jeudi 17 février 2011

Lisboa : fado e Bairro Alto.

O retrato de Amália Rodrigues, espalhado na cidade inteira (foto Daniel A.)

-texto français plus bas

De passagem –rápida- por Lisboa, no bairro da Baixa, à Rua Áurea, eu dou por mim na pequena loja « Discoteca Amália », dedicada inteiramente a Amália Rodrigues (1920-1999), a grande papisa do Fado.
Dizer que o Fado é a alma de Lisboa é um chavão que eu vou evitar (tarde demais !) ; mas é verdade que a capital portuguesa sempre o defendeu com orgulho como parte fundamental do seu patrimônio artístico.
É triste constatar que o Rio de Janeiro não foi capaz de fazer o mesmo com a Bossa Nova, uma de suas maiores identidades musicais, com a vantagem de ter seu valor reconhecido para além de suas fronteiras.
Os clubes de Fado –alguns melhores do que outros- pululam nos bairros d’Alfama e do Bairro Alto, e o retrato de Amália, tal qual um ícone, encontra-se por toda a cidade, em cartazes diversos, ou ainda em grafites particularmente elaborados (vide foto acima).
Em comparação, na « zona sul » do Rio, não resta quase mais nada além do Vinicius Piano Show, dedicado à Bossa, que ainda resiste graças ao turismo. E nesse caso, mesmo com a sua programação não chegando aos pés daquela apresentada até há uma quinzena de anos.


A « Discoteca Amália » poderia ser uma espécie de par da « Toca do Vinicius », situada à Rua Vinicius de Moraes, em Ipanema, espaço que defende ardentemente a Bossa Nova já fazem mais de 20 anos.
Aqui na « Discoteca... » encontramos os vinis originais da grande cantora, além de uma infinidade de cd’s, de dvd’s, de cartazes, e de obras biográficas. Uma parada obrigatória para os apaixonados pelo gênero, ou simplesmente para os amantes da música em geral.


O Bairro Alto é um autêntico quarteirão boêmio, que não ganha vida efetivamente antes das noites de quinta-feira. As pequenas galerias convivem com as lojas de design ; e os inúmeros bares noturnos sob as nuances musicais mais variadas, os clubes de fado, e os pequenos restaurantes da moda, ficam espalhados por uma dezena de ladeiras estreitas, quase que exclusivamente para pedestres. Dentre os turistas que por lá se cruzam, é possível encontrar uma juventude do tipo « ligada », uma vez que os comerciantes de substâncias ilícitas ali operam bastante abertamente.
Uma ambientação elétrica bem captada e devidamente expressa por Pedro Abrunhosa (no entanto muito ligado à sua cidade natal, d´O Porto), através de seu Rei do Bairro Alto, um trecho de seu último álbum : « Longe » (2010). Assistam aqui ao vídeo, mas dêem preferência à versão studio do cd…

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