dimanche 22 août 2010

Escutando hoje : Fino Coletivo, Nina Becker, Pato Fu.

Pato Fu, « Música de brinquedo ».

-texte français plus bas, avec vidéos différentes.
-texto português traduzido do francês com vídeos diferentes.

Paradoxalmente, os discos que eu tenho ouvido durante essa viagem, não têm grande coisa a ver com os shows de artistas de renome (Ana Carolina, Mart’nália, Maria Rita, Lulu Santos- breve) resenhados por mim aqui no blog.
Um pouco ao acaso, pincei para vocês algumas bolachas escutadas recentemente, varrendo estilos bem diferentes :

Pato Fu : « Música de brinquedo » (rotomusic)
Fazia já muito tempo que se sabia que John Ulhoa é um dos compositores, produtores e arranjadores dos mais criativos e engenhosos da cena pop brasileira. E o Patu Fu pode se permitir uma excentricidade como esse disco, sem ser ridículo. Como bem indica o título do álbum, o grupo de Minas Gerais decidiu aplicar sua leitura pessoal aos padrões brasileiros e internacionais através de brincadeiras instrumentais, apoiado por um coral formado de crianças.
Junte-se a isso a voz ingênua de Fernanda Takai casando perfeitamente com essa idéia um pouco maluca, e assim obtemos, conforme cada caso, resultados divertidos, fofinhos... mas também por vezes irritantes. No geral, são por sinal as composições mais rápidas que passam o melhor da esquadrilha infantil, como Soniféra ilha (Titãs), Frevo Mulher (Zé Ramalho), e Ska (Paralamas) ; além de uma interpretação ousada –mais engraçada- para Live and let die, de Paul McCartney.
Podemos classificar esse disco ao lado dos álbuns de Adriana « Partimpim » Calcanhotto (mesmo que as abordagens sejam muito diferentes) ; porém, a questão que se coloca é a de sabermos se, depois de uma primeira audição curiosa, e passado o efeito surpresa, teremos alguma vontade de escutá-lo muitas vezes mais...

Fino Coletivo : « Copacabana » (Oi música)
En 2007, esse grupo de 8 integrantes –agora são 6- lançaram um primeiro album festivo e despretencioso, que apresentava uma hábil mistura de samba, de funk e de pop , o que rendeu algumas pequenas pérolas como Tarja preta, Dragão e Boa noite.
O grupo carioca –que conta hoje em seus quadros com Donatinho (filho de João Donato) nos teclados –firma-se em 2010 através de seu segundo álbum, que tende também para o reggae e, sobretudo, para o « groove disco » (Ai de mim, Doce em Madrid, e Abalando geral). O conjunto continua muito sedutor (sem ser profundo), e coloca em evidência os bons Batida do trovão (Alvinho Cabral/ Alvinho Lancellotti), A coisa mais linda do mundo (Alvinho Lancelotti), e ainda Velho dia (Ivor, Domenico, Alvinho Lancellotti).
A conferir também as boas releituras de Nhém nhém nhém, de Totonho, e Swing de Campo Grande, d´Os Novos Baianos.

Para relembrar, o Fino Coletivo é composto por : Adriano Siri (voz) ; Alvinho Cabral (guitarra, percussão, voz) ; Alvinho Lancellotti (voz) ; Daniel Medeiros (voz, baixo) ; Donatinho (teclados) e Marcus Cesar (bateria).

Nina Becker : « Azul » e « Vermelho » (Yb music)
Dentro do movimento da nova cena cult carioca, a cantora e compositora Nina Becker (também vocalista da Orchestra Imperial) aposta de um golpe só em duas frentes em sua estréia discográfica, com os álbuns « Azul » e « Vermelho ». Os dois títulos, que insinuam atmosferas de tonalidades radicalmente opostas, não são na realidade obras assim tão distantes uma da outra. A diferença maior reside na orquestração, que, em « Vermelho », conta com o apoio do grupo Do amor, do qual uma parte de seus membros compõe também a Banda Cê de Caetano Veloso. Resgata-se então esse som bastante básico : baixo, bateria e guitarra sem efeitos, uma coisa própria da nova onda musical do Rio de Janeiro nesses últimos anos (talvez desde Los hermanos e o conjunto +2).
A instrumentação de « Azul » mostra-se mais minimalista e aérea ; mas, na verdade, as composições próprias a cada álbum poderiam ser intercambiáveis. Alias, Lá e cá e Janela se repetem nas duas seleções, sob leituras diferentes.
A linearidade do canto de Nina Becker demanda uma certa paciência até que o ouvinte entre plenamente dentro de suas duas cores, mas essa perseverança vale a pena, já pela qualidade das composições.

1 commentaire:

oliver a dit…

Sobre o CD do Patu Fú, só tenho uma coisa a dizer é formidável. Sem mais. :)

CE BLOG EST DÉDIÉ AUX CURIEUX QUI AIMERAIENT CONNAÎTRE L'ART ET LA MUSIQUE POPULAIRE BRÉSILIENNE. UNE OCCASION POUR LES FRANCOPHONES DE DÉCOUVRIR UN MONDE INCONNU OU IL EST DE MISE DE LAISSER SES PRÉJUGES AU VESTIAIRE.