(o texto português é traduzido do texto francês e mostra vídeos diferentes)
O dueto virtual, geralmente formatado com um artista falecido, tornou-se uma prática corrente. Não nos esqueçamos de Unforgettable, um dos primeiros exemplos do gênero que marcou o público. Ele reuniu sob esse título, em 1991, as vozes de Natalie Cole e a de seu lendário pai, Nat King Cole, falecido em 1965 .
Logo em seguida ao lançamento recente de um álbum homenagem a Renato Russo (1960-1996), que compreende 7 duetos post-mortem, Antonio Carlos Miguel, jornalista e crítico musical do Globo, considera então que um problema de ética aqui se coloca. O título de seu artigo : « Uma homenagem que tem cara de insulto ». Mas é preciso ir assim tão longe... ?
Utilizados ao longo dos shows, esses duetos recriados com uma cantora ou cantor já falecido podem contribuir com sua dose de emoção. Esse gênero de exercício tornou-se mesmo quase sistemático quando um artista célebre vem a desaparecer de cena.
No Brasil -entre outros exemplos- eu me recordo da última tournée do grupo Barão Vermelho, em 2005, durante a qual Frejat entoava Codinome Beijo flor, antes de se ver cercado, através de um tela gigante, por Cazuza, para um dueto muito emocionante e de qualquer forma crível, tamanha a proximidade que ali compatilhavam os dois compositores.
De uma forma ligeiramente diferente, o mesmo procedimento foi utilizado com sucesso ao longo do concerto homenagem prestado a Tom Jobim por Roberto Carlos e Caetano Veloso, en 2008 : Roberto Carlos continuava direto com a canção Ligia, projetada sobre uma tela ao lado que exibia Tom Jobim e o prórpio Roberto Carlos, ao longo de um dueto –verdadeiro, esse último ; aquele que tinha ocorrido em 1978. O impacto é geralmente garantido !
Em cena, então, com um bom suporte visual, o procedimento pode justificar sua razão de ser, e até revelar-se um momento forte do espetáculo.
Logo em seguida ao lançamento recente de um álbum homenagem a Renato Russo (1960-1996), que compreende 7 duetos post-mortem, Antonio Carlos Miguel, jornalista e crítico musical do Globo, considera então que um problema de ética aqui se coloca. O título de seu artigo : « Uma homenagem que tem cara de insulto ». Mas é preciso ir assim tão longe... ?
Utilizados ao longo dos shows, esses duetos recriados com uma cantora ou cantor já falecido podem contribuir com sua dose de emoção. Esse gênero de exercício tornou-se mesmo quase sistemático quando um artista célebre vem a desaparecer de cena.
No Brasil -entre outros exemplos- eu me recordo da última tournée do grupo Barão Vermelho, em 2005, durante a qual Frejat entoava Codinome Beijo flor, antes de se ver cercado, através de um tela gigante, por Cazuza, para um dueto muito emocionante e de qualquer forma crível, tamanha a proximidade que ali compatilhavam os dois compositores.
De uma forma ligeiramente diferente, o mesmo procedimento foi utilizado com sucesso ao longo do concerto homenagem prestado a Tom Jobim por Roberto Carlos e Caetano Veloso, en 2008 : Roberto Carlos continuava direto com a canção Ligia, projetada sobre uma tela ao lado que exibia Tom Jobim e o prórpio Roberto Carlos, ao longo de um dueto –verdadeiro, esse último ; aquele que tinha ocorrido em 1978. O impacto é geralmente garantido !
Em cena, então, com um bom suporte visual, o procedimento pode justificar sua razão de ser, e até revelar-se um momento forte do espetáculo.
Num álbum, pelo contrário, o dueto post mortem parece mais insípido e desinteressante... a não ser que se trate de uma jogada assumidamente comercial.
Afinal de contas, um encontro musical é sobretudo interessante pela interação de dois artistas e pela cumplicidade que eles transmitem, mais do que pelo simples fato de se poder ouvir duas vozes pelo preço de uma, sobre a mesma música.
Isso não significa que todos os duetos « verdadeiros » são momentos inesquecíveis ; longe disso.
Mas se o ouvinte percebe uma verdadeira alquimia compartilhada pelos dois protagonistas, é sinal de que a iniciativa valeu a pena.
Alquimia essa que fica de fora, quando as partes cantadas são gravadas em separado, em estúdios diferentes, o que ocorre geralmente em razão de agendas incompatíveis dos cantores em questão.
Um dos mais célebres exemplos de duetos bastante informais e remotos está contido no famoso « Duets » (1994) de Frank Sinatra, que reuniu artistas tão diversos (e dispersos por todo o planeta) quanto Charles Aznavour, Bono, e Antonio Carlos Jobim.
O exercício do dueto sob todas as suas formas é particularmente muito utilizado nos álbuns brasileiros. Para não dizer superexplorado.
Na maior parte do tempo, ele reside muito mais como um apelo comercial. Convidar Ana Carolina ou Chico Buarque para um determinado cd é garantia quase certa de um aumento do número de exemplares vendidos. Um exemplo notável dessa abordagem comercial muito rentável foi o « não encontro » de Vanessa da Mata com o americano Ben Harper, que materializou-se através do título Boa sorte/ Good luck, um dos maiores sucessos do ano de 2008 no Brasil. Na realidade, as partes vocais de cada um foram gravadas em seus respectivos estúdios, no Brasil e nos Estados Unidos.

Nesse campo, eu escutei ainda recentemente Sambou, sambou (João Donato/ João Mello), que reuniu João Donato e Zeca Pagodinho, (foto acima) num clima de total descontração e bom humor. Uma interação bem sucedida, como acontece frequentemente com os duetos no mundo do samba. Basta que nos remetamos aos projetos Casa de samba, Cidade do samba e Samba social club, para convercermos a quem quer que seja.

(A título de anedota, esse título sempre me pareceu como uma espécie de antecipação de The Girl is mine- os dois rapazes que disputam educadamente uma jovem- gravado em 1982 por Michael Jackson e Paul Mac Cartney para o álbum « Thriller »).

2 commentaires:
Eu li os textos de seu blog por convite de minha querida amiga Olga. Achei muito interessante e divulgador de produções e criações de nosso repertorio musical. Parabens. tbattaglin@gmail.com
Muito brigado, Teresinha, seja sempre bemvinda nesta pagina!
Abraços.
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