mardi 13 octobre 2009

10/10 : Hommage à Ataulfo Alves, première partie.

Trois des protagonistes de la soirée: Germano Mathias, Zézé Motta et Verônica Ferriani
au Théâtre Sesc Vila Mariana (SP), 10/10 (photo Daniel A.)

(texte français, texto português traduzido francês)

Le menu des shows proposés en cette fin de semaine à São Paulo, me posa un réel dilemme. Cependant, j’optai pour le double concert hommage (un le samedi à 21 heures, l’autre le dimanche à 18 heures au théâtre Sesc Vila Mariana), au grand compositeur Ataulfo Alves (1909-1969). Un hommage rendu pour le centenaire de sa naissance.
Ce genre de spectacle est une belle occasion de pouvoir assister aux performances d’un maximum d’artistes en un minimum de jours, et cela même s’ils ne se produisent pas dans leurs univers musicaux habituels.
Et de fait, pour ces deux jours, on se trouva en face de personnalités bien différentes. Le samedi, se produisirent la jeune et talentueuse Verônica Ferriani, la déjà très aguérie (et populaire) Zézé Motta, le très bon compositeur de pop alternative Moisés Santana (un peu hors contexte ici), et le sambista paulista Germano Mathias, ce dernier, plus enclin à parler de sa propre carrière que de celle de l’artiste à qui il se devait de rendre hommage.
Chacun d’eux vint interpréter trois ou quatre titres d’Ataulfo, avant que le quatuor ne se rejoigne en fin de concert. Malgré le manque de cohérence inhérente à ce genre de spectacle, l’ensemble baigna dans une atmosphère bon enfant, sous les yeux du maître Ataulfo Alves, projeté en diaporama sur grand écran, tout au long du spectacle.

O menu de shows à disposição nesse fim de semana em São Paulo me colocou num verdadeiro dilema. No entanto eu optei pelo duplo concerto (um no sábado às 21 horas, e o outro no domingo às 18, no Teatro Sesc Vila Mariana) em homenagem ao grande compositor Ataulfo Alves (1909-1969). Uma homenagem ao centenário de seu nascimento.
Esse gênero de espetáculo é uma bela ocasião para se poder assistir às performances de um máximo de artistas num mínimo de dias, mesmo que fora de seus universos musicais de hábito.
De fato, nesses dois dias, foi possível estar-se frente a personalidades bem diferentes. No sábado, apresentaram-se a jovem e talentosa Verônica Ferriani, a já bastante experiente (e popular) Zézé Motta, o muito bom compositor de pop alternativo Moisés Santana (um pouco fora de contexto aqui), e o sambista paulista Germano Mathias – esse último, mais inclinado a falar de sua própria carreira do que a do artista a quem ele deveria prestar homenagem.
Cada um deles interpretava três ou quatro títulos de Ataulfo, até que o quarteto viesse a juntar-se ao final do show. Apesar da falta de consistência inerente a esse tipo de espetáculo, uma espécie de colcha de retalhos, o grupo mergulhou num atmosfera benfazeja, sob os olhos do mestre Ataulfo Alves, projetados através de slides sobre uma grande tela, ao longo de todo o show.

Ataulfo Alves (1909-1969)

Évidemment, il n’est pas inutile de rappeler en quelques mots le personnage que fut Ataulfo Alves, né en 1909 au Minas Gerais, mais qui construisit toute sa carrière musicale à Rio de Janeiro. Considéré comme un compositeur de samba, il fut cependant un de ceux qui cherchèrent à la sophistiquer et à lui trouver d’autres chemins. Contrairement à la plupart des autres sambistas de son temps, il se posa en propre interprète de ses chansons, toujours accompagné d’un trio vocal féminin. Mais des figures illustres comme Carmen Miranda, Sílvio Caldas ou Orlando Silva incorporèrent également très vite les compositions du maître à leurs répertoires. Parmi ses œuvres les plus célèbres : Errei erramos (c/Arthur Vargas Jr), Sei que é covardia (c/Claudionor Cruz), Você passa e acho graça (c/Carlos Imperial), Mulata assanhada, et bien sûr Na cadencia do samba (c/ Paulo Gestas) et Aí que saudade tenho da Amélia (c/ Mario Lago).
En vidéo: Na cadência do samba par Cassia Eller...

Evidentemente, nunca é demais relembrar em algumas linhas o personagem que foi Ataulfo Alves, nascido em 1909 em Minas Gerais, mas que construiu sua carreira no Rio de Janeiro. Considerado um compositor de samba, ele foi no entanto um daqueles que buscaram a sofisticação e a descoberta de outros caminhos. Ao contrário da maior parte dos sambistas de seu tempo, ele se propôs a interpretar suas próprias cançõs, sempre acompanhado por um trio feminino. Mas figuras ilustres como Carmen Miranda, Sílvio Caldas e Orlando Silva viriam também a incorporar rapidamente as composições do mestre a seus respectivos repertórios. Dentre suas obras, as mais célebres : Errei erramos (c/Arthur Vargas Jr.), Sei que é covardia (c/Claudionor Cruz), Você passa eu acho graça (c/Carlos Imperial), Mulata assanhada ; e também : Na cadência do samba (c/ Paulo Gestas) e Ai que saudades da Amélia (c/ Mário Lago).

1 commentaire:

manouche a dit…

J'ai lu que la contribution de Ataulfo Alves sur "Você passa e acho graça" s'est limitée à changer deux mots du texte de Carlos Imperial. L'idée d'Imperial était d'associer le nom d'Alves à cette chanson afin de (re)lancer la carrière de Clara Nunes.

CE BLOG EST DÉDIÉ AUX CURIEUX QUI AIMERAIENT CONNAÎTRE L'ART ET LA MUSIQUE POPULAIRE BRÉSILIENNE. UNE OCCASION POUR LES FRANCOPHONES DE DÉCOUVRIR UN MONDE INCONNU OU IL EST DE MISE DE LAISSER SES PRÉJUGES AU VESTIAIRE.