vendredi 18 avril 2008

Carta ao Rio 2008/ 3. Milton Nascimento e Jobim Trio

A Alma do Mestre sobrevoando Daniel Jobim, Milton e Paulo Braga (foto divulgaçao)

Revendo minha agenda do dia 21 de março, percebo que pretendia assistir à Olivia Byington. Mas lembro agora que não fui a nenhum show naquele dia.

Na verdade, acho que fui ao Rio Scenarium, na Lapa, a fim de mostrar esse lugar excepcional para amigos portugueses. E até sambamos... como pudemos…

Em compensação, posso afirmar, com certeza, que no dia seguinte – 22 - fui assistir ao show do Milton Nascimento com o Jobim Trio (Paulo e Daniel Jobim, junto com o sempre presente baterista Paulo Braga) no novo espaço do Mistura Fina.

Eu já tinha comprado esse ingresso, por um preço, a meu ver, muito alto (R$220,00). Fiz isso assim que cheguei ao Rio. Sobre o preço, deixo a questão em aberto para seus comentários. De um lado, esse show não cairia bem numa sala como o Canecão, onde o preço provavelmente seria algo como a metade do que se paga no Mistura Fina. E aqui vem a questão mercantil da oferta e da demanda. Por que a casa, com seus 250 e poucos lugares, deixaria de cobrar R$220,00, sabendo que esse show certamente permaneceria lotado, pelas próximas semanas? Acreditamos que, por até uns R$500,00, haveria gente disposta a assistir ao show. Por outro lado, será que a Bossa Nova deve carregar ainda essa imagem de uma música criada por músicos de classe média alta, dirigida a um público desse mesmo patamar finançeiro, deixando de fora amigos meus, que me confessaram terem lamentado o fato de não terem podido ir por causa do preço. Ainda bem que promoveram no Rio eventos como aquele show grátis em Copacabana, em fevereiro, para agradar a todo mundo.

Mas não quero me alongar nesse debate; é só a minha visão – a visão de um europeu - que pode estar equivocada…

Quando eu soube, dois ou três meses atrás, do projeto Milton/ Jobim, pensei imediatamente num show que meu amigo Tuka tinha gravado para mim em 1991, numa VHS. Um belo evento, num belo cenário: os jardins do Palácio do Itamaraty (RJ); divulgado pela TV Bandeirantes. Me lembro que esse encontro intimista me decepcionou bastante. O Milton nao se sentia à vontade, e o Tom cantando clássicos do Bituca,... realmente gente,... nao dava! Porém, remando contra a maré, sou daqueles poucos que, na maioria das vezes, preferem ouvir grandes obras do Tom na voz do próprio compositor. Tom e sua voz de violoncelo, retomando o fôlego para mergulhar na frase seguinte. Ainda prefiro ouvir emoção do que vituosismo.

Capa de "Novas bossas", design bossa novista de Elisabeth Jobim, inspirado pelo pintor Piet Mondrian(dixit C.G Villela) com outra capa do Eddie Moyna, anos 60 (foto Daniel A.)

O DISCO:

Bem antes de ter comprado o disco «Novas Bossas», do Milton com o Trio, eu já tinha lido todos os tipos de comentários - desde os elogios mais rasgados até as críticas mais severas. A gente sabe que esse tipo de «disco – projeto» é sempre sujeito a muita polêmica. Mas não tenho qualquer tipo de preconceito, tanto em relação a este

Milton – Trio, quanto, por exemplo, ao mais recente CD de uma Claudia Leite. E se fosse o caso (mas não é!!!) eu poderia até destacar o trabalho da baiana, deixando de lado o do mineiro.

Então, prestei bastante atenção às «novas bossas» desse «belo horizonte do rio», e assim fui conquistado desde a primeira audição. As 14 faixas foram bem distribuídas, sendo a primeira parte, com as regrava

ções das canções do Milton, seguida pelas 8 do Tom como prato principal.

Não estou aqui para fazer mais uma crítica ao disco, mas não pude resistir e acabei anotando algumas coisinhas:

Para mim, as regravações de «Tudo que você queria ser», que abre o álbum em grande estilo, ou do famosíssimo «Cais», não soam como apenas mais uma regravação. Arranjos simples e eficientes e tocado como se fosse a primeira vez, com a participação do Ricardo Villa no baixo. Também não foi uma decisão arriscada a de se incluir «Dias azuis» do Daniel Jobim como segunda faixa, pois a composição é realmente de alta qualidade. A meu ver, a boa surpresa mesmo foi a versão dessa pérola do Dorival Caymmi, «O Vento», que me surpeendeu de fato. O conjunto preservou a genialidade da canção, concedendo à mesma um minimalismo lancinante. O Milton joga aqui com suas oitavas sem a menor dificuldade.

A partir da faixa 6 - «Briga nunca mais», dipensável, a meu ver - o conjunto dá passagem em grande parte ao Mestre Tom, com um repertório que me surpreendeu até um pouco, mas muito bem escolhido. Mesmo lendo a capa do disco, achei estranho o fato de terem retomado «Chega de saudade», essa obra que me parecia óbvia demais. Porém, desde a introduçao, pelo ritmo inusitado emprestado a «Two Kites», também do Tom, percebi o quanto essa regravação fazia sentido.

E, mais ainda até, quando o Milton chega na parte…’não sai de mim’, na qual ele imprime a sua dramaturgia tão própria.

«Medo de amar» relembra, para quem tinha esquecido, que o Vinicius, quando queria, podia ser também um excelente melodista; enquanto isso, a pouco conhecida «Velho Riacho», do Tom, é incrivelmente parecida com uma música do Baden Powell.

O disco acaba com «Trem de ferro», na qual o canto do Daniel parece um «sampler» da voz do Tom. Apenas «Esperança perdida» e «Samba do avião» poderiam ter sido dispensadas, o que resultaria numa bela obra de 12 faixas.

Para acabar com o disco – ufa!... Se achei morno o título, gostei do design da capa da Elisabeth Jobim, que com sua simplicidade / modernidade me fez lembrar, à sua maneira, as melhoras capas que o César G. Villela fazia para o selo «Elenco», do Aloysio de Oliveira. Afinal de contas, eu o considero como o verdadeiro «designer» da Bossa Nova.

Agora, finalmente...

Milton e "quarteto" Jobim ( foto do Fernando Souza)

O SHOW:

Também já tinha lido coisas deslumbrantes sobre o show, mas um dia não é como o outro, dependendo do perfil de alguns artistas... os melhores, geralmente!

E eu provavelmente não assisti à melhor apresentação dessa curta temporada.

O quarteto começou com clássicos do Tom, instrumental ou nas vozes de Paulo e Daniel; e o Milton entrou no meio de «Só tinha de ser com você», o que prenunciava um bom momento. A banda misturou mais as canções do que no disco, o que acabou atrapalhando um pouco a homogeneidade do roteiro. Pequeno detalhe.

Mas já dava para perceber que o Milton não estava em plena forma, encontrando mais segurança nas suas próprias composições; os backing vocals do Paulo e do Daniel é que conseguiram manter a situação sob controle. Aliás, se o Paulo se apresentou, como de costume, no papel do fiel músico dedicado à obra do pai, sempre humilde e eficiente, já o Daniel «regia» a banda, com seu lado mais extravertido e jovial (dotado, inclusive, de uma grande técnica como pianista ). Ele, o Daniel, para mim já não é mais apenas «o neto do»…

Aí veio «Eu sei que vou te amar»… e o Milton se perdeu totalmente. Desafinou bem no meio da canção e não conseguiu atingir as notas mais altas. Pequeno fracasso. Depois dessa, era como se o Bituca tivesse ficado com medo de enveredar por suas ousadias vocais - o que ele pode fazer facilmente (não como o Gil!). Optou então por seguir nos trilhos das melodias, sem riscos, como se temesse falhar mais uma vez. Pode acontecer com os melhores cantores do mundo, mas num «pocket show» é difícil disfarçar mesmo os pequenos erros, dada a proximidade / intimidade com o público. Bom, afinal, Milton chegou ao bis com uma versão, melhor do que a do disco, de «Samba do avião», e terminou pousando seguro em seu próprio campo com «Nos bailes da vida» - hino que tudo mundo cantou - fechando a noite com grande entusiamo e alegria.

Nota: Infelizmente esse post vem recheado com fotos de terceiros, e não de minha própria autoria, como eu gostaria. Acontece que a direçao da casa não me autorizou a fotografar perto do palco, mesmo sem flash, nem mediante a apresetação de meu crachá de jornalista - enquanto isso, pequenas luzes pipocavam sem parar, na platéia, durante todo o espetáculo. Uma pena.

15 commentaires:

Eduardo a dit…

Daniel, esse post misto de crítica e reportagem está perfeito.Espero que realmente você tenha dado azar e encontrado o Milton em um dia pouco feliz. Desafinar em Eu Sei que Vou Te Amar me deixou sem graça. É certo que se trata de uma música difícil, mas o velho Bituca dos tempos de crooner dos W Boys não daria uma bobeira dessa. Enfim, acho que você lançou um bom tema para debate. Vamos ver se os frequentadores do blog viram o show em outros dias e tiveram impressão melhor. E volto depois. PS - Estar morando em Brasília, em termos culturais, é um deserto só...

Anonyme a dit…

Eduardo, você isolado aí em Brasília... e aqui, a questão dos preços dos shows, dos teatros, dos cinemas; quero dizer, do produto cultural, tb. está deixando boa parte da classe média isolada - afastada, mesmo - da cultura. O show de praia a que o Daniel se refere é uma coisa mais pasteurizada, e muita gente vai porque é grátis, e só. Não tem muito meio-termo, eu acho. Acho caro, sim, R$220,00; e eu, particularmente, não sei se alguém pagaria R$500,00 por esse tipo de show. Eu acho que não se trata mais da origem elitista da bossa nova; é carioca "durango" e as casas "enfiando a faca".

Anonyme a dit…

Daniel, sobre o Bituca, a quem eu respeito demais, desde o Clube da Esquina: acho que aqui no Brasil há um exagerado "culto à personalidade" em relação a vários artistas. No caso da música, a gente aqui acaba assitindo ao Milton "porque é o Milton", e assim po diante... É só uma opinião, veja bem, mas é um tipo de comportamento artista-público que particularmente me irrita. Em tempo: não é recalque meu pq. acho caro, não pude ir por isso... Eu lamento mesmo é quando não posso ir a alguma coisa muito boa exageradamente cara.

Anonyme a dit…

Em tempo: Hoje aqui é o Dia do Amigo. Aquele abraço pra todos os amigos... Amigo é coisa pra se guardar... Bj. da Olguita.

Daniel Achedjian a dit…

Salve Eduardo! Sobre inumeros frequentadores, acho que deve esperar um bom tempo ainda!! Desafinar acontece, mas o que me surpreendi, é que ele perdeu o fio numa cançao que cantou em centenas de ocasioes, alias naquele programma de 1991, que mancionei. A nao ser que seja por causa de uma doença, uma voz é um musculo que tem que se treinar. Veja que a Bethania ou Caetano, nunca cantaram tao bem que esses anos para ca. Opiniao minha...abraço, eduardo, seus comentarios sao sempre pertinantes...e nao, nunca fui e Brasilia, cara nao, entao vou...

Daniel Achedjian a dit…

Sobre o show da Mistura, nao queria falar disso, mas li num outro blog, e concordo, que a plateia era barulhenta, e mal educada, mas "esteve là"! Quando ao show da praia, tem provavalmente razao, mas tambem, a presencia da Maria Rita e da Fernanda Takai atraiu mais gente que o proprio Carlos Lyra ou Leny Andrade. Mas se pode ajudar aos jovens de se reaproximar da Bossa pura, porque nao?

Daniel Achedjian a dit…

Olga, acho sua posiçao bem radical ao respeito do culto da personalidade. Se fosse carioca (com grana!), iria ver mais uma vez ver um show de Caetano, Chico ou Milton. So para conferir se tenham coisas novas para nos oferecer...Um bom dia do amigo Olga, lembrando essa bela frase do Fernando Brand. Beijo.

Márcio a dit…

Daniel, soube do "Arts et Musique ..." através do blog de Antônio Carlos Miguel, e estou aparecendo aqui pela primeira vez. Sempre fui fã de Milton Nascimento, particularmente do Milton dos discos dos anos 70. Mas a única vez que vi um show dele, já faz tempo, não consegui me entusiasmar. Ele não cantou mal, mas parecia estar distante, sem nenhum entrosamento com o público. O show foi em Salvador, em local aberto, com uma multidão em pé assistindo. Na época imaginei ter sido esse o motivo da performance pouco contagiante. Lendo o que você escreveu, parece que ele também não estava 100% nesse show com o Jobim Trio numa casa pequena . Tomara que seja só uma fase.
Acho R$220 por um ingresso de show um valor excessivamente alto para a maioria dos brasileiros. Uma curiosidade: no Rio de Janeiro estudante paga meia entrada em shows como esse do Mistura Fina? Pergunto isso porque a meia-entrada tem justificado o alto preço cobrado por ingressos em shows, particularmente aqui em Brasília, onde moro atualmente. Como existe uma lei local determinando que estudante sempre paga meia em shows e teatro, além do cinema, os produtores simplesmente aumentam/duplicam o valor dos ingressos para não terem seu lucro reduzido. No Rio também acontece isso?
Para terminar, vou concordar parcialmente com Eduardo em relação ao marasmo cultural de Brasília. Em relação à MPB, por aqui normalmente só fazem shows os chamados artistas consagrados. Artistas menos conhecidos ou mais alternativos geralmente só vêm a esta capital quando há um bom patrocínio (estatal ou privado) para o show.
Por outro lado, Brasília tem uma excelente programação de música instrumental, tanto com músicos de outras cidades quanto com talentos locais, que são muitos. O Clube do Choro de Brasília é seguramente a casa noturna brasileira com a melhor programação de música exclusivamente instrumental. Já perguntei a cariocas e paulistas sobre isso, e eles concordaram comigo. Sendo assim, Daniel, você tem mais um bom motivo para conhecer a cidade que Lúcio Costa e Oscar Niemeyer idealizaram. Saudações,

Márcio Almeida

Anonyme a dit…

Ok, Daniel... pode ser um pouco radical, sim, da minha parte... É que tb. os shows internacionais quando chegam aqui, de um tempo pra cá, também trazem grupos meio em fim de carreira, artistas sem voz, por preços exorbitantes: como se o Rio fosse o "fim da linha". Mas sobre a MPB / bossa nova via praia, pra "educar" a garotada, é uma idéia válida, sim, concordo.
Acho que estou passando por uma fase "carioca revoltada". Sorry. Bjs.

Anonyme a dit…

Oi, Daniel.
Recebi o seu e-mail, sim. Só estou esperando você postar o show do Pedro Mariano. Ahhh, nos dias 2 e 3o Pedro Mariano vai ao Rival de novo. Já comprei o meu ingesso para o dia 3. Gostei tanto do show que vou ver de novo. Continuo lendo o seu blog e esperando o post do show.

Beijo,
Bruna Callado.

Daniel Achedjian a dit…

Caro Marcio, começei a conhecer bem o Milton na epoca do disco "Txai", inicio dos anos 90. E nao era a melhor epoca para aproximar a careira dele. Mas quando ouvi aqueles discos dos anos 70, entendi, porque o Milton era O MILTON. Fiquei apaixonado pela voz e suas composiçoes. Por falar de show, nunca vi um que me deixou de queixo caido. Mas do outro lado,tenho dvd's de varias épocas que sao maravilhosas. Questao de sorte?
Provavelmente nao sou a melhor pessoa para te responder sobre a "meia entrada" para shows. Posso te dizer que tem shows onde estudantes pagam meia,sim. Mas nao acredito que seja uma regra. Para o show Milton/Jobim, duvido muito. Quando cheguei, so me pediram se estivesse assinante do Globo. Eu disse que sim, mas na Belgica, so on line, claro. Nao deu certo! Apesar de pagar 100 R$ por mes. Senao teria aproveitado de 50%. De Brasilia, so conheço as bandas rock que surgiram nos anos 80, mas tenho a curiosidade de visitar, pois temos uma imagem muito vaga da sua capital. Resposta longa,desculpe, mas o seu comentario pertinente merecia. Volte sempre, Marcio...

Daniel Achedjian a dit…

Olga, concordo plenamente! Parece que Rio é o lugar aonde dinaussoros, vem para suas aposentadorias! Mas tem que pensar que o mercado brasileiro se abriu mais depois da ditadura, e que a gente tinha mais facilmente acesso ao o Led Zep, The Police,Rod Steward, Pink Floyd, as vezes mais tarde. Ja tinha fas dessas bandas, claro, mas viraram mais accessiveis, para um publico maior. Enfim, é uma deduçao so minha, e nao vivi esses tempos para ter uma resposta certa. Isso se chama um debate, e é tambem essas trocas de ideias que to buscando por aqui...um beijo.

Daniel Achedjian a dit…

oi Bruna, realmente apaixonada pelo Pedro Mariano, nao é? Infelizmente, nao deve ser a unica. Vou escrever sobre esse show, nao duvida...e, depois do dia 3 de maio, deixe um comentarios para contar e comparar com aquele show que a gente viu o mesmo dia, beijo.

Anonyme a dit…

Olá, Daniel!!!
Támbém não conheço o novo Mistura Fina...hahahahahahahah...estou cada dia mais preguiçoso e caseiro!
220,00 pratas por um ingresso? Putz! Sabe de quem é a culpa? Fácil...dos que inventaram meia entrada para estudante em shows (deveria ser só cinema e teatro);e dos que têm carteiras falsas...é isso aí!
Parei de acompanhar a carreira de Milton no meio da década de 80...agora, só ouço os primeiros álbuns...e o Clube da Esquina...
Ontem, estava ouvindo o único e maravilhoso álbum de Jeff Buckley, Grace, e quando tocou Halleluah, lembrei do disco de Milton, Missa dos Quilombos, do inicio de 80, e que tem uma cançaõ com esse mesmo nome...Vc já deve ter ouvido essa obra do cara...gostou? Sei que o Vaticano odiou!!! hahahhahahah
Abraço

Luiz Felipe Carneiro a dit…

Oi Daniel.
Mandei um e-mail para você!
Parabéns pelo post. Sem dúvidas, foram os melhores comentários que li sobre o "Novas Bossas".
Abraço,
Luiz Felipe.

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