-texte français plus bas, avec vidéos différentes.
-texto português traduzido do francês com vídeos diferentes.
Paradoxalmente, os discos que eu tenho ouvido durante essa viagem, não têm grande coisa a ver com os shows de artistas de renome (Ana Carolina, Mart’nália, Maria Rita, Lulu Santos- breve) resenhados por mim aqui no blog.
Um pouco ao acaso, pincei para vocês algumas bolachas escutadas recentemente, varrendo estilos bem diferentes :
Pato Fu : « Música de brinquedo » (rotomusic)
Fazia já muito tempo que se sabia que John Ulhoa é um dos compositores, produtores e arranjadores dos mais criativos e engenhosos da cena pop brasileira. E o Patu Fu pode se permitir uma excentricidade como esse disco, sem ser ridículo. Como bem indica o título do álbum, o grupo de Minas Gerais decidiu aplicar sua leitura pessoal aos padrões brasileiros e internacionais através de brincadeiras instrumentais, apoiado por um coral formado de crianças.
Junte-se a isso a voz ingênua de Fernanda Takai casando perfeitamente com essa idéia um pouco maluca, e assim obtemos, conforme cada caso, resultados divertidos, fofinhos... mas também por vezes irritantes. No geral, são por sinal as composições mais rápidas que passam o melhor da esquadrilha infantil, como Soniféra ilha (Titãs), Frevo Mulher (Zé Ramalho), e Ska (Paralamas) ; além de uma interpretação ousada –mais engraçada- para Live and let die, de Paul McCartney.
Podemos classificar esse disco ao lado dos álbuns de Adriana « Partimpim » Calcanhotto (mesmo que as abordagens sejam muito diferentes) ; porém, a questão que se coloca é a de sabermos se, depois de uma primeira audição curiosa, e passado o efeito surpresa, teremos alguma vontade de escutá-lo muitas vezes mais...
Fino Coletivo : « Copacabana » (Oi música)
En 2007, esse grupo de 8 integrantes –agora são 6- lançaram um primeiro album festivo e despretencioso, que apresentava uma hábil mistura de samba, de funk e de pop , o que rendeu algumas pequenas pérolas como Tarja preta, Dragão e Boa noite.
O grupo carioca –que conta hoje em seus quadros com Donatinho (filho de João Donato) nos teclados –firma-se em 2010 através de seu segundo álbum, que tende também para o reggae e, sobretudo, para o « groove disco » (Ai de mim, Doce em Madrid, e Abalando geral). O conjunto continua muito sedutor (sem ser profundo), e coloca em evidência os bons Batida do trovão (Alvinho Cabral/ Alvinho Lancellotti), A coisa mais linda do mundo (Alvinho Lancelotti), e ainda Velho dia (Ivor, Domenico, Alvinho Lancellotti).
A conferir também as boas releituras de Nhém nhém nhém, de Totonho, e Swing de Campo Grande, d´Os Novos Baianos.
Para relembrar, o Fino Coletivo é composto por : Adriano Siri (voz) ; Alvinho Cabral (guitarra, percussão, voz) ; Alvinho Lancellotti (voz) ; Daniel Medeiros (voz, baixo) ; Donatinho (teclados) e Marcus Cesar (bateria).
Nina Becker : « Azul » e « Vermelho » (Yb music)
Dentro do movimento da nova cena cult carioca, a cantora e compositora Nina Becker (também vocalista da Orchestra Imperial) aposta de um golpe só em duas frentes em sua estréia discográfica, com os álbuns « Azul » e « Vermelho ». Os dois títulos, que insinuam atmosferas de tonalidades radicalmente opostas, não são na realidade obras assim tão distantes uma da outra. A diferença maior reside na orquestração, que, em « Vermelho », conta com o apoio do grupo Do amor, do qual uma parte de seus membros compõe também a Banda Cê de Caetano Veloso. Resgata-se então esse som bastante básico : baixo, bateria e guitarra sem efeitos, uma coisa própria da nova onda musical do Rio de Janeiro nesses últimos anos (talvez desde Los hermanos e o conjunto +2).
A instrumentação de « Azul » mostra-se mais minimalista e aérea ; mas, na verdade, as composições próprias a cada álbum poderiam ser intercambiáveis. Alias, Lá e cá e Janela se repetem nas duas seleções, sob leituras diferentes.
A linearidade do canto de Nina Becker demanda uma certa paciência até que o ouvinte entre plenamente dentro de suas duas cores, mas essa perseverança vale a pena, já pela qualidade das composições.
Um pouco ao acaso, pincei para vocês algumas bolachas escutadas recentemente, varrendo estilos bem diferentes :

Fazia já muito tempo que se sabia que John Ulhoa é um dos compositores, produtores e arranjadores dos mais criativos e engenhosos da cena pop brasileira. E o Patu Fu pode se permitir uma excentricidade como esse disco, sem ser ridículo. Como bem indica o título do álbum, o grupo de Minas Gerais decidiu aplicar sua leitura pessoal aos padrões brasileiros e internacionais através de brincadeiras instrumentais, apoiado por um coral formado de crianças.
Junte-se a isso a voz ingênua de Fernanda Takai casando perfeitamente com essa idéia um pouco maluca, e assim obtemos, conforme cada caso, resultados divertidos, fofinhos... mas também por vezes irritantes. No geral, são por sinal as composições mais rápidas que passam o melhor da esquadrilha infantil, como Soniféra ilha (Titãs), Frevo Mulher (Zé Ramalho), e Ska (Paralamas) ; além de uma interpretação ousada –mais engraçada- para Live and let die, de Paul McCartney.
Podemos classificar esse disco ao lado dos álbuns de Adriana « Partimpim » Calcanhotto (mesmo que as abordagens sejam muito diferentes) ; porém, a questão que se coloca é a de sabermos se, depois de uma primeira audição curiosa, e passado o efeito surpresa, teremos alguma vontade de escutá-lo muitas vezes mais...

En 2007, esse grupo de 8 integrantes –agora são 6- lançaram um primeiro album festivo e despretencioso, que apresentava uma hábil mistura de samba, de funk e de pop , o que rendeu algumas pequenas pérolas como Tarja preta, Dragão e Boa noite.
O grupo carioca –que conta hoje em seus quadros com Donatinho (filho de João Donato) nos teclados –firma-se em 2010 através de seu segundo álbum, que tende também para o reggae e, sobretudo, para o « groove disco » (Ai de mim, Doce em Madrid, e Abalando geral). O conjunto continua muito sedutor (sem ser profundo), e coloca em evidência os bons Batida do trovão (Alvinho Cabral/ Alvinho Lancellotti), A coisa mais linda do mundo (Alvinho Lancelotti), e ainda Velho dia (Ivor, Domenico, Alvinho Lancellotti).
A conferir também as boas releituras de Nhém nhém nhém, de Totonho, e Swing de Campo Grande, d´Os Novos Baianos.
Para relembrar, o Fino Coletivo é composto por : Adriano Siri (voz) ; Alvinho Cabral (guitarra, percussão, voz) ; Alvinho Lancellotti (voz) ; Daniel Medeiros (voz, baixo) ; Donatinho (teclados) e Marcus Cesar (bateria).

Dentro do movimento da nova cena cult carioca, a cantora e compositora Nina Becker (também vocalista da Orchestra Imperial) aposta de um golpe só em duas frentes em sua estréia discográfica, com os álbuns « Azul » e « Vermelho ». Os dois títulos, que insinuam atmosferas de tonalidades radicalmente opostas, não são na realidade obras assim tão distantes uma da outra. A diferença maior reside na orquestração, que, em « Vermelho », conta com o apoio do grupo Do amor, do qual uma parte de seus membros compõe também a Banda Cê de Caetano Veloso. Resgata-se então esse som bastante básico : baixo, bateria e guitarra sem efeitos, uma coisa própria da nova onda musical do Rio de Janeiro nesses últimos anos (talvez desde Los hermanos e o conjunto +2).
A instrumentação de « Azul » mostra-se mais minimalista e aérea ; mas, na verdade, as composições próprias a cada álbum poderiam ser intercambiáveis. Alias, Lá e cá e Janela se repetem nas duas seleções, sob leituras diferentes.
A linearidade do canto de Nina Becker demanda uma certa paciência até que o ouvinte entre plenamente dentro de suas duas cores, mas essa perseverança vale a pena, já pela qualidade das composições.
1 commentaire:
Sobre o CD do Patu Fú, só tenho uma coisa a dizer é formidável. Sem mais. :)
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