samedi 17 octobre 2009

15/10 : Arnaldo Antunes au Sesc Pompeia de São Paulo.

Arnaldo Antunes, Sesc Pompeia, 15/10 (photo Daniel A.)

(texte français, texto português traduzido do francês)

En y réfléchissant un peu, Arnaldo Antunes représente un bon symbole de São Paulo, ville multiple en perpétuel mouvement artistique.
Il faudrait de nombreuses pages pour creuser la complexité créatrice d’Arnaldo : poète concrétiste auteur d’une bonne dizaine de recueils ; créateurs d’installations et de performances ; sculpteur minimaliste dans la veine de Marcel Broothaers (1924-1976); calligraphe dans la lignée de Jean Dypréau et du mouvement Cobra ; et puis bien sûr compositeur et chanteur singulier... D’abord au sein de Titãs (7 albums), un des groupes fards de la scène rock/ punk des année 80 ; des Tribalistas (avec Marisa Monte et Carlinhos Brown), un seul album mais dont le succès dépassa les frontières brésiliennes; et enfin neuf albums solos dont « Iê Iê Iê » le dernier en date, que l’artiste présenta ce vendredi 15 octobre à la Choperia du Sesc Pompeia de São Paulo. Ce fut pour moi, la plus parfaite manière de passer ma dernière soirée dans la mégapole.

Je n’avais eu que peu de temps pour parcourir « Iê Iê Iê », mais il était clair qu’Arnaldo Antunes avait décidé de laisser le côté intimiste de ces deux dernier titres –« Qualquer » (2006) et « Ao vivo no estudio » (2007), pour se dédier à un répertoire plus fun, basé sur les canons de la pop du début des 'sixties'. Une pop simplifiée, mais qui sous les arrangements du groupe formé par Marcelo Jeneci (clavier), Curumin (batterie), Betão Aguiar (basse), Chico Salem (guitare) et du guitar-hero brésilien Edgard Scandurra (ex-Ira !), prenait une allure branchée et inventive.
Et puis, qu’il nous chante une comptine ou l’hymne national, la voix d’Arnaldo Antunes aura toujours le don de tout transformer en pièce musicale alternative.
Sur scène, le résultat prend toute sa mesure: « pure fun », « diversão total », bref un vrai délire festif.
Arnaldo, en marionnette désarticulée -les doigt dans la prise- se lâche comme un doux dingue. Une prestation qui me rappela l’âge d’or des Fleshtones, groupe new yorkais qui empruntait aussi, dans un joyeux délire, les sons des sixties adaptés à une new wave de leur temps.
Les douze titres de l’album furent interprétés, ainsi que quelques anciens morceaux de bravoure comme Essa Mulher, Socorro, ou Consumado et des reprises de Luiz Melodia ou d’Odair José. Mais si je ne devais retenir qu’un seul moment musical de tout ce show, ce fut la reprise de Vou festejar, la samba de Jorge Aragao et Dida Noeci, adapté en rock aux accents de tcha tcha et de rythmes Motown. Un coup de maître jouissif, qui rendit l’assistance enthousiaste et hilare!!Et dans le genre, Rain and tears des Aphrodite Childs, collé à No woman no cry à la fin de Sua menina, n’était pas triste non plus !
Les Cariocas peuvent se faire une joie de l’accueillir au Circo Voador, ce prochain 24 octobre !

Arnaldo Antunes, 'look sixties' (photo Daniel A.)

Refletindo um pouco, Arnaldo Antunes representa um bom símbolo de São Paulo, cidade plural em perpétuo movimento artístico.
Seriam necessárias numerosas páginas para esmiuçar a complexidade criativa de Arnaldo : poeta concretista, autor de uma boa dezena de coletâneas ; criador de instalações e de performances ; escultor minimalista com uma veia de Marcel Broothaers (1924-1976), calígrafo na linha de Jean Dypréau e do movimento artistico Cobra ; e, além de tudo isso, naturalmente, compositor e cantor singular. Inicialmente, no seio dos Titãs (7 álbums), um dos grupos revolucionários da cena rock/ punk dos anos 80 ... Mais tarde, entre os Tribalistas (com Marisa Monte e Carlinhos Brown), num só álbum, mas cujo sucesso ultrapassou as fronteiras brasileiras ... E enfim, agora, conta nove álbuns-solo, sendo « Iê Iê Iê » o mais recente, que o artista apresentou nessa quinta, 15 de outubro, na Choperia do Sesc Pompéia de São Paulo.
Essa foi para mim a mais perfeita forma de passar minha última noite na megalópole.
Eu não tive mais do que um curto espaço de tempo para esquadrinhar « Iê Iê Iê », mas ficou claro que Arnaldo havia decidido deixar à parte o seu lado mais intimista, contido em seus dois discos anteriores –« Qualquer » (2006) e « Ao vivo no estudio » (2007), para dedicar-se a um repertório mais alegre, baseado nos cânones do pop do início dos anos sessenta. Um pop simplificado, mas que sob os arranjos do grupo formado por Marcelo Jeneci (teclado), Curumin (bateria), Betão Aguiar (baixo), Chico Salem (guitarra) e do « guitar-hero » brasileiro Edgard Scandurra (ex-Ira !), adquiriu um ritmo plugado e um som antenado. E além do mais, quer ele cante uma cantiga de roda ou o hino naconal, a voz de Arnaldo Antunes terá sempre o dom de a tudo transformar numa peça musical alternativa.
Em cena, o resultado captura toda a sua dimensão : « pure fun », « diversão total » ; em resumo : um verdadeiro delírio festivo. Arnaldo, enquanto marionete desarticulada, abandona-se como um dócil aloprado pelos caminhos do melhor swing. Uma apresentação que me lembrou a idade de ouro dos Fleshtones, grupo novaiorquino que também pegou emprestado, num alegre delírio, os sons dos anos sessenta, adaptando-os a uma « new wave » de sua época.
Os doze títulos do álbum foram interpretados, bem como algumas canções antigas como Essa Mulher, Socorro e Consumado, além de releituras de Luiz Melodia e de Odair José.
Mas se eu tiver que registrar um único momento musical marcante desse show, ele terá que ser a versão de Arnaldo para «Vou festejar », o samba de Jorge Aragão e Dida Noeci, adaptado para rock, com sotaque de tcha- tcha- tcha e ritmo à la Motown. Um golpe de mestre prazeroso, que levou a audiência ao entusiasmo e à gargalhada. E no mesmo gênero, a Rain and tears do Aphrodite´s Child, no final de Sua menina, não ficou de todo mau !
Os cariocas poderão dar-se de presente assistí-lo no Circo Voador, no próximo dia 24 de outubro !

Videos: Clip oficial: "Longe" (Antunes/ Aguiar/ Jeneci) e "Cabelo" (Antunes/ Jorge Benjor), 15/10 no Sesc Pompeia.




4 commentaires:

Anonyme a dit…

Et tu crois qu'il vient de temps en temps en Europe ce monsieur ?

Javadd

Daniel Achedjian a dit…

Bonjour Javadd...Pour cela, il faudrait voir son agenda sur son site...mais s'il doit venir en Europe, je le vois bien dans un endroit branché à Paris, du type Favela Chic et pourquoi pas au New Morning...Pour ton plus grand bonheur!! (:
A Bruxelles...nem pensar!!
Grande abraço!!

Jane a dit…

O artista brasileiro mais completo, na minha opinião. Entendo que era muito "grande" para os Titãs, sem desmerece os outros. No filme documentário "A Vida até parece uma festa" isso me parece bem claro. Realmente conceitual.

Unknown a dit…

Também penso que AA é um dos melhores, tanto na performance , quanto nas letras e canções. Tuka

CE BLOG EST DÉDIÉ AUX CURIEUX QUI AIMERAIENT CONNAÎTRE L'ART ET LA MUSIQUE POPULAIRE BRÉSILIENNE. UNE OCCASION POUR LES FRANCOPHONES DE DÉCOUVRIR UN MONDE INCONNU OU IL EST DE MISE DE LAISSER SES PRÉJUGES AU VESTIAIRE.