dimanche 29 août 2010

Para aqueles que ainda compram cd’s…

Livraria Cultura na Avenida Paulista

(texte français plus bas,
texto português traduzido do francês)

…e que estejam de passagem por São Paulo.

Eu não pretendo conhecer todos os bons endereços e não tenho qualquer interesse pessoal nisso ; mas eu realmente vejo inúmeras boas razões para me render à Livraria Cultura (Avenida Paulista) para um boa escolha de álbuns...

- O ambiente é grande, arejado, bonito e agradável para se passear sem pressa, bem mais do que a maioria das megastores do gênero... Em resumo : ali é possível « sentir a cultura », sob todas as suas formas de edição.

- No que concerne à musica, encontramos um leque de escolha mais significativo de álbuns lançados pelos selos independentes, agregando as diferentes cenas alternativas. Foi ali na Livraria Cultura que, por exemplo, eu pude finalmente encontrar, na época, os cd´s de Numismata, Cidadão Instigado, e também de Maquinado, de Carlos Pontual –outro que eu não encontrava de jeito nenhum, em qualquer outro lugar.

- O atendimento não tem igual : rápido, sorridente e eficiente. Nessa manhã de sábado, foram três os vendedores vasculhando toda a loja para encontrar para mim os cd’s de Tulipa Ruiz e do grupo Mombojó.

- Os mesmos vendedores não tentaram me empurrar outros discos... « no mesmo gênero ».

- Quando eles esgotavam suas possibilidades ali, contatavam então outros pontos de venda, propondo-se a enviar os álbuns em domicílio num prazo de 24 horas, por R$ 3,50 ; o que para uma cidade como São Paulo é bem mais do que prestar um serviço... É algo do nível da devoção absoluta ao cliente !

- Ao partir, ele nos dizem « até logo », sempre sorrindo, desculpando-se ainda por terem levado algum tempo para atender ao nosso pedido...

Definitivamente, eu diria que ali se pratica um atendimento ao cliente de um outro tempo !!


Os livros-cd’s :

Em 2008, pelos 50 anos da Bossa Nova, o periódico Folha de São Paulo lançou nos quiosques –à razão de um par por semana- uma série de 20 livros-cd’s, sendo que cada um dedicado a um artista ligado, de perto ou de longe, ao célebre movimento carioca , de Johnny Alf a Joyce, passando por Tom Jobim e Baden Powell.
Um ano mais tarde, essa mesma série –cujos textos foram escritos por Ruy Castro- foi lançada em Portugal (começando com 12 volumes ; vindo em seguida o restante da série completa).
Detalhe curioso : enquanto que as capas dos álbuns da série potuguesa mostravam o retrato do artista homenageado, as capas brasileiras exibiam paisagens bem banais do tipo « cartão postal » do Rio de Janeiro. Sem dúvida devido a algum problema de direito de imagem.


Esta ultima semana de agosto –ainda nos quiosques- saiu o 25º e último volume de uma outra série –ainda ligada à Folha de São Paulo- intitulada « Raízes da MPB ».
Dentro do mesmo espírito e quase o mesmo design, esse conjunto revelou-se, a meu ver, bem mais interessante do que aquele consagrado à Bossa Nova. Ou no mínimo, ele completa aquela da Bossa Nova...
« Raizes da MPB » revisita 25 nomes importantes da música popular brasileira, principalmente os centrados no período 1920-1950. Nomes que representam o nascimento de uma primeira expressão musical verdadeiramente brasileira, como explica o site da própria coleção. Nós viajamos assim por todo o Brasil, com os compositores da era de ouro do samba do Rio (Noel Rosa, Ary Barroso, Cartola, Assis Valente, Sinhô) e de São Paulo (Ataulfo Alves, Adoniran Barbosa, Paulo Vazolini) ; bem como redescobrimos também figuras obrigatórias do Nordeste (Dorival Caymmi, Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro).
Abre-se espaço também para os pilares do Chorinho (Pinxinguinha, Chiquinha Gonzaga, Jacob do Bandolim, Ernesto Nazareth), bem como para os mestres das Marchinhas (Lamartine Babo, Braguinha).



Enfim, essa semana agora, ainda dentro do mesmo espírito livro-cd, a Editora Abril começa o lançamento de 20 títulos da discografia de Chico Buarque. Os lançamentos não se darão dentro de uma ordem cronológica, para dar ao colecionador um clima de surpresa, de maneira estratégica (alguns discos serão mais aguardados do que outros, naturalmente).
Tendo agora em mãos o primeiro volume, « Chico Buarque », de 1978, o interesse reside aqui sobretudo em seu encarte, composto de fotos pouco conhecidas, de textos referentes ao contexto musical da época ; isso além de fatos diversos, e da situação política no Brasil e no mundo. Finalmente, uma série de anedotas sobre os títulos do álbum, e também sobre a gravação do mesmo.
Parece, no entanto, que a coleção causará um impasse em relação ao quarto álbum do artista, de 1970, bem como a outros álbuns referentes à famosa Ópera do Malandro –essencial, no entanto essa obra, do meu ponto de vista.

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