mercredi 25 août 2010

Lulu Santos, Vivo Rio, 20/08.

Lulu Santos, Vivo Rio -RJ- 20/08 (foto Daniel A.)

-texte français plus bas.
-texto português traduzido do francês.

E agora, o que é que eu faço… !? E o que é que eu escrevo… !?
Eu estou cercado pelo público que adorou o show de Lulu Santos, nessa última sexta-feira, dia 20 de agosto, no Vivo Rio ; e pela crítica especializada que compartilha desse mesmo entusiasmo, com relação a esse espetáculo que anuncia o próximo « Lulu Santos Acústico MTV II », que será lançado em setembro.
No meio disso tudo, eu sou então o único, perdido, a ter achado a apresentação do rei da música pop brasileira (que, aliás, eu aprecio muito), chato e morno.
Trata-se do caso de uma situação que eu conheço bem, e a maioria das vezes eu prefiro não relatar o evento que nao curti. Mas eu estava num bom dia, cheio de expectativas ; e além do mais, nós não estamos numa democracia artística na qual até mesmo uma voz discordante da maioria tem direito à palavra… !? Bom, basta de preâmbulos ; o caso é que eu não gostei… !
Depois do « Lulu Santos, Acústico MTV » de 2000, o repertório desse décimo disco foca em parte os títulos menos conhecidos da carreira do artista –o que apelidamos de « lado B »- como Papo cabeça, Um pro outro, Dinossauros do rock, ou ainda o inédito E muito mais. Colocados em sua maioria no início do set, o público parecia bastante apático.
Mas muito rapidamente, os primeiros acordes do encadeamento já esperado de seus hits (sem pausa, como é de seu hábito) Toda forma de amor/ Um certo alguém/ O Último romântico, e mais adiante as baladas balneáreas sob cores havaianas como Sereia/ De repente Califórnia/ Como uma onda, tacaram foco na sala. Isso já era de se esperar, mas não deixou de ser uma boa estratégia.
O entediante é que, numa preocupação de variar um pouco, Lulu obstina-se frequentemente em sair das linhas melódicas originais, para se enredar em variações arriscadas e pouco convincentes, como para A Cura e Tudo bem, essa última música numa versão quase epiléptica no final.
O mesmo problema acontece, quando o grupo se mete a desconstruir as cadências de Sábado à noite e Baby de Babylon, arrancando dessas canções um viés dançante, sacrificando a sua eficácia natural.

Marina de la Riva, no palco para Adivinha o quê (foto Daniel A.)

Pouco interessante também, a versão pseudo latina do rock Adivinha o quê, mesmo em duo com a linda flor que é Marina de la Riva, a única convidade da noite, se não levarmos em conta a presença do baixista Jorge Ailton, a quem Lulu Santos teve a elegância de deixar interpretar o muito bom O Óbvio, extraído de seu primeiro álbum solo, « O Ano 1 » (2010).
Enfim, eu não entendi direito a introdução do espetáculo com evocações africanas, mesmo que –isso lá é verdade –os arranjos estivessem particularmente bem apoiados nas percussões.
Em sintonia, fica na memória o décor muito bem afinado com a estética africana, e o excelente grupo cercando o cantor. Mas para finalizar essa crônica dissidente, devo dizer que não foi suficiente para que eu gostasse do show o fato de eu ter compartilhado o clima desse Lulu, ao longo de duas horas e meia de espetáculo...

Nada ver com o show, mas gostei desse aqui...!

2 commentaires:

Unknown a dit…

Blog incroyablement riche, il est dans mes favoris, et je me suis aussi permis de le mettre en lien dans mon propre blog (A frenchman in Rio, http://antonydumas.blogspot.com).
Bravo !
Antony

Anonyme a dit…

O "nada a ver" é justamente o "meu" Lulu! Tem artistas que não devem se meter a reinventar a roda *)

Lulu é o eterno zen surfista da minha geração; se mexer demais, desanda!

Kisses,
Lady Jane.

CE BLOG EST DÉDIÉ AUX CURIEUX QUI AIMERAIENT CONNAÎTRE L'ART ET LA MUSIQUE POPULAIRE BRÉSILIENNE. UNE OCCASION POUR LES FRANCOPHONES DE DÉCOUVRIR UN MONDE INCONNU OU IL EST DE MISE DE LAISSER SES PRÉJUGES AU VESTIAIRE.