca à disposição da obra mais do que em média. Ela anuncia o tom do álbum com A Varanda da Liz, que captura pela sua introdução pop muito imediata. A instrumentação é mais ampla, as vozes duplicadas ou triplicadas, e os ritmos mais variados. Tiê passa então pelo teste sempre difícil do segundo álbum; se por um lado o primeiro tinha o charme das obras intimistas sussurradas, o segundo possui a maturidade necessária que soma-se ao anterior e torna-se assim mais acessível.



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